Padrão comemorativo da Batalha das Linhas de Elvas
Em
1658, o exército espanhol, comandado por
D. Luís de Haro, acampava na fronteira do
Caia, com 14.000 homens de
infantaria, 5.000 de
cavalaria, 19 canhões (na verdade apenas 18 entraram em batalha, pois um perdeu uma roda a meio do caminho) e 3 morteiros (155 mm.) de
artilharia. Alguns dias decorreram em preparativos quer no lado espanhol para o cerco de Elvas, quer por parte dos
portugueses
para defenderem a cidade. D. Luís de Haro distribuiu as suas tropas ao
longo de entrincheiramentos cercando a praça, dando ordem para que
fosse exercida apertada vigilância a fim de impedir que Elvas recebesse
mantimentos ou qualquer outra espécie de auxílio vindo do exterior, de
tal modo que só a chegada de um verdadeiro Exército poderia evitar
mais cedo ou mais tarde, a capitulação da praça. A rainha
D. Luísa resolveu chamar
D. António Luís de Meneses,
conde de Cantanhede, para lhe entregar o comando geral das
tropas portuguesas no
Alentejo, e transferir para o mesmo teatro de operações
D. Sancho Manuel,
que foi assumir as funções de Mestre-de-campo-general. As tropas
espanholas instaladas nas duas colinas mais próximas começaram a
bombardear a praça de Elvas, causando pânico e grandes baixas na
população. Mas o maior perigo era a
peste que causava cerca de 300 mortes por dia.
Mediante tal situação, o conde de Cantanhede, D. António Luís de Meneses reuniu em
Estremoz
um exército a fim de socorrer aquela praça do cerco espanhol. Apesar
de grandes dificuldades, que o obrigaram a organizar recrutamentos em
Viseu e na
ilha da Madeira, e reunir as guarnições de Borba,
Juromenha, Campo Maior, Vila Viçosa,
Monforte e
Arronches,
o conde de Cantanhede conseguiu formar um exército de oito mil
infantes, dois mil e novecentos cavaleiros, guarnecidos por sete
canhões.
Tendo ficado acordado, entre o conde de Cantanhede e D. Sancho Manuel,
que o ataque às linhas de Elvas se faria pelo sítio conhecido por
Murtais, o exército português saiu de Estremoz e marchou sobre a praça cercada.
Os brigantinos ocuparam as
colinas da Assomada, de onde se avistava a cidade de Elvas e as linhas inimigas, estas num majestoso arraial. No dia
14 de janeiro,
cerca das oito e quinze da manhã, os portugueses desencadearam o
ataque como estava previsto pelo sítio dos Murtais. Manteve-se indecisa
a vitória durante algum tempo, pois ao ataque respondiam os espanhóis
com vigorosa defesa, mas a certa altura as tropas do conde de
Cantanhede conseguiram romper irremediavelmente as linhas de
trincheiras dos espanhóis, que começaram por ceder terreno e não
tardaram a debandar.
As perdas sofridas pelas tropas filipinas nas linhas de Elvas foram
enormes. Dos dezanove mil homens comandados por D. Luís de Haro, apenas
cerca de cinco mil infantes e trezentos cavaleiros (sem contar com as
mortes por infeção ou doença) conseguiram alcançar
Badajoz.