D. Pedro V de Portugal (nome completo: Pedro de Alcântara Maria Fernando Miguel Rafael Gonzaga Xavier João António Leopoldo Victor Francisco de Assis Júlio Amélio de Saxe-Coburgo-Gotha e Bragança; 16 de setembro de 1837 - 11 de novembro de 1861), cognominado O Esperançoso, O Bem-Amado ou O Muito Amado, foi Rei de Portugal de 1853 a 1861. Era o filho mais velho da rainha Maria II e do seu consorte, o rei Fernando II.
(...)
D. Pedro V foi um defensor acérrimo da abolição da escravatura e data do seu reinado um episódio que atesta a convicção do monarca nessa matéria e que simultaneamente demonstra a fragilidade de Portugal perante as grandes potências europeias: junto à costa de Moçambique é apresado um navio negreiro francês, tendo o seu comandante sido preso. O governo de França não só exigiu a libertação do navio, bem como uma avultada indemnização ao governo português.
Portugal é, por essa altura, flagelado por duas epidemias, uma de cólera, que grassa de 1853 a 1856, e outra de febre amarela, principalmente em 1856/1857. Durante esses anos o monarca, em vez de se refugiar, percorria os hospitais e demorava-se à cabeceira dos doentes, o que lhe trouxe muita popularidade.
Em 1858, Pedro V casa-se, por procuração, com a princesa Estefânia de Hohenzollern-Sigmaringen, que veio a morrer no ano seguinte.
Sendo a saúde pública uma das suas preocupações, foi, juntamente com a sua esposa, a princesa e Rainha Estefânia de Hohenzollern-Sigmaringen, que Pedro fundou hospitais públicos e instituições de caridade. Aliás, cumprindo os desejos por ela manifestados, o monarca fundou o Hospital de Dona Estefânia, em Lisboa, após a sua morte.
Morreu com apenas 24 anos, em 11 de novembro de 1861, que segundo parecer dos médicos, devido à febre tifóide (enquanto o povo suspeitava de envenenamento e, por isso, viria a amotinar-se). A sua morte provocou uma enorme tristeza em todos os quadrantes da sociedade. Não tendo filhos, foi sucedido pelo irmão, o infante Luís, futuro Rei D. Luís I, que habitava então no sul de França.
Jaz no Panteão dos Braganças, no mosteiro de São Vicente de Fora em Lisboa.
Teve uma notável preparação moral e intelectual. Estudou ciências naturais e filosofia, dominava bem o grego e o latim e chegou a estudar inglês. O seu espírito terá sido influenciado pela convivência que teve com Alexandre Herculano, que foi seu educador. Recebeu ainda inúmeros conselhos sobre governação e sentido de Estado por Mário Jorge de Castro Botelho, com quem trocava correspondência durante o período do seu reinado.
No dizer dos biógrafos, Pedro V: "com um temperamento observador, grave, desde criança [...] mandou pôr à porta do seu palácio uma caixa verde, cuja chave guardava, para que o seu povo pudesse falar-lhe com franqueza, queixar-se [...] O povo começava a amar a bondade e a justiça de um rei tão triste [...]".
in Wikipédia
Sem comentários:
Enviar um comentário