sábado, março 29, 2008

A Escola que estamos a construir

Antigamente (eu entrei para a Escola quando o Presidente do Conselho era o Doutor Marcello Caetano...) o paradigma de Escola passava por uma instituição que era para quase todos mas muito poucos chegavam aos seus últimos patamares, em que o mérito era reconhecido mesmo aos que pertenciam a estratos sociais mais baixos mas, dada a estreiteza da peneira, poucos avançavam nos estudos. Podia haver falta de liberdade, haveria injustiças (mas sempre as houve e as haverá em qualquer instituição...) contudo a Escola era um local de aprendizagem, de educação e de promoção social dos que nela empenhavam o seu tempo e esforços.

Depois com a democracia e a liberdade (por vezes confundida com libertinagem, problema do qual ainda hoje se sentem as consequências) o paradigma de Escola mudou, paulatinamente. Chegou ao ponto que a seguinte estória relata...

Os patos preferem a escola

O TEMPO em que os animais falavam, os bichos constataram que o meio em que viviam começava a tornar-se cada vez mais complexo e havia que impor novas hierarquias, estabelecer novos parâmetros de comportamento, uma vez que já não chegavam os seus instintos inatos para enfrentar as modificações do meio. Esta necessidade deu lugar à ideia de ESCOLA: uma estrutura social, que os habilitaria, A TODOS, para enfrentar as crescentes modificações a que assistiam. Foram escolhidos os melhores animais para a docência, isto é, os reconhecidos como mais experientes, alta profissionalização nos seus domínios específicos, grandes títulos em competições. O reconhecimento destas qualificações envaideceu-os, naturalmente, e a maioria esqueceu, desde logo, a razão por que estava ali. Com muitas reuniões gerais de professores, muitas reuniões de grupo, reuniões de conselho pedagógico, de departamento, de secções, reuniões de conselho executivo, etc… escolheram o seguinte currículo: Nadar, Correr, Voar, Galgar montes e Saltar obstáculos.

Os primeiros alunos foram o Cisne, o Pato, o Coelho e o Gato.

Começadas as aulas, cada professor, altamente preocupado com a sua disciplina, preparava primorosamente a matéria, dava sem perder tempo, procurando cumprir o programa e a planificação do mesmo. Faziam, assim jus aos seus títulos e competências. Mas os alunos iam-se desencantando com a tão sonhada escola. Vejam o caso particular de cada aluno:
  • O Cisne, nas aulas de correr, voar e galgar montes era um péssimo aluno. E mesmo quando se esforçava, ao ponto de ficar com as patas ensanguentadas das corridas e calos nas asas, adquiridos na ânsia de voar, tinha notas más. O pior era que, com o esforço e desgaste psicológico despendido nessas disciplinas, estava a enfraquecer na natação, em que era o máximo.
  • O Coelho, por sua vez padecia nas matérias de nadar e voar. Como poderia voar se não tinha asas? Em se tratando de nadar, a coisa também não era fácil não tinha nascido para aquilo. Em contrapartida, ninguém melhor do que ele, corria e galgava montes.
  • O Gato tinha problemas idênticos ao do coelho, nas disciplinas de natação e voo. Ele bem insistia com o professor que, se o deixasse voar de cima para baixo, ainda poderia ter êxito. Só que o professor não aceitava essa ideia louca: não estava contemplada no programa aprovado e o critério de selecção era igual para todos.
  • O Pato, finalmente, voava um pouquinho, corria mais ou menos, nadava bem mas muito pior do que o cisne, e desastradamente, embora com algum desembaraço, até conseguia subir montes e saltar obstáculos. Não tinha reprovações a nenhuma disciplina, como os seus restantes colegas o que fazia sumamente brilhante nas pautas finais.
Os professores consideraram-no o aluno mais equilibrado, deram-lhe a possibilidade de prosseguir estudos e, com tantos “atributos”, até fomentaram nele a esperança de um dia, poder vir a ser professor.

Os restantes alunos estavam inconformados. Nada tinham contra o pato, gostavam dele, compreendiam o seu grau mínimo de suficiência a todas as disciplinas, mas, perguntavam-se: a espantosa capacidade do Coelho em saltar obstáculos, correr e galgar montes não poderia ser aproveitada para enfrentar as tais novas situações sociais, que os levaram a ter a ideia de ESCOLA? E o Gato? De nada lhe serviria correr e saltar melhor do que o Pato? E que utilidade teria, para o Cisne, nadar como nenhum outro? Cada um tinha, de facto, a sua queixa justificada. Escola, pensavam eles era o local onde aperfeiçoariam as capacidades que tinham, de modo a po-las ao serviço da sociedade. Se as coisas já estavam difíceis, que fazer agora com a tremenda frustração de não servirem para nada? Foram falar com os professores. As limitações de cada um eram um facto, eles sabiam que jamais seriam polivalentes, de modo a terem grandes escolhas. Contudo, se reprovassem no ano seguinte estariam exactamente na mesma situação.

Os professores lamentaram muito. Havia um programa, superiormente estabelecido e a questão era só esta: Ninguém tinha média igual ao do Pato e, por isso, na sua mediocridade, ele era, estatisticamente superior a todos.

Os outros alunos abandonaram a escola. Desde então por razões óbvias a escola atrai mais os patos e, na sociedade são eles que dominam.


in Noesis, nº20, Setembro de 1991

Só assim se entende, no âmbito da Escola de Patos, que tenhamos um primeiro ministro que se auto-intitula, generosamente, Engenheiro, com um currículo invejável (eu, com estes olhos que a terra há-de comer, garanto que já vi a obra de engenharia do senhor José, pois como guardense de nascimento já vi muitas das obras primas com que ele honrou as terras onde os seus projectos foram construídos...).

Hoje há a tentativa de mudar novamente o paradigma da Escola: agora esta instituição vai nivelar tudo por baixo - vai reconhecer os saberes ocultos das pessoas, vai dar novas oportunidades aos que nunca as mereceram, vai passar os absentistas, vai fazer surgir miraculosamente o sucesso para europeu ver, vai castigar os professores que se atrevem a reprovar os alunos, vai dar mérito a quem o nunca mereceu nem sabe o que é isso...

E agora Vossas Excelências irão perguntar "então e outros...?". Os outros, os que trabalham, os que merecem, os que querem saber mais...? Esses sempre se safaram, dirá o governo - logo não têm interesse nenhum...

A prova disto? Ora leiam esta notícia do Público para perceberem para onde está a ir a Escola:

Pais preocupadas com o que dizem ser um retrocesso
Vazio legal não permite que crianças sobredotadas possam matricular-se no 1.º ano
29.03.2008 - 11h26 Bárbara Wong

António (nome fictício) sabe ler desde os quatro anos. É também desde essa idade que efectua operações matemáticas que não se aprendem no jardim-de-infância. António tem cinco anos e só faz os seis em 2009, mas poderia entrar no 1.º ciclo já no próximo ano lectivo, não fosse o vazio legal que o Decreto-Lei n.º 3/2008 criou para as crianças sobredotadas.

Actualmente, não existe legislação que possibilite a antecipação da entrada no 1.º ciclo às crianças que revelam ter capacidades acima da média. Só que, até agora, era possível fazê-lo, desde que a criança revelasse maturidade e que essa fosse tecnicamente comprovada por um psicólogo.

A legislação que entrou em vigor deixou os sobredotados de fora. "As situações de precocidade excepcional ficaram sem enquadramento legal", confirma a Direcção Regional de Educação de Lisboa e Vale do Tejo (DREL) aos pais de uma criança sobredotada, que colocaram a questão a este serviço do Ministério da Educação.

Nesta situação estão algumas centenas de crianças, calcula Helena Serra, presidente da Associação Portuguesa de Crianças Sobredotadas (APCS), do Porto. Mensalmente, cinco em cada 40 casos que acompanha na associação são de meninos nestas circunstâncias, revela.

Para os pais de António, "não é concebível" mantê-lo mais um ano no jardim-de-infância. "Ele lê e interpreta o que lê. Por isso, desinteressa-se do que os outros fazem. Diz que são bebés porque não sabem ler como ele e a educadora", conta a mãe, considera que, se não fosse tão pequeno, estaria apto para o 2.º ano.

Perante a resposta da DREL, a deputada independente Luísa Mesquita pergunta ao ministério qual é a solução que propõe; se estão previstas alterações legislativas que prevejam a sua inscrição antecipada e para quando.

Também a APCS e o Centro Português para a Criatividade, Inovação e Liderança (CPCIL), de Lisboa, já colocaram a mesma questão à tutela. E acusam-na de "retrocesso".

Em carta dirigida a Maria de Lurdes Rodrigues, a fundadora do CPCIL, Manuela Freitas, lembra que habitualmente, entre Fevereiro e Março, é enviado às direcções regionais uma circular para regulamentar o ingresso antecipado. "Pensamos que às crianças não devem ser retirados os direitos de aprender com o seu ritmo individual e não apenas segundo normas arbitrárias e reguladas pelo calendário", escreve Manuela Freitas.

Helena Serra, da APCS, diz que é uma "dor de alma" ver crianças com maturidade permanecerem no pré-escolar. Manuela Freitas refere o "sofrimento dos pais e das crianças por serem obrigadas a estar inseridas em grupos cujas actividades já nada lhes dizem". Algum do insucesso escolar dos sobredotados justifica-se por estarem desenquadrados na escola, explicam.

A lei esqueceu os sobredotados "de propósito" porque "dão mais trabalho na sala de aula", diz Helena Serra. Também Manuela Freitas aponta que "os professores do 1.º ciclo têm medo das crianças de cinco anos". Para Luísa Mesquita, o "vazio da lei não é intencional, é mesmo incompetência". A deputada lembra que esta questão foi colocada no Parlamento, aquando da discussão da lei, e que "o PS disse que se resolveria de outra forma". O PÚBLICO pediu esclarecimentos à tutela, mas não recebeu nenhuma resposta em tempo útil.
É uma pena que mais uma vez, por causa das modas e do eduquês que alguns gostam, seja novamente tudo posto em causa e a Escola retroceda mais uma vez...

Até quando teremos de aturar estas experiências?

sexta-feira, março 28, 2008

Uma breve explicação

Aos nossos leitores, que nos merecem todo o respeito e carinho, uma pequena explicação sobre o silêncio que tem imperado neste Blog:

1. Sendo o principal responsável pelo Blog um professor, a actual instabilidade a que o seu local de trabalho e o seu grupo profissional foram sujeitos levaram a que fosse necessário uma paragem para reflectir sobre muitas coisas - nomeadamente o que fazer com este Blog, o que estou a fazer na Escola e o que quero nos próximos tempos.

2. Tendo oportunidade de trabalhar na luta de forma mais directa nesta luta dos professores, através da participação nas múltiplas actividades do Movimento Cívico Em Defesa da Escola Pública e da Dignidade da Docência, sediado na minha cidade do Liz, houve necessidade de parar algumas coisas que o que estava a fazer ficasse bem feito.

3. Depois de profunda reflexão, decidi que era tempo de continuar com o Blog - apesar de tudo o que fizeram, fazem e provavelmente irão fazer aos professores, não me irão vergar - e note-se que este desabafo não é dirigido a ninguém da minha Escola onde, apesar de tudo o que lá se passou, continua a ser o local onde quero continuar a exercer o meu trabalho de docente...

sexta-feira, março 07, 2008

Porque o Silêncio é uma arma poderosa...

Contra a Propaganda e o Ruído, o Silêncio é uma arma poderosa e impressionante, quando partilhada por muitos milhares.

Porque mais assustador do que a estridência. Porque mais inesperado. Porque já sabem(os) todos ao que vamos.

Quem guiará amanhã os nossos passos?

Amanhã iremos mostrar que ainda podemos superar o medo, a afronta e a iniquidade. Amanhã caminharemos juntos, unidos, porque a albarda não nos fica bem (não, não somos burros ou bestas de carga, senhora Ministra...). Amanhã caminharemos juntos porque há que defender Escola Pública, os nossos alunos e os nossos direitos de cidadãos.

Muitos de nós nunca foram a uma manifestação. Por opção pessoal, pelo trabalho que se leva para casa e assim ficaria para segundas núpcias ou por simples comodismo. Mas amanhã, unidos, iremos seguir juntos para mostrar que ainda há Homens e Mulheres livres dentro das Escolas. Iremos colocar o dia 8 de Março de 2008 num lugar único dentro da história da Educação e Ensino em Portugal. E é com o desejo de fazer História que amanhã muitos irão a Lisboa - porque é fácil quebrar o ramo isolado mas o feixe que somos todos nós não vergará!

Como dizia o colega Rómulo de Carvalho, através da boca do poeta António Gedeão, tem de ser! Guie-nos a palavra do poeta no nosso caminho:

Estrela da Manhã



Numa qualquer manhã, um qualquer ser,
vindo de qualquer pai,
acorda e vai.
Vai.
Como se cumprisse um dever.


Nas incógnitas mãos transporta os nossos gestos;
nas inquietas pupilas fermenta o nosso olhar.
E em seu impessoal desejo latejam todos os restos
de quantos desejos ficaram antes por desejar.


Abre os olhos e vai.


Vai descobrir as velas dos moinhos
e as rodas que os eixos movem,
o tear que tece os linhos,
a espuma roxa dos vinhos,
incêndio na face jovem.


Cego, vê, de olhos abertos.
Sozinho, a multidão vai com ele.
Bagas de instintos despertos
ressumam-lhe à flor da pele.


Vai, belo monstro.
Arranca
as florestas com os teus dentes.
Imprime na areia branca
teus voluntariosos pés incandescentes.


Vai.


Segue o teu meridiano, esse,
o que divide ao meio teus hemisférios cerebrais;
o plano de barro que nunca endurece,
onde a memória da espécie
grava os sonos imortais.


Vai.


Lábios húmidos do amor da manhã,
polpas de cereja.
Desdobra-te e beija
em ti mesmo a carne sã.


Vai.


À tua cega passagem
a convulsão da folhagem
diz aos ecos
«tem que ser»;
o mar que rola e se agita,
toda a música infinita,
tudo grita
«tem que ser».


Cerra os dentes, alma aflita.
Tudo grita
«Tem que ser».


in Movimento Perpétuo (António Gedeão)

Post retirado do Blog Em defesa da Escola Pública

quinta-feira, março 06, 2008

8 de Março de 2008

Prece

Senhor, a noite veio e a alma é vil.
Tanta foi a tormenta e a vontade!
Restam-nos hoje, no silêncio hostil,
O mar universal e a saudade.

Mas a chama, que a vida em nós criou,
Se ainda há vida ainda não é finda.
O frio morto em cinzas a ocultou:
A mão do vento pode erguê-la ainda.

Dá o sopro, a aragem - ou desgraça ou ânsia -
Com que a chama do esforço se remoça,
E outra vez conquistemos a Distância -
Do mar ou outra, mas que seja nossa!

Fernando Pessoa, Mensagem

Antes que a noite escura caia sobre as Escolas

Irei, como uma esmagadora maioria dos docentes portugueses, estar presente, pela primeira vez em corpo e alma, na Manifestação de Professores de Lisboa, no sábado, dia 8 de Março de 2008. Muitos estarão só em espírito connosco - há a família, os testes, a nova legislação para ler, os comprimidos que nunca mais fazem efeito, a lida da casa, os compromissos familiares, o medo, mas mesmo assim, no sábado, seremos todos um só.

Porque é a longa noite que nos querem impor e em que querem mergulhar a Escola Pública, há que recordar que a Escola actual, com todas as suas falhas e insuficiências, é um local democrático em que se ensina democracia ao vivo. E fartos de prepotências, de ditadorzecos, de aldrabices e de mentiras, estamos todos nós.

Assim, antes que a noite caia e nos cale a todos, permitamos que a música mostre a minha e nossa revolta...

Sun Goes Down (David Jordan)

Open your eyes coz another day is dawning,
Children of the night , can you hear them all calling.
Stars open up and an angel starts falling,
Listen to their beats, can you hear them hollering

Start in the morning, through to the evening
Dance like you’re the only one around
Move like you want it
Grove like you need it,
Dancing it up till the sun goes down

Free your mind coz tonight we’re gonna break it down
Shake make it funky down
Get so high as the toxins in your body
Are the bass and the drums and the ra, ra, ra
We’re right on time, & all is fine
If you’ve lost your senses here have mine and..

Lose yourself in the time you awake wait till the evening time
‘till the sunshine breaks.

Ahh Common
Open your eyes coz another day is dawning,
Children of the night , can you hear them all calling.
Skies open up and an angel starts falling,
Listen to the beats, can you hear them hollering

Stop in the morning, through to the evening
Dance like you’re the only one around
Move like you want it
Grove like you need it,
Dancing it up til the sun goes down.

Till the sun goes down…

Go Come on for this makes for hysteria
You feelin what we bring to y’all..
Peace and love find yourself gettin down tonight, tonight tonight, tonight

Fire is burning on and theres children in the forest playing
Just come forget this to forget the beats hunting for its prey
Yeaaah… noo noooo ..yeaaaah eeyy..

Till the sun goes down
Till the sun goes
Sun goes down
Sun goes down sun goes down
Sun goes dooooowwn!

Open your eyes coz another day is dawning,
Children of the night , can you hear them all calling.
Skies open up and an angel starts falling,
Listen to the beats, can you hear them hollering

Stop in the morning, through to the evening
Dance like you’re the only one around
Move like you want it
Grove like you need it,
Dancing it up till the sun goes down

quarta-feira, março 05, 2008

Jornadas em Leiria - Pedra, Barro e Areia: Estratégias de Conservação e Exploração Sustentável

A Oikos – Associação de Defesa do Ambiente e do Património da Região de Leiria, vai levar a cabo, nos dias 14 e 15 de Março (Sexta e Sábado) de 2008, no auditório da ESTG – Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Leiria, as XIV Jornadas Sobre Ambiente e Desenvolvimento, subordinadas ao tema “Pedra, Barro e Areia: Estratégias de Conservação e Exploração Sustentável”.

Programa das XIV Jornadas: AQUI (documento pdf com 1Mb)



OIKOS - Associação de Defesa do Ambiente e do Património da Região de Leiria
Av. Cidade Maringá - Centro Associativo Municipal - sala 9
Apartado 2840 - 2401 - 901 Leiria

Telefone e Fax: (+351) 244 828 555
oikosambiente@mail.telepac.pt
www.oikosambiente.com

domingo, março 02, 2008

A origem dos anos bissextos

Post de Palmira F. da Silva publicado no Blog De Rerum Natura em 29.02.2008:


O dia de hoje, 29 de Fevereiro, ocorre apenas nos anos bissextos, denominação que alguns pensam reflectir o facto de os anos assim chamados terem 366 dias (com dois seis), o que não é verdade, como iremos ver. Este dia «extra» é uma correcção introduzida para acertar o que resulta de as nossas unidades de tempo dia e ano serem referidas aos movimentos da Terra: um dia (um dia solar tem 24 horas, há uma excelente explicação no Bad Astronomy sobre a diferença entre dia solar e dia sideral) é o período de rotação da Terra e um ano, o tempo que a Terra demora na translacção em torno do Sol, não é um número inteiro de dias.

Como Phil Plait explica, há algumas nuances na definição de ano e no cálculo do tempo que a Terra demora a orbitar o Sol. Na Antiguidade, os astrónomos calcularam que a Terra dava a volta ao Sol em 365.25 dias (365 dias mais 6 horas) mas a adição de um dia extra de 4 em 4 anos tentada em Alexandria por Ptolomeu III em 238 a.C. não teve sucesso. Anos de 365 dias transformavam o calendário numa dor de cabeça, agravada no tempo de Júlio César pelo corrupto pontifex maximus, o sacerdote encarregue do calendário para quem a duração do ano reflectia as compensações monetárias dos que queriam manter um determinado cargo mais tempo ou pretendiam abreviar o mandato de um inimigo.

César, com o auxílio do astrónomo grego Sosígenes, reformou o calendário no ano que corresponde ao actual 45 a.C., na altura ano 709 AUC - ab urbe conditia, desde a fundação da Cidade (de Roma). Este calendário, que instituia entre outras coisas um ano bissexto de quatro em quatro anos, passou a ser conhecido por calendário juliano, adoptado pela generalidade da Cristandade em 325 d.C. e ainda usado pela Igreja Ortodoxa.

O problema não terminou aqui já que um ano não é exactamente 365 dias e 6 horas mas sim 365 dias, 5 horas, 48 minutos e 46 segundos. Embora a diferença possa parecer insignificante, no ano 1582, data em que o Papa Gregório XIII fez outra reforma no calendário, a diferença entre o ano astronómico e o ano sazonal já era suficiente para o pontífice ordenar o «buraco» de dez dias necessário para a corrigir. Assim, ao dia 4 de Outubro desse ano sucedeu o dia 15 de Outubro. Para evitar correcções análogas no futuro, o novo calendário gregoriano, que usamos até hoje, prevê serem bissextos os anos que sejam divisíveis por 400 e os divisíveis por 4 mas não por 100.

O mês que toma o nome do festival de purificação e limpeza denominado Februa (de Februarius que significa purificar) - ou do deus etrusco Februs mais tarde identificado com o deus romano Plutão - foi tornado ainda mais curto pelas manias de grandeza do imperador Augusto que não admitiu que o mês oitavo que tomou o seu nome fosse «inferior» ao mês sétimo que honra o seu tio-avô Júlio César.

Ao dia 29 de Fevereiro estão associadas inúmeras superstições e tradições, algumas delas bastante curiosas, o que não é de espantar dada a forma como o dia extra de Fevereiro foi introduzido. Ao adicionar o dia suplementar, Júlio César escolheu o mês de Fevereiro, o então último mês do ano considerado mês nefasto entre os romanos. Para dar a volta aos seus concidadãos mais supersticiosos, para além de decretar que o primeiro mês do ano passava a ser Janeiro e não Março, em vez de aumentar de 1 dia de quatro em quatro anos a duração do mês, César congeminou um sistema complicado: duplicou o vigésimo quarto dia de Fevereiro, que recebia na época o nome de «dia sexto antes das calendas de Março». Deste modo, o dia suplementar era o bis sextum ante diem calendas martii, que deu origem à actual designação de dia bissexto, designação que se estendeu ao ano.

sábado, março 01, 2008

A revolta dos Professores - III (Fotos de Leiria)

A Reunião em fotos




A revolta dos Professores - II (Reunião em Leiria)

Algumas considerações sobre a nossa Reunião

Ontem foi um dia memorável para quem participou e preparou a Reunião de Leiria. Muitos venceram o medo e desânimo e atreveram-se a falar. Muitos deitaram para fora a revolta que lhes roi o interior há muito tempo. Foi uma festa, triste embora, mas uma festa. Teve momentos divertidos (a catarse começa por vezes pelo riso) como aquele momento em que a colega Carmelinda Pereira, animada com o momento, quase usava a expressão "camaradas" quando queria dizer colegas. Foi engraçado ver os professores rirem das maldades que querem fazer à sua profissão e ao seu local trabalho. Foi giro ver caras conhecidas numa Televisão que ainda não foi vergada pelo Poder. Foi interessante ver que as pessoas estão sedentas de luta, de verdade e unidade, mesmo que isso implique sacrifício. Foi apenas um começo, mas até os adamastores da floresta foram um dia pequenos polegarzinhos, enfezados e indefesos.

Roubemos o poema e grito do poeta Gedeão, nosso irmão e mestre nestas coisas de ensinar, para aprender para onde ir com o nosso movimento cívico...

Poema das árvores


As árvores crescem sós. E a sós florescem.

Começam por ser nada. Pouco a pouco
se levantam do chão, se alteiam palmo a palmo.

Crescendo deitam ramos, e os ramos outros ramos,
e deles nascem folhas, e as folhas multiplicam-se.

Depois, por entre as folhas, vão-se esboçando as flores,
e então crescem as flores, e as flores produzem frutos,
e os frutos dão sementes,
e as sementes preparam novas árvores.

E tudo sempre a sós, a sós consigo mesmas.
Sem verem, sem ouvirem, sem falarem.
Sós.
De dia e de noite.
Sempre sós.

Os animais são outra coisa.
Contactam-se, penetram-se, trespassam-se,
fazem amor e ódio, e vão à vida
como se nada fosse.

As árvores, não.
Solitárias, as árvores,
exauram terra e sol silenciosamente.
Não pensam, não suspiram, não se queixam.
Estendem os braços como se implorassem;
com o vento soltam ais como se suspirassem;
e gemem, mas a queixa não é sua.

Sós, sempre sós.
Nas planícies, nos montes, nas florestas,
a crescer e a florir sem consciência.

Virtude vegetal viver a sós
E entretanto dar flores.

in Novos Poemas Póstumos, António Gedeão

A revolta dos Professores

Faz hoje uma semana começou uma revolta dentro do meu grupo profissional, motivado pelo triste estado a que está a chegar a Escola Pública. Recordemos a data com alguns posts (este e os seguintes) do Blog Em defesa da Escola Pública:

Porto, Caldas e Leiria: Mais de dois mil professores em protestos organizados por sms e email


Mais de dois mil professores concentraram-se hoje no Porto, Leiria e Caldas da Rainha, em protestos convocados por sms, correio electrónico e blogs, numa iniciativa à margem das estruturas sindicais destinada a contestar a actual política educativa do Governo.

Na baixa do Porto, a manifestação na Avenida dos Aliados chegou a reunir perto de um milhar de professores, convocados por sms, mas a chuva que caiu durante a tarde levou muitos deles a desmobilizarem pouco depois.

Empunhando lenços brancos, os professores voltaram a exigir a demissão da ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues. “Chega de humilhação, com esta ministra não”, era uma das palavras de ordem gritada pelos manifestantes, numa altura em que a tutela avança com o polémico processo de avaliação dos docentes.

Já perto do final da concentração, agentes da PSP pediram a identificação de várias pessoas, alegando que estavam a tomar parte de uma concentração ilegal que não foi autorizada pelo governo civil. A iniciativa dos agentes gerou protestos dos presentes, que denunciaram o clima de intimidação promovido pelo actual executivo. “Vamos ficar na lista negra. Estão a querer queimar pessoas”, dizia uma docente a PSP pediu os documentos, enquanto um colega lamentava que a polícia não actuasse da mesma forma quando se realizam manifestações de apoio ao Governo.

Fátima Inácio, que durante a manhã estivera num protesto semelhante nas Caldas da Rainha garantia que “vai haver mais manifestações como estas” nos próximos tempos. “Está-se a criar um sentimento de desmotivação tão grande que os grupos de pessoas estão a organizar-se espontaneamente”, sublinhava.
Quatrocentos manifestantes nas Caldas

Cerca de 400 professores do ensino básico e secundário, oriundos na sua maioria das regiões Norte e Centro, reuniram-se durante a manhã num protesto idêntico na escola secundário Raul Proença, nas Caldas da Rainha.

Na reunião, convocada por meio de emails e de blogues, foi decidido avançar com a constituição de uma associação, que terá entre as suas prioridades a “contestação judicial” de medidas previstas no modelo de avaliação dos professores, nomeadamente as disposições que penalizam, em termos de progressão de carreiras, os professores que faltaram por motivos de doença, adiantou ao Público Mário Machaqueira, professor de Filosofia e um dos organizadores da reunião.

Machaqueira insistiu que a decisão de avançar para a constituição de uma associação não constitui um gesto contra os sindicatos: “Não estamos aqui para dividir, mas sim para acrescentar, para ser um complemento do trabalho dos sindicatos”, disse, embora reconhecendo que existem críticas em relação aos que estes “deviam ter feito e não fizeram”.

Em declarações ao Público, Mário Nogueira, presidente da Federação Nacional dos Professores, saudou estas últimas movimentações de professores. Segundo o dirigente sindical, estas manifestações espontâneas são demonstrativas da insatisfação que reina entre os docentes: “O importante é combater esta política educativa”, friso.

Movimento em Defesa da Escola Pública condena excessos de zelo

Em Leiria, seriam cerca de 800 os professores que esta tarde responderam à convocatória e que, à semelhança do que aconteceu na cidade vizinha, decidiram avançar para a criação de um movimento cívico.

Face às informações de que haveria escolas a prepararem grelhas para avaliar os professores em relação à política educativa do Governo, o Movimento em Defesa da Escola Pública (MDEP) comprometeu-se a denunciar estes casos ao procurador-geral da República, por violarem princípios constitucionais.

“Não posso acreditar que alguém pretenda avaliar os professores a partir das suas convicções em relação à política educativa. Isto é aviltante para quem pensa”, afirmou José Vitorino Guerra, um dos elementos que constituiu o movimento cívico. Para tal, ficou acordado constituir um fundo de maneio para criar um departamento jurídico para dar apoio aos professores e para pedir pareceres sobre a constitucionalidade da legislação promulgada.
in Publico online, 23.2.08

quarta-feira, fevereiro 27, 2008

Código de Ética Espeleológica

CÓDIGO DE ÉTICA ESPELEOLÓGICA


Aprovado pela Assembleia Geral da Federação Portuguesa de Espeleologia em 13 de Fevereiro de 2005



Preâmbulo
A ética é a pedra de toque da prática da espeleologia. A ética espeleológica pode condensar-se em duas ideias muito simples: o respeito pela equipa e o respeito pelo Ambiente. Sem isso, tudo o resto – o gosto pela exploração, a vocação científica, a proficiência técnica ou desportiva, os interesses económicos ou outros – nada vale. Quem não for capaz de respeitar a ética espeleológica, não é um espeleólogo.

1. Os espeleólogos devem promover a protecção das grutas e do Ambiente. Os grupos de espeleologia devem assumir-se também como organizações de defesa do ambiente, protegendo e valorizando o meio cavernícola e as regiões envolventes, por todos os meios ao seu alcance.

2. Os espeleólogos devem valorizar a segurança, a confiança e o respeito mútuo. Os espeleólogos devem cumprir rigorosamente as regras de segurança e assumir permanentemente uma postura de cooperação e entreajuda. A segurança de um implica a segurança de todos, bem como de terceiros que possam ser chamados a intervir em caso de acidente.

3. Os espeleólogos devem reconhecer reciprocamente o trabalho uns dos outros. O intercâmbio é essencial, seja através de publicações ou de contactos inter-grupos. Um grupo de espeleologia nunca pode considerar como “sua” uma qualquer gruta, pois o meio cavernícola é domínio público e património comum de todos nós, espeleólogos e não só.

4. O acesso às grutas deve em regra ser aberto e natural. O acesso ao meio cavernícola apenas deve ser condicionado por exigências de segurança e protecção ambiental. Os espeleólogos devem abster-se de facilitar ou dificultar artificialmente o acesso às grutas. Devem defender o uso sustentável do meio cavernícola; entre outros aspectos, só devem prestar colaboração à actividade turística em grutas se for assegurada a devida protecção da cavidade e do ambiente envolvente.

5. A progressão nas grutas deve ser feita com o mínimo de intrusão. A equipagem de pontos de fixação deve limitar ao mínimo a artificialização da cavidade. Deve usar-se por sistema apenas o percurso de menor impacto e maior segurança. Deve haver cuidado para não danificar o meio, designadamente formações geológicas, água represada ou corrente, seres vivos, guano, vestígios paleontológicos ou arqueológicos e outros aspectos notáveis.

6. Os habitantes das grutas não devem ser molestados. Apenas para fins de análise científica poderão ser realizadas colheitas, de forma a não afectar o habitat e a comunidade biótica. Devem tomar-se sempre as devidas precauções para minimizar o impacto da visita. Em particular, no caso de cavidades com colónias de morcegos, devem ser evitadas as visitas em períodos críticos (hibernação, criação e período diurno).

7. Não se devem danificar concreções e outras formações. A destruição de formações só é admissível se não houver outra alternativa para atingir uma passagem, ou se for imperativo para evacuar de emergência um acidentado. As desobstruções devem ser sempre efectuadas com bom senso, minimizando o impacto no património.

8. Deve minimizar-se a alteração do clima e da ecologia das grutas. Visitas a zonas remotas ou pouco ventiladas devem ser breves, tanto por motivos de segurança como ambientais. Deve procurar usar-se iluminação de impacto mínimo. Nunca deve ser deixada iluminação permanente durante períodos longos, mesmo para a realização de trabalhos científicos. Os utilizadores do meio cavernícola devem abster-se de fumar no interior das grutas, tanto por respeito para com os outros, como por motivos ecológicos.

9. Os resíduos produzidos nas grutas devem ser removidos. Embalagens, restos de comida, pilhas e óxido de cálcio dos gasómetros devem ser transportados para o exterior e depositados de forma adequada, deixando as cavidades e o terreno limpos. Deve ser evitada a produção de excrementos e, sempre que possível, deve ser prevista a sua evacuação. Lixo encontrado nas cavidades deve ser evacuado sempre que possível.

10. A criação de inscrições ou objectos nas grutas deve ser evitada. Vestígios como graffiti a gasómetro ou esculturas de argila poderão conservar-se durante séculos: pensemos no que queremos legar às próximas gerações de espeleólogos.


in Blog Profundezas... - ler post

Trabalho para geólogos e afins

I - Anúncio de concurso para atribuição de Bolsa de Investigação Científica no âmbito de Protocolo estabelecido entre o Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil e o Instituto de Ciências da Terra e do Espaço


Encontra-se aberto o concurso para atribuição de uma Bolsa de Investigação para Licenciado no âmbito do projecto designado por "Estudo do Risco Sísmico e de Tsunami do Algarve”, correspondente a protocolo estabelecido entre o Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil e o Instituto de Ciências da Terra e do Espaço, especificamente para o bloco de trabalhos correspondentes ao estudo de "Instabilidades de arribas".

As condições da Bolsa são as seguintes:

1. Duração e Regime de Actividade: duração de oito meses, com início previsto para 17 de Março de 2008, em regime de tempo integral, conforme regulamento de bolsas da Fundação da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.

2. Objecto de Actividade: Estudo da perigosidade associada à ocorrência de instabilidades desencadeadas por sismos em arribas do litoral do Algarve, incluindo o completamento de um inventário sistemático de instabilidades em arribas, com a finalidade de estabelecer, calibrar e aplicar modelos de previsão de perigosidade induzida por sismos.

3. Local de trabalho: Centro de Geologia da Universidade de Lisboa.

4. Orientação Científica: Doutor Fernando Manuel Silva da Fonseca Marques

5. Formação Académica: Licenciatura (mínima habilitação) em Geologia e áreas afins.

6. Remuneração: 745 Euro mensais.

7. Documentos de Candidatura: Currículo (até 4 páginas) e carta expondo a motivação do candidato.

8. Data de início e de conclusão do prazo do Concurso: 27 de Fevereiro a 10 de Março de 2008. As candidaturas devem ser entregues na secretaria do Departamento de Geologia da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, ao cuidado do Prof. Doutor Fernando M.S.F. Marques, ou enviadas por correio electrónico para fsmarques@fc.ul.pt com a palavra “candidatura” no “assunto”.

9. Critérios de Avaliação: currículo relevante para a área de abertura de concurso (prioritário), designadamente experiência prévia em caracterização de instabilidades de vertente, conhecimentos de Mecânica dos Solos e Mecânica das Rochas, Sistemas de Informação Geográfica - programa ArcGIS e AutoCAD.

10. Contacto: – Prof. Doutor Fernando M.S.F. Marques, exclusivamente pelo email fsmarques@fc.ul.pt



II - A empresa GEOSFERA Lda procura de momento seis delegados comerciais comissionistas para a venda de software e produtos associados.

Requisitos essenciais: formação em Sistemas de Informação Geográfica.

Requisitos preferenciais (não eliminatórios):

  • formação em ciências relacionadas com a utilização de SIG;
  • experiência em software IDRISI;
  • experiência de vendas ou gosto pela área comercial;
  • facilidade de comunicação e iniciativa.

Para todas as informações acerca destas vagas os interessados deverão consultar a área de oferta de emprego em www.geosfera.pt.

terça-feira, fevereiro 26, 2008

Seminário Recursos Geológicos, Ambiente e Ordenamento do Território

O Departamento de Geologia da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, vai realizar nos próximos dias 16 a 18 de Outubro de 2008 o V Seminário Recursos Geológicos, Ambiente e Ordenamento do Território. Com este evento pretendemos, uma vez mais, reunir os interessados nas temáticas dos Recursos Geológicos, Ambiente e Ordenamento do Território, trocar ideias e saberes, através da realização de conferências, apresentações de trabalhos e debates.

Estão abertas as Pré-Inscrições.

Oportunamente toda a informação relativa a este evento estará disponível na Web http://www.utad.pt/~geologia/recgeo/

Palestra no Porto

Foi-nos solicitada a divulgação da seguinte palestra a decorrer a 13 de Março de 2008, pelas 14.00 horas, no Departamento de Geologia da FCUP.

Palestras importantes em Coimbra

Via mailing-list da GEOPOR:


Colegas,

Na próxima semana terão lugar duas importantes conferências no Centro de Estudos Geográficos:

Dia 26 de Fevereiro, à 11.00 horas, no Anfiteatro III:


- Jorge Olcina Cantos (Universidade de Alicante) - "Riegos Naturales e Ordenación del Territorio en Europa"



Dia 29 de Fevereiro, às 14.30 horas, na Sala de Seminários do Colégio de S. Jerónimo (no âmbito de mestrado em Geografia Física):


- A. Ferreira Soares (e colaboradores): Apresentação da Geologia da folha 19-D (Coimbra-Lousã) da Carta Geológica de Portugal.


Estão todos convidados a comparecer.

Lúcio Cunha

Fórum sobre Geologia na Internet

Via mailing-list da GEOPOR:

Caros geoporianos,

Quem desejar trocar algumas informações (fórum) sobre variados temas dos domínios da Geologia, Minas, Engenharia Geológica e afins ... existe um sítio renovado na Internet onde o pode fazer.


A página inicial é em: http://www.geo-contacto.com/

E o fórum em: http://lusoflop.com/geo-contacto/index.php


Melhores cumprimentos
Eduardo Ferraz

Jornadas de Arqueologia

Software geologicamente interessante

Sugestões interessantes, via mailing-list da GEOPOR:

1.Software gratuito para a construção de logs, desenvolvido pelo departamento de Geologia do Royal Holloway College.
Reports de bugs encontrados no programa são bem vindos!

http://thames.cs.rhul.ac.uk/sedlog/


2. Está disponível através do site www.stratigraphy.org da International Commision on Stratigraphy um programa que cria tabelas estratigráficas com uma panóplia de acessórios como biozonas de vários organismos, variações eustáticas, magnéticas, etc.

http://www.tscreator.com/download.php

segunda-feira, fevereiro 25, 2008

Conferência: Água no Mundo

Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa
Departamento de Geologia

Ano Internacional do Planeta Terra - AIPT 2008


Conferência:

Água no Mundo
A importância das águas subterrâneas na gestão
dos recursos hídricos à escala planetária

por
Manuel Oliveira da Silva
GeoFCUL: 27 de Fevereiro, 17h00, anfiteatro 6.2.56


Mais informações, resumo das conferências e programa das comemorações em:
http://geologia.fc.ul.pt/


Para mais informações e divulgação da iniciativa, ver documento em pdf disponível em:
http://geologia.fc.ul.pt/documents/78.pdf

Monitorização da deformação do solo com interferometria de difusores permanentes (PSInSAR)

29 de Fevereiro de 2008
Centro de Congressos do Instituto Superior Técnico
Av. Rovisco Pais, Lisboa



Potenciais aplicações:
• Subsidência em áreas urbanas
• Monitorização geotécnica
• Deslizamentos de terras
• Águas subterrâneas
• Microzonagem sísmica

COMISSÃO ORGANIZADORA:
Sandra Heleno ICIST
João Matos IST
Pedro Serrano Certitecna
Ana Paula Falcão IST
Carlos Sousa Oliveira IST
João Fonseca IST

PATROCÍNIO: NPA Satellite Mapping (GMES TERRAFIRMA)

O PSInSAR (“Permanent Scatterers SAR Interferometry”) é uma técnica inovadora de processamento de imagens de satélite que permite a detecção e mapeamento, com alta resolução espacial, de movimentos milimétricos do solo. Estes movimentos podem estar relacionados com fenómenos tão diversos como compactação dos terrenos, deslizamentos de vertente, tectónica activa, variações do nível freático, ou instabilidade de edifícios, estruturas e túneis.
Pretende-se com esta iniciativa apresentar os fundamentos e as potenciais aplicações da técnica PSInSAR.

O seminário é parte das actividades de disseminação do Projecto GMES TERRAFIRMA, coordenado pela NPA Satellite Mapping, no qual o ICIST participa através de um Service Level Agreement.

PROGRAMA
09.00 - Inscrições
09.45 - Abertura
10.00 - O radar na Detecção Remota(Ana Fonseca, LNEC)
10.40 - Interferometria de radar de abertura sintética - InSAR(Paulo Marques, ISEL, IT/IST)
11.20 - Pausa para café
11.40 - PSInSAR – fundamentos e validação(Michele Crosetto, Inst. Geomatica, Barcelona)
12.20 - Análise espacial de resultados PSInSAR(Jorge de Sousa, CERENA/IST)
13.30 - Almoço (Hotel Holiday Inn)
15.00 - O PSInSAR vs. técnicas geodésicas convencionais(João Matos, ICIST/IST)
15.40 - Terrafirma Project – Some case studies(Nigel Press, NPA, Reino Unido)
16.20 - Pausa para café
16.40 - Resultados do projecto TERRAFIRMA em Lisboa(Sandra Heleno, ICIST/IST)
17.20 - Discussão
18.00 - Encerramento


PARA MAIS INFORMAÇÕES, CONTACTAR:

Sónia Martins, tel. 218418349, soniam@civil.ist.utl.pt
Sandra Heleno, sandra.heleno@ist.utl.pt
Sobre o Projecto TERRAFIRMA: www.terrafirma.eu.com

Call for participation to session GHZ-09

Call for participation to session GHZ-09

Dark Nature Project: Natural hazards and Environmental Catastrophes in the
late Holocene

The International Geological Congress, known as 33IGC, is scheduled for Oslo, Norway, from August 6-14, 2008.

Scientists worldwide are encouraged to submit abstracts for the Dark Nature symposium and participate in oral and poster sessions.

Abstracts should be submitted through the IGC 33 web site by Feb. 29, 2008, at 24:00. Please specify that your abstract is for Dark Nature, code GHZ-09

The conveners are:
- suzanne leroy
- alessandro michetti
- leonello serva

For information about abstract submission, meeting registration, and the IGC
33 science program, please visit http://www.33igc.org

domingo, fevereiro 24, 2008

Jornadas Científicas de Espeleologia

A Federação Portuguesa de Espeleologia, tem a honra e o prazer de o convidar, a participar nas "Jornadas Científicas de Espeleologia - Maciço Calcário Estremenho 2008", a realizar em na cidade de Leiria, de 1 a 4 de Maio.

Um evento da Comissão Científica da FPE, com a co-organização do Núcleo de Espeleologia de Leiria e a Escola Superior de Tecnologia e Gestão do Instituto Politécnico de Leiria.

Durante 4 dias, o participante terá a oportunidade de assistir, experimentar e aprender sobre as mais variadas Ciências das Grutas.


Inscrições:
Sócios de associadas da FPE: GRÁTIS
Estudantes: 15 €
Outros: 20 €
Inscrições e dúvidas: ciencia@fpe-espeleo.org
Web: http://www.fpe-espeleo.org/

in Blog GeoLeiria

LPN: Avaliação de Impactes Ambientais: uma verdade difícil!

25 Fevereiro de 2008
Museu República e Resistência
Rua Alberto de Sousa, n.º 10 A, Lisboa


O processo de Avaliação de Impacte Ambiental (AIA) tem falhas cada vez mais evidentes e contestadas. Exemplo disso são, por vezes, a duvidosa isenção e competência de quem elabora os estudos, a qualidade técnica destes, os critérios de avaliação (das comissões), o processo de consulta pública, a pós-avaliação, a aprovação de projectos contra pareceres técnicos claramente contra, ou a sua aprovação atropelando espaços e espécies supostamente protegidas pelo direito nacional e comunitário, em particular quanto há pressão da tutela nos projectos ditos de interesse público.

Museu República e Resistência - Lisboa

O processo de AIA é mesmo considerado por alguns simplesmente burocrático, teórico e inútil. Um mero pró-forma legal que retarda a aprovação de projectos, sem credibilidade aos olhos dos promotores e da sociedade civil.
Porque não funciona na prática o processo de AIA, cumprindo realmente os objectivos para os quais foi definido? Será possível solucionar as falhas existentes? O que fazer?


Entrada Gratuita
17.00-19.30 horas

Mediante inscrição prévia
Telefone:21 778 00 97
Correio electrónico: anasofia.ribeiro@lpn.pt


Oradores convidados
António Gonçalves Henriques
APA


João Joanaz de Mello
FCT-UNL


Manuel Duarte
Inovação e Projectos em Ambiente



Moderador
Henrique Cabral
LPN

quarta-feira, fevereiro 20, 2008

Poesia

Hoje, dia de longa noite para os que irão ver o Eclipse, vamos pôr aqui um poema inédito de homenagem aos que pouco vão dormir...


Noite

Silenciosa, a noite, impôs os seus ditames:
pintou o horizonte a pastel, primeiro a fogo
depois a azul, púrpura e negro.

Mandou calar as cotovias e melros
e semeou de estrelas o Céu.
Assustou as crianças e arrefeceu as casas com a sua sombra.

E depois, dona de meio Mundo, adormeceu em paz.

segunda-feira, fevereiro 18, 2008

Actividade de Observação - Eclipse de 21.02.2008


Na noite de 20 para 21 de Fevereiro de 2008 ocorrerá um Eclipse Total da Lua que iremos observar na Senhora do Monte, logo depois das Antenas de Rádio, entre as 23.00 e as 04.00 horas e se as condições climatéricas o permitirem e enquanto houver interessados.

NOTA 1: Link para o Cartaz (é favor divulgar...) - AQUI.

NOTA 2: Para conseguirem localizar fica aqui ainda um mapa interactivo GoogleMaps (o ponto B é o local da observação - usar o + e - para aumentar a área ou diminuir e o rato para ir para outros locais):


Ver mapa maior

NOTA 3: Mais informação sobre eclipses AQUI.

Post originalmente publicado no Blog AstroLeiria

quinta-feira, fevereiro 14, 2008

Professores - A mesma luta em todo o país!

Professores de luto na escola
2008/02/14

Os professores da Escola Básica Integrada de Eixo, Aveiro, marcaram para esta quinta-feira às 10.00 horas uma concentração à porta do estabelecimento de ensino, vestidos de preto.

António Duarte Morais, do Agrupamento de Escolas de Eixo, escreveu numa carta a todos os professores: «todos os dias irei para a escola vestindo uma T-Shirt preta com a seguinte inscrição em letras brancas na parte da frente: “Estou de luto pela Educação” e na parte detrás da mesma “Estou em luta pela Educação”. Espero que todos os colegas adiram a esta forma de resistência, mas a sua adesão pode eventualmente ser mais subtil e discreta. Cada docente poderá usar apenas um fato preto, ou uma bracelete preta, ou um lenço preto ou qualquer outro adereço. O importante é que o mesmo seja preto e se distinga do resto da indumentária, para que seja evidente para todos os que nos rodeiam que estamos de luto».

O "Movimento de Luto" começou há duas semanas, e o mesmo professor do 2º Ciclo do Ensino Básico anuncia que os docentes estão contra uma «catadupa incessante e incontinente de legislação tem sido emanada directamente do Ministério de Educação para ser implementada com uma velocidade estonteante e virtualmente impossível de cumprir, pondo mesmo em risco real o normal funcionamento das actividades lectivas».

Num "Manifesto convivencial ou a arte de resistir" escreve ainda: «Pensava eu que o aluno era um ser humano único e irrepetível, um tesouro incomensurável que nunca poderia ser reduzido à dimensão de um objecto, pela sua transcendência e grandeza. Afinal estava enganado!

Pensava eu que a relação pedagógica se revestia de um carácter extraordinário, quase miraculoso. Julgava que o professor era muito mais que um mero executante ou manipulador de objectos. Concebia o professor como um ser especial com a mais digna e nobre missão: ajudar a formar pessoas. Confesso que estava errado nos meus pressupostos.

No início da legislatura, a Sra. Ministra utilizou um argumento absolutamente definidor da sua concepção de Educação. O investimento no ensino cresceu – dizia – nos últimos vinte anos tanto por cento (não me lembro quanto!) e o sucesso escolar não acompanhou esse crescimento; retirava daí o seguinte corolário: os professores são culpados e devemos fazer com que os professores produzam mais sucesso. Para que os professores se tornem mais produtivos devem passar mais tempo nas escolas e em paralelo é necessário que os alunos também passem mais tempo a aprender(...)».

in On Line News - ver notícia

NOTA: Post conjunto com o Blog Em defesa da Escola Pública.

Cupid's Day

À minha namorada e esposa, com amor...

UN DÍA


A tí, amor, este día
a tí te lo consagro.
Nació azul, con un ala
blanca en mitad del cielo.
Llegó la luz
a la inmovilidad de los cipreses.
Los seres diminutos
salieron a la orilla del sol en una piedra.
Y el día sigue azul
hasta que entre en la noche como un río
y haga temblar la sombra con sus aguas azules.
A tí, amor, este día.

Apenas, desde lejos, desde el sueño,
lo presentí y apenas
me tocó su tejido
de red incalculable
yo pensé: es para ella.
Fue un latido de plata,
fue sobre el mar volando un pez azul,
fue un contacto de arenas deslumbrantes,
fue el vuelo de una flecha
que entre el cielo y la tierra
atravesó mi sangre
y como un rayo recogí en mi cuerpo
la desbordada claridad del día.

Es para tí, amor mío.

Yo dije: es para ella.
Este vestido es suyo.
El relámpago azul que se detuvo
sobre el agua y la tierra
a tí te lo consagro.

A tí, amor, este día.

Como una copa eléctrica
o una corola de agua temblorosa,
levántalo en tus manos,
bébelo con los ojos y la boca,
derrámalo en tus venas para que arda
la misma luz en tu sangre y en la mía.

Yo te doy este día
con todo lo que traiga:
las transparentes uvas de zafiro
y la ráfaga rota
que acerque a tu ventana
los dolores del mundo.

Yo te doy todo el día.
De claridad y de dolor haremos
el pan de nuestra vida,
sin rechazar lo que nos traiga el viento
ni recoger sólo la luz del cielo,
sino las cifras ásperas
de la sombra en la tierra.

Todo te pertenece.
Todo este día con su azul racimo
y la secreta lágrima de sangre
que tú encontrarás en la tierra.

Y no te cegará la oscuridad
ni la luz deslumbrante:
de este amasijo humano
están hechas las vidas
y de este pan del hombre comeremos.

Y nuestro amor hecho de luz oscura
y de sombra radiante
será como este día vencedor
que entrará como un río
de claridad en medio de la noche.

Toma este díá, amada.
Todo este día es tuyo.

Se lo doy a tus ojos, amor mío,
se lo doy a tu pecho,
te lo dejo en las manos y en el pelo,
como un ramo celeste.
Te lo doy para que hagas un vestido
de plata azul y de agua.
Cuando llegue
la noche que este día inundará
con su red temblorosa,
tiéndete junto a mí,
tócame y cúbreme
con todos los tejidos estrellados
de la luz y la sombra
y cierra tus ojos entonces
para que yo me duerma.

in Las uvas y el viento, Pablo Neruda

quarta-feira, fevereiro 13, 2008

Não esquecer - 6ª-feira há Reunião de professores em Leiria

6ª feira, 15/2, 18 horas, nova reunião do Movimento...



REUNIÃO IMPORTANTE


6ª feira, 15/2, 18 horas,

nova reunião

Movimento de Escolas e de professores de Leiria

Em defesa da Escola Pública


na Escola Secundária de Francisco Rodrigues Lobo


Participação aberta a todos os professores de todos os graus de ensino

e a representantes de Escolas


Passa a palavra! Traz outro amigo também!

NOTA: Post conjunto com o Blog Em defesa da Escola Pública.

terça-feira, fevereiro 12, 2008

Charles Darwin nasceu há 199 anos

Charles Robert Darwin (Shrewsbury, 12 de Fevereiro de 1809Downe, Kent, 19 de Abril de 1882) foi um naturalista britânico que alcançou fama ao convencer a comunidade científica da ocorrência da evolução e propor uma teoria para explicar como ela se dá por meio da selecção natural e sexual. Esta teoria se desenvolveu no que é agora considerado o paradigma central para explicação de diversos fenómenos na Biologia. Foi laureado com a medalha Wollaston concedida pela Sociedade Geológica de Londres, em 1859.

Darwin começou a se interessar por história natural na universidade enquanto era estudante de Medicina e, depois, Teologia. A sua viagem de cinco anos a bordo do Beagle e textos posteriores trouxeram-lhe reconhecimento como geólogo e fama como escritor. As suas observações da natureza levaram-no ao estudo da diversificação das espécies e, em 1838, ao desenvolvimento da teoria da Selecção Natural. Consciente de que outros antes dele tinham sido severamente punidos por sugerir ideias como aquela, ele confiou-as apenas a amigos próximos e continuou a sua pesquisa tentando antecipar possíveis objecções. Contudo, a informação de que Alfred Russel Wallace tinha desenvolvido uma ideia similar forçou a publicação conjunta da teoria em 1858.

No seu livro de 1859, "A Origem das Espécies" (do original, em inglês, On the Origin of Species by Means of Natural Selection, or The Preservation of Favoured Races in the Struggle for Life), ele introduziu a ideia de evolução a partir de um ancestral comum, por meio de selecção natural. Esta se tornou a explicação científica dominante para a diversidade de espécies na natureza. Ele ingressou na Royal Society e continuou a sua pesquisa, escrevendo uma série de livros sobre plantas e animais, incluindo a espécie humana, v.g. "A descendência do Homem e Seleção em relação ao Sexo" (The Descent of Man, and Selection in Relation to Sex, 1871) e "A Expressão da Emoção em Homens e Animais" (The Expression of the Emotions in Man and Animals, 1872).

Como reconhecimento do seu trabalho, Darwin foi enterrado na Abadia de Westminster, próximo das sepulturas de Charles Lyell, William Herschel e Isaac Newton.

Adaptado do artigo sobre Charles Darwin da Wikipédia

Ministério da Educação forçado a suspender Avaliação dos Professores

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Cartoon do Antero - Blog Anterozóide

Comunicado da FENPROF:


M.E. FOI OBRIGADO A SUSPENDER PRAZOS DA AVALIAÇÃO E TERÁ, AGORA, DE CUMPRIR REQUISITOS EM FALTA!

O Ministério da Educação conheceu um sério revés na sua intenção de impor prazos apertados e ilegais para que as escolas aprovassem os instrumentos de registo e os indicadores de medida no âmbito da avaliação de desempenho dos docentes (até 25 de Fevereiro) e se fixassem os objectivos individuais de avaliação (até 10 de Março). É que, na sequência da interposição de 5 providências cautelares (4 das quais interpostas pela FENPROF), foi suspensa a aplicação do despacho que atribuía à presidente do CCAP as funções de todo o conselho científico (e que, em anexo, divulgava recomendações que não foram elaboradas pelo CCAP), bem como do que estabelecia os novos prazos intermédios a respeitar pelas escolas.

Mantém, contudo, os prazos finais, já previstos na lei, para a classificação dos docentes com base nas fichas de avaliação: final deste ano lectivo para os contratados; final do próximo ano lectivo para os docentes dos quadros.

Informou o ME, agora, que a utilização de prazos mais largos do que os que, entretanto, foram suspensos, exigirá uma justificação por parte das escolas. Ora, essas justificações são, para os professores, as que constam das inúmeras posições aprovadas pelas escolas e assumidas pela FENPROF nesta batalha jurídica em curso.

De facto, para que os procedimentos de avaliação, a aprovar em cada escola, tivessem lugar seria necessário que:

- o conselho científico para a avaliação dos professores tivesse sido constituído;

- este conselho tivesse elaborado, aprovado e divulgado as recomendações referidas no Decreto Regulamentar n.º 2/2008, de 10 de Janeiro;

- as escolas tivessem podido alterar aspectos relevantes dos seus Projectos Educativos e Regulamentos Internos;

- fossem conhecidas as fichas de avaliação e as ponderações dos parâmetros classificativos, sabendo-se que estas ainda se encontram em fase de negociação, não sendo sequer conhecidos os projectos de algumas delas;

- tivessem sido testadas as fichas de avaliação para que se conhecessem eventuais perversões e erros, alguns dos quais já detectados e denunciados pela FENPROF;

- fosse conhecida a forma de avaliação de todos os docentes, designadamente dos presidentes dos órgãos de gestão, dos directores dos centros de formação, dos coordenadores de departamento (desconhece-se, ainda, os termos da avaliação que é da responsabilidade da IGE), dos docentes em situação de mobilidade…

- estivessem definidos os moldes de implementação e acompanhamento de todo o processo, que é da responsabilidade do CCAP em articulação com a IGE.

É neste quadro que a FENPROF exige o adiamento do processo de avaliação, por não estarem reunidas as condições para que este avance.

Depois de o ME ter anunciado a suspensão dos prazos intermédios da avaliação, nada se alterou, por não se terem reunido as condições que faltavam.

Em suma, após começar a ser notificado, na sequência das providências cautelares apresentadas, o ME fez o inevitável e sacode agora as responsabilidades para as escolas. Ao mesmo tempo, faz chantagem, passando a ideia de que, sem avaliação no final do ano, os professores contratados poderão perder tempo de serviço. O que o ME não diz é que tal só acontecerá se for essa a intenção política dos responsáveis ministeriais.

A FENPROF reitera a posição já tornada pública:

1. O novo regime de avaliação não deverá ser aplicado este ano;

2. O ME deverá tornar claros todos os quadros legais e instrumentos de avaliação, indispensáveis para o trabalho das escolas;

3. As escolas deverão ter o tempo necessário para, no quadro de um amplo debate a realizar pelos seus órgãos, serem tomadas as medidas de carácter organizacional que são indispensáveis;

4. As fichas de avaliação deverão continuar a ser negociadas com os Sindicatos, devendo ser conhecidos, também, os termos em que serão avaliados todos os docentes;

5. Até final do ano lectivo deverão ser testadas as fichas, para que possam ser corrigidas em função do resultado desse teste;

6. Ao ME caberá garantir que, por razões que são da sua exclusiva responsabilidade, não haverá qualquer perda de tempo de serviço para os docentes. Na R. A. Açores, onde as novas fichas regionais de avaliação estão a ser testadas, aplica-se, provisoriamente, o regime de avaliação que vigorou até à entrada em vigor do novo ECD.

Ao contrário do que tem sido referido por responsáveis ministeriais, a FENPROF já formalizou estas propostas, no dia 8 de Fevereiro, junto da Ministra da Educação, aguardando uma resposta da tutela. A FENPROF está disponível para negociar estas medidas de carácter transitório, mas reafirma que o Conselho das Escolas, com quem o ME tem reunido sobre esta matéria, não representa professores, não substitui as organizações sindicais, nem a sua natureza lhe atribui qualquer competência negocial.

Por fim, a FENPROF exorta as escolas a prosseguirem na aprovação de posições que reforcem as que, justamente, têm vindo a ser aprovadas e apela a que nenhuma escola incorra em procedimentos ilegais, por exemplo, aprovando instrumentos internos de avaliação que, por força das providências cautelares interpostas, seriam de validade nula.


Lisboa, 11 de Fevereiro de 2008

O Secretariado Nacional

Tribunal trava avaliação de professores

Em Leiria os professores estão a organizar-se para defender a Escola Pública e a dignidade de uma profissão que amam... Dentro da comunidade de docentes foi decidido que nos iremos reunir na próxima 6ª-feira, às 18.00 horas na Escola Secundária Francisco Rodrigues Lobo, para debater livremente a maneira de obstar à tentativa de destruição da Escola Pública e da sanidade mental dos que nela diariamente labutam. Eis o texto, retirado do Blog Em defesa da Escola Pública, que mostra a nossa revolta e a nossa esperança:


Só a união nos dará força
Só a união de todos os professores pode combater este indigno e inexequível processo. Os tribunais suspenderam-no totalmente. Curiosamente, só a Ministra pensa estar acima dos tribunais, "legislando" nos media.

Por isso, dentro de toda a legalidade, os professores devem dar o seu contributo para este modelo de avaliação, isto é, dizendo que não serve para os Professores, para a Educação, nem para o ambiente de tranquilidade das Escolas.

Como? Aprovando em reuniões de departamento as moções que manifestem o seu repúdio pela actual proposta ministerial e a vontade de ter uma avaliação diferente, desburocratizada, exequível e formativa.

O Conselho de Escolas (um órgão consultivo do Ministério da Educação, constituído com o objectivo de contribuir para uma participação mais efectiva das escolas na definição da política educativa) já tinha manifestado a sua convicção de que este modelo de avaliação não era exequível e que continha inúmeras ilegalidades. O que fez a Ministra? Não lhe deu ouvidos!

Os Tribunais, finalmente, puseram um ponto de ordem a esta insane e pérfida tentativa de humilhar os Professores.

Os professores estão, sempre estiveram, dentro da legalidade. Fora dela, tentando sobreviver, estão a Ministra da Educação e seus Secretários.

Formação em Astronomia em Leiria - 16 e 17 de Fevereiro


Vamos fazer, no próximo fim-de-semana (dias 16 e 17 de Fevereiro de 2008), conforme nós aqui anteriormente anunciámos, na Escola Secundária Francisco Rodrigues Lobo, em Leiria, uma Acção de Formação, não-creditada, para professores, na área da Astronomia. Esta será dada pela astrónoma Maria Luísa Almeida, do PT-HOU (http://www.pt.euhou.net/) e NUCLIO-Núcleo Interactivo de Astronomia(http://www.nuclio.pt/) e é especialmente dirigida a professores de Físico-Química, Biologia/Geologia, Geografia, Matemática e/ou de outros grupos de docência, desde que interessados em Astronomia, observações astronómicas, controlo remoto de telescópios e astrofotografia.

Recorda-se que se aceitam inscrições (no máximo 20 professores) até à véspera (15.02.2008) às 16.00 horas, para o e-mail (fernando.oliveira.martins@gmail.com) ou Fax (244 854 019), indicando Nome, Grupo Disciplinar, e-mail e Escola onde leccionam.

O Programa (ainda provisório, dependendo das características e área de ensino dos participantes) será o seguinte:

Sábado, 16 de Fevereiro de 2008
09.45 – 10.00: Recepção e apresentação dos participantes;
10.00 – 10.15: Apresentação do projecto Hands-On Universe: EU-HOU e G-HOU
10.15 – 11.30: Software de manuseamento de imagens astronómicas SalsaJ;
11.30 – 11.45: Intervalo para café;
11.45 – 13.15: Telescópios ópticos operados remotamente: planeamento e observação;
13.15 – 14.45: Intervalo para almoço;
14.45 – 16.15: Exercício “Distâncias no Universo” (Cefeidas);
16.15 – 16.30: Intervalo para café;
16.30 – 18.00: Exercício “A vida das estrelas e os seus espectros” (SpectraJ).

Domingo, 17 de Fevereiro de 2008
10.00 – 11.30: Exercício “A massa de uma galáxia”;
11.30 – 11.45: Intervalo para café;
11.45 – 13.15: Exercício “Detecção de planetas extra-solares”;
13.15 – 14.45: Intervalo para almoço;
14.45 – 16.15: Exercício “Os braços espirais da nossa galáxia”;
16.15 – 16.30: Intervalo para café;
16.30 – 17.30: Projectos: supernovas e descoberta de asteróides
17.30 – 18.00: Propostas de projectos de investigação científica nas Escolas;
18.00 – 18.15: Encerramento.

Pede-se às pessoas que divulguem a actividade e se inscrevam...

LINKS:
NOTA: Post em estereofonia com o Blog AstroLeiria.

segunda-feira, fevereiro 11, 2008

Movimento de Professores Revoltados

Mais um grupo decidido a actuar em defesa da escola pública


COLEGAS PROFESSORES!

De uma vez por todas VAMO-NOS UNIR!

O FUTURO não será cor-de-rosa e 'estranhamente' temos consciência disso ... e estamos a ser coniventes. Sempre concordamos que os Sindicatos nada fazem ... e nós? Somos o MPR - Movimento Professores Revoltados, formado inicialmente por um pequeno grupo de professores INCONFORMADOS e a espalhar-se POR TODO O PAÍS com uma ENORME e galopante adesão.

REENVIEM para TODOS os vossos contactos de professores os endereços do E-MAIL (movimentoprofesoresrevoltados@gmail.com) e do BLOG (http://movimentoprofessoresrevoltados.blogspot.com) com o propósito de mobilizar TODO O CORPO DOCENTE para as iniciativas que nos propomos desenvolver.

Consultem com regularidade o BLOG, comentem e/ou enviem artigos vossos para o nosso e-mail.

Este BLOG pretende ser uma FORÇA ACTIVA!

REENVIEM este e-mail, comentem com os vossos colegas na escola, COLABOREM por um OBJECTIVO ÚNICO!

VAMOS LUTAR!


Atenciosamente,
Movimento Professores Revoltados.

27 ano do Departamento de Geologia da Universidade de Lisboa

Via mailing-list da GEOPOR, com os nossos parabéns à Instituição e as pessoas que a constituem:

Estimados Colegas, Funcionários Não Docentes, Colaboradores e Estudantes:

Como é do vosso conhecimento, o Departamento de Geologia cumpre 27 anos de existência no próximo dia 4 de Fevereiro. Atendendo a que, este ano, a data em causa coincide com a pausa lectiva (Férias de Carnaval - 3 a 9 de Fevereiro) a Comissão Executiva decidiu adiar o evento comemorativo para o dia 12 (3ªfeira). Assim, temos a honra de convidá-lo(a) a participar nas comemorações do aniversário do GeoFCUL, dia 12 de Fevereiro, com o seguinte programa:

1) 10h30-11h30 (Sala 6.1.36) - Conferência proferida pelo Professor Doutor António Ribeiro, subordinada ao tema "Evolução Geodinâmica Ante-Mesozóica do SW Europeu".

2) 11h45-12h30 (Sala 6.1.36) - Entrega de Menções Honrosas aos Licenciados em Geologia no ano 2006/07 com melhor classificação.

3) 13h00- Almoço de confraternização (espaço bar do C6).

Solicita-se a todos os interessados em participar no almoço que manifestem a sua intenção junto da Sr.ª D. Cleta Melo até ao próximo dia 6 de Fevereiro.

O custo do almoço por pessoa é de EUR 20,00.


Com os melhores cumprimentos,

A Comissão Executiva do Departamento
António Mateus

Dep. Geologia da Faculdade de Ciências de Lisboa
Edificio C6, Piso 4
Campo Grande
1749-016 Lisboa
Portugal

Tel: 351-217.500.066 (ext 26449); 351-217.500.373
Fax: 351-217.500.064

Mais informações AQUI.

Pegadas de dinossáurio ibéricas candidatadas a Património Mundial

Portugal e Espanha apresentaram, no dia 31.01.2008, candidatura conjunta de jazidas com pegadas de dinossáurio ibéricas a Património Mundial da UNESCO

Icnofóssil de pegada de dinossauro terópode
Vale de Meios. Jurássico
CMS/2007
 
A candidatura:

As jazidas fossilíferas com pegadas de dinossauros encontradas na Península Ibérica foram apresentadas à UNESCO para classificação como Património da Humanidade.

A candidatura das jazidas portuguesas foi coordenada pelo Ministério do Meio Ambiente com base na investigação paleoicnológica desenvolvida pela paleontóloga Vanda Santos, do Museu Nacional de História Natural da Universidade de Lisboa (e diplomada do GeoFCUL).

As jazidas portuguesas incluidas na candidatura são: Pedreira do Galinha e Vale de Meios (ver foto da manchete), ambas no Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros, e Pedra da Mua, no Parque Natural da Arrábida, toda elas de idade jurássica.

"As jazidas com pegadas de dinossauros constituem locais de excepcional interesse geológico e paleontológico e têm valor universal do ponto de vista científico, didático e patrimonial, pois constituem relevantes vestígios de locomoção de dinossauros", afirmou a Comissão Nacional da Unesco de Portugal.

"Outros trilhos, que por razões de ordem técnica não puderam nesta fase ser incluídos na candidatura, oportunamente serão objeto de uma adenda à presente proposta", acrescentou, ainda, a comissão.

A candidatura, apresentada no dia 31 de Janeiro, deve ser analisada na sessão de 2009 do Comité do Património Mundial, que decidirá sobre a sua integração na Lista do Património Mundial da UNESCO.

 
O GeoFCUL e as jazidas de pegadas de dinossáurios:

Várias actividades desenvolvidas pelo GeoFCUL envolvem as jazidas de pegadas de dinossáurios agora apresentadas para classificação como património mundial:
 
  
Para saber mais sobre este tema:
 


CMS/06.02.2008
  
in site GeoFCUL - ver notícia