Neptuno é o oitavo planeta do Sistema Solar, e o último, em ordem de afastamento a partir do Sol, desde a reclassificação de Plutão para a categoria de planeta-anão, em 2006, que era o último dos planetas. É, tal como a Terra, conhecido como o "Planeta Azul", mas não devido à presença de água. Neptuno recebeu o nome do deus romano dos mares. É o quarto maior planeta em diâmetro, e o terceiro maior em massa. Neptuno tem 17 vezes a massa da Terra e é ligeiramente mais maciço do que Urano, que tem cerca de 15 vezes a massa da Terra e é menos denso.
Descoberto em 23 de setembro de 1846, Neptuno foi o primeiro planeta encontrado por uma previsão matemática,
em vez de uma observação empírica. Inesperadas mudanças na órbita de
Urano levaram os astrónomos a deduzir que sua órbita estava sujeita a
perturbação gravitacional por um planeta desconhecido. Subsequentemente,
Neptuno foi encontrado, a um grau da posição prevista. A sua maior lua,
Tritão,
foi descoberta pouco tempo depois, mas nenhuma das outras 12 luas do
planeta foram descobertas antes do século XX. Neptuno foi visitado por
uma única sonda espacial, Voyager 2, que voou pelo planeta em 25 de agosto de 1989.
(...)
Em 1821, Alexis Bouvard publicou tabelas astronómicas da órbita do vizinho de Neptuno, Úrano. Observações subsequentes revelaram desvios substanciais das tabelas, levando Bouvard a pôr a hipótese da existência de um corpo desconhecido que perturbasse a órbita por meio de interação gravitacional. Em 1843, John Couch Adams calculou a órbita de um oitavo planeta que pudesse explicar o movimento de Úrano. Enviou os seus cálculos a Sir George Airy, o Astrónomo Real Britânico, que os rejeitou com alguma frieza, levando Adams a abandonar o assunto.
Em 1845-1846, Urbain Le Verrier, independentemente de Adams,
rapidamente desenvolveu os seus próprios cálculos, mas também
deparou-se com dificuldades em encorajar algum entusiasmo nos seus
compatriotas. No entanto, em Junho do mesmo ano, após ver as primeiras
estimativas publicadas por Le Verrier da longitude do planeta e a sua
similaridade com a estimativa de Adams, Airy solicitou ao diretor do Observatório de Cambridge, James Challis, que procurasse o planeta. Challis varreu o céu de Agosto a Setembro, em vão.
Enquanto isso, Le Verrier, por carta, persuadiu o astrónomo Johann Gottfried Galle, do Observatório de Berlim, a procurar com o refrator do telescópio. Heinrich Louis d'Arrest,
um estudante do observatório, sugeriu a Galle que eles comparassem um
gráfico do céu recentemente desenhado na região do local previsto por Le
Verrier com o céu atual para procurar pelo deslocamento característico
de um planeta,
ao invés de uma estrela fixa. Na mesma noite do recebimento da carta de
Le Verrier, Neptuno foi descoberto, em 23 de setembro de 1846, a 1° de
onde Le Verrier previra que estaria, e a cerca de 12° da previsão de
Adams. Posteriormente, Challis percebeu que ele havia observado o
planeta duas vezes em Agosto, mas não o identificara devido à sua
abordagem casual do trabalho.
Na época da descoberta, houve muita rivalidade nacionalista entre os
franceses e os britânicos sobre quem tinha prioridade e merecia crédito
pela descoberta. Eventualmente, chegou-se a um consenso internacional de
que Le Verrier e Adams mereciam o crédito juntamente. No entanto, a
questão está agora sendo reavaliada por historiadores, devido à
redescoberta, em 1998, dos "papéis sobre Neptuno" (documentos históricos
do Observatório de Greenwich), que foram aparentemente roubados pelo astrónomo Olin J. Eggen e escondidos por quase três décadas, sem serem redescobertos (em sua possessão) até imediatamente após sua morte.
Após a revisão dos documentos, alguns historiadores agora sugerem que
Adams não merece crédito igualmente a Le Verrier. Desde 1966, Dennis Rawlins tem questionado a credibilidade da reivindicação de Adams de co-descoberta. Em um artigo de 1992, em seu jornal Dio, ele considera a reivindicação britânica um "roubo".
"Adams fez alguns cálculos, mas ele estava um tanto incerto sobre onde
ele dizia que estava Neptuno", diz Nicholas Kollerstrom, da University College London em 2003.
O planeta também foi explorado pelo Programa Voyager e futuramente pela Neptune/Triton Orbiter.
in Wikipédia
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