João Bernardo Vieira, mais conhecido por Nino Vieira ou Kabi Nafantchamna (Bissau, Guiné-Bissau, 27 de abril de 1939 - Bissau, Guiné-Bissau, 2 de março de 2009) foi um político da Guiné-Bissau, por três vezes presidente da República da Guiné-Bissau, tendo sido o primeiro presidente guineense eleito democraticamente.
Vieira voltou à cena política em meados de 2005, quando venceu a eleição presidencial apenas seis anos depois de ser expulso, durante uma guerra civil que pôs fim a 19 anos de poder.
Eletricista de formação, Vieira filiou-se no Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) de Amílcar Cabral em 1960 e rapidamente se tornou uma peça-chave da guerra de guerrilha do país contra a soberania da Guiné-Bissau por Portugal.
À medida que a guerra se intensificou, ele demonstrou habilidade como
líder militar e rapidamente subiu na cadeia de comando. Vieira era
conhecido por seus camaradas como "Nino" e esse permaneceu o seu nome de guerra enquanto durou a luta.
Logo após eleições do conselho regional no fim de 1972,
em áreas sob o controle do PAIGC, que levaram à constituição de uma
assembleia constituinte, Vieira foi nomeado presidente da Assembleia
Nacional Popular. Em 28 de setembro de 1978, ele foi nomeado primeiro-ministro da Guiné-Bissau.
Em 1980,
as condições económicas haviam se deteriorado significativamente, o que
levou a uma generalizada insatisfação com o governo. Em 14 de novembro de 1980, Vieira derrubou o governo de Luís Cabral em um golpe militar, o que o levou à desvinculação do PAIGC de Cabo Verde,
que preferiu tornar-se um partido separado. A constituição foi suspensa
e um Conselho Militar da Revolução, com nove membros, comandado por
Vieira, foi formado. Em 1984, uma nova constituição foi aprovada, fazendo o país retornar a um regime civil.
A Guiné-Bissau, como o resto da África subsaariana, foi em direção à democracia multipartidária no começo dos anos 90. A proibição de partidos políticos terminou em 1991 e houve eleições em 1994. Na primeira volta das eleições presidenciais, em 3 de julho,
Vieira receber 46,20% dos votos, concorrendo com outros sete
candidatos. Ele acabou em primeiro lugar, mas não conseguiu ganhar a
necessária maioria, o que levou a uma segunda volta em 7 de agosto. Recebeu 52,02% dos votos, contra 47,98% de Kumba Yalá, um ex-palestrante de filosofia e candidato do Partido Renovador Social
(PRS). Observadores internacionais da eleição consideraram ambas as
votações livres e justas em geral. Vieira tomou posse com o primeiro
presidente democraticamente eleito da Guiné-Bissau a 29 de setembro de 1994.
Recebeu o Grande-Colar da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada a 1 de julho de 1996.
Logo depois de uma tentativa fracassada de golpe de estado contra o governo em junho de 1998, o país se viu no meio de uma breve mas violenta guerra civil entre forças leais a Vieira e outras leais ao líder rebelde Ansumane Mané. Rebeldes finalmente depuseram o governo de João Vieira num novo cessar-fogo em 7 de maio de 1999. Ele refugiou-se na embaixada portuguesa e veio para Portugal em junho.
Em 7 de abril de 2005,
pouco mais de dois anos, depois de outro golpe militar derrubar o
governo do presidente Kumba Yalá, Vieira retornou a Bissau de Portugal.
Mais tarde, naquele mês, ele anunciou que se candidataria à presidência
nas eleições presidenciais de 2005, em junho.
Apesar de que muitos consideraram Vieira inelegível, por causa de
processos contra ele e porque ele estava no exílio, o Supremo Tribunal
de Justiça (STJ) decidiu que ele estava apto a concorrer. O seu antigo partido, o PAIGC, apoiou o ex-presidente interino, Malam Bacai Sanhá, como seu candidato.
De acordo com resultados oficiais, Vieira ficou em segundo lugar na eleição de 19 de junho
com 28,87% dos votos, atrás de Malam Bacai Sanhá, e portanto participou
da segunda volta. Ele oficialmente derrotou Sanhá na segunda volta, em 24 de julho, com 52,35% dos votos, e tomou posse como presidente em 1 de outubro.
Em 28 de outubro de 2005, Vieira anunciou a dissolução do governo chefiado pelo primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior, seu rival, citando a necessidade de manter a estabilidade; em 2 de novembro, nomeou o seu aliado político, Aristides Gomes, para o cargo.
Em 1 e 2 de março de 2009, após o assassinato, no primeiro dia, do chefe de Estado Maior das Forças Armadas,
morto com uma bomba, no dia 2 o presidente é morto a tiro por militares
que mantiveram a sua casa debaixo de fogo. Nino Vieira morre a tentar
escapar de casa. Militares retiram os seus bens pessoais do palácio
presidencial, no saque que se seguiu. Depois de ferido a tiro, foi retalhado em pedaços à catanada.
in Wikipédia
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