Trilobites com 500 milhões de anos “renascem das cinzas” com detalhes nunca vistos
Alguns dos fósseis de trilobite mais perfeitamente preservados alguma vez encontrados revelaram agora pormenores do extinto artrópode, desconhecidos até agora - apesar dos milhões de fósseis recolhidos e estudados ao longo dos últimos dois séculos.
Os dois espécimes, recentemente descobertos, morreram e foram fossilizados rapidamente quando cinzas vulcânicas os sufocaram debaixo de água, há mais de 500 milhões de anos.
Há cerca de 515 milhões de anos, uma erupção vulcânica cobriu as águas pouco profundas do que são atualmente as montanhas do Alto Atlas, em Marrocos.
As cinzas desta erupção envolveram os invertebrados, que viviam na lama do fundo do oceano e interagiram com os químicos da água do mar para se solidificarem numa rocha.
Num novo estudo, publicado esta quinta-feira na Science, os investigadores utilizaram técnicas de imagem de modo a conhecer a anatomia 3D das trilobites, que eram predominantes nos mares do Paleozoico.
“Os apêndices da cabeça e do corpo tinham uma bateria de espinhos densos virados para o interior, como os dos caranguejos-ferradura, que manipulavam e rasgavam as presas ou eliminavam as carcaças à medida que estas se deslocavam para a boca”, diz o coautor do estudo Harry Berks, em comunicado.
“A boca, uma fenda estreita atrás de um lóbulo chamado labrum, conhecida nos artrópodes vivos, nunca foi vista tão claramente numa trilobite”, acrescenta.
Anteriormente, pensava-se que as trilobites possuíam três pares de apêndices na cabeça por detrás das suas antenas, mas ambas as espécies marroquinas indicam, de facto, que tinham quatro.
Segundo o Tech Explorist, para observar o aspeto destas impressões rochosas depois da morte das trilobites, a equipa utilizou microtomografia de raios X de alta resolução. Os raios X foram utilizados para distinguir a densidade da rocha onde uma trilobite foi preservada e espaço onde o corpo estava antes de se desintegrar.
Além disto, os cientistas utilizaram a modelação computorizada de cortes de raios X através de fósseis para analisar toda a anatomia do seu corpo em 3D.
“O trabalho informático é penoso, mas valeu mesmo a pena. Estas trilobites parecem tão vivas que é quase como se pudessem rastejar para fora da rocha”, conclui Berks.
in ZAP
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