Mostrar mensagens com a etiqueta Vulcanologia. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Vulcanologia. Mostrar todas as mensagens

quarta-feira, março 30, 2022

A crise sísmico-vulcânica em S. Jorge - sismo sentido nas cinco ilhas do grupo central...


4.0 na escala da Richter: São Jorge regista sismo mais forte desde o início da crise sismovulcânica

A ilha de São Jorge registou, esta terça-feira à noite, às 21h56, o sismo mais forte desde o início da crise sismo-vulcânica. O abalo teve uma profundidade de 12 quilómetros de profundidade. 

   

A ilha de São Jorge registou, esta terça-feira à noite, às 21h56, o sismo mais forte desde o início da crise sismovulcânica (4.0 na escala de Richter). O abalo teve uma profundidade de 12 quilómetros de profundidade e foi registado a um quilómetro do sul de Velas, indica o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

Já Fonte do Serviço Regional de Bombeiros e Proteção Civil dos Açores indicou à Lusa que o sismo teve uma magnitude de 3.8 na escala de Richter, não havendo “registo de danos“.

Segundo os dados do Centro de Informação e Vigilância Sismovulcânica dos Açores (CIVISA), o sismo ocorreu às 21h56 (22h56 de Lisboa) e teve epicentro no mar, junto à vila das Velas.

Desde que se iniciou a crise sismovulcânica, o sismo mais energético ocorreu às 18.41 (19.41 de Lisboa) de 19 de março, com uma magnitude de 3,3 na escala de Richter.

Na semana passada, o Presidente do Centro de Informação e Vigilância Sismovulcânica dos Açores, Rui Marques, reconheceu que pode repetir-se uma situação semelhante à de La Palma. “Há que considerar o contexto geodinâmico dos Açores. Todos os sismos a ser registados têm origem tectónica. Uma quantidade muito grande de sismos que se localizam sobre um sistema vulcânico ativo, o Sistema Vulcânico Fissural de Manadas, na ilha de São Jorge. Como tal, temos que considerar como uma crise sismo-vulcânica”, explicou à Rádio Observador.

“Relembro que desde o povoamento dos Açores, e já depois, neste mesmo setor, temos duas erupções históricas. A erupção de 1580 e de 1808. Uma no século XVI e outra no século XIX. O estilo eruptivo mais próximo do que tem acontecido nos Açores é uma erupção como a de La Palma”, vinca.

A ilha de São Jorge contabilizou mais de 20 mil sismos, mais de 200 dos quais sentidos pela população, desde o início da crise sísmica em 19 de março, segundo os dados oficiais.

O número de sismos registados é mais do dobro do total contabilizado em toda a Região Autónoma dos Açores durante o ano de 2021.

A ilha está com o nível de alerta vulcânico V4 (ameaça de erupção) de um total de sete, em que V0 significa “estado de repouso” e V6 “erupção em curso”.

De acordo com a escala de Richter, os sismos são classificados segundo a sua magnitude como micro (menos de 2,0), muito pequenos (2,0-2,9), pequenos (3,0-3,9), ligeiros (4,0-4,9), moderados (5,0-5,9), forte (6,0-6,9), grandes (7,0-7,9), importantes (8,0-8,9), excecionais (9,0-9,9) e extremos (quando superior a 10).

 

in Observador

 

NOTA: embora com uns pequenos lapsos, notícia interessante...

terça-feira, março 29, 2022

A crise sísmico-vulcânica em S. Jorge - informação do IPMA


 Crise Sísmica São Jorge - atualização

 


Mantém-se em desenvolvimento a crise sísmica na ilha de São Jorge iniciada no dia 19 de março. Até ao momento foram registados mais de 8000 sismos na rede operada pelo IPMA. Cerca de 25% dos sismos têm registos não sobrepostos e com qualidade suficiente para poderem ser corretamente analisados e determinados os parâmetros sísmicos instrumentais. As localizações preliminares têm sido publicadas na nossa página alguns minutos após a ocorrência.

A distribuição epicentral deste conjunto de sismos mostra uma direção próxima do alinhamento da ilha, entre Velas e o Pico da Esperança. As magnitudes variam entre 0.8 e 3.6, tendo o maior sismo ocorrido nas primeiras horas da crise sísmica ainda no dia 19. De acordo com as características dos sismos registados e a localização geográfica das populações, é expectável que mais de 190 sismos possam ter sido sentidos, sendo que até ao momento a intensidade máxima observada foi de IV (Mercalli modificada, 1956).

A tendência atual aponta no sentido de um ligeiro decréscimo, para já, nos valores de magnitude e também numa redução do ritmo de libertação de energia sísmica. Em termos da distribuição da profundidade focal, verifica-se que os hipocentros continuam confinados a uma faixa de profundida compreendida entre os 7 e os 13 Km, sendo pontualmente mais superficiais, com uma concentração assinalável perto dos 12 km.
Apesar da redução da energia sísmica que tem sido libertada, a complexidade da geodinâmica da região dos Açores favorece a interação entre processos magmáticos e processos tectónicos. O processamento de imagens de interferometria radar tem mostrado a existência de empolamento superficial de alguns centímetros, que provavelmente espelha na superfície a existência de uma intrusão magmática.

O IPMA opera uma rede sísmica permanente no arquipélago dos Açores composta por 42 estações sísmicas, 17 das quais de banda larga, 15 de curto período e 10 puramente acelerométricas (estas em parceria com o Instituto Superior Técnico), existindo ainda mais 20 sensores acelerométricos co-localizados com estações broadband e curto período. Esta rede tem como um dos objetivos a monitorização de uma grande área do Atlântico Norte.

Algumas das estações de banda larga do IPMA integram redes internacionais, destacando-se a estação dos Rosais (São Jorge) cujos dados são partilhados em tempo real e que têm sido fundamentais no acompanhamento da presente crise sísmica. Para além deste dispositivo o IPMA instalou mais duas estações portáteis de banda larga em São Jorge. A determinação dos parâmetros sísmicos é assegurada por um grupo de técnicos distribuídos pelos Observatórios instalados no Faial, em São Miguel e na Terceira, que trabalham em regime de 24h/7d.

O IPMA vai continuar a acompanhar a situação disponibilizando toda a informação para o sistema de proteção civil, nacional e regional e cooperando com todos os grupos de investigação na obtenção de informação geofísica e geodésica para apoio aos organismos competentes.

Mais uma vez salientamos a importância de serem seguidos os aconselhamentos dos serviços regionais de proteção civil e as avaliações realizadas pelo Centro de Vigilância Sismo-Vulcânica dos Açores.

Agradece-se todo o apoio que tem sido prestado pelas autoridades e pela população da Ilha de São Jorge.

 

 


in IPMA

NOTA: segundo cálculos do Instituto Volcanológico de Canarias, o volume da intrusão magmática que está a provocar a crise é de cerca de 20 milhões de metros cúbico de magma - números similares aos da erupção de Cumbre Vieja nas Canárias em 2021...

segunda-feira, março 28, 2022

A crise sísmico-vulcânica em S. Jorge - novo ponto da situação

  
São Jorge

Sismos sentidos na ilha de São Jorge - ponto de situação, 28.03.22, 10:00

O Centro de Informação e Vigilância Sismovulcânica dos Açores (CIVISA) informa que atividade sísmica que se tem vindo a registar desde as 16:05 (hora local = UTC-1) do dia 19 de março na parte central da ilha de São Jorge, mais concretamente ao longo de uma faixa com direção WNW-ESE, num setor compreendido entre Velas e Fajã do Ouvidor, continua acima do normal.

O sismo mais energético ocorreu no dia 19 de março, às 18:41 (hora local = UTC-1) e teve magnitude 3,3 (Richter).

Até ao momento foram identificados cerca de 207 sismos sentidos pela população. Desde as 22:00 do dia 27 de março às 10:00 do dia 28 de março, foram sentidos 5 sismos:
 
Dia Hora local Mag. Localização Int. (EMM) Freguesia
27/mar 23:02 1,9 1 km ENE Velas III Santo Amaro e Velas (Velas, S. Jorge)
27/mar 23:25 1,7 1 km NW Santo Amaro III Velas (Velas, S. Jorge)
28/mar 07:38 2,1 3 km NNW Urzelina III/IV Velas e Rosais (Velas, São Jorge)
28/mar 08:56 2,1 2 km WNW Velas III/IV Santo Amaro e Rosais (Velas, S. Jorge)
28/mar 08:57 2,6 2 km WNW Velas IV Velas e Santo Amaro (Velas, S. Jorge)
III Urzelina e Rosais (Velas, S. Jorge)
   
O CIVISA continua a acompanhar o evoluir da situação.


Fontes: IVAR/CIVISA

 
Nota: O IVAR solicita a todos os açorianos que participem num estudo sobre o domínio social do risco no arquipélago perante a eminência de sismo forte ou erupção vulcânica na Ilha de São Jorge. Será um contributo muito valioso para o conhecimento científico nesta matéria.

O estudo é da responsabilidade da equipa de Psicologia do IVAR. Os dados obtidos são anónimos e o preenchimento do questionário dura cerca de 8 minutos.

O questionário online está disponível no link:

domingo, março 27, 2022

Ponto da situação da crise sísmico-vulcânica em S. Jorge

 
São Jorge

Sismos sentidos na ilha de São Jorge - ponto de situação, 27.03.22, 10:00

O Centro de Informação e Vigilância Sismovulcânica dos Açores (CIVISA) informa que atividade sísmica que se tem vindo a registar desde as 16:05 (hora local = UTC-1) do dia 19 de março na parte central da ilha de São Jorge, mais concretamente ao longo de uma faixa com direção WNW-ESE, num setor compreendido entre Velas e Fajã do Ouvidor, continua acima do normal.

O sismo mais energético ocorreu no dia 19 de março, às 18:41 (hora local = UTC-1) e teve magnitude 3,3 (Richter).

Até ao momento foram identificados cerca de 198 sismos sentidos pela população. Desde as 22:00 do dia 26 de março às 10:00 do dia 27 de março, foram sentidos 7 sismos:
 
Dia Hora local Mag. Localização Int. (EMM) Freguesia
26/mar 22:07 2,4 3 km E Santo Amaro IV Velas (Velas, S. Jorge)
III/IV Calheta e Urzelina (Velas, S. Jorge)
26/mar 22:57 2,4 1 km WSW Beira IV Velas e Santo Amaro (Velas, S. Jorge)
III/IV Urzelina (Velas, S. Jorge)
27/mar 01:02 1,9 2 km E Santo Amaro III Urzelina (Velas, S. Jorge)
27/mar 01:42 2,5 1 km NW Santo Amaro III/IV Urzelina, Santo Amaro, Velas e Rosais (Velas, S. Jorge)
III Manadas (Velas, S. Jorge)
27/mar 01:46 2,3 1 km S Beira III Santo Amaro e Velas (Velas, S. Jorge)
27/mar 06:50 2 0,5 km E Velas III Velas (Velas, S. Jorge)
27/mar 09:47 1,7 3 km NNW Urzelina III Urzelina (Velas, S. Jorge)

O CIVISA continua a acompanhar o evoluir da situação.


Fontes: IVAR/CIVISA



sábado, março 26, 2022

Crise sísmico-vulcânica em S. Jorge - ponto da situação

 


São Jorge
Sismos sentidos na ilha de São Jorge - ponto de situação, 26-03-2022, 10:00


O Centro de Informação e Vigilância Sismovulcânica dos Açores (CIVISA) informa que atividade sísmica que se tem vindo a registar desde as 16:05 (hora local = UTC-1) do dia 19 de março na parte central da ilha de São Jorge, mais concretamente ao longo de uma faixa com direção WNW-ESE, num setor compreendido entre Velas e Fajã do Ouvidor, continua acima do normal.
O sismo mais energético ocorreu no dia 19 de março, às 18:41 (hora local = UTC-1) e teve magnitude 3,3 (Richter).
Vários sismos têm sido sentidos pela população. Desde as 22:00 do dia 25 de março às 10:00 do dia 26 de março, foram sentidos 4 sismos:
 

O CIVISA continua a acompanhar o evoluir da situação.

   

sexta-feira, março 25, 2022

Mais informações sobre a crise na ilha de São Jorge...

Foram detetadas "pequenas deformações no solo, que no início da semana não existiam", na zona da ilha de São Jorge "onde estão a ocorrer mais sismos". A revelação é feita à CNN Portugal por Nuno Dias, especialista em sismologia e professor no ISEL (Instituto Superior de Engenharia de Lisboa), e Pedro Terrinha, geólogo e investigador do IPMA.

Nuno Dias aponta que, nesta altura, a tendência dos sinais parece caminhar para “o lado da erupção”, mas ainda é cedo para ter a certeza. Os próximos dias serão determinantes.

São estas deformações no solo, juntamente com o mau tempo esperado na região para esta sexta-feira e sábado, que terão levado as autoridades a optar por retirar a população das fajãs do concelho das Velas, na ilha de São Jorge.

Pedro Terrinha confirmou à CNN Portugal que as equipas que estão “a monitorizar a deformação crustal encontraram alguma modificação no terreno”. Ou seja, foram detetadas “deformações localizadas numa zona específica da ilha, que é a zona onde estão a ocorrer mais sismos”, conclui. Mas ainda é cedo para saber ao certo o significado desta descoberta.

De resto, segundo Pedro Terrinha, o elevado nível de “sismicidade continua a acontecer, na mesma zona, com a mesma magnitude baixa e a mesma profundidade”. Nas últimas horas, não houve aumento da atividade sísmica, nem em quantidade, nem em intensidade.

Nuno Dias está a coordenar uma equipa no terreno, ligada ao Instituto D. Luís, que está "a instalar estações sísmicas temporárias". A chuva não está a facilitar a instalação das mesmas, mas já estão a recolher alguns dados e mais irão ser recolhidos.

O que significam estas fraturas nas rochas?

Que o magma que se movimenta por baixo da terra está a fazer pressão. “É como a rolha de uma garrafa. O gás faz pressão para a rolha saltar”, explica Nuno Dias.

No início da semana, não tinha sido detetada nenhuma alteração nos solos e agora a situação parece ter-se alterado ligeiramente. Todavia, Nuno Dias explica que as fraturas "não têm um sinal claro de magma” e estão ainda a grande profundidade, por isso, “o perigo não é iminente”. 

Será possível prever o aumento do perigo?

Para tal, “é preciso juntar vários indicadores” e só “tudo conjugado” poderá dar lugar a um alerta.

“Quando se evolui para uma erupção, há uma altura em que a situação evolui mais rápido”, mas “nunca menos de um, dois dias ou algumas horas”. Facto que dará tempo às autoridades para lançar um alerta à população.

Por norma, “também poderá haver um sismo mais forte, que antecederá uma erupção”. Nunca “será de grande intensidade”, mas “em terra, um sismo de magnitude 4 já causa estragos”.

E quais são esses sinais?

“Uma maior atividade sísmica, com maior intensidade; mais e maiores deformações no solo, com sinal de magma e o aumento da emissão de gases”, explica este especialista. Nuno Dias acredita que as fraturas detetadas levaram as autoridades a pedir a retirada de alguma população e justifica: “Peca-se por excesso, mas é melhor” quando há vidas em risco.

“Os próximos dois/três dias” vão ser determinantes “para se perceber melhor para que lado a situação vai pender”, no entanto, a tendência dos sinais parece caminhar para “o lado da erupção”, assume este sismólogo.

Mesmo assim, a natureza pode ser surpreendente, e é num instante que as certezas desaparecem. “Neste momento, os valores de emissão de gases estão no nível habitual”. Não houve aumento, por exemplo, “do CO2”, que seria um sinal de maior atividade vulcânica.

Este fenómeno sísmico é normal?

Segundo Nuno Dias, o que se está a passar “não é normal” e, desde domingo, que todos os especialistas da área estão a comunicar entre si. Todos querem enviar equipas e material, porque é importante estudar estes fenómenos. E ainda falta algumas equipas chegarem ao terreno.

Nuno Dias descreve a ilha de São Jorge "como um conjunto de pequenos vulcões que formam uma língua de terra”.

Esta região, dos Açores, está “numa junção tripla de placas”, o que a torna propícia a sismos. “É a junção da placa europeia, africana e americana”.

Apesar da região estar a viver uma situação semelhante ao que aconteceu em La Palma, nas Canárias, a sequência de eventos não tem de ser igual.
 
in TVI24

quinta-feira, março 24, 2022

Governo regional açoreano admite uma elevada probabilidade de haver uma erupção em São Jorge

Crise sísmica leva o presidente do governo regional à ilha de São Jorge

 

O presidente do Governo dos Açores, José Manuel Bolieiro, visitou esta quinta-feira São Jorge devido à crise sísmica que se regista desde sábado na ilha, que já levou à ativação do Plano Regional de Emergência



Na quarta-feira, a Proteção Civil dos Açores ativou o Plano Regional de Emergência, depois de na segunda-feira terem sido ativados os planos de emergência municipais dos dois concelhos de São Jorge, Calheta e Velas.
Também na quarta-feira, o Centro de Informação e Vigilância Sismovulcânica dos Açores (CIVISA) elevou o nível de alerta vulcânico na ilha de São Jorge para V4 (de um total de cinco), o que significa “possibilidade real de erupção”, segundo o Governo Regional.
Perante este cenário, o executivo açoriano recomendou à população com maiores vulnerabilidades da principal zona afetada na ilha de São Jorge que abandone as suas casas.
Desde sábado, já se registaram mais de 2.000 sismos na ilha de São Jorge, 142 dos quais sentidos pela população.

E a crise sísmica prossegue em São Jorge...

  
São Jorge 

Sismos sentidos na ilha de São Jorge (Ponto de situação - 24.03.2022)

 

O Centro de Informação e Vigilância Sismovulcânica dos Açores (CIVISA) informa que atividade sísmica que se tem vindo a registar desde as 16:05 (hora local = UTC-1) do dia 19 de março na parte central da ilha de São Jorge, mais concretamente ao longo de uma faixa com direção WNW-ESE, num setor compreendido entre Velas e Fajã do Ouvidor, continua acima do normal.


O sismo mais energético ocorreu no dia 1​9 de março, às 18:41 (hora local = UTC-1) e teve magnitude 3,3 (Richter).

Vários sismos têm sido sentidos pela população. Desde as 22:00 do dia 23 de março às 10:00 do dia 24 de março, foram sentidos 11 sismos:
 

Dia

Hora local

Mag.

Localização

Int. (EMM)

Freguesia

23.03

22:23

1,6

3 km NNW Urzelina

III

Urzelina (Velas, S. Jorge)

23.03

22:37

2,1

3 km NNW Urzelina

III/IV

Urzelina e Velas (Velas, S. Jorge)

23.03

22:53

1,9

3 km NW Urzelina

III

Urzelina e Velas (Velas, S. Jorge)

23.03

22:59

2,3

1 km NNW Velas

III/IV

Urzelina, Santo Amaro, Velas e Rosais (Velas, S. Jorge)

23.03

23:11

1,6

3 km N Urzelina

III

Velas (Velas, S. Jorge)

23.03

23:40

2

3 km NNW Urzelina

III/IV

Santo Amaro, Urzelina e Velas (Velas, S. Jorge)

III

Rosais (Velas, S. Jorge)

24.03

00:01

2,2

3 km E Santo Amaro

III/IV

Velas, Rosais, Urzelina e Norte Grande (Velas, S. Jorge)

24.03

00:03

2,2

3 km NNW Urzelina

III/IV

Rosais, Urzelina e Velas (Velas, S. Jorge)

24.03

00:34

1,7

1 km ESSE Beira

III

Velas (Velas, S. Jorge)

24.03

04:10

2

0,5 km NNW de Santo Amaro

III/IV

Velas (Velas, S. Jorge)

24.03

06:39

3,2

2 km WNW Velas

IV/V

Velas e Santo Amaro (Velas, S. Jorge)

IV

Urzelina e Manadas (Velas, S. Jorge)

III/IV

Norte Grande e Rosais (Velas, S. Jorge)

III/IV

Ribeira Seca (Calheta, S. Jorge)

III

Bandeiras (Madalena, Pico)

III

Lajes do Pico (Lajes do Pico, Pico)

III

Santo António, São Roque e Prainha (S. Roque, Pico)

III

Luz (Santa Cruz, Graciosa)

 

O CIVISA continua a acompanhar o evoluir da situação.

Fonte: IVAR/CIVISA 

 

sábado, março 19, 2022

Mercalli morreu há 108 anos

    
Giuseppe Mercalli (Milão, 21 de maio de 1850 - Nápoles, 19 de março de 1914) foi um sacerdote, vulcanólogo e sismólogo italiano. Foi professor de mineralogia na Universidade de Catânia e de vulcanologia na Universidade de Nápoles. Em 1911 sucedeu a Raffaele Vittorio Matteucci no cargo de diretor do Observatório do Vesúvio. Os seus estudos na área da sismologia e da vulcanologia granjearam-lhe reputação internacional. Notabilizou-se pelo desenvolvimento da Escala de Mercalli para avaliação da intensidade dos sismos, uma das escalas sísmicas com maior aceitação durante quase todo o século XX, e pela publicação de um sistema de classificação das erupções vulcânicas.
   
(...)
   
Biografia
Nascido em Milão no seio de uma família de meios modestos, Giuseppe Mercalli ingressou no Seminário de Milão imediatamente após os estudos elementares e ali fez os seus estudos secundários e preparatórios. Foi ordenado em 1871 sacerdote católico.
Entre 1871 e 1874 foi aluno da Escola Normal anexa ao Instituto Técnico Superior de Milão, frequentando o curso destinado à formação de professores de Ciências Naturais. Nesse curso estudou geologia com Antonio Stoppani, obtendo a laurea em Ciências Naturais no ano de 1874. Pouco depois foi nomeado professor de Ciências Naturais no Seminário de Monza e no Liceo católico de Domodossola, mas em 1888 foi obrigado a abandonar o ensino em estabelecimentos católicos depois de ter apoiado a construção de um monumento nacional em homenagem ao sacerdote e filósofo Antonio Rosmini-Serbati, o que fez dele suspeito de aderente ao ideário do liberalismo. Dedicou-se ao estudos geológicos, iniciando-se com o estudo dos glaciares alpinos da Lombardia, publicando várias notícias sobre as suas características e os depósitos associados.
Depois de ter feitos exames pedagógicos em Monza, obtendo habilitação para o ensino liceal, foi nomeado em concurso feito pelo governo italiano para um lugar em Reggio di Calabria como professor liceal. Primeiro no concurso, a escolha de Reggio di Calabria deveu-se ao desejo de Mercalli de estar presente na região da Calábria, ao tempo atingida por uma crise sísmica e onde se esperava um terramoto. Manteve ativa investigação no campo da geologia, dedicando-se progressivamente à sismologia e à vulcanologia.
Concorreu a professor de mineralogia e geologia da Universidade de Catânia, mas ficou em terceiro lugar, concorrendo então para um lugar de professor liceal em Nápoles, o que conseguiu em 1892. No período de 1892 a 1911 foi professor no Reggio Liceo Vittorio Emanuele de Nápoles, onde contou entre os seus alunos Giuseppe Moscati. Entre os colegas e colaboradores estava Achille Ratti, que posteriormente seria o papa Pio XI, que fora seu aluno no Seminário de Milão e com quem manteve uma sólida amizade. A partir do ano seguinte (1893) passou a acumular com aulas de vulcanologia na Universidade de Nápoles.
Em 1911 foi escolhido para o lugar de diretor do Observatório Vesuviano, cargo em que sucedeu a Raffaele Vittorio Matteucci e que manteve até falecer. Passa então a dedicar-se em exclusivo ao estudo da vulcanologia e projeta uma reforma do Observatório, com base num programa de investigação que previa o estudo do vulcão e das suas erupções, o registo da atividade sísmica e pré-sísmica (precursores), para além das observações e das análise dos resultados do trabalho de campo que deveria ser feito no vulcão e suas proximidades.
Giuseppe Mercalli notabilizou-se pelo desenvolvimento, em 1902 da escala de Mercalli, uma escala destinada à avaliação da intensidade sísmica, que com algumas modificações ainda se mantém em uso, mais de um século após a sua publicação. Aquela escala, apesar de não medir a magnitude dos sismos, mas apenas os seus efeitos sobre as pessoas e os edifícios, sendo por isso pouco adequado para uso em áreas pouco povoadas, mostrou-se ideal para comparar os danos produzidos pelos terramotos e para fins de engenharia sísmica e de proteção civil.
Mercalli faleceu em 1914, vítima de um incêndio que deflagrou na sua casa na Via Sapienza (Nápoles), alegadamente por ter entornado uma lâmpada de parafina que utilizava para trabalhar durante a noite. Pensa-se que teria estado a trabalhar durante a noite, algo que fazia rotineiramente, contando-se que uma vez foi encontrado a trabalhar às onze horas da manhã e sendo informada da hora terá exclamado: Seguramente que ainda não é dia!. O seu cadáver foi encontrado carbonizado, próximo da sua cama, agarrando um cobertor que utilizara para tentar apagar o fogo. Apesar disso parecer indicar um acidente, as autoridades policiais informaram, alguns dias mais tarde, que Mercalli fora provavelmente assassinado, por estrangulamento, e o seu cadáver regado com petróleo e queimado, para esconder o crime. Teria desaparecido da sua casa uma importante quantia em dinheiro.
Giuseppe Mercalli observou a erupção vulcânica das ilhas Eólias, do vulcão de Stromboli e do Vulcano, publicando descrições que continuam a ser importante material de estudo para os vulcanólogos. Para além da investigação no campo de vulcanologia, também estudou os glaciares da Lombardia.
Foi autor de mais de uma centena de publicações científicas (pelo menos 115), com destaque para a obra I vulcani attivi della Terra (Os vulcões activos da Terra), publicada em 1889, considerada um clássico da vulcanologia e que se mantém actual. Em 1903 publicou uma escala destinada à categorização das erupções vulcânicas. Realizou a primeira carta sísmica do território italiano. Estudou o comportamento dos animais antes e durante os sismos, detetando reações de nervosismo e de tremor que apelidou de síndrome cinestéstica inexplicável, depois conhecido como Síndrome de Mercalli. Também publicou informação pioneira sobre os bradissismos.
Foi membro de importantes sociedades científicas e foi cavaleiro da Ordine della Corona d'Italia por mérito científico. No Cemitério Monumental de Milão, onde está sepultado, foi-lhe erigido um busto em bronze da autoria de Michele Vedani. Em Nápoles existe em sua homenagem o Liceo Scientifico Statale "Giuseppe Mercalli".