(imagem daqui)
Vergílio António Ferreira (Melo, 28 de janeiro de 1916 - Lisboa, 1 de março de 1996) foi um escritor português.
Embora formado como professor (veja-se a referência aos professores de Manhã Submersa e Aparição), foi como escritor que mais se distinguiu. O seu nome continua atualmente associado à literatura através da atribuição do Prémio Vergílio Ferreira. Em 1992, foi galardoado com o Prémio Camões.
A sua vasta obra, geralmente dividida em ficção (romance, conto), ensaio e diário, costuma ser agrupada em dois períodos literários: o neo-realismo e o existencialismo. Considera-se que Mudança é a obra que marca a transição entre os dois períodos.
Vergílio Ferreira nasceu em Melo, aldeia do concelho de Gouveia, na Beira Alta, a meio da tarde do dia 28 de janeiro de 1916, filho de António Augusto Ferreira e, de Josefa Ferreira que, em 1927, emigraram para os Estados Unidos da América,
em busca de melhores condições de vida. Então, o pequeno Vergílio é
deixado mais os irmãos, ao cuidado de tias maternas. Esta dolorosa
separação é descrita em Nítido Nulo. A neve - que virá a ser um dos
elementos fundamentais do seu imaginário romanesco é o pano de fundo da
infância e adolescência passadas na zona da Serra da Estrela. Aos dez
anos, após uma peregrinação a Lourdes, entra no seminário do Fundão, que
frequentará durante seis anos. Esta vivência será o tema central de
Manhã Submersa.
Em 1932, deixa o seminário e acaba o Curso Liceal no Liceu da Guarda.
Entra para a Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra,
continuando a dedicar-se à poesia, nunca publicada, salvo alguns versos
lembrados em Conta-Corrente e, em 1939, escreve o seu primeiro romance, O
Caminho Fica Longe. Licenciou-se em Filologia Clássica em 1940. Concluiu o Estágio no Liceu D.João III (1942),
em Coimbra. Começa a leccionar em Faro. Publica o ensaio "Teria Camões
lido Platão?" e, durante as férias, em Melo, escreve "Onde Tudo Foi
Morrendo". Em 1944, passa a lecionar no Liceu de Bragança, publica "Onde Tudo Foi Morrendo" e escreve "Vagão "J"", que publicou em 1946; no mesmo ano em que se casou, com Regina Kasprzykowsky, professora polaca que se encontrava refugiada em Portugal da guerra e com quem Vergílio ficaria até à sua morte. Após uma passagem pelo liceu de Évora (onde escreveu o mundialmente conhecido romance Manhã Submersa, corria o ano de 1953), fixa-se como docente em Lisboa, lecionando o resto da sua carreira no Liceu Camões.
Em 1980, o realizador Lauro António adapta para o cinema, o romance Manhã Submersa
e, Vergílio Ferreira interpreta um dos principais papéis, o de Reitor
do Seminário, contracenando assim com outros grandes vultos da cena
portuguesa, tais como Eunice Muñoz, Canto e Castro, Jacinto Ramos e Carlos Wallenstein. Vergílio morreu no dia 1 de março de 1996, na sua casa, em Lisboa, na freguesia de Alvalade.
O funeral foi realizado no cemitério de Melo, sua terra-natal e, a seu
pedido, o caixão fora enterrado na ala do cemitério com vista para a Serra da Estrela.
in Wikipédia
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