Fábula da Fábula
Era uma vez
uma fábula famosa,
Alimentícia
E moralizadora,
Que, em verso e prosa,
Toda a gente
Inteligente
Prudente
E sabedora
Repetia
Aos filhos,
Aos netos
E aos bisnetos.
À base duns insectos
De que não vale a pena fixar o nome,
A fábula garantia
Que quem cantava
Morria
De fome.
E, realmente…
Simplesmente,
Enquanto a fábula contava,
Um demónio secreto segredava
Ao ouvido secreto
De cada criatura
Que quem não cantava
Morria de fartura.
in Diário VIII (1959) - Miguel Torga
sexta-feira, dezembro 03, 2010
E anda um povo a poupar para pagar autoestradas, pontes, TGV's, aeroportos, consultadorias e, vai-se a ver...
Postado por Fernando Martins às 23:09
Marcadores: anarquia, bancarrota, Carlos César, cigarra, formiga, José Sócrates, Miguel Torga, orçamento, poesia, poupança
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