O Curso de Geologia de 85/90 da Universidade de Coimbra escolheu o nome de Geopedrados quando participou na Queima das Fitas.
Ficou a designação, ficaram muitas pessoas com e sobre a capa intemporal deste nome, agora com oportunidade de partilhar as suas ideias, informações e materiais sobre Geologia, Paleontologia, Mineralogia, Vulcanologia/Sismologia, Ambiente, Energia, Biologia, Astronomia, Ensino, Fotografia, Humor, Música, Cultura, Coimbra e AAC, para fins de ensino e educação.
Bennu pode ser um fragmento de um antigo mundo oceânico
Asteroide Bennu
As amostras do asteroide Bennu revelam a presença de uma crosta
de fosfato, numa concentração detetada em mundos oceânicos como a lua
Encélado.
A missão OSIRIS-REx, da NASA, trouxe para a Terra (demasiadas) amostras do asteroide Bennu, que contém a presença de uma crosta de fosfato numa concentração detetada em mundos oceânicos.
“O asteroide Bennu pode ser um fragmento de um antigo mundo oceânico.
Apesar de ser ainda muito especulativo, esta é a melhor pista que tenho
para explicar a origem deste material”, justificou, em comunicado, Dante Lauretta, da Universidade do Arizona.
Uma das primeiras descobertas dos 200 miligramas de amostras que os
cientistas estão a analisar é que o material do asteroide parece “isotopicamentedistinto e diferente de qualquer outra amostra da nossa coleção de meteoritos”.
A maioria dos meteoritos que sofrem uma queda violenta na atmosfera
da Terra e são recuperados são fragmentos de asteróides. Contudo, não é
fácil identificar a rocha espacial de onde se originaram.
As amostras da OSIRIS-REx contêm uma crosta de fosfato nunca antes vista em meteoritos. Altas concentrações de fosfato como estas já foram detetadas anteriormente em mundos oceânicos extraterrestres, como a Lua de Saturno, Encélado, que contém fosfatos em níveis muito mais elevados do que os oceanos terrestres.
As amostras recolhidas no asteroide contêm também quantidades abundantes de água retida em minerais como argilas e são ricas em carbono, azoto, enxofre e fósforo.
As descobertas serão detalhadas, em março, na 55ª Conferência de Ciência Lunar e Planetária em The Woodlands, no Texas.
Dado que as amostras OSIRIS-REx representam o maior reservatório
deste material na Terra, os cientistas estarão, nos próximos tempos, “muito ocupados“.
Entretanto, a OSIRIS-REx já está a caminho de um novo destino - e com um novo nome. A sonda da NASA marcou encontro com o temível Apophis, o “Asteroide do Caos”, e a missão tem agora o nome de OSIRIS-APEX.
A OSIRIS-APEX marcou encontro com Apophis, o “Asteroide do Caos”
A nave espacial a que se dava o nome OSIRIS-REx está numa viagem
com o objetivo de estudar o asteroide Apophis e tirar partido da sua
mais íntima passagem pela Terra em 2029, algo que não acontece desde o
início da história registada.
No final de uma viagem de longo curso, pode ser altura de levantar os
pés e de descansar um pouco - especialmente se foi uma viagem de sete
anos e 6,4 mil milhões de quilómetros para trazer à Terra uma amostra do asteroide Bennu.
Mas a OSIRIS-REx (Origins, Spectral Interpretation,
Resource Identification and Security – Regolith Explorer), a missão da
NASA que alcançou este feito em setembro, já está a caminho de um novo destino. E com um novo nome.
Quando a OSIRIS-REx deixou Bennu
em maio de 2021 com uma amostra a bordo, os seus instrumentos estavam
em ótimo estado e ainda lhe restava um-quarto do combustível.
Assim, em vez de desligar a nave depois de ter entregue a amostra, a equipa propôs enviá-la numa missão bónus ao asteroide Apophis, com chegada prevista para abril de 2029. A NASA concordou e assim nasceu a OSIRIS-APEX (Origins, Spectral Interpretation, Resource Identification, and Security – Apophis Explorer).
Uma oportunidade rara no asteroide Apophis
Depois de considerar vários destinos (incluindo Vénus e vários
cometas), a NASA optou por enviar a nave espacial até Apophis, um asteroide do tipo S feito de materiais de silicato e níquel-ferro - um pouco diferente de Bennu, rico em carbono e do tipo C.
A parte interessante no que toca a Apophis é a sua aproximação excecional ao nosso planeta no dia 13 de abril de 2029.
Embora Apophis não vá colidir com a Terra
durante este encontro nem num futuro previsível, a passagem de 2029
colocará o asteroide a menos de 32.000 quilómetros da superfície - mais
perto do que alguns satélites e perto o suficiente para que possa ser
visível a olho nu no hemisfério oriental.
Os cientistas estimam que asteroides do tamanho de Apophis, com cerca de 340 metros de diâmetro, só se aproximam da Terra uma vez em cada 7500 anos.
“A OSIRIS-APEX estudará Apophis imediatamente após essa passagem,
permitindo-nos ver como a sua superfície muda ao interagir com a
gravidade da Terra”, disse Amy Simon, cientista do projeto da missão, do Centro de Voo Espacial Goddard da NASA, em Greenbelt, estado norte-americano de Maryland.
O encontro próximo de Apophis com a Terra irá alterar a órbita do asteroide e a duração do seu dia de 30,6 horas.
O encontro também pode causar sismos e deslizamentos de terra na superfície do asteroide, que podem agitar o material e revelar o que está por baixo.
“A aproximação é uma grande experiência natural,” disse a investigadora principal da OSIRIS-APEX na Universidade do Arizona, Dani Mendoza DellaGiustina.
“Sabemos que as forças de maré e a acumulação de material em pilhas
de entulho são processos fundamentais que podem desempenhar um papel na
formação dos planetas. Podem informar como passámos de detritos no início do Sistema Solar para planetas completos”.
O asteroide Apophis representa mais do que apenas uma oportunidade
para aprender mais sobre a formação dos sistemas solares e dos planetas:
acontece que a maioria dos asteroides potencialmente perigosos conhecidos (aqueles cujas órbitas se encontram a menos de 4,6 milhões de quilómetros da Terra) são também do tipo S.
O que a equipa descobrir sobre Apophis pode informar a investigação
sobre defesa planetária, uma das principais prioridades da NASA.
Estas
imagens do asteroide Apophis foram obtidas em março de 2021 por antenas
de rádio no complexo Goldstone da DSN (Deep Space Network), na
Califórnia, e pelo GBT (Green Bank Telescope), na Virgínia Ocidental - o
asteroide estava a 17 milhões de quilómetros de distância, e cada pixel
tem uma resolução de 38,75 metros
OSIRIS-APEX: Itinerário da viagem
No dia 2 de abril de 2029 - cerca de duas semanas antes do encontro
próximo de Apophis com a Terra - as câmaras da OSIRIS-APEX começarão a
captar imagens do asteroide à medida que a nave se aproxima dele.
Durante este período, Apophis será também observado de perto por telescópios terrestres.
Para além de estudar as alterações causadas pelo encontro de Apophis
com a Terra, a nave espacial conduzirá muitas das mesmas investigações
que a OSIRIS-REx fez em Bennu, incluindo a utilização do seu conjunto de
câmaras, espetrómetros e um altímetro laser para mapear a superfície e analisar a sua composição química.
Como “encore”, a OSIRIS-APEX repetirá um dos atos mais impressionantes
da OSIRIS-REx (sem contar com a recolha de amostras), mergulhando até
menos de 5 metros da superfície do asteroide e disparando os seus
propulsores em direção à superfície.
Esta manobra irá agitar rochas e poeiras para dar aos cientistas uma espreitadela ao material que se encontra por baixo.
Embora o encontro com Apophis esteja a mais de cinco anos de distância, o próximo marco na sua viagem é a primeira de seis passagens
próximas do Sol. Estas aproximações, juntamente com três assistências
gravitacionais da Terra, colocarão a OSIRIS-APEX na rota para alcançar
Apophis em abril de 2029.
Ainda não se sabe o que a OSIRIS-APEX vai descobrir sobre Apophis,
mas se a encarnação anterior da missão é alguma indicação, está à nossa
frente ciência surpreendente. “Aprendemos muito com Bennu, mas agora
estamos armados com ainda mais perguntas para o nosso próximo alvo”,
disse Simon.
“Bem-vinda a casa”. NASA traz amostras de asteroide para a Terra pela primeira vez
Nave espacial OSIRIS-REx da NASA em visita ao asteroide Bennu
A NASA conseguiu este domingo, pela primeira vez na sua
história, trazer para a Terra uma amostra de um asteroide, que poderá
proporcionar informações únicas sobre a origem da vida e a formação do
sistema solar.
A cápsula da NASA que contém as amostras do asteroide Bennu aterrou às 08.52 locais (15.52 em Lisboa) de 24.09.2023, no deserto de Utah, nos Estados Unidos, pondo fim a uma viagem de sete anos.
Foi a primeira vez que a agência espacial dos Estados
Unidos conseguiu recolher amostras de um asteroide. A Agência de
Exploração Aerospacial do Japão conseguiu recuperar restos de asteroides
em 2020, mas em quantidade mínima.
A missão da NASA, batizada como “Osiris-Rex”, esperava ter recolhido 250 gramas do asteroide Bennu, embora só se saiba com maior certeza quando a cápsula fosse aberta.
Os peritos creem que o asteroide Bennu contém moléculas que remontam à formação do sistema solar,
há 4.500 milhões de anos e que pode dar algumas respostas a questões
que intrigam a humanidade há séculos, como a origem da vida e do próprio
sistema solar.
O asteroide Bennu é o mais perigoso do Sistema Solar. Já não devemos cá estar para o presenciar, mas sempre podemos marcar no calendário: o dia 24 de setembro de 2182 será o dia em que o asteroide Bennu terá maior probabilidade de colidir com a Terra nos próximos 300 anos.
A probabilidade de colisão é de apenas 0.057% – ou
de uma em 11 750. A 24 de setembro de 2182, o Bennu vai ter uma
probabilidade de 0.037% de chocar com a Terra, ou seja, uma em cada
2700. Cálculos anteriores apontavam para uma probabilidade de um em 2700
até ao ano 2200.
A NASA transmitiu em direto a aterragem e o momento
mais emocionante ocorreu quando foi acionado um paraquedas que permitiu
reduzir a velocidade da cápsula e evitar o seu despenhamento no deserto.
“Bem-vinda a casa”, afirmou Noelia González, da equipa de comunicação da NASA, no momento da chegada.
A viagem começou em 2016, quando a sonda
“Osiris-Rex” partiu do centro da NASA em Cabo Canaveral, Flórida. Chegou
a Bennu em 2018 e depois de voar ao redor do asteroide durante dois
anos em busca do melhor local para a recolha de amostras, a nave
aproximou-se da superfície para extrair poeira e pedaços de rochas.
Quando a NASA enviou uma nave para recolher amostras da superfície do asteroide Bennu, em 2020, causou uma explosão e abriu uma cratera de 8 metros de largura ao aterrar.
Um cientista da NASA observou que “as partículas que compõem o
exterior do Bennu são tão soltas, que agem mais como um fluido do que
como um sólido”.
A NASA descreve o asteroide como sendo semelhante às piscinas de bolas
em que as crianças brincam - coloca-se qualquer tensão nas rochas e
pedaços de pó na superfície de Bennu, e elas deslizam facilmente umas
para as outras.
NASA estava “completamente errada” sobre o asteroide Bennu
Em 2020, a NASA enviou uma nave para recolher amostras da
superfície do asteroide Bennu. Ao aterrar, causou uma explosão e abriu
uma cratera de 8 metros de largura.
Um cientista da NASA observou que “as partículas que compõem o exterior
do Bennu são tão soltas, que agem mais como um fluido do que como um
sólido”.
A NASA surpreendeu-se a ela própria quando aterrou uma nave espacial no
asteroide Bennu em 2020 e causou uma explosão que criou uma enorme
cratera no corpo rochoso — mas a experiência de aprendizagem pode ajudar a salvar a Terra, se um asteroide alguma vez ameaçar aniquilar-nos.
Em 2016, a NASA lançou a nave espacial OSIRIS-REx para dar uma vista
de olhos ao asteroide Bennu. Dois anos depois, a nave chegou ao seu
destino e começou a vigiar Bennu, a cerca de 6 quilómetros acima da sua
superfície.
Em 2020, a NASA levou a missão um passo mais longe, enviando a OSIRIS-REx à superfície do asteroide para recolher uma amostra — algo que nenhuma nave espacial da NASA tinha feito antes, segundo a Big Think.
Para essa parte da missão, o OSIRIS-REx aterrou na superfície do
asteroide e mandou um sopro de gás. Em seguida, captou um pouco do
material deslocado pelo gás antes de disparar os seus propulsores para
se afastar de Bennu.
O plano funcionou, mas nas simulações do asteroide feitas pela NASA, o
processo deveria ter deixado o mais pequeno desnível na superfície. A
missão real criou uma explosão de destroços e uma cratera de 8 metros de largura no local de aterragem.
“Esperávamos que a superfície fosse bastante rígida”, contou Dante Lauretta, investigador principal do OSIRIS-REx, ao Space.com.
“Vimos uma parede gigante de detritos a voar para longe do local da amostra. Para os operadores de naves espaciais, foi realmente assustador“, acrescentou Lauretta.
Com base nos dados da missão e de uma análise do local de aterragem,
os investigadores determinaram que a superfície do asteroide Bennu está
tão solta, que o OSIRIS-REx teria continuado a afundar-se nele se não
tivesse disparado os seus propulsores dentro do prazo previsto.
A NASA descreve o asteroide como sendo semelhante às piscinas de
bolas em que as crianças brincam — coloca-se qualquer tensão nas rochas e
pedaços de pó na superfície de Bennu, e elas deslizam facilmente umas
para as outras.
“As nossas expectativas sobre a superfície do asteroide estavam completamente erradas”, sublinhou o investigador principal da missão.
“Acontece que as partículas que compõem o exterior do Bennu são tão
soltas, que agem mais como um fluido do que como um sólido”, concluiu
Lauretta.
Os investigadores utilizaram agora os dados da missão OSIRIS-REx para
recalcular as propriedades de Bennu, detalhando o que aprenderam em
dois estudos, publicados em julho na revista Science e na Science Advances.
Esta experiência pode ajudar os cientistas a interpretar com precisão
dados remotos sobre outros asteroides - algo extremamente importante se
alguma vez nos virmos confrontados com um impacto de asteroides e
precisarmos de lançar uma missão para desviar ou destruir a ameaçadora rocha espacial.