segunda-feira, fevereiro 22, 2021

Spínola publicou um livro que abalou profundamente o país há 47 anos

(imagem daqui)
  
Portugal e o Futuro foi um livro publicado pela Editora Arcádia no dia 22 de fevereiro de 1974, assinado pelo general António de Spínola.
Nesse livro, o ex-governador da Guiné-Bissau advogava, após 13 anos de Guerra do Ultramar, uma solução política e não militar como sendo a única saída para o conflito.
As acções do governo marcelista, a demissão dos generais António de Spínola e Francisco da Costa Gomes dos cargos que ocupavam no Estado-Maior General das Forças Armadas e a organização de cerimónia de apoio ao regime, a Brigada do Reumático, dado ser maioritariamente constituída por oficiais-generais idosos dos três ramos das Forças Armadas, vieram ainda mostrar mais quanto o regime se sentia ameaçado pelas ideias contidas no livro.
No rescaldo da publicação Marcelo Caetano pede a demissão ao Presidente da República, que não a aceita.
  

4 comentários:

Manuel M Pinto disse...

Importa ler:

http://especiedemocracia.blogspot.com/2016/01/o-general-spinola-no-seu-labirinto.html?m=1

"Spínola não escreveu Portugal e o Futuro, podia ler-se na primeira página do Diário de Lisboa de 16 de Janeiro de 1976. O jornal escrevia que, à semelhança de Kennedy e de Nixon, Spínola recorrera a um escritor fantasma e o DL fornecia todos os dados para que os leitores concluíssem que o verdadeiro autor do livro era Jorge Pereira da Costa, que trocara já a carreira militar brilhante por uma fulgurante carreira de gestor. Transcrevendo passagens de um documento na primeira pessoa, o DL dizia que desde 1969 Pereira da Costa escrevia, a pedido do general Spínola, respostas a entrevistas, discursos, relatórios e até mesmo cartas para o primeiro-ministro e o ministro da defesa. Jorge Pereira da Costa não confirma nem desmente."

Fernando Martins disse...

Se reparar, eu escrevi "Spínola publicou um livro" e não Spínola escreveu um livro... E no mesmo digo "assinado pelo general António de Spínola"...

Manuel M Pinto disse...

Sim, reparei de imediato que os verbos foram muito bem "usados", suscitando as justificadas dúvidas quanto à autoria do livro!
A razão do meu comentário tinha em vista relembrar e esclarecer muita gente responsável (incluindo historiadores) que ignora ou não quer admitir que foi outro: o verdadeiro autor do livro!
Parabéns ao seu blog que diariamente acompanho e consulto, com a maior atenção.
Cordiais saudações,

Fernando Martins disse...

Então estamos de acordo...!