Louis Antoine de Bougainville (Paris, 11 de Novembro de 1729 - Paris, 31 de Agosto de 1811) foi um oficial, navegador e escritor francês.
Recebeu o título de conde em 1808.
Na juventude estudou direito, mas logo abandonou a profissão. Em 1753 entrou no exército, no corpo dos mosqueteiros. Com 25 anos, publicou um tratado de cálculo integral como suplemento do tratado de De l'Hôpital, Des infiniment petits.
Em 12 de outubro de 1754 foi enviado a Londres como secretário da embaixada da França e tornou-se membro da Royal Society.
Primeiro ajudante (aide de camps) de Montcalm em 1756, ao lado do qual combateu em 1759, tornou-se capitão de fragata em 1753 e tentou em vão colonizar as ilhas Malvinas (1763-1765).
"Participou ativamente da guerra franco-inglesa no Canadá", diz a "Brasiliana da Biblioteca Nacional",
pg 49, "e realizou três viagens às Malvinas, com interesse de
transportar os colonos canadianos para as ilhas. Mesmo com as enormes
perdas da guerra, procurou convencer o governo francês a reforçar as
frotas naval e mercantil, com a finalidade de alargar e recuperar o
império francês. Nos mares do sul, segundo o militar viajante, os
franceses encontrariam as especiarias, o ouro e produtos tropicais
perdidos para os ingleses. Os novos territórios forneceriam ainda
elementos preciosos para a História Natural".
Em 1766 Bougainville recebeu de Luís XV de França
a missão de navegar ao redor do globo em uma expedição com um
naturalista, cartógrafo e astrónomo. Tornou-se o 14° navegador da
história, e o primeiro francês a conseguir o feito: a realização dessa
volta ao mundo revigorou o prestígio da França após suas humilhantes
derrotas durante a Guerra dos sete anos.
Bougainville zarpou em 1766 com dois navios, La Boudeuse e L'Etoile. Esteve no Rio de Janeiro
em 1767 e reuniu dados sobre as fortificações, administração e
comércio. "Se inicialmente recebera boa acolhimento das autoridades locais,
incidentes no sul, envolvendo portugueses e espanhóis, provocaram
mudança na atitude do vice-rei em relação aos franceses", segundo conta
Maria Fernanda Bicalho. Ele e os seus oficiais foram proibidos de
permanecer nos arredores da cidade, inviabilizando a coleta de espécies
vegetais pelo naturalista Philibert Commerson,
célebre por suas ideias conservacionistas. Em seu álbum Pitoresco,
entretanto, retrata os principais monumentos naturais e artificiais e o
aspeto geral das cidades e populações: a prancha 34, por exemplo,
reproduz a "Cascade de la Grande Tijuca, près Rio-Janeiro", que é hoje
chamada a cascatinha da Tijuca, no Parque do Açude, Alto da Boa Vista.
Visitou a ilha do Taiti em abril de 1768 e por pouco perdeu a oportunidade de se tornar o seu descobridor, desconhecendo a visita anterior de Samuel Wallis, no HMS Dolphin, menos de um ano antes. Em março de 1769, a expedição completou sua circum-navegação e chegou em Saint-Malo,
com a perda de somente sete dos 200 homens que compunham a tripulação,
facto excecional naquela época, e um crédito extra ao bom comando da
expedição de Bougainville. A sua viagem foi também excecional pelo facto
de ter sido a primeira a incluir uma mulher, Jeanne Baré, empregada do naturalista da expedição acima mencionado, Philibert Commerçon.
Descrevendo o Taiti no seu livro de 1771 Voyage autour du Monde,
Bougainville ofereceu visão de um paraíso terrestre onde homens e
mulheres viviam felizes, em completa inocência, longe da corrupção da
civilização. Ele ilustrou o conceito de "nobre selvagem", e influenciou
as ideias utópicas de filósofos como Jean-Jacques Rousseau antes do advento da Revolução francesa.
in Wikipédia
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