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domingo, dezembro 04, 2011

Uma justa (e tardia) homenagem a um Grande Senhor

 


6 DE DEZEMBRO DE 2011

FUNDAÇÃO CALOUSTE GULBENKIAN • AUDITÓRIO 2


 ENTRADA LIVRE

09.30 Abertura
Guilherme d’Oliveira Martins, Presidente do Centro Nacional de Cultura
Emílio Rui Vilar, Presidente da Fundação Calouste Gulbenkian

10.00 O HOMEM
António Barreto, Eduardo Lourenço, Guilherme d’Oliveira Martins

11.35 O POLÍTICO
Augusto Ferreira do Amaral, Luís Coimbra, Diogo Freitas do Amaral

14.30 O PROFESSOR
Carlos Braumann, Aurora Carapinha, Ário Lobo de Azevedo

15.50 O VISIONÁRIO
Manuela Raposo Magalhães, Nuno Portas, Margarida Cancela d’Abreu, Viriato Soromenho Marques

17.10 Depoimentos
Duque de Bragança, Miguel Sousa Tavares, Pedro Roseta, Maria Calado, Alberto Vaz da Silva

18.00 Encerramento
Mário Soares, Gonçalo Ribeiro Telles



in 31 da Armada - post de Luís Filipe Coimbra

domingo, março 27, 2011

Acabar com a mentira também nos media

Nas próximas semanas vale a pena ler e reler  este artigo do Eduardo Cintra Torres:  ”António Barreto e outros comentadores disseram nos canais de notícias, nas horas seguintes ao pedido de demissão de Sócrates, que a próxima campanha eleitoral não poderá decorrer sob o signo da mentira. Que o Banco de Portugal e os responsáveis que ainda mantêm o valor da verdade devem revelar-nos o estado efectivo da economia.

Nenhum cidadão sério poderá discordar. Vivemos seis anos (e não apenas desde 2009) debaixo de uma blitzkrieg de mentira, com constantes ataques à verdade e aos verdadeiros, com bombardeamentos de falsidades e de balas de açúcar de promessas impossíveis em palcos de performance política e inaugurações repetidas. Não vale a pena fingirmos que estivemos todos alerta, porque a propaganda é eficaz e muitos poderão ter perdido o passo, sem saberem já o que é a verdade, o que é viver com ela na vida pública e no espaço público.

Agora que parece aproximar-se o fim de seis anos de Carnaval da Mentira, espera-se mais contenção no discurso político. Mas para isso terá de tomar-se em conta o papel fulcral dos órgãos de informação.

Se diversos comentadores e se as redacções se esforçam hoje por noticiar com verdade a situação económica, é preciso recordar que não foi sempre assim. Muitos, mas mesmos muitos, dos que agora criticam o governo são exactamente os mesmos que andaram com ele ao colo durante os cinco primeiros anos da governação socretista. Incensaram Sócrates como o melhor primeiro-ministro do mundo, elevaram aos píncaros as suas políticas. Criticaram ou até enxovalharam (como fizeram a Manuela Ferreira Leite) quem chamava a atenção para a mentira. Promoveram (como o Diário de Notícias no caso dos emails) actos de pura desinformação e campanha negra. Durante anos, alguns que agora parecem pitonisas em previsões de tragédia, recusaram-se a criticar, calaram-se, outros tiveram medo do governo, da sua violência verbal e das suas pressões. A central de propaganda e Sócrates fizeram o que quiseram deles. Alguns comentadores da área económico-financeira só começaram a criticar as políticas do governo depois de os grupos financeiros se terem virado contra ele, nunca antes. São poucos os comentadores, como Barreto, que sempre falaram não só de acordo com a sua consciência — a sua verdade interior — mas também de acordo com os factos conhecidos.

Alguns espaços de maior liberdade, de notícias e comentários verdadeiros, desapareceram por acção de blitzkrieg do governo, como o Jornal Nacional de 6ª ou os comentários avulsos de Paulo Pinto de Albuquerque na RTP. Outros desapareceram como por encanto, caso de Plano Inclinado, na SICN, ou um bom frente-a-frente que houve em tempos na RTPN, com Manuel Villaverde Cabral e Joaquim Aguiar. Mas o lixo comentatório, como O Eixo do Mal, ou Pedro Marques Lopes, ou Luís Delgado, ou os politólogos que sintonizam a sua ciência política com a onda política, isso permanece sempre.

Por isso, o apelo aos responsáveis políticos para que nos digam a verdade sobre a situação económico-financeira de Portugal deve estender-se aos meios de informação, às televisões, para que não tenham medo de dizer a verdade e moderem a verborreia dos tudólogos que não esclarecem nada, antes confundem ainda mais, acrescentando um zumbido de vespeiro ao furacão da propaganda. Os jornalistas e os comentadores devem procurar a verdade e não escondê-la, como fizeram tantos durante meia dúzia de anos, traindo o contrato ético com os seus leitores, ouvintes ou espectadores.

sexta-feira, março 25, 2011

Demolidor

Os Socialistas Gostam Muito de Bater nos Fracos


É o parágrafo do século:

Os socialistas gostam muito de bater nos fracos. Nos frágeis. É porque é fácil e é rápido. E gostam muito de ajudar os amigos. Os amigos do partido ou os amigos de certos grupos e de certas empresas. São muito ávidos dessa ajuda e muito ávidos de bater nos fracos.


A política chegou a um estado de quase indecência.

Portugal precisa de se defender é de José Sócrates.



Tudo frases de António Barreto.

in Albergue Espanhol - post de Ricardo Vicente

domingo, fevereiro 20, 2011

O país dos cornos mansos, diz Barreto

Entrevista: António Barreto
"Fomos enganados durante 6 anos"

Sociólogo diz que Sócrates, o PS e o Governo perderam o crédito.

Correio da Manhã - É capaz de se pôr no papel de José Sócrates?
António Barreto - Posso tentar-me pôr ficticiamente no cargo dele, no papel dele não.

- O que acha que Sócrates vai fazer nos próximos tempos?
- O que ele vai fazer é resistir, resistir, resistir o mais tempo possível - e vai esperar por um momento adequado, primeiro para fazer uma remodelação e segundo para se submeter a eleições quando for mais conveniente. Na reunião do PS com os independentes a designação genérica é sintomática: ‘Defender Portugal. Vai dizer aos socialistas e ao mundo que Portugal está a ser atacado, que temos inimigos, que são os financeiros, a banca, a União Europeia, a senhora Merkel. Este ano estamos a perder a mais importante fatia de soberania dos últimos anos. Isto está à beira do protectorado. A amplitude de liberdade de decisão dos portugueses é muito curta.

- Sócrates está aliado...
- Ele quer dizer que o que vai ser feito de difícil em Portugal é contra a vontade e que ele está do lado do povo. Isto é típico', e é um bocado primitivo, mas é assim. 

- Como é que define os portugueses? Ao contrário dos gregos ou dos irlandeses, não contestam...
- Estou convencido de que nos próximos dez anos vamos ter movimentações fortes, duras, não sei se convulsões sociais ou agitação social. 

- Mas não tem acontecido isso e o português tem sido fustigado com medidas muito duras...
- Não há muito tempo. Começou a doer há três, quatro anos. Espere mais um bocadinho... Sabe que os portugueses viveram trinta anos absolutamente extraordinários e isso não provoca nem convulsões nem protestos...

- Sim, mas com uma grande diferença em relação aos europeus...
- Temos três ou quatro anos de uma situação difícil, que começou a doer, que começou a fazer mal, vamos ver o que vem a seguir. 

- Até agora não se passou nada...
- Os desempregados portugueses andam à procura de emprego. Andam à procura de pão para os filhos, ou de tecto para dormir, de água em casa. Sobra a emigração, que recomeçou muito forte. 

- O Governo actual tem capacidade para aplicar as medidas e as reformas necessárias?
- O Governo actual nem pouco mais ou menos. As pessoas não têm confiança neles, no PS ou no Governo. Foram perdendo confiança. 

- O Presidente da República devia fazer alguma coisa?
- Não pode, não tem poderes para isso. Por um lado, ele não quer, foi o que nos disse até agora. 

- Mas o que se pode esperar dele?
- Eu não espero nada, mas gostaria que fosse mais seco e mais duro e mais directo com o Governo e alertasse em público, que o povo fosse testemunha das relações entre o Governo e o Presidente da República. Se o veto do decreto do Governo, porque é a primeira vez que ele faz isso, quer dizer que este é o novo estilo, há qualquer coisa que vou olhar com interesse. Porque é o órgão de soberania que tem mais legitimidade em Portugal...

- A Presidência da República?
- Tem uma legitimidade fresca, porque a legitimidade também se gasta. E tem um enorme capital, que é o voto do povo. Com o povo como testemunha - insisto nisso - é através de declarações públicas, actos, idas ao Parlamento, mensagens ao Parlamento, dizendo o que se quer e o que se pretende. 

- A Oposição conhece a situação em que Portugal está realmente, os números verdadeiros? Os portugueses sabem?
- Agora sabemos. Depois de seis anos de mentira, sabemos. Agora, sabe-se mesmo. Os preços a subir 10, 15, 20, 30%, os vencimentos a descer 2, 3, 5, 10, 15%. A opinião pública foi severamente enganada. Fomos enganados durante seis anos. Foi-nos anunciado que havia dinheiro para o aeroporto, para o TGV, para as obras públicas, para novos empregos, empresas, para fomentar a exportação. Até havia dinheiro para pagar os bebés... 

- Era ano de eleições...
- Lamento. Eu sei isso, mas não me conformo. É pena que seja assim, a mentira é a moeda política corrente em Portugal. A unidade de conta política em Portugal é o engano e a mentira e a ocultação. Eu tenho pena disso, como tenho pena de que haja corrupção e favoritismo em permanência na vida política portuguesa. 

- O que se pode fazer?
- Aflige-me que não haja uma resposta, um protesto mais organizado, que não haja um ou dois partidos políticos novos, que viriam refrescar o panorama. Os partidos que temos hoje no Parlamento não estão à altura da crise, não estão à altura sequer de poder negociar entre eles, estão demasiado crispados, demasiado envolvidos e cúmplices. 

- Estamos condenados ao fracasso, como país independente?
- Portugal é um caso extraordinário de resiliência, de resistência, ao longo de séculos. Por outro lado, é verdade que agora estamos a integrar airosamente um estatuto de menoridade, de subalternidade na Europa. Há uma espécie de fiasco ou de fracasso dos últimos anos e dos próximos, porque isto não se reverte em dois anos ou três. O que se vai passar daqui a 10 ou 20 anos não faço a mínima ideia, nem ninguém sabe. Nos últimos anos, Portugal foi colocado numa grande alhada. Portugal fracassou. 

PERFIL

António Barreto, sociólogo, nasceu no Porto em 1942 e é presidente da Fundação Francisco Manuel dos Santos. Estudou Direito em Coimbra até 1963, ano em que foi para a Suíça. Licenciou-se em Sociologia na Universidade de Genebra, em 1968, onde voltaria para se doutorar. Foi ministro da Agricultura de Mário Soares, entre outros cargos políticos.

O dia de hoje é tragico na história do nosso país...

... pois, há um ano, houve um desastre ambiental na ilha da Madeira, causado por uma precipitação recorde e por erros de planeamento ambiental e urbanístico, que causou a morte de 42 pessoas, 600 desalojados e cerca de 250 feridos e ainda estragos de valor superior a 200 milhões de euros.

Foi ainda nesta data, em 2005, que o povo português elegeu um mentiroso que nos pôs, em míseros seis anos, nos limites da bancarrota.