quarta-feira, março 23, 2022

A estação espacial Mir acabou há vinte e um anos


Mir (em russo: Мир; significa simultaneamente paz, mundo e universo) foi uma estação espacial soviética (e, mais tarde, russa). A Mir foi a primeira estação espacial modular e foi montada em órbita entre 1986 e 1996, tinha uma massa maior do que a de qualquer estação espacial anterior. Até 21 de março de 2001 foi o maior satélite em órbita, sucedida pela Estação Espacial Internacional (EEI) depois que a sua órbita declinou. A estação serviu como um laboratório de pesquisa de microgravidade em que as equipas realizaram experiências sobre biologia, biologia humana, física, astronomia, meteorologia e sistemas da naves espaciais, com o objetivo de desenvolver tecnologias necessárias para a ocupação humana permanente do espaço.

A Mir foi a primeira estação de pesquisa continuamente habitada em órbita e estabeleceu o recorde da mais longa presença humana contínua no espaço, com 3.644 dias. O recorde foi rompido em 23 de outubro de 2010, quando foi superado pela Estação Espacial Internacional. Ela detém ainda o recorde de mais longo voo espacial humano único, quando Valeri Polyakov passou 437 dias e 18 horas na estação entre 1994 e 1995. A estação espacial foi ocupada por um total de doze anos para além de sua vida útil original, de quinze anos, tendo a capacidade de suportar uma tripulação residente de três pessoas, ou de tripulações maiores para missões espaciais de curta duração.

Após o sucesso do programa Salyut, a Mir representou a fase seguinte do programa de estação espacial da União Soviética. O primeiro módulo da estação, conhecido como o módulo de núcleo, foi lançado em 1986 e foi seguido por seis módulos adicionais. Os foguetes Proton foram usados ​​para lançar todos os seus componentes, exceto para o módulo de ancoragem, que foi instalado por um vai-vem espacial da missão STS-74 em 1995. Quando concluída, a estação era composta por sete módulos pressurizados e vários componentes sem pressão. A energia era fornecida por vários painéis fotovoltaicos conectados diretamente aos módulos. A estação era mantida em uma órbita entre 296 km e 421 km de altitude e viajava a uma velocidade média de 27.700 quilómetros por hora, completando 15,7 órbitas por dia.

A estação foi lançada como parte do programa de voos espaciais tripulados soviético para manter um posto avançado de pesquisa de longo prazo no espaço, e, após o colapso da União Soviética, passou a ser operada pela nova Agência Espacial Federal Russa (RKA). Como resultado, a grande maioria da tripulação da estação era formada por russos; no entanto, através de colaborações internacionais, como os programas Intercosmos, Euromir e Shuttle-Mir, a estação foi disponibilizada para os astronautas de países da América do Norte, Europa e Japão. O custo do programa Mir foi estimado em 2001 pelo ex-diretor da RKA, Yuri Koptev, como algo em torno de 4,2 mil milhões de dólares ao longo de sua existência (incluindo desenvolvimento, montagem e operação orbital).
  
 

 
A deórbita da Mir foi uma reentrada atmosférica da estação espacial Russa Mir realizada no dia 23 de março de 2001. Os componentes principais tinham entre 5 e 15 anos de idade, incluindo o Módulo Principal da Mir, Kvant-1, Kvant-2, Kristall, Spektr, Priroda e o Módulo de Acoplagem da Mir. Apesar da Rússia ter estado otimista quanto ao futuro da estação, o seu compromisso com o projeto da Estação Espacial Internacional não deixou financiamento para a Mir.

A deórbita foi realizada em três fases. A primeira foi esperar que o arrasto atmosférico fizesse com que a órbita decaísse para uma média de 220 quilómetros. Isso começou com a acoplagem da Progress M1-5. A segunda fase foi transferir a estação para uma órbita de 165 x 220 quilómetros. Isso foi realizado com duas ignições dos motores de controle da Progress M1-5 as 00:32 UTC e 02:01 UTC do dia 23 de março de 2001. Após uma pausa de duas órbitas, a terceira e final fase da queda da Mir começou com a ignição dos motores da Progress e do motor principal as 05:08 UTC, durando pouco mais de 22 minutos. A reentrada numa altitude de 100 quilómetros ocorreu as 05:44 próxima de Nadi, Fiji

 

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