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segunda-feira, janeiro 11, 2010

Dinossáurio Miragaia longicollum entre as 10 principais descobertas de 2009


O Diário de Notícias elegeu as "Dez descobertas científicas de 2009 com selo português" entre as quais a descoberta do dinossauro estegossauro Miragaia longicollum, descrito em Fevereiro passado, e as trilobites gigantes de Arouca.

Diz o artigo:

"Investigadores portugueses, dentro ou fora de portas, marcaram pontos em 2009. Alguns estiveram mesmo na base de descobertas de grande impacto internacional. A detecção de ADN com uma vulgar impressora, a descodificação do genoma do cancro da mama ou a descoberta de novos planetas são alguns dos avanços envolvendo cientistas nacionais que marcaram o ano que terminou.
(...)
1. Descodificador do genoma do cancro da mama, em português
2. Sensor de ADN barato e amigo do ambiente

3. Portugal tem o maior conjunto de fósseis de trilobites do mundo
O País entrou, em 2009, no mapa da paleontologia com o maior e mais completo conjunto de fósseis de trilobites do mundo. Foi descoberto na região de Arouca, perto de Aveiro, por uma equipa de paleontólogos espanhóis e portugueses. Entre os fósseis encontrados estão também os maiores exemplares conhecidos. Isto porque até agora, os restos destes seres pré-históricos, que dominaram os mares até há 250 milhões de anos, não ultrapassavam os 10 centímetros de comprimento, mas os de Arouca chegam aos 30. Alguns restos mostram que os exemplares podiam atingir mesmo os 90 centímetros. A descoberta foi publicada na revista Geology.

4. .. e baptizou nova espécie de dinossauro

Mas no das descobertas pré-históricas, o País foi mais além, baptizando um novo dinossauro o Miragaia longicollum. A nova espécie foi descoberta na Lourinhã pela equipa do paleontólogo Octávio Mateus, do museu daquela localidade e da Universidade Nova de Lisboa. Este é um novo estegossauro que os seus descobridores baptizaram de Miragaia longicollum, um nome cheio de significados. Entre eles, o de pescoço comprido, uma das imagens de marca da espécie. O artigo descrevendo o novo dinossauro, que viveu no Jurássico Superior (há 150 milhões de anos), publicado na Proceedings of the Royal Society, pela equipa liderada por Octávio Mateus, culminou um trabalho de dez anos.

5. 32 novos planetas com a marca de um português

6. Trabalham em Portugal os melhores em cardiotocografia

7. Descoberta nova espécie...

8. Ajudar a controlar as células imunitárias

9. Novo tratamento para o Alzheimer e Parkinson

10. Telhas 'bonitas' e que alimentam o resto da casa


in Lusodinos - post de Octávio Mateus

quarta-feira, abril 01, 2009

Pedra parideira

Do Blog Desambientado (o blog científico e poético de um professor amigo - o Doutor Félix - que dá aulas na Universidade dos Açores) publicamos o seguinte post:

Se uma pedra nodular,
É capaz de procriar,
Um coração empedernido
É bem capaz de amar.


Não há feldspato nem mica,
Nem nenhuma teoria explica,
Porque a aldeia da Castanheira
Tem a pedra parideira.


A rocha-mãe, por termoclastia,
Sem demonstrar agonia,
Ultrapassa o seu limite
Dando nódulos de biotite.


Se uma pedra nasce assim,
Como será o seu fim?
O vento batendo-lhe no rosto,
Fá-la não ter posto.
Enquanto eu tenho desgosto,
No andar a contra gosto.

A pedra nasce com sorte,
E eu, com sofrimento,
Até que me leve a morte
Num derradeiro padecimento.


Fotos de Felisberto Matos

Félix Rodrigues

Angra do Heroísmo, 27 de Março de 2009.

Uma comissão de peritos da UNESCO deslocou-se no início do ano a Arouca para avaliar a candidatura do geoparque do município à rede internacional, apostando em seduzir o mundo com «pedras parideiras» e outras singularidades. A candidatura do Geoparque Arouca à UNESCO foi apresentada em finais de Agosto do ano passado e acolhida numa primeira fase.


Uma equipa internacional de avaliação, apreciou a viabilidade da pretensão, revelou o coordenador científico do projecto, Artur Sá. O docente na Universidade de Trás-os-Montes e investigador do Centro de Geociências da Universidade de Coimbra explica que os peritos internacionais, além da componente científica, irão avaliar toda a estrutura organizativa e de gestão, que ficará confiada à AGA - Associação Geoparque Arouca, criada propositadamente para esse fim.


"Será uma estrutura com as pessoas e para as pessoas”, sustentou o coordenador científico, frisando que “não é para ser um parque de diversões para geólogos”, mas para contribuir para o desenvolvimento das populações locais, do concelho e da região.


O Geoparque Arouca, que corresponde à área administrativa do concelho de Arouca, com uma extensão de 330 quilómetros quadrados, é reconhecido pelo seu excepcional património geológico de importância internacional, nomeadamente pelas trilobites (fósseis de animais marinhos que viveram há milhões de anos - no Ordovícico Médio) gigantes de Canelas, pelas «pedras parideiras» da Castanheira, os icnofósseis do Vale do Paiva, e a Frecha da Mizarela, a segunda queda de água de maior desnível na Europa.


As «pedras parideiras», que revelam um fenómeno geológico único no mundo - segundo Artur Sá -, são nódulos negros de biotite, um mineral, encrustados numa matriz granítica, que pelo efeito da erosão saltam da rocha. Para além de constituírem um fenómeno científico único, quer na sua formação, quer na “expulsão” devido à erosão, às «pedras parideiras» está associado um misticismo ancestral, ligado à fecundidade, ainda vivo nas populações locais, e chegaram a ser encontradas numa mamoa - um monumento funerário megalítico.


NOTA: aconselha-se uma ida regular a este Blog - faz bem à alma e aprende-se umas coisas. Esperamos que o Doutor Félix nos dê o prazer da sua companhia (nem que seja um bocadinho...) na nossa estada na ilha Terceira...