A 4 de maio comemora-se o Dia do
Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros criado pelo
Decreto-Lei nº 118/79,
dessa data. As serras de Aire e Candeeiros são o mais importante
repositório das formações calcárias existente em Portugal, sendo esta a
razão primeira da sua classificação como Parque Natural. Morfologia
cársica, natureza do coberto vegetal, a rede de cursos de água
subterrâneos, uma fauna específica, nomeadamente cavernícola, património
arquitetónico e cultural, bem como intensa atividade no domínio da
extração da pedra são outros tantos aspetos que o diploma
classificatório tenta preservar e disciplinar.
A secura, acentuada
pela ausência de cursos de água superficiais, marca uma paisagem a que
falhas, escarpas e afloramentos rochosos conferem um traço vigoroso.
A
água corre através de uma intrincada rede subterrânea. A erosão cársica
originou formações características - poldjes, campos de lapiás, lapas e
algares, uvalas e dolinas numa rara profusão de formas. As cavidades
são férteis em temas espeleológicos.
O coberto
vegetal é marcado pela presença de pequenas manchas de carvalho
cerquinho ou azinheira. Dentre as plantas autóctones destaca-se o
cortejo das plantas aromáticas, medicinais e melíferas repartidas por
algumas dezenas de espécies. A oliveira, a recordar o esforço dos
cistercienses, domina a vegetação não espontânea. A fauna destes
calcários inclui numerosas aves, nomeadamente a Gralha-de-bico-vermelho,
com hábitos de nidificação cavernícola. Uma dezena de espécies de
morcegos.
A presença humana é atestada desde o
paleolítico. A estrada romana de Alqueidão da Serra testemunha caminhos
antigos. Têxtil, curtumes, agricultura, criação intensiva de gado e
indústria extrativa de pedra e argila justificam, na atualidade, a
presença de numerosa população.
A jazida da
Pedreira do Galinha, na vertente oriental da serra de Aire (Jurássico
Médio - 175 MA) contém a mais antiga e longa (147 metros) pista de
dinossáurios saurópodes até hoje conhecida no mundo. Centenas de pegadas
organizam-se em cerca de duas dezenas de pistas constituídas pelas
impressões deixadas por grandes animais quadrúpedes.