Há fósseis marinhos no topo do Evereste (e não, não é culpa de uma grande inundação)
No topo do Monte Evereste, na cordilheira dos Himalaias, há fósseis de animais marinhos no calcário sedimentar. Mas como?
No cume da montanha mais alta do mundo existem fósseis de animais marinhos, mais concretamente no calcário sedimentar, conhecido como o Calcário de Qomolangma.
Segundo o IFL Science, depois de esta informação ter sido disseminada pela Internet, vários internautas ficaram intrigados com a questão: como teriam estes restos de criaturas do mar chegado ao topo da montanha?
Os fósseis são de criaturas do período Ordovícico, entre 488 milhões e 443 milhões de anos atrás, e incluem trilobites, braquiópodes, ostracodes e crinóides, todos organismos já extintos.
Vários utilizadores apontaram, no Facebook, que o mistério é explicado por uma grande inundação, mas não. A presença dos fósseis é resultado da dinâmica das placas tectónicas, na altura em que os Himalaias ainda não eram uma cordilheira.
Quase todas as rochas sedimentares são formadas pela erosão hídrica, que tritura os minerais ao longo de milhares ou milhões de anos, antes de serem compactados e transformados sob pressão em rochas sedimentares.
A rocha e a presença de antigas criaturas marinhas são um sinal de que o cume do Monte Evereste já esteve submerso e que algo aconteceu para que aquela rocha alcançasse os mais de oito mil metros de altura.
O Evereste e os Himalaias foram formados após uma colisão entre as placas continentais da Eurásia e da Índia, que chocaram há cerca de 40-50 milhões de anos.
A placa da Eurásia foi parcialmente amassada e curvada acima da placa indiana, mas, como ambas têm uma baixa densidade e alta flutuabilidade, nenhuma pôde entrar em subducção, isto é, nenhuma delas mergulhou sob o manto.
Isso fez com que a crosta continental engrossasse e criasse falhas devido às forças de compressão, elevando os Himalaias e o planalto tibetano.
Esta é a razão que explica a presença de fósseis marinhos na montanha.
O Monte Evereste é a montanha de maior altitude do nosso planeta, com o seu pico a posicionar-se a 8849 metros acima do nível do mar. Contudo, há outras montanhas a crescer a um ritmo mais elevado, o que significa que vão ultrapassar o Evereste mais tarde ou mais cedo.
Nanga Parbat, uma montanha localizada na parte paquistanesa da cordilheira dos Himalaias, é a que se encontra mais perto de o ultrapassar. Atualmente, tem 8126 metros de altitude e cresce a um ritmo de sete milímetros por ano.
As previsões indicam que se torne a montanha mais alta do mundo numa questão de um quarto de milhão de anos.
in ZAP