NATAL
Nasce mais uma vez,
Menino Deus!
Não faltes, que me faltas
Neste inverno gelado.
Nasce nu e sagrado
No meu poema,
Se não tens um presépio
Mais agasalhado.
Nasce e fica comigo
Secretamente,
Até que eu, infiel, te denuncie
Aos Herodes do mundo.
Até que eu, incapaz
De me calar,
Devasse os versos e destrua a paz
Que agora sinto, só de te sonhar.
in Diário XV - Miguel Torga
sexta-feira, dezembro 24, 2010
Poema para celebrar o deus-menino - II
Postado por Fernando Martins às 00:52
Marcadores: Miguel Torga, Natal, poesia
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