Biografia
Nasceu em San Carlos, província de
Ñuble. Realizou seus estudos escolares até o segundo ano do secundário, abandonando-os em
1934, para trabalhar e cantar com seus irmãos em bares e circos, desenvolvendo uma importante carreira musical, como autodidata, a partir dos 9 anos.
Em
1938, casou-se pela primeira vez e dessa união, teve dois filhos,
Isabel e
Ángel, que também viriam a se tornar compositores e intérpretes importantes.
Viveu em
Valparaíso entre
1943 e
1945, e voltou a
Santiago, para cantar junto com seus filhos. Em
1949 voltou a se casar e teve duas filhas dessa nova união. Em
1952 começou a pesquisar as raízes folclóricas chilenas e compôs os primeiros temas musicais que a fariam famosa. Em
1954, quando já tinha o seu próprio programa de rádio, começou um rigoroso estudo das manifestações artísticas populares. Durante o ano de
1955 visitou a
União Soviética,
Londres e
Paris, cidade onde residiu por dois anos. Realizou gravações para a
BBC e os selos Odeón e "Chant du Monde". Em
1957 radicou-se em
Concepción, voltando a Santiago no ano seguinte para começar sua produção plástica. Percorreu todo o país, recompilando e difundindo informações sobre o folclore. Em
1961, mudou-se para a
Argentina, onde fez grande sucesso com suas apresentações. Voltou a Paris e ali permaneceu por três anos, percorrendo várias cidades da Europa, destacando-se suas visitas a
Genebra. Em
1965 voltou ao Chile, viajou para a
Bolívia e, ao regressar a seu país, instalou uma grande tenda na comuna de
La Reina, com o plano de convertê-la em um centro de referência para a cultura folclórica do Chile, juntamente com os filhos, Ángel e Isabel, e os folcloristas Patricio Manns, Rolando Alarcón e Víctor Jara, entre outros. No entanto, a iniciativa não obteve sucesso.
Emocionalmente abatida pelo fracasso do empreendimento e pelo dramático final de um relacionamento amoroso, Violeta Parra suicidou-se em 5 de fevereiro de 1967, na tenda de La Reina.
Política
Violeta Parra pode ser considerada a mãe da canção comprometida com a luta dos oprimidos e explorados, tendo sido autora de páginas inapagáveis, como a canção "Volver a los 17", que mereceu uma antológica gravação de
Milton Nascimento e
Mercedes Sosa. Outra de suas canções, "La Carta", cantada em momentos de enorme comoção revolucionária, nas barricadas e nas ocupações, tem entre os seus versos o que diz "Os famintos pedem pão; chumbo lhes dá a polícia". Mas suas canções não apenas são marcadas por versos demolidores contra toda a injustiça social. O lirismo dos versos de canções como "Gracias a la vida" (gravada por
Elis Regina) embalou o ânimo de gerações de revolucionários
latino-americanos em momentos em que a vida era questionada nos seus limites mais básicos, assim como a letra comovedora de "Rin de Angelito", quando descreve a morte de um bebé pobre: "No seu bercinho de terra um sino vai te embalar, enquanto a chuva te limpará a carinha na manhã".