A evacuação em Dunquerque
A
Batalha de Dunquerque (em
francês:
Bataille de Dunkerque) foi uma batalha durante a
Segunda Guerra Mundial que durou de
25 de maio a
4 de junho de
1940. Uma enorme força britânica e francesa ficou encurralada por uma divisão
Panzer alemã a nordeste da
França e entre o canal costeiro de
Calais. Mais de 300.000 soldados aliados foram evacuados por via marítima.
História
Após a
Guerra de Mentira, a
Batalha de França começou a
11 de maio de
1940. As divisões
alemãs blindadas avançaram rapidamente através da região das
Ardenas movendo-se para norte. A
leste as forças de infantaria alemãs invadiram e conquistaram os
Países Baixos e avançaram rapidamente através da
Bélgica, ficando as forças combinadas
britânicas,
francesas e belgas dividas em
Armentières. As forças alemãs moveram-se então para norte para capturar
Calais,
cercando um grande número de soldados aliados contra a costa na
fronteira franco-belga. Tornou-se de imediato claro para os britânicos
que a batalha tinha sido perdida e que a pergunta agora era quantos
soldados aliados podiam ser removidos num modo relativamente seguro para
a
Inglaterra antes da sua resistência a ser quebrada.
Cenas do resgate em Dunquerque
Evacuação de Dunquerque,
Milagre de Dunquerque ou
Operação Dínamo, foi uma notável operação militar da
Segunda Guerra Mundial. Quase trezentos e quarenta mil soldados
aliados foram evacuados sob intenso bombardeio, entre 26 de maio e 4 de junho, da cidade francesa de
Dunquerque até a cidade inglesa de
Dover. Um desastre decorrente da
invasão da França pela forças nazis em 10 de maio de 1940, que avançou rapidamente devido a falta de efetiva resistência aliada.
Comandada pelo
vice-almirante Bertram Ramsay, a intenção inicial era evacuar cerca de 45 mil homens da
Força Expedicionária Britânica em dois dias, mas, em breve, o objetivo foi alterado para resgatar 120 mil homens em cinco dias.
Os exércitos britânicos, francês e belga, desdobrados ao longo de uma frente de 250 Km, curvados para dentro do
Canal da Mancha,
estavam cercados pelos alemães. E as tropas exaustas, empurradas
constantemente para trás pelo Panzers inimigos, apertavam nervosamente
as armas e esperavam em silencioso terror. A retirada era inevitável. De
facto, na manhã de
26 de maio de
1940,
Anthony Eden,
Ministro da Guerra, havia autorizado um recuo geral para a costa, mas o
General John Vereker, 6º Visconde de Gort, o franco e vigoroso
Comandante-chefe da Força Expedicionária Britânica, na
França, tinha as suas dúvidas.
A perspetiva da derrota viera com surpreendente e terrível rapidez.
Durante oito meses, muitos dos 390.000 homens do exército de Lord Gort
tinham desfrutado de uma boa vida. Iludidos de que a
Linha Maginot,
com seus 400 Km para o sul, era inexpugnável, haviam construído 400
casamatas de concreto armado, cavado trincheiras e fossos antitanques
nos moldes semelhantes àqueles da
Primeira Guerra Mundial, à espera dos alemães. Subitamente, em
10 de maio, dez divisões blindadas alemãs e 117 divisões de infantaria irromperam pela neutra
Holanda, esmagando suas defesas, sucedendo-se o mesmo com a
Bélgica e com o
Luxemburgo, também neutros. Pouco depois sete divisões rompiam as linhas do exército francês em
Sedan, atravessando facilmente as florestas e as colinas das
Ardenas.
Os ingleses acorreram em socorro, atravessando a Bélgica com a
expectativa de realização de grandes feitos, porém a campanha se revelou
um pesadelo e a posição aliada se tornou insustentável.
A partir da ordem de Sir Eden, originou-se um deslocamento de tropas
sem precedentes até então. Milhares de soldados, sob fogo cerrado das
divisões alemães, deslocaram-se ao longo desta linha em direção ao mar. A
retirada de um número tão grande de soldados e equipamentos era, por si
só, uma tarefa monumental, sob ataque pesado do inimigo então era algo
que se mostrava surreal. Acompanhando a esta movimentação estava a
temível
Luftwaffe em todo seu esplendor, que praticamente sem resistência no ar, bombardeava sem pudor nenhum as tropas em retirada.
O erro alemão
A retirada só foi efetivada devido a um erro estratégico, cuja
motivação é desconhecida, sendo até hoje um mistério para os
historiadores da
Segunda Guerra Mundial.
A evacuação, mesmo de uma pequena parte da Força Expedicionária Britânica, constituiria um fato surpreendente, pois
Dunquerque só se manteve graças a uma inexplicável reviravolta na estratégia alemã. Em
23 de maio, quando os seus tanques já se encontravam a 20 km de Dunquerque, o então General
Gerd von Rundstedt, baixou um ordem :
"Deter-se na linha do Canal A e instalar-se".
Ao contrário dos audazes comandantes das divisões Panzers, como
Rommel,
o prudente Rundstedt, de 65 anos, não aceitava o novo conceito no
emprego de tanques. Mais de uma vez durante a Campanha das Ardenas,
havia ordenado várias paragens, com receio de que as Divisões Blindadas
se distanciassem muito das tropas de infantaria, que viriam logo atrás,
para apoio e consolidação do terreno. Somado a isto, o seu entendimento
era de que a planície pantanosa do
Flandres não era propícia ao emprego de blindados, o que poderia atolar os
Panzers e prejudicar o plano original, que era a ação sobre o coração da
França.
Em
28 de maio,
além das embarcações a ajudar na operação, foram chamados mais dez
contratorpedeiros que tentaram naquela manhã uma nova operação de
resgate. Vários milhares acabaram por ser resgatados, embora os
contratorpedeiros não puderam se aproximar o necessário da praia. Outras
operações de resgate no resto do dia 28 tiveram mais sucesso, tendo
resgatado mais 16.000 homens, mas as operações aéreas alemãs aumentaram e
várias embarcações foram afundadas ou bastante danificadas, incluindo
nove contratorpedeiros. Durante a Operação Dínamo, a
RAF perdeu 177 aviões e a
Luftwaffe 132, sobre Dunquerque.
Em
29 de maio,
a divisão Panzer alemã, que se aproximava, parou em Dunquerque, deixando
assim o resto da batalha para a infantaria e força aérea. Na tarde do
dia 30, um outro grande grupo de embarcações menores conseguiu resgatar
30 mil homens. No dia
31 de maio, as forças aliadas estavam comprimidas num espaço de 5 km desde
De Panne,
Bray-Dunes a
Dunquerque; nesse dia mais de 68 mil soldados foram evacuados, e outros 10 mil, durante a noite. Em
1 de junho, outros 65
.000 foram resgatados e as operações continuaram até
4 de junho.
Um total de cinco nações fizeram parte da evacuação de Dunquerque:
Reino Unido,
França,
Bélgica,
Países Baixos e
Polónia.
Tropas evacuadas
Data |
Nas praias |
No porto de Dunquerque |
Total |
27 maio |
- |
7.669 |
7.669 |
28 maio |
5.930 |
11.874 |
17.804 |
29 maio |
13.752 |
33.558 |
47.310 |
30 maio |
29.512 |
24.311 |
53.823 |
31 maio |
22.942 |
45.072 |
68.014 |
1 junho |
17.348 |
47.081 |
64.429 |
2 junho |
6.695 |
19.561 |
26.256 |
3 junho |
1.870 |
24.876 |
26.746 |
4 junho |
622 |
25.553 |
26.175 |
Totais |
98.780 |
239.446 |
338.226 |