Mostrar mensagens com a etiqueta Mafra. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Mafra. Mostrar todas as mensagens

sexta-feira, novembro 17, 2017

O Palácio Nacional de Mafra foi iniciado há três séculos

O Convento/Palácio Nacional de Mafra localiza-se no concelho de Mafra, no distrito de Lisboa, em Portugal. A cerca de 25 quilómetros de Lisboa,  é composto por um palácio e mosteiro monumental, em estilo barroco, na vertente alemã. Foi iniciado em 1717 por iniciativa de El-Rei  D. João V de Portugal, em virtude de uma promessa que fizera se a Rainha Dª  Maria Ana de Áustria lhe desse descendência. Classificado como Monumento Nacional em 1910, foi um dos finalistas para uma das Sete Maravilhas de Portugal a 7 de julho de 2007.

Basílica
Destinado à Ordem de São Francisco, o Convento foi pensado inicialmente para 13 frades, mas o projeto foi sendo sucessivamente alargando para quarenta, oitenta e finalmente uma comunidade de trezentos religiosos e palácio real.
A direção da Real Obra foi entregue a João Frederico Ludovice, ourives e, mais tarde, engenheiro militar alemão, que estudara arquitetura em Itália.
Para os altares da Real Basílica, para as diversas capelas e áreas conventuais, como a portaria e o refeitório, D. João V encomendou uma coleção de pintura religiosa que se conta entre as mais significativas do século XVIII. Avultam, neste assinalável conjunto, obras dos pintores italianos Masucci, Giaquinto, Trevisani ou Battoni e de portugueses bolseiros em Roma como Vieira Lusitano e Inácio de Oliveira Bernardes.
A coleção de escultura compreende toda a estatuária da Basílica, encomenda joanina a grandes mestres italianos, entre os quais se contam Lironi, Monaldi, Bracci, Maini, Corsini, Rusconi e Ludovisi, constituindo a mais significativa colecção de escultura barroca italiana fora de Itália, a qual inclui ainda os seus estudos em terracota, bem como a produção da Escola de Escultura de Mafra, aqui criada no reinado de D. José I sob a direção do mestre italiano Alessandro Giusti, e por onde passaram importantes escultores como Machado de Castro. Possui, ainda, uma importante coleção de paramentos de encomenda real em Itália e em França.

Palácio
Há quem defenda que a obra se construiu por vias de uma promessa feita relativa a uma doença de que o rei padecia. O nascimento da princesa D.ª Maria Bárbara determinou o cumprimento da promessa. Este palácio e convento barroco domina a vila de Mafra. Foi classificado como Monumento Nacional em 1910 e passou a ser uma das Sete Maravilhas de Portugal a 7 de julho de 2007.
O trabalho começou a 17 de novembro de 1717 com um modesto projeto para abrigar 109 frades franciscanos, mas o ouro do Brasil começou a entrar nos cofres portugueses; D. João V e o seu arquiteto, Johann Friedrich Ludwig (Ludovice) (que estudara na Itália), iniciaram planos mais ambiciosos. Não se pouparam a despesas. A construção empregou 52 mil trabalhadores e o projeto final acabou por abrigar 330 frades, um palácio real e uma das mais belas bibliotecas da Europa, decorada com mármores preciosos, madeiras exóticas e incontáveis obras de arte. A basílica foi consagrada no 41º aniversário do rei, em 22 de outubro de 1730, calhado a um domingo, com festividades de nove dias.
O palácio era popular para os membros da família real, que gostavam de caçar na tapada. Hoje em dia decorre aqui um projeto para a preservação dos lobos ibéricos. As melhores mobílias e obras de arte foram levadas para o Brasil, para onde partiu a família real quando das invasões francesas, em 1807. O mosteiro foi abandonado em 1834, após a dissolução das ordens religiosas. Durante os últimos reinados da Dinastia de Bragança, o Palácio foi utilizado como residência de caça e dele saiu também em 5 de outubro de 1910 o último rei D. Manuel II para a praia da Ericeira, onde o seu iate real o conduziu para o exílio.
No palácio, pode-se visitar a farmácia, com belos potes para medicamentos e alguns instrumentos cirúrgicos, o hospital, com dezasseis cubículos privados de onde os pacientes podiam ver e ouvir missa na capela adjacente, sem saírem das suas camas. No andar de cima, as sumptuosas salas do palácio estendem-se a todo o comprimento da fachada ocidental, com os aposentos do rei numa extremidade e os da rainha na outra, a 232 metros de distância. Ao centro, a imponente fachada é valorizada pelas torres da basílica coberta com uma cúpula. O interior é forrado a mármore e equipado com seis órgãos do princípio do século XIX, com um repertório exclusivo que não pode ser tocado em mais nenhum local do mundo. O átrio da basílica é decorado por belas esculturas da Escola de Mafra, criada por D. José I em 1754, foram muitos os artistas portugueses e estrangeiros que aí estudaram sob a orientação do escultor italiano Alessandro Giusti. A sala de caça exibe troféus de caça e cabeças de javalis.

Carrilhões
O Palácio possui ainda dois carrilhões, mandados fabricar em Antuérpia e em Liège por D. João V, com um total de 98 sinos que pesam mais de 200 toneladas e constituem um dos maiores carrilhões históricos do mundo.
  
Biblioteca do Convento de Mafra
O maior tesouro de Mafra é a sua biblioteca, com chão em mármore, estantes em estilo rococó e uma coleção de mais de 36.000 livros com encadernações em couro gravadas a ouro, graças à acção da Ordem Franciscana, incluindo uma segunda edição de Os Lusíadas de Luís de Camões. Abrange áreas de estudo tão diversa como a medicina, farmácia, história, geografia e viagens, filosofia e teologia, direito canónico e direito civil, matemática, história natural, sermonária e literatura.
Situada ao fundo do segundo piso é a estrela do palácio, rivalizando em grandiosidade com a Biblioteca da Abadia de Melk, na Áustria. Construída por Manuel Caetano de Sousa, tem 88 metros de comprimento, 9,5 metros de largura e 13 metros de altura. O magnífico pavimento é revestido de mármore rosa, cinzento e branco. As estantes de madeira em estilo rococó, situadas em duas filas laterais e separadas por um varandim, contêm milhares de volumes encadernados em couro, testemunhando a extensão do conhecimento ocidental dos séculos XIV ao XIX. Entre eles, muitas jóias bibliográficas, como incunábulos. Estes volumes magníficos foram encadernados na oficina local, também por Manuel Caetano de Sousa.
A biblioteca de Mafra é também conhecida por acolher morcegos, que ajudam a preservar as obras. Os morcegos saem de noite de caixas que estão por baixo das estantes e, numa noite, cada morcego alimenta-se de cerca de 500 insetos, o equivalente a metade do seu peso.

terça-feira, outubro 22, 2013

El-Rei D. João V nasceu há 324 anos

D. João V de Portugal (nome completo: João Francisco António José Bento Bernardo de Bragança; Lisboa, 22 de outubro de 1689 - Lisboa, 31 de julho de 1750), foi Rei de Portugal desde 1 de janeiro de 1707 até à sua morte.

Bandeira pessoal de D. João V e de D. Maria II

Era filho de Pedro II e de Maria Sofia, condessa palatina de Neuburgo (1666-1699). Recebeu os cognomes de O Magnânimo ou O Rei-Sol Português, em virtude do luxo de que se revestiu o seu reinado; alguns historiadores recordam-no também como O Freirático, devido à sua conhecida apetência sexual por freiras (de algumas das quais chegou inclusivamente a gerar diversos filhos - como a Madre Paula, mãe de Gaspar de Bragança, um dos Meninos de Palhavã).
Nasceu em Lisboa, no Palácio da Ribeira, em 22 de outubro de 1689 e morreu em Lisboa em 31 de julho de 1750, estando sepultado em São Vicente de Fora. Foi jurado príncipe herdeiro em 1 de dezembro de 1697 e tornou-se o 24º Rei de Portugal em 9 de dezembro de 1706. Morto o seu irmão mais velho, do mesmo nome, em 30 de agosto de 1688, tinha apenas um mês de vida quando foi proclamado Príncipe Herdeiro em ato solene na presença da Corte, e por morte de seu pai, em dezembro de 1706, subiu ao Trono, solenemente aclamado no dia 1 de janeiro de 1707. Em 1696 fora armado por seu pai Cavaleiro da Ordem de Cristo. No Anno Historico, do padre Francisco de Santa Maria Neves, vol. I, pág. 12 e seguintes, vem uma descrição minuciosa desta cerimónia e das festas.

Cultura
Culturalmente, o reinado de D. João V tem aspetos de interesse. O barroco manifesta-se na arquitetura, mobiliário, talha, azulejo e ourivesaria, com grande riqueza. No campo filosófico surge Luís António Verney com o Verdadeiro Método de Estudar e, no campo literário, António José da Silva.
Foi fundada a Real Academia Portuguesa de História e a ópera italiana introduzida em Portugal.
O nome do Rei está ligado ao do Aqueduto das Águas Livres, para o regular abastecimento de água de Lisboa, que trouxe água de Belas. Teve início em 1731 mas só mostraria a sua completa imagem sob D. José I de Portugal, assim como foi responsável pela construção do Real Convento de Mafra, vulgo Palácio Nacional de Mafra, que se tornou o mais importante monumento do barroco português, cujo os projetos e direção da obra couberam a João Frederico Ludovice, ourives alemão, com formação de arquitetura em Itália. As obras iniciaram-se em 1717. A 22 de outubro de 1730, dia do 41.º aniversário do Rei, procedeu-se à sagração da Basílica.