Wacław Niżyński, em polaco Vaslav Nijinski (Kiev, 12 de março de 1890 - Londres, 8 de abril de 1950) foi um bailarino e coreógrafo russo de origem polaca.
Considerado um dos maiores bailarinos de seu tempo, viveu a dança
desde muito cedo, pois era filho de bailarinos polacos, que se
apresentavam em teatros e circos. Dançando nas apresentações de seus
pais, atuou desde o quatro anos de idade.
Após seu pai ter abandonado a família, mudou-se com sua mãe para São Petersburgo, na Rússia.
Com dez anos de idade, iniciou seus estudos em dança na escola de balé
do Teatro Imperial. Aos dezoito anos foi o par da bailarina Anna Pavlova. No ano seguinte, em 1909, viajou para Paris com a companhia de balé de Sergei Diaghilev, na qual obteve reconhecimento internacional.
Para os críticos, Nijinski era dotado de uma técnica extraordinária. Por isso, foi chamado por muitos como o deus da dança, a oitava maravilha do mundo e o Vestris do Norte (referência ao bailarino francês Auguste Vestris, junto ao qual seria sepultado, no cemitério de Montmartre, em Paris). Nijinski revolucionou o balé no início do século XX, conciliando sua técnica com um poder de sedução da plateia, os seus saltos pareciam desafiar a lei da gravidade.
Com coreografias de Fokine, dançou: Silfides, Petrushka, Sherazade, Espectro da Rosa
entre outros. Como coreógrafo, Nijinski era considerado ousado e
original, sendo atribuído a ele o início da dança moderna. Uma de suas
coreografias mais polêmicas foi L'Aprés-Midi d'un Faune, com música de Debussy, vaiada em sua estréia, em 1912. Outras muito conhecidas foram A Sagração da Primavera e Till Eulenspiegel.
O relacionamento com Diaghilev ficou bastante abalado quando Nijinski se apaixonou pela bailarina Romola de Pulszkie se casou com ela, em 1913, em Buenos Aires. Por uns tempos, foi afastado do grupo, voltando a fazer parte da companhia em 1916, nos Estados Unidos.
Em 1919, aos 29 anos, acometido por distúrbio mental (esquizofrenia),
abandonou os palcos. A esquizofenia do bailarino caracterizava-se,
sobretudo pela desordem de pensamento. Essa marca é bastante evidente em
trechos de seus diários: "Tenho uma copeira seca, porque sente. Ela
pensa muito, porque foi dessecada no outro lugar onde ela serviu por
muito tempo". Seu impressionante diário, escrito em 1919, foi publicado por Romola de Pulszki em 1936.
Entretanto, nessa versão, Romola eliminou um terço dos textos
originais, suprimindo todos os versos e vários trechos com passagens
eróticas.
Nijinski passou por inúmeras clínicas psiquiátricas até completar os 60 anos. Morreu em uma clínica em Londres, em 8 de abril de 1950. Somente em 1995 uma edição integral dos originais de seu diário foi publicada na França, pela editora Actes Sud, graças ao consentimento da filha de Nijinski, Tamara.
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