Nicolau II e sua família (da esquerda para a direita): Olga, Maria, Nicolau, Alexandra, Anastásia, Alexei e Tatiana
Filho do
czar Alexandre III, governou desde a morte do pai, em
1 de novembro de
1894, até à sua abdicação, em
15 de março de
1917, quando renunciou em seu nome e no nome do seu herdeiro, passando o trono para o seu irmão, o
grão-duque Miguel Alexandrovich Romanov. Durante o seu reinado viu a Rússia Imperial decair de um dos maiores países do mundo para um desastre económico e militar. Como
Chefe de Estado, aprovou a mobilização de agosto de 1914, que marcou o primeiro passo fatal em direção à
Primeira Guerra Mundial, a revolução e consequente queda da
Dinastia Romanov.
O seu reinado terminou com a
Revolução Russa de 1917, quando, tentando retornar do quartel-general para a
capital, o seu comboio foi detido em
Pskov e ele foi obrigado a abdicar. A partir daí, o czar e sua família foram aprisionados, primeiro no
Palácio de Alexandre, em
Tsarskoye Selo, depois na Casa do Governador em
Tobolsk e finalmente na
Casa Ipatiev, em
Ecaterimburgo. Nicolau II, a sua mulher, o seu filho, as suas quatro filhas, o médico da família imperial, um servo pessoal, a camareira da Imperatriz e o cozinheiro da família foram executados na cave da casa pelos
bolcheviques na madrugada de 16 para
17 de julho de
1918. É reconhecido que esse evento foi ordenado de Moscovo por
Lenine e pelo também líder bolchevique
Yakov Sverdlov. Mais tarde Nicolau II, sua mulher e seus filhos foram canonizados como
mártires por grupos ligados à Igreja Ortodoxa Russa no exílio.
Um anúncio oficial apareceu na imprensa nacional dois dias após a morte do czar e sua família em Ecaterimburgo. Informava que o monarca havia sido executado por ordem do Presidium do Soviete Regional dos Urais, sob a pressão da aproximação das tropas Russas Brancas. Embora o Soviete oficial tenha esclarecido que a responsabilidade da decisão era dos superiores locais do Soviete Regional dos Urais,
Leon Trotsky, no seu diário, declarou que a execução aconteceu com a autoridade de Lenine e Sverdlov. A execução realizou-se na noite de 16 para 17 de julho, sob a liderança de
Yakov Yurovsky e resultou na morte de Nicolau II, da sua esposa, as suas quatro filhas, o seu filho, o seu médico pessoal
Eugene Botkin, a empregada de sua mulher
Anna Demidova, o cozinheiro da família
Ivan Kharitonov e o criado
Alexei Trupp. Nicolau foi o primeiro a morrer. Foi baleado múltiplas vezes na cabeça e no peito por Yurovsky. As últimas a morrer foram Anastásia, Tatiana, Olga e Maria, que foram golpeadas por baionetas. Elas vestiam mais de 1,3 quilos de diamantes, o que proporcionou a elas uma proteção inicial das balas e baionetas.
Em janeiro de
1998, os restos mortais escavados debaixo de uma estrada de terra, perto de Ecaterimburgo, em
1991, foram identificados como sendo de Nicolau II e sua família (excluindo uma das filhas e Alexei). As identificações feitas separadamente por cientistas russos, britânicos e americanos usando análises de
DNA, concordaram e revelaram serem conclusivas. Em abril de
2008, as autoridades russas anunciaram que haviam encontrado dois esqueletos perdidos dos Romanovs perto de Ecaterimburgo e foi confirmado por testes de DNA que eles pertenciam a Alexei e a uma de suas irmãs. Em 1 de outubro de 2008, a Suprema Corte Russa determinou que o czar Nicolau II e a sua família foram vítimas de repressão política e deveriam ser reabilitados.
Canonização pela Igreja Ortodoxa e reabilitação pela Rússia
Em
1981, a família foi canonizada pela Igreja Ortodoxa Russa no estrangeiro, como Santos Mártires. Em
2000, a
Igreja Ortodoxa Russa, dentro da Rússia, canonizou a família como
Portadores da Paixão. De acordo com a declaração do sínodo de
Moscovo, eles foram glorificados como santos pelas seguintes razões:
No último monarca Ortodoxo e membros de sua família, vemos pessoas que sinceramente aspiraram encarnar em suas vidas, os comandos do Evangelho. No sofrimento suportado pela Família Real na prisão, com humildade, paciência e submissão, e em suas mortes martirizadas em Ecaterimburgo na noite de 17 de julho de 1918, foi revelada a luz da fé de Cristo, que vence o mal.
Em
30 de setembro de
2008 a Suprema Corte da Rússia reabilitou a Família Real Russa e o Czar Nicolau II, 90 anos após sua morte. A Suprema Corte russa declarou que sua execução foi ilegal e que a família real russa foi vítima de um
crime.
Encontra-se sepultado na
Fortaleza de Pedro e Paulo,
São Petersburgo na
Rússia.