Brasão pessoal de Sir Winston Spencer-Churchill
Vida pessoal
Nascido na aristocrática família do
Duque de Marlborough, ramo da
família Spencer, adota o nome Churchill como tradição originada por seu tetravô
George Spencer-Churchill, 5.º Duque de Marlborough, que usava o nome em sua vida publica, para salientar a relação com o general
John Churchill, 1.° Duque de Marlborough. O seu pai,
Lorde Randolph Churchill, foi um político de sucesso, tendo servido o
Partido Conservador como
Ministro da Fazenda em
1886. Sua mãe,
Jennie Jerome, foi uma
socialite norte-americana, filha do
financista Leonard Jerome, que detinha uma fortuna multimilionária. Churchill nasceu no
Palácio de Blenheim aos 30 de novembro de 1874. Dos dois aos seis anos de idade viveu em
Dublin aonde seu avô havia sido indicado como
Vice-Rei
da Irlanda e empregado seu pai como secretário pessoal. Especula-se que
Winston pode ter desenvolvido sua fascinação por assuntos militares a
partir de sua convivência e observação de paradas militares passando
pelo
Áras an Uachtaráin (então Pavilhão do Vice-Rei).
Dificuldades na fala
Vários autores, escrevendo nas décadas de 1920 e 1930, mencionam uma dificuldade de fala de Churchill como grave e agonizante. Os seus discursos eram preparados para evitar hesitações e diminuir o
efeito de sua dificuldade. A esse respeito Churchill afirmou que a sua
dificuldade não o atrapalhava.
Vida adulta
A carreira literária de Churchill começou com os relatórios da
campanha: A História do Campo de Malakand Force (1898) e A Guerra do Rio
(1899), um relato da campanha no Sudão e na batalha de Omdurman.
Em 1900, ele publicou o seu único romance, Savrola e, seis anos depois, a
sua primeira grande obra, a biografia de seu pai, lorde Randolph
Churchill.
Vida política
Também em 1900, tornou-se um membro do Parlamento, eleito aos vinte e seis anos pelo
Partido Conservador.
Tendo passado para os liberais, foi subsecretário das colónias em 1905 e
membro pleno do Gabinete, como ministro do Comércio, três anos mais
tarde.
Primeiro Lorde do Almirantado na
Primeira Guerra Mundial,
teve de renunciar depois da desastrada expedição de Dardanelos. Depois
de servir na frente de combate na França, retornou ao governo como
ministro do Material Bélico, voltando ao Partido Conservador em seguida e
se tornando ministro das Finanças ("
Chancellor of the Exchequer"), após a guerra.
No período entre guerras, dedicou-se fundamentalmente à redação de diversos tratados. Notabilizou-se neste período, na
Câmara dos Comuns, por uma violenta crítica ao
partido nazi alemão,
rogando diversas vezes ao governo britânico que fossem investidos
recursos na militarização, prevendo um possível ataque alemão num futuro
próximo e temendo que o
Reino Unido
não estivesse preparado para resistir. Na ocasião, Churchill foi
acusado de belicista, mas muitos estudiosos entendem que o acerto desta
previsão foi uma das principais razões que levaram Churchill a ser
eleito
primeiro-ministro nove meses após a
invasão da Polónia por
Hitler, em setembro de
1939 e consequente
declaração de guerra à
Alemanha pela Inglaterra, em função do tratado de defesa mútua assinado com a
Polónia.
Em
10 de maio de
1940, Churchill chegou ao cargo de primeiro-ministro britânico, contando 65 anos de idade. Os seus discursos memoráveis, conclamando o
povo britânico à resistência e sua crescente aproximação com o então
presidente americano
Franklin Delano Roosevelt, visando a que os
Estados Unidos
ingressassem definitivamente na guerra, foram essenciais para o êxito
dos aliados. O exemplo de Churchill e sua incendiária oratória
permitiram-lhe manter a coesão do povo britânico nas horas de prova
suprema que significaram os bombardeios sistemáticos da
Alemanha sobre
Londres e outras cidades do
Reino Unido. Devido a estes bombardeios em
20 de julho de
1944, mesmo dia em que
Hitler sofreria um grave atentado contra sua vida, Churchill consideraria a possibilidade de utilizar
gás venenoso
em civis alemães, contrariando as regras internacionais da guerra
moderna, sendo fortemente desencorajado pelos generais britânicos,
abandonando a ideia ao final.
Nessa época, ele comandava a Inglaterra de um prédio de escritórios
simples, que não fora projetado para seu conforto, passando as manhãs
deitado na cama, tomando banho em um
a casa de banho separada do seu quarto, de
forma tal que às vezes oficiais ingleses encontravam-no andando pelo
prédio seminu e molhado. A má alimentação de Churchill, que passava o dia fumando charutos e bebendo um coquetel de
uísques, apavorava o seu médico.
Apesar da vitória na
Segunda Guerra Mundial, em
1945 os
conservadores de Churchill perderam as eleições para os trabalhistas, liderados por
Clement Attlee, que se tornou primeiro-ministro. Em
1951, em razão de vitória por ampla maioria dos conservadores nas eleições daquele ano, Churchill voltou ao cargo de primeiro-ministro; tinha então 76 anos de idade.
Recebeu o
Nobel de Literatura de
1953, pelas suas memórias de guerra (cinco volumes, também disponível nas
livrarias em versão condensada, em volume único) e o seu trabalho
literário e jornalístico, anterior aos tempos de primeiro-ministro. Na
ocasião, ele foi saudado como o maior dos ingleses vivos. Foi o primeiro
a usar o termo "
cortina de ferro" para ilustrar a separação entre a
Europa comunista e a ocidental.
Em primeiro de março de
1955, Churchill proferiu o seu último discurso na Câmara dos Comuns como
chefe de governo, intitulado "Jamais desesperar" anunciando a sua renúncia ao
mandato de primeiro-ministro, não sem antes alertar o mundo, mais uma vez, para o risco de
guerra nuclear.
Depois, continuou na Câmara dos Comuns até pouco tempo antes de
falecer. Nos últimos anos de vida parlamentar, teve atuação discreta,
proferindo discursos apenas ocasionalmente.
Ideais
Apesar de a carreira política de Churchill ter sido marcada por
posições de destaque no seio do governo britânico em ambas as grandes
guerras do
século XX, pela análise aos seus discursos verifica-se sempre uma busca pela
paz, tendo chamado a
Segunda Guerra Mundial de "a guerra desnecessária", defendendo a ideia que os países europeus deveriam ter impedido a
Alemanha de recompor suas forças armadas antes da guerra, visando evitá-la. Churchill acreditava que a entrada dos
Estados Unidos na guerra era essencial para a derrota dos
nazis, criando grandes laços com os Estados Unidos e com o presidente
Franklin Roosevelt. Fez com este diversos contactos, entre eles a concepção da
Carta do Atlântico em
1941. Apesar de ser incondicionalmente antinazi, Churchill era defensor da
higiene racial.
Churchill era também um apaixonado pela pintura, tendo escrito um livro sobre pintura e dito que quando morresse, chegado ao céu, iria definitivamente passar os primeiros cem anos da eternidade a pintar.
Em 2007 o jornalista Stephen McGinty lançou o livro "Churchill's
Cigar", no qual relata uma história
encantadora sobre um caso de amor que se consumia diariamente na fumaça.
Churchill era um apaixonado por charutos, de preferência cubanos, os
quais consumia diariamente.