domingo, julho 14, 2024

Notícia divertida, a misturar fronteiras políticas, Camões, tectónica de placas e evolução...

Portugal já fez fronteira com o Canadá e a Gronelândia

 

 

Uma nova simulação de como seria o mapa do antigo super-continente Pangeia com as fronteiras políticas atuais sugere que o território onde atualmente se encontra Portugal já esteve colado ao atual Canadá e à Gronelândia.

A Pangeia formou-se há cerca de 335 milhões de anos e começou a dividir-se há 175 a 200 milhões de anos, originando, de forma gradual, a configuração atual dos continentes.

O movimento de junção e separação dos pedaços de terra do nosso planeta já ocorreu várias vezes ao longo da história.

As placas tectónicas e a crosta terrestre, tal como “todo o mundo”, são compostas de constantes mudanças.

Aliás, como disse Luís Vaz de Camões, “O tempo cobre o chão de verde manto, Que já coberto foi de neve fria”.

No caso de Portugal, essa passagem do poema “Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades”, aplica-se mesmo (pelo menos, metaforicamente), uma vez que Portugal já fez fronteira com o Canadá e a Gronelândia.

Quem o indica é uma nova ilustração da Pangeia da autoria de Massimo Pietrobon. No mapa que se segue, o cartógrafo representa as fronteiras políticas atuais no mapa do supercontinente.

 

O mapa da Pangeia com as fronteiras políticas atuais representadas

 

 

Quase no centro da imagem podemos ver Portugal a laranja, colado a Espanha, Canadá e Gronelândia.

O continente “unificado” proporcionou ainda outras junções curiosas como, por exemplo, Brasil com Angola, Marrocos com Estados Unidos, Moçambique com Antártida e África do Sul com Argentina, ou Senegal com Cuba.

As massas terrestres tendem a juntar-se a cada 400 ou 500 milhões de anos, mas sempre de forma distinta; ou seja, como diz o poeta supracitado, “Tomando sempre novas qualidades”.

A constante mudança de que Camões falava provocará, daqui a 250 milhões de anos, a formação de uma “nova Pangeia”.

De acordo com o El Confidencial, as novas transformações provocarão “quase de certeza” a extinção da espécie humana. Além disso, as condições do planeta também serão incompatíveis com a vida dos mamíferos.

   

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades

 

“Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
Muda-se o ser, muda-se a confiança;
Todo o mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades.

Continuamente vemos novidades,
Diferentes em tudo da esperança;
Do mal ficam as mágoas na lembrança,
E do bem, se algum houve, as saudades.

O tempo cobre o chão de verde manto,
Que já coberto foi de neve fria,
E enfim converte em choro o doce canto.

E, afora este mudar-se cada dia,
Outra mudança faz de mor espanto:
Que não se muda já como soía.”

 

in “Sonetos” - Luís Vaz de Camões

 

in ZAP

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