(imagem daqui)
Miguel Torga – Adolfo Correia Rocha
S. Martinho de Anta (12.08.1907) – Coimbra (17.01.1995)
Faz hoje 16 anos que este poeta, simultaneamente transmontano, conimbricense e português, nos deixou.
Mas as suas palavras são eternas.
Já estudante em Coimbra, decidiu adoptar o pseudónimo de Torga. Não escolheu o nome por acaso. A torga, ou urze, é uma planta silvestre, humilde e espontânea, que vive no chão agreste por todo o país, mas particularmente nas serranias dos seus Trás-os-Montes e Alto Douro. Nunca deixará de demonstrar o seu amor pela Natureza, seja ela animal, vegetal ou mineral.
Aqui fica uma amostra do seu lirismo...
Foi bonito
O meu sonho de amor.
Floriram em redor
Todos os campos em pousio.
Um sol de Abril brilhou em pleno estio,
Lavado e promissor.
Só que não houve frutos
Dessa primavera.
A vida disse que era
Tarde demais.
E que as paixões tardias
São ironias
Dos deuses desleais.
in Diário XV - Miguel Torga
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