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sexta-feira, maio 17, 2024

Se calhar é por causa das maldades que um ditador russo faz...

“Porta para o Inferno” siberiana está a rachar

 

 

Famoso “Portal para o Submundo” viu cerca de 35 milhões de metros cúbicos de terra serem deslocados desde a década de 90, ditou novo estudo com recurso a modelos geológicos em 3D.

Está a expandir-se a ritmos alarmantes e tornou-se um símbolo vivo das alterações climáticas e do seu efeito nas regiões de permafrost.

O “Portal para o Submundo” da Sibéria, localizado na República Sakha, começou numa pequena ravina na década de 60. Hoje, estende-se por mais de um quilómetro de comprimento e está a crescer.

Inicialmente despercebida até ser identificada por imagens de satélite em 1991, a derrocada tem sido monitorizada de perto desde então. A causa da sua expansão é atribuída, em grande parte, ao aumento das temperaturas, que descongelam o permafrost, outrora estável, desestabilizando a estrutura do solo e desencadeando deslocações maciças do solo para baixo, em direção ao rio Batagay.

Estudos recentes publicados no Geomorphology e conduzidos por uma equipa da Universidade Estatal Lomonosov de Moscovo e do Instituto Melnikov Permafrost, em colaboração com cientistas alemães, forneceram novas e mais aprofundadas informações sobre a dinâmica do abatimento, com recurso a modelos geológicos em 3D, segundo o IFL Science.

As descobertas indicam que cerca de 35 milhões de metros cúbicos de terra foram deslocados desde a década de 90, sendo que cerca de dois terços deste volume são constituídos por gelo terrestre e o restante por sedimentos de permafrost.

As dimensões do megaslump aumentaram notavelmente de 790 metros de largura em 2014 para 890 metros em 2019.

Esta transformação não decorre apenas em Batagay. Fenómenos semelhantes estão a ocorrer em todo o Ártico, onde as alterações climáticas estão a provocar derrocadas do permafrost e a desencadear numerosos deslizamentos de terras.

Estes desenvolvimentos são particularmente preocupantes na Rússia, onde o permafrost constitui quase 65% do terreno. A degradação contínua deste solo congelado coloca desafios substanciais, não só alterando as paisagens, mas também libertando quantidades significativas de carbono para a atmosfera, o que pode agravar ainda mais o aquecimento global.

 

in ZAP

quarta-feira, abril 03, 2024

Notícia interessante sobre o vulcão Erta Ale...

Descobertas anomalias térmicas na “porta para o inferno” na Etiópia

 

 

Imagem de satélite do vulcão Erta Ale, na Etiópia, tirada a 27 dovembro de 2023, pelo OLI (Operational Land Imager) no Landsat 8

 

Uma recente imagem de satélite do vulcão Erta Ale mostra anomalias que indicam que houve erupções de cones de respingos e pequenos fluxos de lava dentro da cratera.

Erta Ale, situado na Fenda da África Oriental na Depressão de Danakil, na Etiópia, é reconhecido como o vulcão mais ativo do país. Esta área é uma zona geologicamente única, onde três placas tectónicas estão gradualmente a divergir, permitindo que o magma chegue à superfície e alimente múltiplos vulcões ativos. Erta Ale, com sua atividade vulcânica persistente, constitui uma parte significativa desta paisagem dinâmica.

Conhecido na língua afar como a “montanha fumegante” e a “porta do inferno”, Erta Ale é famoso pela sua cratera no topo que abriga um lago de lava continuamente ativo. Este lago tem estado ativo desde pelo menos 1967 e possivelmente desde 1906, escreve o SciTech Daily.

A atividade do vulcão foi captada numa imagem adquirida pelo Imageador Terrestre Operacional (OLI) do Landsat 8 a 27 de novembro de 2023. A imagem é notável pelo sinal infravermelho (vermelho) emitido pelo calor da rocha fundida.

Os satélites detetaram uma série de anomalias térmicas no cratera do vulcão a partir de meados de setembro de 2023. De acordo com o Programa de Vulcanismo Global, estas anomalias provavelmente indicam erupções de cones de respingos e pequenos fluxos de lava dentro da cratera. Devido à localização remota e em grande parte inacessível de Erta Ale, grande parte do conhecimento científico sobre a sua atividade deriva de observações por satélite.

Embora o topo seja conhecido pela sua atividade regular, Erta Ale também tem fluxos de lava noutras partes da montanha. Um evento significativo ocorreu de janeiro de 2017 a março de 2020, quando erupções de fissuras no caldeirão sudeste geraram extensos fluxos de lava basáltica.

Estes fluxos, que cobriram aproximadamente 30 quilómetros quadrados, desceram pelas encostas do vulcão, estendendo-se para nordeste e sudoeste, alguns dos quais são visíveis na imagem de satélite.

O estudo contínuo de Erta Ale é crucial para compreender a atividade vulcânica da região e os potenciais impactos. A imagem, destacando as características do vulcão e a atividade recente, foi criada por Lauren Dauphin usando dados do satélite Landsat, uma colaboração entre a NASA e o USGS - Serviço Geológico dos EUA.

 

in ZAP

sábado, setembro 23, 2023

A Porta do Inferno geológica é na Rússia...

“Porta do Inferno” - a maior cratera de permafrost do mundo, explicada por um cientista

 

  

Imagens recentes captadas por drones revelaram detalhes significativos da cratera Batagaika, a maior cratera de permafrost do mundo, localizada no extremo oriental da Rússia.

A Batagaika, maior cratera de permafrost do mundo, está a aumentar de tamanho a um ritmo cada vez maior, acompanhando a evolução das temperaturas na Rússia.

Este enorme abismo, com um quilómetro de comprimento e  localizado no nordeste da Rússia, começou a formar-se após a desflorestação ocorrida no local nos anos 1960, que resultou na fusão do permafrost e no abatimento do terreno em que se encontra a cratera.

A expansão da Batagaika, conhecida localmente como “O Colapso” ou “Portal para o Submundo”, é um sinal perturbador do aquecimento rápido do clima na Rússia, que está a acontecer a uma taxa pelo menos 2,5 vezes mais rápida do que a média global.

Segundo a agência Reuters, a contínua fusão do permafrost da Rússia, que cobre cerca de 65% do país, está a libertar grandes quantidades de gases de efeito de estufa aprisionados no solo, amplificando o aquecimento global.

Nikita Tananayev, investigador do Instituto de Permafrost Melnikov, considera muito preocupante não só a existência desta cratera em expansão, mas principalmente o crescimento projetado para a cratera à medida que se expande.

Segundo o investigador, o aumento das temperaturas e a atividade humana podem originar cada vez mais gigantescos deslizamentos e abatimentos de terra — e eventualmente a fusão de todo o permafrost.

O derretimento já começou a causar estragos em várias regiões do norte e nordeste da Rússia, causando danos infraestruturais significativos, como o afundamento de estradas, colapso de casas e interrupção de oleodutos.

Paralelamente, explica Tananayev, incêndios florestais cada vez mais severos estão a agravar o problema.

 

 

Os habitantes da região têm notado a rápida expansão da Batagaika. É o caso de Erel Struchkov, que notou a forma como os limites da cratera se moveram significativamente em apenas dois anos. “A Batagaika está cada vez mais perto“, diz Struchkov à Reuters.

Os cientistas ainda não determinaram a taxa exata de expansão da cratera, mas Tananayev estima que o solo da Batagaika, que em alguns pontos atinge profundidades de 100 metros, contém uma grande quantidade de carbono orgânico.

E à medida que o permafrost derrete, este carbono será libertado para a atmosfera - agravando ainda mais o aquecimento global, alerta o investigador. Assim, a Batagaika ameaça tornar-se literalmente uma Porta para o Inferno.

 

in ZAP