A Batalha de Badajoz, travada na noite de 6 para 7 de abril de
1812, com o objetivo de capturar aquela praça, então ocupada pelos
franceses, foi o culminar de um cerco efetuado pelo Exército de Wellington, com início a 16 de março. A guarnição francesa, sob o comando do General Philippon,
só se rendeu quando as forças de Wellington se encontravam já dentro
da praça. Este facto originou uma ação de saque que foi dos mais
violentos da Guerra Peninsular.
(...)
Após a entrada das tropas anglo-lusas na cidade, iniciou-se o saque que, contra os costumes da época, durou três dias. Aos
homens foi permitido divertirem-se durante o resto do dia e a usual e
terrível cena de pilhagem teve início o que os oficiais acharam ser
prudente evitarem de momento pelo que se retiraram para o exterior da
cidade. A memória dos incidentes registados com a população quando
as tropas britânicas tinham estado aquarteladas em Badajoz após a
Batalha de Talavera (1809) e o facto assumido pelas tropas de que os
habitantes que tinham permanecido na cidade eram afrancesados, terão provocado graves excessos neste tipo de ocorrência.
Esta
foi uma das ocasiões em que a distinção entre combatentes e
não-combatentes desapareceu completamente. Não foi caso único em que, no
final da batalha, o sofrimento dos civis – devido a pilhagem,
violação, tortura, morte – excedia o da guarnição. Nos costumes da
época, poupavam-se os civis e até se negociavam os termos da rendição
se a cidade se rendia antes do assalto. No entanto, quando a cidade
resistia e era capturada através de uma ação sangrenta, as tropas
ficavam fora de controlo e não existiam garantias que defendessem quem
quer que seja. Esta prática era utilizada como incentivo e como prémio
para as forças de assalto. No entanto, quando uma cidade era abandonada
à pilhagem, esta limitava-se a vinte e quatro horas.
Em
Badajoz, depois de todas as dificuldades por que passou a força de
assalto e das numerosas baixas verificadas, mais de 3.500, os soldados
descarregaram a sua raiva sobre a população, em três dias de saque.
A captura das praças de Badajoz e
Ciudad Rodrigo permitiu aos Aliados controlarem os dois eixos de
invasão. A posse destes eixos iria permitir a Wellington tomar a
iniciativa e preparar a invasão de Espanha. A preocupação dos franceses
já não era a de expulsar os britânicos de Portugal. Para tentarem
novamente essa possibilidade teriam de voltar a capturar Ciudad Rodrigo
e Almeida, no norte, e Badajoz e Elvas, no sul. No entanto o único trem de
cerco existente estava empenhado no Cerco de Cadiz. Além disso, o
Exército Aliado estava muito mais forte do que em 1810. As tropas
portuguesas tinham experiência de batalha e mostraram ser tropas de
confiança. A cavalaria britânica tinha recebido importantes reforços.
Sem contar com o apoio que os espanhóis viessem a prestar, Wellington
dispunha agora de um exército de campanha com cerca de 60.000 homens e
estava senhor do terreno onde aquelas fortalezas constituíam fortes
bases de operações.
in Wikipédia
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