Biografia
Virgínia Rodrigues é uma cantora brasileira, descoberta por Caetano
Veloso durante um ensaio do Bando de Teatro Olodum, em Salvador, em
1997. A sua música tem influência de música clássica, samba e jazz, ao
mesmo tempo que as suas letras têm referências a entes do candomblé e
umbanda. A sua voz, prolixa e grave, atinge desde notas agudas até tons
mais graves e é mais um típico caso brasileiro, de um artista
talentoso e bastante reconhecido no cenário internacional, mas
ignorado no seu país natal.
Depois de anos cantando em coros de igrejas católicas e protestantes,
ela havia sido convidada pelo diretor Márcio Meireles para participar
da peça Bye Bye Pelô, onde Caetano a viu pela primeira vez. De
origem humilde, Virgínia traz referências populares e líricas do que
ouviu na infância e juventude. O resultado é que seu canto vagueia
entre o erudito e o popular. O primeiro disco foi produzido por Celso
Fonseca e teve arranjos de Eduardo Souto Neto. As músicas foram
escolhidas por Virgínia, Caetano e Celso Fonseca, e inclui canções como
Noite de Temporal, de Dorival Caymmi, além das participações de Djavan, Gilberto Gil e Milton Nascimento.
O seu primeiro álbum "Sol Negro" foi bem recebido nos Estados Unidos e na Europa, rendendo à cantora raras críticas. O jornal The Times,
de Londres, escreveu: “...A nova diva da música brasileira, a cantora
baiana de 33 anos, comoveu todo o Brasil com seu álbum de estreia Sol Negro;
uma rica mistura de influências africanas e portuguesas e de samba de
raiz”, sendo também elogiado também pelo jornal francês Le Monde e pela revista americana Rolling Stone.
A história da cantora baiana Virgínia Rodrigues ficou tão conhecida
internacionalmente que os jornalistas americanos a apelidaram de
Cinderela brasileira. Ex-manicure, saída de uma favela de Salvador
realizou, num ano, duas turnês pelos Estados Unidos, shows na Europa e
foi entrevistada por David Byrne, ao vivo, na televisão americana. Nos
Estados Unidos, Europa e Japão, o primeiro disco de Virgínia saiu
lançado pela gravadora Rykodisc, de propriedade de Cris Blackwell, o mesmo que popularizou nomes como Bob Marley, Peter Tosh e U2.
No seu segundo álbum, "Nós", Virgínia homenageia o canto de raiz africana de Salvador. O seu canto primoroso e sofisticado entoa músicas do Ilê Aiyê, Olodum, Timbalada, Ara Ketu e Afreketê. O The New York Times
definiu-a então como “uma das mais impressionantes cantoras que surgiu
do Brasil nos últimos anos”. “Um dos lançamentos internacionais mais
impressionantes dos últimos anos.”, escreveu Stephan Cook da “All
Music Guide”.
Virgínia chega ao seu terceiro CD, "Mares Profundos", coroada pelo
sucesso no exterior – embora ainda seja desconhecida na sua terra natal -
santos da casa não fazem milagres. Lançado em janeiro de 2004
nos Estados Unidos, "Mares Profundos" chegou ao Brasil com edição
simultânea na Europa. O selo do álbum é o prestigioso Edge, da
gravadora alemã Deutsche Grammophon, a mais tradicional da
música erudita. A produção, claro, é de Caetano. O reportório é
poderoso: 11 afro-sambas compostos entre 1962 e 1966 pelo guitarrista
Baden Powell (1937-2000) e pelo poeta Vinícius de Moraes (1913-1980). O
programa fecha com o samba ‘Lapinha’ (Baden-Paulo César Pinheiro).
Quatro anos após lançar o seu último disco, Virgínia Rodrigues volta ao
cenário musical com o disco "Recomeço", que versa sobre o amor dual,
assunto imemorial e omnipresente no cancioneiro, e muito discutido na
composição. Como intérprete talhada que é, dá um novo sentido a
clássicos recorrentes da música brasileira. O seu canto de câmara,
aliado à compreensão da canção popular conferem um novo sentido a
poesias de Chico Buarque, como as oníricas “Todo Sentimento” (com
Cristóvão Bastos) e “Beatriz” (com Edu Lobo); de Vinicius de Moraes,
seja com Francis Hime - na pouco conhecida “Eu te Amo Amor”, ou com
Tom, o parceiro ancestral, em pérolas como “Por Toda a Minha Vida” e
“Estrada Branca”; ou ainda ao grande hino de Dolores Duran, “A Noite do
Meu Bem”.
Hoje, é cantora das mais respeitadas no circuito dos mais importantes festivais de jazz e world music
pelo mundo fora, participando de diversas turnês mundiais. Entre os
seus fãs está o ex-presidente americano Bill Clinton, que ficou
encantado ao assistir à apresentação dela em São Paulo. Em entrevista,
Clinton uma vez afirmou que ela era a cantora de quem ele mais gostava
no mundo. Ele dedicou a Virginia uma passagem no seu livro de
memórias "Minha Vida". O jornal The New York Times classificou sua voz como "celestial".
Teve uma participação especial no filme Wally Salomão, de Ana Carolina Teixeira Soares.
in Wikipédia
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