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quinta-feira, novembro 21, 2013

O músico luso-brasileiro João Ricardo nasceu há 64 anos

João Ricardo (Arcozelo, 21 de novembro de 1949) é um cantor e compositor, nascido em Portugal e radicado no Brasil. É filho do poeta e jornalista português João Apolinário Teixeira Pinto, falecido a 22 de outubro de 1988, e da esteticista Maria Fernanda Gonçalves Talline Carneiro Teixeira Pinto, nascida a 16 de julho de 1924.
Vindo ao nosso mundo num nascimento múltiplo, a sua irmã gémea Maria João morre três dias após o nascimento, mas, dois anos depois, nasce outra irmã, Maria Gabriela. Na infância foi fortemente influenciado pelo rock desde cedo, em especial o francês através do grupo Les Chats Sauvages e Johnny Halliday, além do maior de todos, Elvis Presley. Conhece a música brasileira através de Miltinho e Doris Monteiro, cujos discos o seu pai tinha em casa. Em 1963 toma contacto com o que viria a determinar a sua opção pela música: The Beatles.
Tinha quatorze anos na época e viu-se envolvido com a música brasileira de imediato. Cedo começou escrevendo letras para músicas de um vizinho, o que o levou a aprender violão para fazer as suas próprias músicas. A partir dos dezassete, dezoito anos, compôs algumas das que viriam a se tornar clássicos da banda seminal que fundou, Secos & Molhados.

Trajetória musical
Com a mudança para o Brasil, em 28 de março de 1964 depara-se com a efervescência musical do país e com o começo da Jovem Guarda, movimento de rock da época, que viria a estimulá-lo mais ainda. Começa a escrever letras em músicas já existentes, em especial dos Beatles. Falta agora aprender a tocar violão para compor. Muda-se para o seu prédio um rapaz chamado Renato, que toca violão e, com ele, forma o seu primeiro duo, chamada Zeus. Aprende então a tocar violão e começa a escrever as suas primeiras canções, chegando a fazer um programa de televisão chamado “Quadrado e Redondo” na recém inaugurada TV Bandeirantes. Estuda e trabalha como jornalista no jornal Diário Popular, na TV Globo e no extinto jornal Última Hora, onde tem contacto com personagens do teatro brasileiro por causa do seu pai, crítico de teatro. Um desses, o diretor Antunes Filho pede-lhe uma música para o monólogo Corpo a Corpo, de Oduvaldo Vianna Filho, com Juca de Oliveira. A canção “Voo" viria a ser gravada pela sua banda no seu segundo álbum. Conhece Carlos Augusto Oliveira, o Guga, dono da produtora de filmes Blimp Filmes, depois Criasom, e tem a sua primeira experiência como cantor numa paródia dos filmes spaghetti western, sob a sua direção, em 1970. Em setembro desse ano, passa férias em Ubatuba com um amigo dessa produtora e numa casa de secos e molhados onde comiam e bebiam, João resolve adotar esse nome para a sua banda, ainda apenas como “one man band”. Em 1971 conhece Antônio Carlos, Pitoco, (viola de 10 cordas) e Fred (bongô). Com o seu violão de doze cordas e harmónica de boca, completa agora a banda anunciada: Secos & Molhados.

Secos & Molhados
A primeira apresentação acontece no bar Kurtisso Negro, propriedade de Peter Thomas, Oswaldo Spiritus e Luiz Antonio Machado, no bairro do Bixiga, em São Paulo.
Com essa formação chegam a ser convidados para gravar por Solano Ribeiro (diretor/criador dos maiores festivais de música no país) na gravadora Som Livre, mas Pitoco resolve continuar uma carreira a solo, já que havia lançado um compacto-simples com músicas suas inéditas.
Noutro dia, apresentava-se no mesmo Kurtisso Negro, uma cantora e compositora chamada Luli (hoje Luhli) com quem João viria a compor alguns dos maiores sucessos da banda. Ela sugere-lhe um vocalista que João procurava e que morava no Rio de Janeiro: Ney de Souza Pereira, futuro Matogrosso.
Em 10 de novembro de 1971, muda-se para São Paulo e nesse mesmo dia à noite gravam a música Voo, para a peça de Antunes. Depois de alguns meses, Gérson Conrad, vizinho de João Ricardo, é incorporado ao grupo. Os Secos & Molhados começam a ensaiar e depois de um ano apresentam-se no Teatro do Meio, de Ruth Escobar, que virou um misto de bar-restaurante chamado "Casa de Badalação e Tédio".
No dia 23 de maio de 1973, o grupo entra no estúdio "Prova" para gravar - em sessões de seis horas ao dia, por quinze dias, em quatro canais – o seu primeiro disco, que vendeu mais de 300 mil cópias em apenas dois meses, atingindo um milhão de cópias em pouco tempo.
Os Secos & Molhados tornaram- se um dos maiores fenómenos da música popular brasileira, batendo todos os recordes de vendas de discos e público. Em fevereiro de 1974, fazem um concerto no Maracanãzinho que bateu todos os índices de público jamais visto no Brasil. Em agosto do mesmo ano, é lançado o segundo disco e Ney Matogrosso e Gerson Conrad decidem abandonar a banda. Ney a partir de então desenvolveu uma carreira notável, sendo considerado pelo público e pela crítica um dos maiores cantores do Brasil.
Em maio de 1978, João Ricardo lança o terceiro disco dos Secos & Molhados com Lili Rodrigues, Wander Taffo, Gel Fernandes e João Ascensão. Surge mais um sucesso do grupo, "Que Fim Levaram Todas as Flores?", canção mais executada no Brasil naquele ano. Em agosto de 1980, junto com os irmãos Lempé - César e Roberto – o Secos & Molhados lançam o quarto disco. A quinta formação do grupo nasce no dia 30 de junho de 1987, com o enigmático Totô Braxil, em um concerto no Palace, em São Paulo. Em maio de 1988 sai o álbum "A Volta do Gato Preto". Simplesmente sozinho, em 1999, João Ricardo lança "Teatro?" mostrando definitivamente a marca do criador dos Secos & Molhados.

A solo
Após o término da segunda formação, João Ricardo, num encontro casual com o empresário Guilherme Araújo, é levado para um jantar com o presidente da Phillips/Phonogram (André Midani) e o diretor artístico (Roberto Menescal), que o convidam para gravar seu primeiro disco a solo, em 1975.
Em 1976, lança o disco "Da Boca Prá Fora", acompanhado de um trio de jovens músicos, entre eles o guitarrista Wander Taffo. Em 1979, lança o LP "Musicar", com participação do guitarrista Mozart Mello. O último disco a solo "Puto", lançado em junho de 2007, é uma colaboração de João Ricardo (que compôs, produziu e cantou todas as canções) com o músico Daniel Iasbeck (responsável por todos os arranjos, instrumentos, gravação e mistura).

Vida pessoal
João Ricardo casou-se com Maria Renata Diehl Corazza a 20 de março de 1976 e tiveram dois filhos, Felipe Corazza Teixeira Pinto, professor de filosofia e cantor, a 5 de abril de 1977, e Tila Corazza Teixeira Pinto, atriz, a 8 de novembro de 1979. Separaram-se em junho de 1986.
Em 10 de novembro de 1993, casa-se com Tânia, jornalista e professora universitária e nasce Irina, a 16 de dezembro de 2000. No seu mais recente CD, Puto, João Ricardo grava, entre as onze músicas, duas canções de homenagem à mulher e à filha.
  
Discografia




Que Fim Levaram Todas As Flores? - Secos & Molhados

Que fim levaram todas as flores?
Que o preto velho me contava
Que fim levaram todas as flores?
Que a rainha louca não gostava
Que a lapela morta carregava
Que o olhar de todos me lembrava

Que fim levaram todas as flores?
Que qualquer coisa não estragava
Em qualquer dia que podia
Com grande amor e alegria
Que fim levaram todas as flores?
Que a criança às vezes me pedia