sábado, junho 01, 2013

Mikhail Glinka, o pai da música erudita russa, nasceu há 209 anos

Mikhail Ivanovich Glinka (Novospasskoye, 1 de junho de 1804 - Berlim, 15 de fevereiro de 1857) foi um compositor da Rússia, considerado o pai da música erudita russa. As suas composições foram uma influência importante para futuros compositores russos, como os membros do Grupo dos Cinco.
Sua formação musical foi bastante irregular, só vindo a sistematizá-la a partir de 1828, quando, por motivo de saúde, viajou para a Itália.
Durante os três anos que passou em terra italiana, amadureceu o seu antigo projeto de criar uma música nacional russa. De passagem por Berlim é fortemente estimulado pelo exemplo de Weber, que havia criado uma ópera caracteristicamente alemã.
De volta à Rússia, em pouco tempo compõe a ópera Zizn te tsaria (A vida pelo czar, 1836) e cujo enredo se passa durante a guerra russo-polaca de 1635. A ópera obtém um sucesso triunfal. Os seus coros e danças, autenticamente populares, e o patriotismo do libreto assinalam o começo de uma escola musical genuinamente russa. Animado pelo sucesso, Glinka escreve outra ópera - Ruslan i Ludmila (Ruslan e Ludmila, de 1842), baseada no poema homónimo de Puchkin. Desta vez utiliza o orientalismo procedente das regiões do Império Russo da Ásia. Apesar do interesse exótico e da estrutura operística mais sólida, a obra foi menos aplaudida que A vida pelo czar, que até hoje é muito representada na Rússia, sob o título de Ivan Sussanin.
Em 1884, Glinka vai até Paris e, posteriormente, para a Espanha, onde permanece dois anos em convívio com músicos populares. Fruto desse convívio são as peças sinfónicas Jota aragonesa (1845) e Una Noche de verano en Madrid (1848). São obras que refletem o interesse do compositor pela música espanhola, assim como um outro trabalho sinfónico, intitulado Kamarinskaja, que é o reflexo de pesquisas sobre a música ucraniana. Desde a composição das suas duas óperas, Glinka tinha-se voltado para a velha música litúrgica eslava, pois convencera-se que ela tinha deixado vestígios na música popular russa. Também escreveu numerosos Lieder.
O asteróide 2205 Glinka, descoberto em 1973 por Lyudmila Chernykh, foi nomeado em homenagem ao compositor.

Compôs a Canção Patriótica, que foi postumamente usada como o hino da Rússia entre os anos de 1991 e 2000 e que, apesar de ser uma canção conhecida e aprovada pelo povo, atualmente é considerada pelos russos que viveram no período pós-soviético como uma melodia que faz recordar os "desastrosos" anos em que Boris Ieltsin estivera no poder, sendo vulgarmente chamada de Canção da Oligarquia.


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