terça-feira, outubro 05, 2010

Poesia ideal para a data


A Canalha

Como esta gente odeia, como espuma
por entre os dentes podres a sua baba
de tudo sujo nem sequer prazer!
Como se querem reles e mesquinhos,
piolhosos, fétidos e promíscuos
na sarna vergonhosa e pustulenta!
Como se rabialçam de importantes,
fingindo-se de vítimas, vestais,
piedosas prostitutas delicadas!
Como se querem torpes e venais
palhaços pagos da miséria rasca
de seus cafés, popós e brilhantinas!
Há que esmagar a DDT, penicilina
e pau pelos costados tal canalha
de coxos, vesgos, e ladrões e pulhas,
tratá-los como lixo de oito séculos
de um povo que merece melhor gente
para salvá-lo de si mesmo e de outrem.

Jorge de Sena
NOTA: ideia roubada ao Blog Portugal dos Pequeninos...

2 comentários:

Carlos Faria disse...

Pelos vistos andámos ambos a lamentar Portugal em verso nestes dias e com poetas nacionais... cá, como aí, o mal está instalado, enquanto a canalha diz que a república é digna de comemorações que até parecem que salvaram o País.

Unknown disse...

Muito Bacana... este blog
estou seguindo

Um abraço rafah
eternizadoeempalavras.blogspot.com