De 29 de julho a 9 de agosto de 1907, vinte rapazes e Robert Baden-Powell participaram do primeiro acampamento escuteiro da história. O lugar era a ilha de Brownsea, na baía de Poole na costa sul da Inglaterra. Sir Percy Everett, um participante do acampamento,
recorda-se deste evento “Durante o verão de 1907, o Chefe gradualmente
foi completando seus planos para o acampamento. Ele teve bastante
sorte de conseguir de um amigo, Charles van Raalte, o empréstimo de uma
parte da ilha de Brownsea. A ilha era ideal para a proposta. Ela tem
aproximadamente duas milhas (3,22 km) de comprimento e uma milha (1,61
km) de largura, com muitos bosques e com dois lagos no centro e bastante
do que nós chamávamos agora de “bom terreno escutista” e com um litoral
no sudeste arenoso, onde o campo foi montado.
"Eu proponho", escreveu Robert Baden-Powell,
"fazer uma acampamento com 18 meninos escolhidos para aprender
"scouting" por uma semana nas férias de agosto... O acampamento, por
gentil permissão de C. Van Raalte, será realizado na ilha de
Brownsea...".
Como qualquer chefe escuteiro depois dele, continuou a sua carta
destacando o adestramento que pretendia dar aos meninos e assegurando
aos pais que "todo o alimento, cozinha, higiene, etc..., seria
cuidadosamente observado". Incluiu uma lista de roupas e do material
necessário para acampar. Pediu que cada menino viesse para o acampamento
sabendo o uso de três nós simples - nó direito, de escota e de volta do fiel -
e providenciassem esboços dos nós que pudessem não saber.
Em conclusão, ele escreveu: "Se você deseja enviar o seu filho para o
acampamento nestas condições, por favor avise-me e enviarei detalhes de
como treiná-los, etc.".
Poucos dias mais tarde - em 17 de junho de 1907 - ele enviou convites
semelhantes para as Companhias das Brigadas de Meninos de Bournemouth -
para escolher 6 de seus membros, e para as Brigadas dos Meninos de
Poole - 3 de seus membros, para juntar-se a ele - meninos de escolas
secundárias, meninos de quintas, filhos de famílias da classe operária.
Os convites para ir acampar com o famoso general Robert Stephenson
Smyth Baden-Powell foram aceites com entusiasmo. Quem não gostaria de
passar uma semana com o "herói de Mafeking" - o cognome que Baden-Powell
justamente ganhou como defensor da sitiada cidade de Mafeking durante a guerra dos Boers, na
viragem do século!
Ele convidou um de seus velhos companheiros de armas, o Major Keneth McLaren para que o acompanhasse como assistente.
O Chefe escolheu os rapazes, vinte no total, filhos de amigos de
Eton, de escolas públicas, jovens pobres da zona leste de Londres e
alguns alunos da escola secundária das vizinhanças de Bourenmouth, que
foram recrutados pelo Sr. G. W. Green, de Poole, um homem durante anos
trabalhou com escuteiros na sua cidade natal.
Os jovens foram divididos em quatro patrulhas: Corvos, Lobos,
Maçaricos e Touros (assim estes foram os primeiros nomes usados por
patrulhas escuteiras).
As patrulhas acampavam por sua conta, sob a direção de seus próprios
monitores, com total responsabilidade pela sua honra de levar adiante os
desejos do Chefe e com grande eficiência.
Mas as memórias mais vividas de todas eram os Fogos de Conselho,
antes das orações e do apagar das luzes. Ao redor do fogo a noite o
Chefe contava-nos algumas histórias assustadores, conduzia ele mesmo o
canto Eengonyama e com o seu jeito inimitável atraia a atenção de todos.
Eu ainda posso vê-lo, como ele ficava diante da luz, alerta, cheio de
alegria e de vida, um momento grave, outro alegre, respondendo todas as
questões, imitando o chamado dos pássaros, mostrando como caçar um
animal selvagem, contando uma história curta, dançando e cantando ao
redor do fogo, mostrando uma moral, não apenas em palavras, mas usando
histórias e convencendo a todos presentes, rapazes e adultos, que
estavam prontos para segui-lo em qualquer direção”.
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