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domingo, agosto 11, 2024

Curiosidades (geológicas e geográficas...) do nosso planeta

A maior montanha da Terra não é o Evereste. E o maior deserto não tem areia

 

 

Algumas curiosidades que desafiam o senso comum - e contrariam o que tínhamos a certeza de que sabíamos sobre o nosso querido planeta.

Poderíamos começar por lhe dizer que a Terra não é redonda, mas nem é preciso: todos nós (se não formos conspiracionistas da Terra Plana), já sabemos que o nosso planeta não é uma bola, é uma esfera achatada.

Bem, começámos mesmo por dizê-lo, portanto mais vale dar detalhes.

A Terra é, com efeito, um esferoide oblato: é ligeiramente achatada nos polos e mais larga no equador. Esta forma é devida à rotação do planeta, que causa um achatamento à volta do equador.

A diferença entre os raios polar e equatorial da Terra é de 21 km - o que parece pouco, comparado com os 6.371 km do raio médio do planeta. Esta é no entanto uma diferença significativa, que faz da Terra um… ovo.

Mas o terceiro planeta a contar do Sol encerra mais algumas particularidades surpreendentes, que contrariam o que achávamos que sabíamos. Para começar… a montanha mais alta da Terra não é o Monte Evereste.

 

A montanha mais alta da Terra

Todos sabemos (hummm) que a montanha mais alta da Terra é o Monte Evereste. Está situado nos Himalaias e tem uma altitude de 8.848 m.

No entanto, o Evereste só é o monte mais alto do planeta se contarmos a altura da montanha a partir do nível do mar.

Se, em vez disso, considerarmos a distância total desde a base até ao topo, então o pico mais alto do planeta será o vulcão Mauna Kea, no Havai. A sua altura total é de 10.305 m, mas cerca de 6.000 m estão escondidos debaixo de água.

Além disso, há também uma terceira forma de determinar a altura de uma montanha: a distância do centro da Terra ao seu topo. Neste caso, é preciso ter em conta a forma da Terra, que, como vimos acima, é ligeiramente maior no equador.

Se tomarmos essa medida, o pico mais alto do nosso planeta será então o vulcão Chimborazo, no Equador. O seu pico está a 6.384,4 km de distância do centro da Terra, enquanto o Monte Evereste está apenas a 6.382,3 km.

O pico do Chimborazo é, também por estar no Equador, o ponto da Terra que está mais perto do espaço.

 

A substância mais comum na Terra

A Terra é constituída, mais ou menos, pelos mesmos elementos químicos que os restantes planetas terrestres do Sistema Solar.

Essencialmente, contém ferro – 32,1% do seu peso total. Segue-se o oxigénio (30,1%), o silício (15,1%), o magnésio (13,9%), o enxofre (2,9%), o níquel (1,8%), o cálcio (1,5%) e o alumínio (1,4%).

Tudo o resto é paisagem: os restantes elementos representam apenas 1,2% da massa do planeta.

A grande maioria do ferro e do níquel, bem como uma grande quantidade de enxofre, encontram-se na parte mais pesada do nosso planeta – o seu núcleo. Assim, a composição da crosta terrestre, ou seja, as rochas com as quais estamos em contacto direto, é visivelmente diferente.

O oxigénio é responsável pela maior parte da massa da crosta terrestre, representando cerca de 46,1%. Segue-se o silício (28,2%), o alumínio (8,23%), o ferro (5,63%), o cálcio (4,15%), o sódio (2,4%), o potássio e o magnésio – 2,3% cada.

O hidrogénio, o elemento mais abundante no Universo, representa apenas 1% de todas as substâncias presentes na Terra.

Apesar de ser a substância mais comum na crosta terrestre, o oxigénio representa apenas cerca de 21% da atmosfera terrestre. Quase 4/5 da nossa atmosfera, cerca de 78% é composta por azoto.

E ainda bem. Se assim não fosse, não existiríamos.

Com efeito, respirar ar com uma percentagem elevada de O2 durante períodos prolongados pode levar à toxicidade por oxigénio, causando danos nos pulmões e outros problemas de saúde, como perda de visão, tonturas, problemas respiratórios e, em casos extremos, convulsões.

Bem, talvez existíssemos, mas teríamos evoluído de outra forma e seríamos criaturas diferentes.

 

O oxigénio não cresce nas árvores

Por falar em oxigénio. Ao contrário da crença popular, a maior parte do O2 que existe na atmosfera não tem origem nas densas florestas tropicais do planeta.

Na realidade, o oxigénio nasce no mar. Os responsáveis pela produção do gás de que dependemos para viver são as algas fotossintetizantes microscópicas que compõem o chamado fitoplâncton.

Os cientistas estimam que entre 55% e 80% de todo o oxigénio do planeta é produzido por estes seres aquáticos.

Assim, apesar de as florestas serem frequentemente consideradas como os “pulmões da Terra“, é o fitoplâncton que sustenta grande parte da produção de oxigénio do planeta.

Vá lá então, plantinhas do mar, não se lembrem de começar agora a reproduzir-se desalmadamente e a encher a atmosfera de oxigénio, que não estamos preparados para o respirar.

 

Os maiores desertos não têm areia

Os maiores desertos da Terra variam consideravelmente de tipo, sendo alguns frios e outros quentes. Normalmente, pensamos nos desertos como extensões gigantescas de areia, como o Saara, mas a maior parte dos desertos do mundo não é coberta por areia.

A Antártida, por exemplo, é considerada um deserto porque, apesar de estar completamente coberta de gelo, tem muito pouca precipitação: menos de 200 mm por ano. Na realidade, o Deserto Antártico é o maior deserto do mundo, com uma área de cerca de 14 milhões de km2.

Também o segundo maior deserto do planeta é um deserto frio e árido, dominado por gelo e neve, com cerca de 13,9 km2: o Ártico, que abrange várias regiões no extremo norte do globo, incluindo partes do Canadá, da Gronelândia, Rússia, e Alasca.

Aquele que nos vem à imediatamente cabeça quando nos perguntam qual é o maior deserto do mundo (se é que  alguém nos faz por algum motivo tal pergunta bizarra), o Deserto do Saara, é apenas o terceiro maior do mundo. Localizado no Norte da África, tem apenas cerca de 9,2 milhões de km2.

Seguem-se três desertos quentes: o Deserto Árabe, na Península Arábica (2,3 milhões de km2), o Deserto de Gobi, que se espalha entre a Mongólia e a China (1,3 milhões de km2), e o Deserto do Kalahari , quase todo no Botswana (900 mil km2).

Curiosamente, apesar das suas condições extremamente áridas, o Kalahari suporta uma variedade surpreendente de plantas e animais, que se adaptaram ao seu ambiente e lá fazem a sua vidinha. E na verdade, todos os desertos do planeta albergam diversos tipos de vida - entre animais, vegetais e micro-organismos.

Assim, os nossos desertos nem sequer são… desertos. A Terra é fascinante.

 

in ZAP

quinta-feira, abril 11, 2024

Mais uma notícia triste para os malucos da "terra jovem"...

Há fósseis marinhos no topo do Evereste (e não, não é culpa de uma grande inundação)

 

O monte Evereste, a montanha mais alta do Mundo

 

No topo do Monte Evereste, na cordilheira dos Himalaias, há fósseis de animais marinhos no calcário sedimentar. Mas como?

No cume da montanha mais alta do mundo existem fósseis de animais marinhos, mais concretamente no calcário sedimentar, conhecido como o Calcário de Qomolangma.

Segundo o IFL Science, depois de esta informação ter sido disseminada pela Internet, vários internautas ficaram intrigados com a questão: como teriam estes restos de criaturas do mar chegado ao topo da montanha?

Os fósseis são de criaturas do período Ordovícico, entre 488 milhões e 443 milhões de anos atrás, e incluem trilobites, braquiópodes, ostracodes e crinóides, todos organismos já extintos.

Vários utilizadores apontaram, no Facebook, que o mistério é explicado por uma grande inundação, mas não. A presença dos fósseis é resultado da dinâmica das placas tectónicas, na altura em que os Himalaias ainda não eram uma cordilheira.

Quase todas as rochas sedimentares são formadas pela erosão hídrica, que tritura os minerais ao longo de milhares ou milhões de anos, antes de serem compactados e transformados sob pressão em rochas sedimentares.

A rocha e a presença de antigas criaturas marinhas são um sinal de que o cume do Monte Evereste já esteve submerso e que algo aconteceu para que aquela rocha alcançasse os mais de oito mil metros de altura.

O Evereste e os Himalaias foram formados após uma colisão entre as placas continentais da Eurásia e da Índia, que chocaram há cerca de 40-50 milhões de anos.

A placa da Eurásia foi parcialmente amassada e curvada acima da placa indiana, mas, como ambas têm uma baixa densidade e alta flutuabilidade, nenhuma pôde entrar em subducção, isto é, nenhuma delas mergulhou sob o manto.

Isso fez com que a crosta continental engrossasse e criasse falhas devido às forças de compressão, elevando os Himalaias e o planalto tibetano.

Esta é a razão que explica a presença de fósseis marinhos na montanha.

O Monte Evereste é a montanha de maior altitude do nosso planeta, com o seu pico a posicionar-se a 8849 metros acima do nível do mar. Contudo, há outras montanhas a crescer a um ritmo mais elevado, o que significa que vão ultrapassar o Evereste mais tarde ou mais cedo.

Nanga Parbat, uma montanha localizada na parte paquistanesa da cordilheira dos Himalaias, é a que se encontra mais perto de o ultrapassar. Atualmente, tem 8126 metros de altitude e cresce a um ritmo de sete milímetros por ano.

As previsões indicam que se torne a montanha mais alta do mundo numa questão de um quarto de milhão de anos.

 

in ZAP