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Educação: Directores recusam obrigatoriedade de Central de Compras
Escolas chumbam compras a granel
Mais de cem directores de escola chumbaram ontem o modelo de funcionamento da Central de Compras. Os professores classificam a agência centralizada do Ministério da Educação como "um pedregulho" no caminho do ensino.
No auditório da escola Eça de Queiroz, em Lisboa, surgiram várias críticas ao funcionamento da central. Os professores disseram que há produtos que surgem a preços mais elevados do que os praticados pelas empresas a nível local. Outra das queixas foi a obrigatoriedade de aquisição de elevadas quantidades: por exemplo, as escolas têm de comprar pelo menos 250 folhas de cartolina, de cada cor, por encomenda.
O contrato estabelecido pela Direcção Regional de Educação do Alentejo com uma empresa de limpeza, com um preço por hora de 5,6 euros, quando o anterior contrato, a nível local, era de 4 euros/hora foi também criticado. Com a agravante, segundo disse o director de uma escola que quis manter o anonimato, de as funcionárias estarem a ser pagas a dois euros à hora.
No final do encontro, o presidente da Associação Nacional de Directores de Agrupamentos e Escolas Públicas, Adalmiro Fonseca, referiu que foi aprovada um moção, para que o Ministério da Educação retire a obrigatoriedade do uso da central de compras. Outra das preocupações discutidas no encontro respeita ao projecto de organização do novo ano lectivo, que inclui a redução de créditos horários, o que poderá comprometer a "escola a tempo inteiro", avisou o responsável.
SAÍDAS PARA VENCER AGÊNCIAS
O especialista em administração escolar José Matias Alves apresentou em Lisboa, no encontro da ANDAEP, um estudo no qual são descritas doze saídas possíveis para os professores combaterem as agências centrais do Ministério da Educação, consideradas "em alguns casos como a fonte dos problemas do ensino".
Defende José Matias Alves que a unidade de acção entre as escolas, a busca de aliados entre os municípios, pais e alunos, e o reforço de mecanismo de escuta de diferentes opiniões podem ser algumas das opções para combater o recurso à central de compras. O reforço dos laços de solidariedade a nível local é outra das saídas. Afirmar a legitimidade eleitoral dos directores é outras das ‘armas’ recomendadas pelo especialista em administração escolar.
in CM
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