(imagem daqui)
Helena Maria de Jesus Águas, (Lisboa, 16 de junho de 1956), é uma cantora portuguesa.
A primeira vez que subiu a um palco foi em 1974 numa reunião de moradores do Bairro de Santa Cruz, em Benfica, quando o amigo que se encontrava a actuar para encerrar a sessão a chamou para assobiar a melodia da flauta do tema do Sérgio Godinho "Pode alguém ser quem não é". A sua inesperada estreia verdadeiramente a solo seguiu-se, quando se acompanhou à guitarra para cantar o tema "Ne Me Quitte Pas", de Jacques Brel.
Lena d'Água foi a primeira mulher em Portugal a integrar como vocalista uma banda de rock, (os Beatnicks, grupo musical de Rock Progressivo com base na Amadora). A sua estreia na banda aconteceu na festa de finalistas do Liceu de Sintra, em maio de 1976.
Seguiram-se dois anos de bastantes concertos ao vivo pelo país, tendo a banda viajado para os Açores em julho de 1977, onde participou no Festival Musical Açores, na ilha Terceira. A sua última actuação com a banda aconteceu em março de 1978, na noite em que os Beatnicks fizeram a 1ª parte do concerto de Jim Capaldi, no Coliseu dos Recreios de Lisboa. Não chegou a participar no EP que a banda viria a gravar nesse ano.
Seguiram-se dois anos de bastantes concertos ao vivo pelo país, tendo a banda viajado para os Açores em julho de 1977, onde participou no Festival Musical Açores, na ilha Terceira. A sua última actuação com a banda aconteceu em março de 1978, na noite em que os Beatnicks fizeram a 1ª parte do concerto de Jim Capaldi, no Coliseu dos Recreios de Lisboa. Não chegou a participar no EP que a banda viria a gravar nesse ano.
Pouco depois é convidada a participar nos coros do grupo Gemini, no Festival da Canção da RTP e acompanha-os à Eurovisão em Paris com a canção "Dai-li, dai-li dou". Começara já na época a ser contratada para trabalho de estúdio, em publicidade ou em coros para artistas consagrados. É também neste ano de 1978 que participa na gravação do álbum "Ascenção e Queda" do grupo "Petrus Castrus".
Concluíra o Curso do Magistério Primário e no final desse ano fez parte da "Oficina de Teatro e Comunicação", a companhia de teatro independente com quem levou à cena a peça para crianças "Ou isto ou aquilo". Esta encenação de José Caldas de poemas de Cecília Meirelles, tinha adereços e figurinos de Dalton Salem Assef e coreografia de Águeda Sena. Lena Águas participou como actriz e foi a directora musical. Este espectáculo foi apresentado em vários bairros pobres da periferia de Lisboa, no âmbito das campanhas de dinamização cultural que tiveram lugar na altura. As canções da peça, todas da autoria de Luís Pedro Fonseca, viriam a ser gravadas em 1992 no álbum para crianças "Ou isto ou aquilo".
No ano de 1979 grava o seu primeiro disco, o single "O nosso livro" (Florbela Espanca) /"Cantiga da babá" (Cecília Meirelles), ambos os poemas musicados por Luís Pedro Fonseca. Grava o seu primeiro disco de longa duração para as crianças, "Qual é coisa qual é ela?" com adivinhas de Maria João Duarte musicadas por Luís Pedro Fonseca e José da Ponte editado pela recente editora Edipim. Com os dois músicos funda, em 1980, a banda Salada de Frutas na qual Lena d'Agua é a vocalista principal. O álbum "sem açúcar" é editado em novembro desse ano e seguem-se meses de actuações ao vivo em Portugal. Em maio de 1981 é lançado o single "Robot/Armagedom", que teve entrada directa para o 1º lugar do TOP 20 de vendas e foi um dos maiores sucessos da década de 80 em Portugal.
Em setembro de 1981, Lena e Luis Pedro abandonam o grupo para formarem a Banda Atlântida e em outubro Lena d'Água assina contrato discográfico com a editora Valentim de Carvalho. Em novembro é lançado o single "Vigaro Lá Vigaro Cá/Labirinto" e é dado início aos concertos ao vivo com a nova banda.
O primeiro álbum em nome próprio, "Perto de Ti", de 1982, contou com produção do inglês Robin Geoffrey Cable e foi disco de prata, falhando por pouco a marca de ouro - nessa altura a marca de prata era atingida com 10 mil unidades vendidas e a de ouro as 20 mil. O álbum Perto de ti vendeu perto de 18 mil cópias.
Segue-se em 1983 o single ecológico "Jardim Zoológico/Papalagui" e em 1984 o álbum "Lusitânia", novamente produzido por Robin Geoffrey Cable, e que atinge igualmente a marca de prata. Neste álbum figura o tema que virá a ser considerado o ex-libris da cantora, "Sempre que o amor me quiser", criação de Luís Pedro Fonseca.
Também em 1984 é lançado o livro ("A Mar Te"), colectânea de poemas da sua juventude, editado pela editora Ulmeiro.
Em 1986 muda para a editora CBS e grava o álbum "Terra Prometida", com produção de Robin Geoffrey Cable e de Luís Pedro Fonseca. Dou-te um doce é o primeiro single e será o primeiro videoclip português escolhido para passar no programa "Countdown", de Adam Curry, na Europa TV. Foi igualmente disco de prata.
Em 1987 é editado "Aguaceiro", arranjado e produzido por António Emiliano. Foi disco de prata. Neste disco foi gravado o tema "Estou além", de António Variações. Ida ao Brasil.
Em 1989, gravação e edição do álbum "Tu aqui", que inclui a participação de Mário Laginha na canção "Essa Mulher" celebrizada por Elis Regina. Destaca-se ainda a gravação de cinco temas inéditos de António Variações. O disco teve produção de Guilherme Inês e Zé da Ponte.
Em 1992 é lançado o álbum "Ou isto ou aquilo", álbum para crianças, composto por Luís Pedro Fonseca em 1978 a partir dos poemas de Cecília Meirelles.
Em 1993 junta-se a Helena Vieira e Rita Guerra para uma produção musical do maestro Pedro Osório gravada ao vivo com orquestra no Casino do Estoril. "As canções do século" foi disco de prata. Este espectáculo foi apresentado um pouco por todo o país ao vivo com orquestra até finais de 1999.
Entre 1995 e 1996 divide o palco com Adelaide Ferreira, numa série de concertos em que as duas cantoras se fizeram acompanhar por um septeto para interpretarem temas de ambos os reportórios com arranjos do maestro Pedro Osório.
Em 1996 colabora com o grupo de música popular Gallandum em espectáculos em Angra do Heroísmo, Ilha Terceira e no Festival Maré de Agosto na ilha de Santa Maria, nos Açores. Colabora com a Brigada Victor Jara nos discos "Novas Vos Trago" de 1999 e "Ceia Louca", que foi Prémio Zeca Afonso 2006.
Ainda em 1999 estreia no Hot Clube de Portugal um concerto dedicado ao repertório de Billie Holiday, que apresentou entre 2000 e 2003. Também por esta altura montou o tributo a Elis Regina, com o qual fez alguns espectáculos de inverno. Foi nesta fase que aprofundou os seus conhecimentos musicais no contacto em palco com os excelentes músicos da cena jazzística portuguesa.
Em 2000, colaborou na versão da sua canção emblemática “Sempre Que o Amor Me Quiser” gravada pelo grupo angolano SSP. Ida a Angola para participar num espectáculo do grupo em Luanda. Ida ao México onde participou no Festival da OTI, em Acapulco, afamada estância balnear mexicana. Também nesse ano gravou com Jorge Palma o tema “Laura”, canção principal do telefilme da SIC “A Noiva”, incluída no álbum “Perdidamente, as Canções de João Gil“.
Em 2006 produz a festa-concerto de comemoração dos seus 50 anos, no Cabaret Maxime, em Lisboa. Este espectáculo em três actos - Billie Holiday, Elis Regina, Lena d'Água - foi gravado em DVD para futura edição.
É editado em maio de 2007 pela EMI Portugal, com o selo de qualidade da prestigiada Blue Note, o CD/DVD "Lena d'Água SEMPRE, ao vivo no Hot Clube de Portugal" gravado em dezembro de 2005.
O álbum "Perto de Ti" foi reeditado em 2008 pela iPlay na colecção "Tempo do Vinil".
Filha primogénita de José Águas, glória inesquecível do futebol do Benfica e da selecção portuguesa no período entre 1950 e 1963, Helena escreveu o livro «José Águas, o Meu Pai Herói», que foi lançado em 2011 pela Oficina do Livro, do grupo Leya.
Lena d’Água voltou a estúdio em 2013 na companhia da banda "Rock’n’Roll Station", para o registo de 13 recriações dos seus clássicos, entre os quais "Sempre Que O Amor Me Quiser", "Robot", "Dou-te Um Doce", "Vígaro Cá, Vígaro Lá", "Demagogia", "Perto de Ti" e "Beco". O álbum, "Carrossel", foi editado pela "Farol" em Junho de 2014.
Participou no Festival RTP da Canção 2017, com o tema "Nunca Me Fui Embora", da autoria de Pedro da Silva Martins, tendo sido apurada para a final e ficado classificada em sétimo lugar na final.
Participa na banda sonora de série da RTP 1986, de Nuno Markl, como intérprete na canção de abertura "Electrificados".
Em maio de 2019 é editado o álbum "Desalmadamente" composto inteiramente por originais escritos por Pedro da Silva Martins e que teve produção de Benjamim, Mariana Ricardo, Sérgio Nascimento e Francisca Cortesão. "Queda Para Voar" e "Desalmadamente" eram outros dos temas previstos para a participação no Festival RTP de 2017 e que agora aparecem em disco.
Participou no Festival RTP da Canção 2017, com o tema "Nunca Me Fui Embora", da autoria de Pedro da Silva Martins, tendo sido apurada para a final e ficado classificada em sétimo lugar na final.
Participa na banda sonora de série da RTP 1986, de Nuno Markl, como intérprete na canção de abertura "Electrificados".
Em maio de 2019 é editado o álbum "Desalmadamente" composto inteiramente por originais escritos por Pedro da Silva Martins e que teve produção de Benjamim, Mariana Ricardo, Sérgio Nascimento e Francisca Cortesão. "Queda Para Voar" e "Desalmadamente" eram outros dos temas previstos para a participação no Festival RTP de 2017 e que agora aparecem em disco.
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