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quinta-feira, novembro 07, 2024

Richard Sorge foi enforcado há oitenta anos...

   

Richard Sorge (Sabunchi, Baku, 4 de outubro, 1895 - Tóquio, 7 de novembro, 1944) foi um jornalista alemão e um espião para a União Soviética no Japão antes e durante a Segunda Guerra Mundial. O nome de código na KGB do grupo deste espião era "Ramsay".

   
Biografia
Sorge nasceu em Sabunchi, uma comuna da aglomeração de Baku, no Azerbaijão, que então fazia parte do Império Russo. Era um dos nove filhos do engenheiro alemão Wilhelm Sorge e da sua esposa russa, Nina. A família mudou-se para a Alemanha quando ele tinha 3 anos. O seu tio tinha sido um secretário de Karl Marx.
Em outubro de 1914, Sorge voluntariou-se para combater na Primeira Guerra Mundial. Entrando para um batalhão de artilharia. Durante o serviço foi gravemente ferido quando, em março de 1916, fragmentos de projéteis de artilharia feriram-lhe ambas as pernas. Foi promovido a cabo, recebeu uma Cruz de Ferro e foi enviado para casa.
Em 1925, instala-se em Moscovo e torna-se membro do Partido Comunista Soviético. Em 1930, é enviado para a China, pelo serviço de espionagem do Exército Vermelho. Ao longo de três anos de estadia no país, ganha reputação como jornalista independente e familiariza-se com a Ásia.
Em 1933, os dirigentes soviéticos, interessados em conhecer melhor as intenções do governo japonês, enviam Sorge para o Japão, país que havia vencido a Rússia na Guerra Russo-Japonesa (1904-1905). A sua missão era simples mas fulcral: descobrir se os japoneses tinham a intenção de cumprir com o Pacto Anti-Komintern e atacar a Rússia. Além disso, Sorge deveria aproveitar a oportunidade para reunir informações sobre as relações entre o Japão e a Alemanha e também sobre a indústria pesada e o exército japoneses.
Sorge, com uma brilhante reputação como jornalista do Frankfurter Zeitung, rapidamente tornou-se amigo próximo e confidente do general Eugen Ott, que seria o futuro embaixador alemão em Tóquio. Ao mesmo tempo, era amante da mulher do militar. Para a nomeação de Ott como embaixador no Japão, a ajuda de Sorge foi fundamental. Com o apoio de sua vasta biblioteca sobre o país, forneceu grande quantidade de informação a Ott, auxiliando-o também nas análise do material.
Hedonista, amante de mulheres e bebidas fortes, Sorge passava despercebido aos serviços de contra-espionagem japoneses, não deixando perceber que, por sob a aparência do herói de guerra alemão, estaria um eficiente espião soviético. Recluso no Japão, após recusar-se a regressar à Alemanha - cumprindo ordens de Estaline -, em 1937 Sorge passa informações da maior importância a Moscovo, tais como a data do início da Operação Barbarossa - desacreditada por Estaline - e, principalmente, a de que o Japão não atacaria a URSS, o que permitiu o reposicionamento dos exércitos russos que se encontravam na fronteira com o Japão para oeste, o que possibilitou deter, em Estalingrado, a operação alemã de invasão da URSS.
Ozaki Hozumi, um jornalista japonês do Asahi Shimbun que trabalhava para Sorge, foi preso no dia 14 de outubro de 1941. Interrogado, acabou entregando Sorge, que foi preso a 18 de outubro de 1941, em Tóquio, e posteriormente encarcerado na prisão de Sugamo. Inicialmente, os japoneses pensaram que, devido à sua condição de membro do Partido Nazi e pelos seus laços com a Alemanha, Sorge fosse um  agente da Abwehr, o que a Abwehr negou. Mesmo sob tortura, Sorge negou os seus vínculos com os soviéticos.
No dia 7 de novembro de 1944 - ironicamente o dia da Revolução de Outubro, o feriado mais importante da URSS - ambos os prisioneiros são enforcados. Os japoneses chegaram a fazer três ofertas de negociação aos soviéticos, oferecendo a troca de Sorge por um dos seus espiões. Contudo, os soviéticos recusaram negociar, alegando que Sorge era um desconhecido para eles. Muito provavelmente isto ocorreu devido ao receio de Estaline de que se soubesse que havia ignorado os avisos de Sorge sobre a Operação Barbarossa. Assim, a contribuição de Richard Sorge permaneceu ignorada durante duas décadas, até que, em 1964, recebeu o título de Herói da União Soviética, sendo erguidos monumentos em sua homenagem, em Baku  e em pleno centro de Moscovo.
Foi sepultado no Cemitério de Tama, em Fuchū (Tóquio).
    

sexta-feira, outubro 04, 2024

Richard Sorge, o espião soviético que Estaline abandonou, nasceu há 129 anos


        
Richard Sorge (Sabunchi, Baku, 4 de outubro de 1895 - Tóquio, 7 de novembro de 1944) foi um jornalista alemão e um espião da União Soviética no Japão, antes e durante a Segunda Guerra Mundial. O nome de código na KGB do grupo deste espião era "Ramsay".
       
(...)
      
Em 1933, dirigentes soviéticos, interessados em conhecer melhor as intenções do governo japonês, enviam Sorge para o Japão, país que havia vencido a Rússia uma vez - na Guerra Russo-Japonesa (1904-1905). A sua missão era simples mas fulcral: descobrir se os japoneses tinham a intenção de cumprir com o Pacto Anti-Komintern e atacar a Rússia. Além disso, Sorge deveria aproveitar a oportunidade para reunir informações sobre as relações entre o Japão e a Alemanha e também sobre a indústria pesada e o exército japoneses.
Sorge, com uma brilhante reputação como jornalista do Frankfurter Zeitung, rapidamente tornou-se amigo próximo e confidente do general Eugen Ott, que seria o futuro embaixador alemão em Tóquio. Ao mesmo tempo, era amante da mulher do militar. Para a nomeação de Ott como embaixador no Japão a ajuda de Sorge foi fundamental. Com o apoio de sua vasta biblioteca sobre o país, forneceu grande quantidade de informação a Ott, auxiliando-o também nas análise do material.
Hedonista, amante de mulheres e bebidas fortes, Sorge passava despercebido aos serviços de contra-espionagem japoneses, não deixando perceber que, por sob a aparência do herói de guerra alemão, estaria um eficiente espião soviético. Recluso no Japão, após recusar-se a regressar à Alemanha - cumprindo ordens de Estaline -, em 1937 Sorge passa informações da maior importância a Moscovo, tais como a data do início da Operação Barbarossa - desacreditada por Estaline - e, principalmente, a de que o Japão não atacaria a URSS, o que permitiu o reposicionamento dos exércitos russos que se encontravam na fronteira com o Japão para oeste, o que possibilitou deter, em Estalingrado, a operação alemã de invasão da URSS.
Ozaki Hozumi, um jornalista japonês do Asahi Shimbun que trabalhava para Sorge, foi preso no dia 14 de outubro de 1941. Interrogado, acabou entregando Sorge, que foi preso a 18 de outubro de 1941, em Tóquio, e posteriormente encarcerado na prisão de Sugamo. Inicialmente, os japoneses pensaram que, devido à sua condição de membro do Partido Nazi e pelos seus laços com a Alemanha, Sorge fosse um  agente da Abwehr, o que a Abwehr negou. Mesmo sob tortura, Sorge negou os seus vínculos com os soviéticos.
No dia 7 de novembro de 1944 - ironicamente o dia da Revolução de Outubro, o feriado mais importante na URSS - ambos os prisioneiros são enforcados. Os japoneses chegaram a fazer três ofertas de negociação aos soviéticos, oferecendo a troca de Sorge por um dos seus espiões. Contudo, os soviéticos recusaram-se a negociar, alegando que Sorge lhes era desconhecido, muito provavelmente devido ao receio de Estaline de que se soubesse que havia ignorado os avisos de Sorge sobre a Operação Barbarossa. Assim, a contribuição de Richard Sorge permaneceu ignorada durante duas décadas, até que, em 1964, recebeu, postumamente, o título de Herói da União Soviética, sendo erguidos monumentos em sua homenagem em Baku e no centro de Moscovo.
Encontra-se sepultado no Cemitério de Tama, em Fuchū (Tóquio).
    
Selo postal soviético de homenagem a Richard Sorge
   

terça-feira, novembro 07, 2023

O espião Richard Sorge foi enforcado há 79 anos...

   

Richard Sorge (Sabunchi, Baku, 4 de outubro, 1895 - Tóquio, 7 de novembro, 1944) foi um jornalista alemão e um espião para a União Soviética no Japão antes e durante a Segunda Guerra Mundial. O nome de código na KGB do grupo deste espião era "Ramsay".

   
Biografia
Sorge nasceu em Sabunchi, uma comuna da aglomeração de Baku, no Azerbaijão, que então fazia parte do Império Russo. Era um dos nove filhos do engenheiro alemão Wilhelm Sorge e da sua esposa russa, Nina. A família mudou-se para a Alemanha quando ele tinha 3 anos. O seu tio tinha sido um secretário de Karl Marx.
Em outubro de 1914, Sorge voluntariou-se para combater na Primeira Guerra Mundial. Entrando para um batalhão de artilharia. Durante o serviço foi gravemente ferido quando, em março de 1916, fragmentos de projéteis de artilharia feriram-lhe ambas as pernas. Foi promovido a cabo, recebeu uma Cruz de Ferro e foi enviado para casa.
Em 1925, instala-se em Moscovo e torna-se membro do Partido Comunista Soviético. Em 1930, é enviado para a China, pelo serviço de espionagem do Exército Vermelho. Ao longo de três anos de estadia no país, ganha reputação como jornalista independente e familiariza-se com a Ásia.
Em 1933, os dirigentes soviéticos, interessados em conhecer melhor as intenções do governo japonês, enviam Sorge para o Japão, país que havia vencido a Rússia na Guerra Russo-Japonesa (1904-1905). A sua missão era simples mas fulcral: descobrir se os japoneses tinham a intenção de cumprir com o Pacto Anti-Komintern e atacar a Rússia. Além disso, Sorge deveria aproveitar a oportunidade para reunir informações sobre as relações entre o Japão e a Alemanha e também sobre a indústria pesada e o exército japoneses.
Sorge, com uma brilhante reputação como jornalista do Frankfurter Zeitung, rapidamente tornou-se amigo próximo e confidente do general Eugen Ott, que seria o futuro embaixador alemão em Tóquio. Ao mesmo tempo, era amante da mulher do militar. Para a nomeação de Ott como embaixador no Japão, a ajuda de Sorge foi fundamental. Com o apoio de sua vasta biblioteca sobre o país, forneceu grande quantidade de informação a Ott, auxiliando-o também nas análise do material.
Hedonista, amante de mulheres e bebidas fortes, Sorge passava despercebido aos serviços de contra-espionagem japoneses, não deixando perceber que, por sob a aparência do herói de guerra alemão, estaria um eficiente espião soviético. Recluso no Japão, após recusar-se a regressar à Alemanha - cumprindo ordens de Estaline -, em 1937 Sorge passa informações da maior importância a Moscovo, tais como a data do início da Operação Barbarossa - desacreditada por Estaline - e, principalmente, a de que o Japão não atacaria a URSS, o que permitiu o reposicionamento dos exércitos russos que se encontravam na fronteira com o Japão para oeste, o que possibilitou deter, em Estalingrado, a operação alemã de invasão da URSS.
Ozaki Hozumi, um jornalista japonês do Asahi Shimbun que trabalhava para Sorge, foi preso no dia 14 de outubro de 1941. Interrogado, acabou entregando Sorge, que foi preso a 18 de outubro de 1941, em Tóquio, e posteriormente encarcerado na prisão de Sugamo. Inicialmente, os japoneses pensaram que, devido à sua condição de membro do Partido Nazi e pelos seus laços com a Alemanha, Sorge fosse um  agente da Abwehr, o que a Abwehr negou. Mesmo sob tortura, Sorge negou os seus vínculos com os soviéticos.
No dia 7 de novembro de 1944 - ironicamente o dia da Revolução de Outubro, o feriado mais importante da URSS - ambos os prisioneiros são enforcados. Os japoneses chegaram a fazer três ofertas de negociação aos soviéticos, oferecendo a troca de Sorge por um dos seus espiões. Contudo, os soviéticos recusaram negociar, alegando que Sorge era um desconhecido para eles. Muito provavelmente isto ocorreu devido ao receio de Estaline de que se soubesse que havia ignorado os avisos de Sorge sobre a Operação Barbarossa. Assim, a contribuição de Richard Sorge permaneceu ignorada durante duas décadas, até que, em 1964, recebeu o título de Herói da União Soviética, sendo erguidos monumentos em sua homenagem, em Baku  e em pleno centro de Moscovo.
Foi sepultado no Cemitério de Tama, em Fuchū (Tóquio).
    

quarta-feira, outubro 04, 2023

O espião soviético Richard Sorge nasceu há 128 anos


        
Richard Sorge (Sabunchi, Baku, 4 de outubro de 1895 - Tóquio, 7 de novembro de 1944) foi um jornalista alemão e um espião da União Soviética no Japão, antes e durante a Segunda Guerra Mundial. O nome de código na KGB do grupo deste espião era "Ramsay".
       
(...)
      
Em 1933, dirigentes soviéticos, interessados em conhecer melhor as intenções do governo japonês, enviam Sorge para o Japão, país que havia vencido a Rússia uma vez - na Guerra Russo-Japonesa (1904-1905). A sua missão era simples mas fulcral: descobrir se os japoneses tinham a intenção de cumprir com o Pacto Anti-Komintern e atacar a Rússia. Além disso, Sorge deveria aproveitar a oportunidade para reunir informações sobre as relações entre o Japão e a Alemanha e também sobre a indústria pesada e o exército japoneses.
Sorge, com uma brilhante reputação como jornalista do Frankfurter Zeitung, rapidamente tornou-se amigo próximo e confidente do general Eugen Ott, que seria o futuro embaixador alemão em Tóquio. Ao mesmo tempo, era amante da mulher do militar. Para a nomeação de Ott como embaixador no Japão a ajuda de Sorge foi fundamental. Com o apoio de sua vasta biblioteca sobre o país, forneceu grande quantidade de informação a Ott, auxiliando-o também nas análise do material.
Hedonista, amante de mulheres e bebidas fortes, Sorge passava despercebido aos serviços de contra-espionagem japoneses, não deixando perceber que, por sob a aparência do herói de guerra alemão, estaria um eficiente espião soviético. Recluso no Japão, após recusar-se a regressar à Alemanha - cumprindo ordens de Estaline -, em 1937 Sorge passa informações da maior importância a Moscovo, tais como a data do início da Operação Barbarossa - desacreditada por Estaline - e, principalmente, a de que o Japão não atacaria a URSS, o que permitiu o reposicionamento dos exércitos russos que se encontravam na fronteira com o Japão para oeste, o que possibilitou deter, em Estalingrado, a operação alemã de invasão da URSS.
Ozaki Hozumi, um jornalista japonês do Asahi Shimbun que trabalhava para Sorge, foi preso no dia 14 de outubro de 1941. Interrogado, acabou entregando Sorge, que foi preso a 18 de outubro de 1941, em Tóquio, e posteriormente encarcerado na prisão de Sugamo. Inicialmente, os japoneses pensaram que, devido à sua condição de membro do Partido Nazi e pelos seus laços com a Alemanha, Sorge fosse um  agente da Abwehr, o que a Abwehr negou. Mesmo sob tortura, Sorge negou os seus vínculos com os soviéticos.
No dia 7 de novembro de 1944 - ironicamente o dia da Revolução de Outubro, o feriado mais importante na URSS - ambos os prisioneiros são enforcados. Os japoneses chegaram a fazer três ofertas de negociação aos soviéticos, oferecendo a troca de Sorge por um de seus espiões. Contudo, os soviéticos recusaram-se a negociar, alegando que Sorge lhes era desconhecido, muito provavelmente devido ao receio de Estaline de que se soubesse que havia ignorado os avisos de Sorge sobre a Operação Barbarossa. Assim, a contribuição de Richard Sorge permaneceu ignorada durante duas décadas, até que, em 1964, recebeu, postumamente, o título de Herói da União Soviética, sendo erguidos monumentos em sua homenagem em Baku e no centro de Moscovo.
Encontra-se sepultado no Cemitério de Tama, em Fuchū (Tóquio).
    
Selo postal soviético de homenagem a Richard Sorge
   

segunda-feira, novembro 07, 2022

O espião Richard Sorge foi enforcado há 78 anos...

   

Richard Sorge (Sabunchi, Baku, 4 de outubro, 1895 - Tóquio, 7 de novembro, 1944) foi um jornalista alemão e um espião para a União Soviética no Japão antes e durante a Segunda Guerra Mundial. O nome de código na KGB do grupo deste espião era "Ramsay".

   
Biografia
Sorge nasceu em Sabunchi, uma comuna da aglomeração de Baku, no Azerbaijão, que então fazia parte do Império Russo. Era um dos nove filhos do engenheiro alemão Wilhelm Sorge e da sua esposa russa, Nina. A família mudou-se para a Alemanha quando ele tinha 3 anos. O seu tio tinha sido um secretário de Karl Marx.
Em outubro de 1914, Sorge voluntariou-se para combater na Primeira Guerra Mundial. Entrando para um batalhão de artilharia. Durante o serviço foi gravemente ferido quando, em março de 1916, fragmentos de projéteis de artilharia feriram-lhe ambas as pernas. Foi promovido a cabo, recebeu uma Cruz de Ferro e foi enviado para casa.
Em 1925, instala-se em Moscovo e torna-se membro do Partido Comunista Soviético. Em 1930, é enviado para a China, pelo serviço de espionagem do Exército Vermelho. Ao longo de três anos de estadia no país, ganha reputação como jornalista independente e familiariza-se com a Ásia.
Em 1933, os dirigentes soviéticos, interessados em conhecer melhor as intenções do governo japonês, enviam Sorge para o Japão, país que havia vencido a Rússia na Guerra Russo-Japonesa (1904-1905). A sua missão era simples mas fulcral: descobrir se os japoneses tinham a intenção de cumprir com o Pacto Anti-Komintern e atacar a Rússia. Além disso, Sorge deveria aproveitar a oportunidade para reunir informações sobre as relações entre o Japão e a Alemanha e também sobre a indústria pesada e o exército japoneses.
Sorge, com uma brilhante reputação como jornalista do Frankfurter Zeitung, rapidamente tornou-se amigo próximo e confidente do general Eugen Ott, que seria o futuro embaixador alemão em Tóquio. Ao mesmo tempo, era amante da mulher do militar. Para a nomeação de Ott como embaixador no Japão, a ajuda de Sorge foi fundamental. Com o apoio de sua vasta biblioteca sobre o país, forneceu grande quantidade de informação a Ott, auxiliando-o também nas análise do material.
Hedonista, amante de mulheres e bebidas fortes, Sorge passava despercebido aos serviços de contra-espionagem japoneses, não deixando perceber que, por sob a aparência do herói de guerra alemão, estaria um eficiente espião soviético. Recluso no Japão, após recusar-se a regressar à Alemanha - cumprindo ordens de Estaline -, em 1937 Sorge passa informações da maior importância a Moscovo, tais como a data do início da Operação Barbarossa - desacreditada por Estaline - e, principalmente, a de que o Japão não atacaria a URSS, o que permitiu o reposicionamento dos exércitos russos que se encontravam na fronteira com o Japão para oeste, o que possibilitou deter, em Estalingrado, a operação alemã de invasão da URSS.
Ozaki Hozumi, um jornalista japonês do Asahi Shimbun que trabalhava para Sorge, foi preso no dia 14 de outubro de 1941. Interrogado, acabou entregando Sorge, que foi preso a 18 de outubro de 1941, em Tóquio, e posteriormente encarcerado na prisão de Sugamo. Inicialmente, os japoneses pensaram que, devido à sua condição de membro do Partido Nazi e pelos seus laços com a Alemanha, Sorge fosse um  agente da Abwehr, o que a Abwehr negou. Mesmo sob tortura, Sorge negou os seus vínculos com os soviéticos.
No dia 7 de novembro de 1944 - ironicamente o dia da Revolução de Outubro, o feriado mais importante da URSS - ambos os prisioneiros são enforcados. Os japoneses chegaram a fazer três ofertas de negociação aos soviéticos, oferecendo a troca de Sorge por um dos seus espiões. Contudo, os soviéticos recusaram negociar, alegando que Sorge era um desconhecido para eles. Muito provavelmente isto ocorreu devido ao receio de Estaline de que se soubesse que ele havia ignorado os avisos de Sorge sobre a Operação Barbarossa. Assim, a contribuição de Richard Sorge permaneceu ignorada durante duas décadas, até que, em 1964, recebeu o título de Herói da União Soviética, sendo erguidos monumentos em sua homenagem, em Baku  e em pleno centro de Moscovo.
Foi sepultado no Cemitério de Tama, em Fuchū (Tóquio).
    

terça-feira, outubro 04, 2022

O espião soviético Richard Sorge nasceu há 127 anos


      
Richard Sorge (Sabunchi, Baku, 4 de outubro de 1895 - Tóquio, 7 de novembro de 1944) foi um jornalista alemão e um espião da União Soviética no Japão, antes e durante a Segunda Guerra Mundial. O nome de código na KGB do grupo deste espião era "Ramsay".
     
(...)
    
Em 1933, dirigentes soviéticos, interessados em conhecer melhor as intenções do governo japonês, enviam Sorge para o Japão, país que havia vencido a Rússia uma vez - na Guerra Russo-Japonesa (1904-1905). A sua missão era simples mas fulcral: descobrir se os japoneses tinham a intenção de cumprir com o Pacto Anti-Komintern e atacar a Rússia. Além disso, Sorge deveria aproveitar a oportunidade para reunir informações sobre as relações entre o Japão e a Alemanha e também sobre a indústria pesada e o exército japoneses.
Sorge, com uma brilhante reputação como jornalista do Frankfurter Zeitung, rapidamente tornou-se amigo próximo e confidente do general Eugen Ott, que seria o futuro embaixador alemão em Tóquio. Ao mesmo tempo, era amante da mulher do militar. Para a nomeação de Ott como embaixador no Japão a ajuda de Sorge foi fundamental. Com o apoio de sua vasta biblioteca sobre o país, forneceu grande quantidade de informação a Ott, auxiliando-o também nas análise do material.
Hedonista, amante de mulheres e bebidas fortes, Sorge passava despercebido aos serviços de contra-espionagem japoneses, não deixando perceber que, por sob a aparência do herói de guerra alemão, estaria um eficiente espião soviético. Recluso no Japão, após recusar-se a regressar à Alemanha - cumprindo ordens de Estaline -, em 1937 Sorge passa informações da maior importância a Moscovo, tais como a data do início da Operação Barbarossa - desacreditada por Estaline - e, principalmente, a de que o Japão não atacaria a URSS, o que permitiu o reposicionamento dos exércitos russos que se encontravam na fronteira com o Japão para oeste, o que possibilitou deter, em Estalingrado, a operação alemã de invasão da URSS.
Ozaki Hozumi, um jornalista japonês do Asahi Shimbun que trabalhava para Sorge, foi preso no dia 14 de outubro de 1941. Interrogado, acabou entregando Sorge, que foi preso a 18 de outubro de 1941, em Tóquio, e posteriormente encarcerado na prisão de Sugamo. Inicialmente, os japoneses pensaram que, devido à sua condição de membro do Partido Nazi e pelos seus laços com a Alemanha, Sorge fosse um  agente da Abwehr, o que a Abwehr negou. Mesmo sob tortura, Sorge negou os seus vínculos com os soviéticos.
No dia 7 de novembro de 1944 - ironicamente o dia da Revolução de Outubro, o feriado mais importante na URSS - ambos os prisioneiros são enforcados. Os japoneses chegaram a fazer três ofertas de negociação aos soviéticos, oferecendo a troca de Sorge por um de seus espiões. Contudo, os soviéticos recusaram-se a negociar, alegando que Sorge lhes era desconhecido, muito provavelmente devido ao receio de Estaline de que se soubesse que havia ignorado os avisos de Sorge sobre a Operação Barbarossa. Assim, a contribuição de Richard Sorge permaneceu ignorada durante duas décadas, até que, em 1964, recebeu, postumamente, o título de Herói da União Soviética, sendo erguidos monumentos em sua homenagem em Baku e no centro de Moscovo.
Encontra-se sepultado no Cemitério de Tama, em Fuchū (Tóquio).
  
Selo postal soviético de homenagem a Richard Sorge
   

domingo, novembro 07, 2021

O espião Richard Sorge foi executado há 77 anos

   

Richard Sorge (Sabunchi, Baku, 4 de outubro, 1895 - Tóquio, 7 de novembro, 1944) foi um jornalista alemão e um espião para a União Soviética no Japão antes e durante a Segunda Guerra Mundial. O nome de código na KGB do grupo deste espião era "Ramsay".

   
Biografia
Sorge nasceu em Sabunchi, uma comuna da aglomeração de Baku, no Azerbaijão, que então fazia parte do Império Russo. Era um dos nove filhos do engenheiro alemão Wilhelm Sorge e da sua esposa russa, Nina. A família mudou-se para a Alemanha quando ele tinha 3 anos. O seu tio tinha sido um secretário de Karl Marx.
Em outubro de 1914, Sorge voluntariou-se para combater na Primeira Guerra Mundial. Entrando para um batalhão de artilharia. Durante o serviço foi gravemente ferido quando, em março de 1916, fragmentos de projéteis de artilharia feriram-lhe ambas as pernas. Foi promovido a cabo, recebeu uma Cruz de Ferro e foi enviado para casa.
Em 1925, instala-se em Moscovo e torna-se membro do Partido Comunista Soviético. Em 1930, é enviado para a China, pelo serviço de espionagem do Exército Vermelho. Ao longo de três anos de estadia no país, ganha reputação como jornalista independente e familiariza-se com a Ásia.
Em 1933, os dirigentes soviéticos, interessados em conhecer melhor as intenções do governo japonês, enviam Sorge para o Japão, país que havia vencido a Rússia na Guerra Russo-Japonesa (1904-1905). A sua missão era simples mas fulcral: descobrir se os japoneses tinham a intenção de cumprir com o Pacto Anti-Komintern e atacar a Rússia. Além disso, Sorge deveria aproveitar a oportunidade para reunir informações sobre as relações entre o Japão e a Alemanha e também sobre a indústria pesada e o exército japoneses.
Sorge, com uma brilhante reputação como jornalista do Frankfurter Zeitung, rapidamente tornou-se amigo próximo e confidente do general Eugen Ott, que seria o futuro embaixador alemão em Tóquio. Ao mesmo tempo, era amante da mulher do militar. Para a nomeação de Ott como embaixador no Japão, a ajuda de Sorge foi fundamental. Com o apoio de sua vasta biblioteca sobre o país, forneceu grande quantidade de informação a Ott, auxiliando-o também nas análise do material.
Hedonista, amante de mulheres e bebidas fortes, Sorge passava despercebido aos serviços de contra-espionagem japoneses, não deixando perceber que, por sob a aparência do herói de guerra alemão, estaria um eficiente espião soviético. Recluso no Japão, após recusar-se a regressar à Alemanha - cumprindo ordens de Estaline -, em 1937 Sorge passa informações da maior importância a Moscovo, tais como a data do início da Operação Barbarossa - desacreditada por Estaline - e, principalmente, a de que o Japão não atacaria a URSS, o que permitiu o reposicionamento dos exércitos russos que se encontravam na fronteira com o Japão para oeste, o que possibilitou deter, em Estalingrado, a operação alemã de invasão da URSS.
Ozaki Hozumi, um jornalista japonês do Asahi Shimbun que trabalhava para Sorge, foi preso no dia 14 de outubro de 1941. Interrogado, acabou entregando Sorge, que foi preso a 18 de outubro de 1941, em Tóquio, e posteriormente encarcerado na prisão de Sugamo. Inicialmente, os japoneses pensaram que, devido à sua condição de membro do Partido Nazi e pelos seus laços com a Alemanha, Sorge fosse um  agente da Abwehr, o que a Abwehr negou. Mesmo sob tortura, Sorge negou os seus vínculos com os soviéticos.
No dia 7 de novembro de 1944 - ironicamente o dia da Revolução de Outubro, o feriado mais importante da URSS - ambos os prisioneiros são enforcados. Os japoneses chegaram a fazer três ofertas de negociação aos soviéticos, oferecendo a troca de Sorge por um dos seus espiões. Contudo, os soviéticos recusaram negociar, alegando que Sorge era um desconhecido para eles. Muito provavelmente isto ocorreu devido ao receio de Estaline de que se soubesse que ele havia ignorado os avisos de Sorge sobre a Operação Barbarossa. Assim, a contribuição de Richard Sorge permaneceu ignorada durante duas décadas, até que, em 1964, recebeu o título de Herói da União Soviética, sendo erguidos monumentos em sua homenagem, em Baku  e em pleno centro de Moscovo.
Foi sepultado no Cemitério de Tama, em Fuchū (Tóquio).
    

segunda-feira, outubro 04, 2021

O espião soviético Richard Sorge nasceu há 126 anos


    
Richard Sorge (Sabunchi, Baku, 4 de outubro de 1895 - Tóquio, 7 de novembro de 1944) foi um jornalista alemão e um espião da União Soviética no Japão, antes e durante a Segunda Guerra Mundial. O nome de código na KGB do grupo deste espião era "Ramsay".
   
(...)
  
Em 1933, dirigentes soviéticos, interessados em conhecer melhor as intenções do governo japonês, enviam Sorge para o Japão, país que havia vencido a Rússia uma vez - na Guerra Russo-Japonesa (1904-1905). A sua missão era simples mas fulcral: descobrir se os japoneses tinham a intenção de cumprir com o Pacto Anti-Komintern e atacar a Rússia. Além disso, Sorge deveria aproveitar a oportunidade para reunir informações sobre as relações entre o Japão e a Alemanha e também sobre a indústria pesada e o exército japoneses.
Sorge, com uma brilhante reputação como jornalista do Frankfurter Zeitung, rapidamente tornou-se amigo próximo e confidente do general Eugen Ott, que seria o futuro embaixador alemão em Tóquio. Ao mesmo tempo, era amante da mulher do militar. Para a nomeação de Ott como embaixador no Japão a ajuda de Sorge foi fundamental. Com o apoio de sua vasta biblioteca sobre o país, forneceu grande quantidade de informação a Ott, auxiliando-o também nas análise do material.
Hedonista, amante de mulheres e bebidas fortes, Sorge passava despercebido aos serviços de contra-espionagem japoneses, não deixando perceber que, por sob a aparência do herói de guerra alemão, estaria um eficiente espião soviético. Recluso no Japão, após recusar-se a regressar à Alemanha - cumprindo ordens de Estaline -, em 1937 Sorge passa informações da maior importância a Moscovo, tais como a data do início da Operação Barbarossa - desacreditada por Estaline - e, principalmente, a de que o Japão não atacaria a URSS, o que permitiu o reposicionamento dos exércitos russos que se encontravam na fronteira com o Japão para oeste, o que possibilitou deter, em Estalingrado, a operação alemã de invasão da URSS.
Ozaki Hozumi, um jornalista japonês do Asahi Shimbun que trabalhava para Sorge, foi preso no dia 14 de outubro de 1941. Interrogado, acabou entregando Sorge, que foi preso a 18 de outubro de 1941, em Tóquio, e posteriormente encarcerado na prisão de Sugamo. Inicialmente, os japoneses pensaram que, devido à sua condição de membro do Partido Nazi e pelos seus laços com a Alemanha, Sorge fosse um  agente da Abwehr, o que a Abwehr negou. Mesmo sob tortura, Sorge negou os seus vínculos com os soviéticos.
No dia 7 de novembro de 1944 - ironicamente o dia da Revolução de Outubro, o feriado mais importante na URSS - ambos os prisioneiros são enforcados. Os japoneses chegaram a fazer três ofertas de negociação aos soviéticos, oferecendo a troca de Sorge por um de seus espiões. Contudo, os soviéticos recusaram-se a negociar, alegando que Sorge lhes era desconhecido, muito provavelmente devido ao receio de Estaline de que se soubesse que havia ignorado os avisos de Sorge sobre a Operação Barbarossa. Assim, a contribuição de Richard Sorge permaneceu ignorada durante duas décadas, até que, em 1964, recebeu postumamente o título de Herói da União Soviética, sendo erguidos monumentos em sua homenagem em Baku e no centro de Moscovo.
Encontra-se sepultado no Cemitério de Tama, em Fuchū (Tóquio).
  
Selo postal soviético de homenagem a Richard Sorge
   

sábado, novembro 07, 2020

O espião Richard Sorge foi executado há 76 anos

 

   

Richard Sorge (Sabunchi, Baku, 4 de outubro, 1895 - Tóquio, 7 de novembro, 1944) foi um jornalista alemão e um espião para a União Soviética no Japão antes e durante a Segunda Guerra Mundial. O nome de código na KGB do grupo deste espião era "Ramsay".

   
Biografia
Sorge nasceu em Sabunchi, uma comuna da aglomeração de Baku, no Azerbaijão, que então fazia parte do Império Russo. Era um dos nove filhos do engenheiro alemão Wilhelm Sorge e da sua esposa russa, Nina. A família mudou-se para a Alemanha quando ele tinha 3 anos. O seu tio tinha sido um secretário de Karl Marx.
Em outubro de 1914, Sorge voluntariou-se para combater na Primeira Guerra Mundial. Entrando para um batalhão de artilharia. Durante o serviço foi gravemente ferido quando, em março de 1916, fragmentos de projéteis de artilharia feriram-lhe ambas as pernas. Foi promovido a cabo, recebeu uma Cruz de Ferro e foi enviado para casa.
Em 1925, instala-se em Moscovo e torna-se membro do Partido Comunista Soviético. Em 1930, é enviado para a China, pelo serviço de espionagem do Exército Vermelho. Ao longo de três anos de estadia no país, ganha reputação como jornalista independente e familiariza-se com a Ásia.
Em 1933, os dirigentes soviéticos, interessados em conhecer melhor as intenções do governo japonês, enviam Sorge para o Japão, país que havia vencido a Rússia por várias vezes - como na Guerra Russo-Japonesa (1904-1905). A sua missão era simples mas fulcral: descobrir se os japoneses tinham a intenção de cumprir com o Pacto Anti-Komintern e atacar a Rússia. Além disso, Sorge deveria aproveitar a oportunidade para reunir informações sobre as relações entre o Japão e a Alemanha e também sobre a indústria pesada e o exército japoneses.
Sorge, com uma brilhante reputação como jornalista do Frankfurter Zeitung, rapidamente tornou-se amigo próximo e confidente do general Eugen Ott, que seria o futuro embaixador alemão em Tóquio. Ao mesmo tempo, era amante da mulher do militar. Para a nomeação de Ott como embaixador no Japão, a ajuda de Sorge foi fundamental. Com o apoio de sua vasta biblioteca sobre o país, forneceu grande quantidade de informação a Ott, auxiliando-o também nas análise do material.
Hedonista, amante de mulheres e bebidas fortes, Sorge passava despercebido aos serviços de contra-espionagem japoneses, não deixando perceber que, por sob a aparência do herói de guerra alemão, estaria um eficiente espião soviético. Recluso no Japão, após recusar-se a regressar à Alemanha - cumprindo ordens de Estaline -, em 1937 Sorge passa informações da maior importância a Moscovo, tais como a data do início da Operação Barbarossa - desacreditada por Estaline - e, principalmente, a de que o Japão não atacaria a URSS, o que permitiu o reposicionamento dos exércitos russos que se encontravam na fronteira com o Japão para oeste, o que possibilitou deter, em Estalingrado, a operação alemã de invasão da URSS.
Ozaki Hozumi, um jornalista japonês do Asahi Shimbun que trabalhava para Sorge, foi preso no dia 14 de outubro de 1941. Interrogado, acabou entregando Sorge, que foi preso a 18 de outubro de 1941, em Tóquio, e posteriormente encarcerado na prisão de Sugamo. Inicialmente, os japoneses pensaram que, devido à sua condição de membro do Partido Nazi e pelos seus laços com a Alemanha, Sorge fosse um  agente da Abwehr, o que a Abwehr negou. Mesmo sob tortura, Sorge negou os seus vínculos com os soviéticos.
No dia 7 de novembro de 1944 - ironicamente o dia da Revolução de Outubro, o feriado mais importante da URSS - ambos os prisioneiros são enforcados. Os japoneses chegaram a fazer três ofertas de negociação aos soviéticos, oferecendo a troca de Sorge por um dos seus espiões. Contudo, os soviéticos recusaram negociar, alegando que Sorge era um desconhecido para eles. Muito provavelmente isto ocorreu devido ao receio de Estaline de que se soubesse que ele havia ignorado os avisos de Sorge sobre a Operação Barbarossa. Assim, a contribuição de Richard Sorge permaneceu ignorada durante duas décadas, até que, em 1964, recebeu o título de Herói da União Soviética, sendo erguidos monumentos em sua homenagem, em Baku  e em pleno centro de Moscovo.
Encontra-se sepultado no Cemitério de Tama, em Fuchū (Tóquio).
    

    

domingo, outubro 04, 2020

O espião soviético Richard Sorge, um dos heróis da II Grande Guerra, nasceu há 125 anos

 

    
Richard Sorge (Sabunchi, Baku, 4 de outubro de 1895 - Tóquio, 7 de novembro de 1944) foi um jornalista alemão e um espião da União Soviética no Japão, antes e durante a Segunda Guerra Mundial. O nome de código na KGB do grupo deste espião era "Ramsay".
   
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Em 1933, dirigentes soviéticos, interessados em conhecer melhor as intenções do governo japonês, enviam Sorge para o Japão, país que havia vencido a Rússia por várias vezes - como na Guerra Russo-Japonesa (1904-1905). A sua missão era simples mas fulcral: descobrir se os japoneses tinham a intenção de cumprir com o Pacto Anti-Komintern e atacar a Rússia. Além disso, Sorge deveria aproveitar a oportunidade para reunir informações sobre as relações entre o Japão e a Alemanha e também sobre a indústria pesada e o exército japoneses.
Sorge, com uma brilhante reputação como jornalista do Frankfurter Zeitung, rapidamente tornou-se amigo próximo e confidente do general Eugen Ott, que seria o futuro embaixador alemão em Tóquio. Ao mesmo tempo, era amante da mulher do militar. Para a nomeação de Ott como embaixador no Japão a ajuda de Sorge foi fundamental. Com o apoio de sua vasta biblioteca sobre o país, forneceu grande quantidade de informação a Ott, auxiliando-o também nas análise do material.
Hedonista, amante de mulheres e bebidas fortes, Sorge passava despercebido aos serviços de contra-espionagem japoneses, não deixando perceber que, por sob a aparência do herói de guerra alemão, estaria um eficiente espião soviético. Recluso no Japão, após recusar-se a regressar à Alemanha - cumprindo ordens de Estaline -, em 1937 Sorge passa informações da maior importância a Moscovo, tais como a data do início da Operação Barbarossa - desacreditada por Estaline - e, principalmente, a de que o Japão não atacaria a URSS, o que permitiu o reposicionamento dos exércitos russos que se encontravam na fronteira com o Japão para oeste, o que possibilitou deter, em Estalingrado, a operação alemã de invasão da URSS.
Ozaki Hozumi, um jornalista japonês do Asahi Shimbun que trabalhava para Sorge, foi preso no dia 14 de outubro de 1941. Interrogado, acabou entregando Sorge, que foi preso a 18 de outubro de 1941, em Tóquio, e posteriormente encarcerado na prisão de Sugamo. Inicialmente, os japoneses pensaram que, devido à sua condição de membro do Partido Nazista e por seus laços com a Alemanha, Sorge fosse um  agente da Abwehr, o que a Abwehr negou. Mesmo sob tortura, Sorge negou os seus vínculos com os soviéticos.
No dia 7 de novembro de 1944 - ironicamente o dia da Revolução de Outubro, o feriado mais importante na URSS - ambos os prisioneiros são enforcados. Os japoneses chegaram a fazer três ofertas de negociação aos soviéticos, oferecendo a troca de Sorge por um de seus espiões. Contudo, os soviéticos recusaram-se a negociar, alegando que Sorge era desconhecido para eles. Muito provavelmente isto ocorreu devido ao receio de Estaline de que se soubesse que ele havia ignorado os avisos de Sorge sobre a Operação Barbarossa. Assim, a contribuição de Richard Sorge permaneceu ignorada durante duas décadas, até que, em 1964, recebeu postumamente o título de Herói da União Soviética, sendo erguidos monumentos em sua homenagem em Baku e no centro de Moscovo.
Encontra-se sepultado no Cemitério de Tama, em Fuchū (Tóquio).
  
Selo postal soviético de homenagem a Richard Sorge