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quarta-feira, julho 17, 2024

Há novidades sobre o asteroide Bennu

Bennu pode ser um fragmento de um antigo mundo oceânico

 

Asteroide Bennu

 

As amostras do asteroide Bennu revelam a presença de uma crosta de fosfato, numa concentração detetada em mundos oceânicos como a lua Encélado.

A missão OSIRIS-REx, da NASA, trouxe para a Terra (demasiadas) amostras do asteroide Bennu, que contém a presença de uma crosta de fosfato numa concentração detetada em mundos oceânicos.

“O asteroide Bennu pode ser um fragmento de um antigo mundo oceânico. Apesar de ser ainda muito especulativo, esta é a melhor pista que tenho para explicar a origem deste material”, justificou, em comunicado, Dante Lauretta, da Universidade do Arizona.

Uma das primeiras descobertas dos 200 miligramas de amostras que os cientistas estão a analisar é que o material do asteroide parece “isotopicamente distinto e diferente de qualquer outra amostra da nossa coleção de meteoritos”.

A maioria dos meteoritos que sofrem uma queda violenta na atmosfera da Terra e são recuperados são fragmentos de asteróides. Contudo, não é fácil identificar a rocha espacial de onde se originaram.

As amostras da OSIRIS-REx contêm uma crosta de fosfato nunca antes vista em meteoritos. Altas concentrações de fosfato como estas já foram detetadas anteriormente em mundos oceânicos extraterrestres, como a Lua de Saturno, Encélado, que contém fosfatos em níveis muito mais elevados do que os oceanos terrestres.

As amostras recolhidas no asteroide contêm também quantidades abundantes de água retida em minerais como argilas e são ricas em carbono, azoto, enxofre e fósforo.

As descobertas serão detalhadas, em março, na 55ª Conferência de Ciência Lunar e Planetária em The Woodlands, no Texas.

Dado que as amostras OSIRIS-REx representam o maior reservatório deste material na Terra, os cientistas estarão, nos próximos tempos, “muito ocupados“.

Entretanto, a OSIRIS-REx já está a caminho de um novo destino - e com um novo nome. A sonda da NASA marcou encontro com o temível Apophis, o “Asteroide do Caos”, e a missão tem agora o nome de OSIRIS-APEX.

 


in ZAP

quinta-feira, abril 18, 2024

A longa viagem de uma sonda espacial para nos dar a conhecer um asteroide perigoso...

A OSIRIS-APEX marcou encontro com Apophis, o “Asteroide do Caos”

 

 

A nave espacial a que se dava o nome OSIRIS-REx está numa viagem com o objetivo de estudar o asteroide Apophis e tirar partido da sua mais íntima passagem pela Terra em 2029, algo que não acontece desde o início da história registada.

No final de uma viagem de longo curso, pode ser altura de levantar os pés e de descansar um pouco - especialmente se foi uma viagem de sete anos e 6,4 mil milhões de quilómetros para trazer à Terra uma amostra do asteroide Bennu.

Mas a OSIRIS-REx (Origins, Spectral Interpretation, Resource Identification and Security – Regolith Explorer), a missão da NASA que alcançou este feito em setembro, já está a caminho de um novo destino. E com um novo nome.

Quando a OSIRIS-REx deixou Bennu em maio de 2021 com uma amostra a bordo, os seus instrumentos estavam em ótimo estado e ainda lhe restava um-quarto do combustível.

Assim, em vez de desligar a nave depois de ter entregue a amostra, a equipa propôs enviá-la numa missão bónus ao asteroide Apophis, com chegada prevista para abril de 2029. A NASA concordou e assim nasceu a OSIRIS-APEX (Origins, Spectral Interpretation, Resource Identification, and Security – Apophis Explorer).

 

Uma oportunidade rara no asteroide Apophis

Depois de considerar vários destinos (incluindo Vénus e vários cometas), a NASA optou por enviar a nave espacial até Apophis, um asteroide do tipo S feito de materiais de silicato e níquel-ferro - um pouco diferente de Bennu, rico em carbono e do tipo C.

A parte interessante no que toca a Apophis é a sua aproximação excecional ao nosso planeta no dia 13 de abril de 2029.

Embora Apophis não vá colidir com a Terra durante este encontro nem num futuro previsível, a passagem de 2029 colocará o asteroide a menos de 32.000 quilómetros da superfície - mais perto do que alguns satélites e perto o suficiente para que possa ser visível a olho nu no hemisfério oriental.

Os cientistas estimam que asteroides do tamanho de Apophis, com cerca de 340 metros de diâmetro, só se aproximam da Terra uma vez em cada 7500 anos.

“A OSIRIS-APEX estudará Apophis imediatamente após essa passagem, permitindo-nos ver como a sua superfície muda ao interagir com a gravidade da Terra”, disse Amy Simon, cientista do projeto da missão, do Centro de Voo Espacial Goddard da NASA, em Greenbelt, estado norte-americano de Maryland.

O encontro próximo de Apophis com a Terra irá alterar a órbita do asteroide e a duração do seu dia de 30,6 horas.

O encontro também pode causar sismos e deslizamentos de terra na superfície do asteroide, que podem agitar o material e revelar o que está por baixo.

“A aproximação é uma grande experiência natural,” disse a investigadora principal da OSIRIS-APEX na Universidade do Arizona, Dani Mendoza DellaGiustina.

“Sabemos que as forças de maré e a acumulação de material em pilhas de entulho são processos fundamentais que podem desempenhar um papel na formação dos planetas. Podem informar como passámos de detritos no início do Sistema Solar para planetas completos”.

O asteroide Apophis representa mais do que apenas uma oportunidade para aprender mais sobre a formação dos sistemas solares e dos planetas: acontece que a maioria dos asteroides potencialmente perigosos conhecidos (aqueles cujas órbitas se encontram a menos de 4,6 milhões de quilómetros da Terra) são também do tipo S.

O que a equipa descobrir sobre Apophis pode informar a investigação sobre defesa planetária, uma das principais prioridades da NASA.


 

Estas imagens do asteroide Apophis foram obtidas em março de 2021 por antenas de rádio no complexo Goldstone da DSN (Deep Space Network), na Califórnia, e pelo GBT (Green Bank Telescope), na Virgínia Ocidental - o asteroide estava a 17 milhões de quilómetros de distância, e cada pixel tem uma resolução de 38,75 metros

 

OSIRIS-APEX: Itinerário da viagem

No dia 2 de abril de 2029 - cerca de duas semanas antes do encontro próximo de Apophis com a Terra - as câmaras da OSIRIS-APEX começarão a captar imagens do asteroide à medida que a nave se aproxima dele. Durante este período, Apophis será também observado de perto por telescópios terrestres.

Para além de estudar as alterações causadas pelo encontro de Apophis com a Terra, a nave espacial conduzirá muitas das mesmas investigações que a OSIRIS-REx fez em Bennu, incluindo a utilização do seu conjunto de câmaras, espetrómetros e um altímetro laser para mapear a superfície e analisar a sua composição química.

Como “encore”, a OSIRIS-APEX repetirá um dos atos mais impressionantes da OSIRIS-REx (sem contar com a recolha de amostras), mergulhando até menos de 5 metros da superfície do asteroide e disparando os seus propulsores em direção à superfície.

Esta manobra irá agitar rochas e poeiras para dar aos cientistas uma espreitadela ao material que se encontra por baixo.

Embora o encontro com Apophis esteja a mais de cinco anos de distância, o próximo marco na sua viagem é a primeira de seis passagens próximas do Sol. Estas aproximações, juntamente com três assistências gravitacionais da Terra, colocarão a OSIRIS-APEX na rota para alcançar Apophis em abril de 2029.

Ainda não se sabe o que a OSIRIS-APEX vai descobrir sobre Apophis, mas se a encarnação anterior da missão é alguma indicação, está à nossa frente ciência surpreendente. “Aprendemos muito com Bennu, mas agora estamos armados com ainda mais perguntas para o nosso próximo alvo”, disse Simon.

 

in ZAP

sábado, fevereiro 03, 2024

Notícia interessante sobre asteroide, com pistas sobre a formação e evolução do Sistema Solar...

“Bem-vinda a casa”. NASA traz amostras de asteroide para a Terra pela primeira vez

 

Nave espacial OSIRIS-REx da NASA em visita ao asteroide Bennu

 

A NASA conseguiu este domingo, pela primeira vez na sua história, trazer para a Terra uma amostra de um asteroide, que poderá proporcionar informações únicas sobre a origem da vida e a formação do sistema solar.

A cápsula da NASA que contém as amostras do asteroide Bennu aterrou às 08.52 locais (15.52 em Lisboa) de 24.09.2023, no deserto de Utah, nos Estados Unidos, pondo fim a uma viagem de sete anos.

Foi a primeira vez que a agência espacial dos Estados Unidos conseguiu recolher amostras de um asteroide. A Agência de Exploração Aerospacial do Japão conseguiu recuperar restos de asteroides em 2020, mas em quantidade mínima.

A missão da NASA, batizada como “Osiris-Rex”, esperava ter recolhido 250 gramas do asteroide Bennu, embora só se saiba com maior certeza quando a cápsula fosse aberta.

Os peritos creem que o asteroide Bennu contém moléculas que remontam à formação do sistema solar, há 4.500 milhões de anos e que pode dar algumas respostas a questões que intrigam a humanidade há séculos, como a origem da vida e do próprio sistema solar.

O asteroide Bennu é o mais perigoso do Sistema Solar. Já não devemos cá estar para o presenciar, mas sempre podemos marcar no calendário: o dia 24 de setembro de 2182 será o dia em que o asteroide Bennu terá maior probabilidade de colidir com a Terra nos próximos 300 anos.

A probabilidade de colisão é de apenas 0.057% – ou de uma em 11 750. A 24 de setembro de 2182, o Bennu vai ter uma probabilidade de 0.037% de chocar com a Terra, ou seja, uma em cada 2700. Cálculos anteriores apontavam para uma probabilidade de um em 2700 até ao ano 2200.

A NASA transmitiu em direto a aterragem e o momento mais emocionante ocorreu quando foi acionado um paraquedas que permitiu reduzir a velocidade da cápsula e evitar o seu despenhamento no deserto.

“Bem-vinda a casa”, afirmou Noelia González, da equipa de comunicação da NASA, no momento da chegada.

 

 

A viagem começou em 2016, quando a sonda “Osiris-Rex” partiu do centro da NASA em Cabo Canaveral, Flórida. Chegou a Bennu em 2018 e depois de voar ao redor do asteroide durante dois anos em busca do melhor local para a recolha de amostras, a nave aproximou-se da superfície para extrair poeira e pedaços de rochas.

Quando a NASA enviou uma nave para recolher amostras da superfície do asteroide Bennu, em 2020, causou uma explosão e abriu uma cratera de 8 metros de largura ao aterrar.

Um cientista da NASA observou que “as partículas que compõem o exterior do Bennu são tão soltas, que agem mais como um fluido do que como um sólido”.

A NASA descreve o asteroide como sendo semelhante às piscinas de bolas em que as crianças brincam - coloca-se qualquer tensão nas rochas e pedaços de pó na superfície de Bennu, e elas deslizam facilmente umas para as outras.

 

 

in ZAP

terça-feira, agosto 09, 2022

Notícia interessante sobre asteroides...

NASA estava “completamente errada” sobre o asteroide Bennu

   

   

Em 2020, a NASA enviou uma nave para recolher amostras da superfície do asteroide Bennu. Ao aterrar, causou uma explosão e abriu uma cratera de 8 metros de largura.

Um cientista da NASA observou que “as partículas que compõem o exterior do Bennu são tão soltas, que agem mais como um fluido do que como um sólido”.

A NASA surpreendeu-se a ela própria quando aterrou uma nave espacial no asteroide Bennu em 2020 e causou uma explosão que criou uma enorme cratera no corpo rochoso — mas a experiência de aprendizagem pode ajudar a salvar a Terra, se um asteroide alguma vez ameaçar aniquilar-nos.

Em 2016, a NASA lançou a nave espacial OSIRIS-REx para dar uma vista de olhos ao asteroide Bennu. Dois anos depois, a nave chegou ao seu destino e começou a vigiar Bennu, a cerca de 6 quilómetros acima da sua superfície.

Em 2020, a NASA levou a missão um passo mais longe, enviando a OSIRIS-REx à superfície do asteroide para recolher uma amostra — algo que nenhuma nave espacial da NASA tinha feito antes, segundo a Big Think.

Para essa parte da missão, o OSIRIS-REx aterrou na superfície do asteroide e mandou um sopro de gás. Em seguida, captou um pouco do material deslocado pelo gás antes de disparar os seus propulsores para se afastar de Bennu.

O plano funcionou, mas nas simulações do asteroide feitas pela NASA, o processo deveria ter deixado o mais pequeno desnível na superfície. A missão real criou uma explosão de destroços e uma cratera de 8 metros de largura no local de aterragem.

“Esperávamos que a superfície fosse bastante rígida”, contou Dante Lauretta, investigador principal do OSIRIS-REx, ao Space.com.

“Vimos uma parede gigante de detritos a voar para longe do local da amostra. Para os operadores de naves espaciais, foi realmente assustador“, acrescentou Lauretta.

Com base nos dados da missão e de uma análise do local de aterragem, os investigadores determinaram que a superfície do asteroide Bennu está tão solta, que o OSIRIS-REx teria continuado a afundar-se nele se não tivesse disparado os seus propulsores dentro do prazo previsto.

A NASA descreve o asteroide como sendo semelhante às piscinas de bolas em que as crianças brincam — coloca-se qualquer tensão nas rochas e pedaços de pó na superfície de Bennu, e elas deslizam facilmente umas para as outras.

“As nossas expectativas sobre a superfície do asteroide estavam completamente erradas”, sublinhou o investigador principal da missão.

“Acontece que as partículas que compõem o exterior do Bennu são tão soltas, que agem mais como um fluido do que como um sólido”, concluiu Lauretta.

Os investigadores utilizaram agora os dados da missão OSIRIS-REx para recalcular as propriedades de Bennu, detalhando o que aprenderam em dois estudos, publicados em julho na revista Science e na Science Advances.

   

    

Esta experiência pode ajudar os cientistas a interpretar com precisão dados remotos sobre outros asteroides - algo extremamente importante se alguma vez nos virmos confrontados com um impacto de asteroides e precisarmos de lançar uma missão para desviar ou destruir a ameaçadora rocha espacial.

 

in ZAP