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domingo, novembro 19, 2023
José Mário Branco morreu há quatro anos...
José Mário Branco (Porto, 25 de maio de 1942 - Lisboa, 19 de novembro de 2019), foi um músico e compositor (cf. cantautor) português.
Biografia
Filho de professores primários, cresceu entre o Porto e Leça da Palmeira, sendo marcado pelo ambiente luzidio e inspirador desta vila piscatória. Iniciou o curso de História, primeiro na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, depois na Faculdade de Letras da Universidade do Porto, não o tendo terminado. Expoente da música de intervenção portuguesa, começou por ser ativo na Igreja Católica. Depois aderiu ao Partido Comunista Português e foi perseguido pela PIDE, até se exilar em França, em 1963. Em 1974 regressou a Portugal e fundou o Grupo de Acção Cultural - Vozes na Luta!, com o qual gravou dois álbuns.
Como interveniente em concertos ou álbuns editados, como cantautor e/ou
como responsável pelos arranjos musicais, José Mário Branco é autor de
uma obra singular no panorama musical português. Entre música de intervenção, fado e outras, são obras famosas os discos Ser solidário, Margem de Certa Maneira, A noite, e o emblemático FMI,
obra síntese do movimento revolucionário português com seus sonhos e
desencantos. Esta última foi proibida pelo próprio José Mário Branco de
passar em qualquer rádio, TV ou outro tipo de exibição pública. Não obstante este facto, FMI será, provavelmente, a sua obra mais conhecida. O seu álbum mais recente, lançado em 2004, intitula-se Resistir é Vencer, em homenagem ao povo timorense, que resistiu durante décadas à ocupação pelas forças da Indonésia logo após o 25 de Abril. O ideário socialista está expresso em muitas das suas letras.
Trabalhou com diversos outros artistas de relevo da música de intervenção e outros géneros, nomeadamente José Afonso, Sérgio Godinho, Luís Represas, Fausto Bordalo Dias, Janita Salomé, Amélia Muge, Os Gaiteiros de Lisboa e, no âmbito do Fado, Carlos do Carmo, Camané e Katia Guerreiro. Do mesmo modo compôs e cantou para o teatro, o cinema e a televisão, tendo sido elemento de A Comuna - Teatro de Pesquisa.
Em 2006, com 64 anos, José Mário Branco iniciou uma licenciatura em Linguística, na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.
Terminou o 1.º ano com média de 19,1 valores, sendo considerado o
melhor aluno do seu curso. Desvalorizou a Bolsa de Estudo por Mérito que
lhe foi atribuída, dizendo que é «algo normal numa carreira
académica».
Em 2009 voltou às atuações públicas com dois concertos intitulados Três Cantos, juntando «referências não só musicais mas também poéticas do que é cantar em português»: José Mário Branco, Sérgio Godinho e Fausto.
Morreu aos 77 anos, de acidente vascular cerebral, na madrugada do dia 19 de novembro de 2019, em Lisboa.
in Wikipédia
Postado por Fernando Martins às 00:04 0 bocas
Marcadores: cantautor, José Mário Branco, morte, música, música de intervenção, O Charlatão
quinta-feira, maio 25, 2023
Um Cantor nunca morre enquanto for recordado...
Postado por Pedro Luna às 08:10 0 bocas
Marcadores: cantautor, José Mário Branco, MPP, música, música de intervenção, O Charlatão, poesia
sábado, novembro 19, 2022
José Mário Branco morreu há três anos...
José Mário Branco (Porto, 25 de maio de 1942 - Lisboa, 19 de novembro de 2019), foi um músico e compositor (cf. cantautor) português.
Biografia
Filho de professores primários, cresceu entre o Porto e Leça da Palmeira, sendo marcado pelo ambiente luzidio e inspirador desta vila piscatória. Iniciou o curso de História, primeiro na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, depois na Faculdade de Letras da Universidade do Porto, não o tendo terminado. Expoente da música de intervenção portuguesa, começou por ser ativo na Igreja Católica. Depois aderiu ao Partido Comunista Português e foi perseguido pela PIDE, até se exilar em França, em 1963. Em 1974 regressou a Portugal e fundou o Grupo de Acção Cultural - Vozes na Luta!, com o qual gravou dois álbuns.
Como interveniente em concertos ou álbuns editados, como cantautor e/ou
como responsável pelos arranjos musicais, José Mário Branco é autor de
uma obra singular no panorama musical português. Entre música de intervenção, fado e outras, são obras famosas os discos Ser solidário, Margem de Certa Maneira, A noite, e o emblemático FMI,
obra síntese do movimento revolucionário português com seus sonhos e
desencantos. Esta última foi proibida pelo próprio José Mário Branco de
passar em qualquer rádio, TV ou outro tipo de exibição pública. Não obstante este facto, FMI será, provavelmente, a sua obra mais conhecida. O seu álbum mais recente, lançado em 2004, intitula-se Resistir é Vencer, em homenagem ao povo timorense, que resistiu durante décadas à ocupação pelas forças da Indonésia logo após o 25 de Abril. O ideário socialista está expresso em muitas das suas letras.
Trabalhou com diversos outros artistas de relevo da música de intervenção e outros géneros, nomeadamente José Afonso, Sérgio Godinho, Luís Represas, Fausto Bordalo Dias, Janita Salomé, Amélia Muge, Os Gaiteiros de Lisboa e, no âmbito do Fado, Carlos do Carmo, Camané e Katia Guerreiro. Do mesmo modo compôs e cantou para o teatro, o cinema e a televisão, tendo sido elemento de A Comuna - Teatro de Pesquisa.
Em 2006, com 64 anos, José Mário Branco iniciou uma licenciatura em Linguística, na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.
Terminou o 1.º ano com média de 19,1 valores, sendo considerado o
melhor aluno do seu curso. Desvalorizou a Bolsa de Estudo por Mérito que
lhe foi atribuída, dizendo que é «algo normal numa carreira
académica».
Em 2009 voltou às atuações públicas com dois concertos intitulados Três Cantos, juntando «referências não só musicais mas também poéticas do que é cantar em português»: José Mário Branco, Sérgio Godinho e Fausto.
Morreu aos 77 anos, de acidente vascular cerebral, na madrugada do dia 19 de novembro de 2019, em Lisboa.
in Wikipédia
Postado por Fernando Martins às 00:03 2 bocas
Marcadores: cantautor, José Mário Branco, morte, música, música de intervenção, O Charlatão
sábado, junho 06, 2009
Canção para preparar um dia de reflexão
Numa ruela de má fama
faz negócio um charlatão
vende perfumes de lama
anéis de ouro a um tostão
enriquece o charlatão
No beco mal afamado
as mulheres não têm marido
um está preso, outro é soldado
um está morto e outro f´rido
e outro em França anda perdido
É entrar, senhorias
a ver o que cá se lavra
sete ratos, três enguias
uma cabra abracadabra
Na ruela de má fama
o charlatão vive à larga
chegam-lhe toda a semana
em camionetas de carga
rezas doces, paga amarga
No beco dos mal-fadados
os catraios passam fome
têm os dentes enterrados
no pão que ninguém mais come
os catraios passam fome
É entrar, senhorias
a ver o que cá se lavra
sete ratos, três enguias
uma cabra abracadabra
Na travessa dos defuntos
charlatões e charlatonas
discutem dos seus assuntos
repartem-se em quatro zonas
instalados em poltronas
P´rá rua saem toupeiras
entra o frio nos buracos
dorme a gente nas soleiras
das casas feitas em cacos
em troca de alguns patacos
É entrar, senhorias
a ver o que cá se lavra
sete ratos, três enguias
uma cabra abracadabra
Entre a rua e o país
vai o passo de um anão
vai o rei que ninguém quis
vai o tiro dum canhão
e o trono é do charlatão
Entre a rua e o país
vai o passo de um anão
vai o rei que ninguém quis
vai o tiro dum canhão
e o trono é do charlatão
É entrar, senhorias
a ver o que cá se lavra
sete ratos, três enguias
uma cabra abracadabra
Postado por Pedro Luna às 01:20 0 bocas
Marcadores: este ano há Eleições, José Mário Branco, O Charlatão, Sérgio Godinho
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