Nau de Pedro Álvares Cabral conforme retratada no Livro das Armadas, atualmente na Academia das Ciências de Lisboa
Descoberta, ou descobrimento do Brasil refere-se à chegada, a 22 de abril de 1500, da frota comandada por Pedro Álvares Cabral ao território onde hoje se localiza o Brasil. O termo "descobrir" é utilizado nesse caso em uma perspectiva eurocêntrica, referindo-se estritamente à chegada de europeus, mais especificamente portugueses, às terras de "Vera Cruz", o atual Brasil, que já eram habitadas por vários povos indígenas. Tal descoberta faz parte dos descobrimentos portugueses.
A Armada
Para selar o sucesso da viagem de Vasco da Gama de descobrimento do caminho marítimo para a Índia - que permitia contornar o Mediterrâneo, então sob domínio dos mouros e das nações italianas, o Rei D. Manuel I
se apressou em mandar aparelhar uma nova frota para as Índias. Uma vez
que a pequena frota de Vasco da Gama tivera dificuldades em impor-se e
comerciar, esta seria a maior até então constituída, sendo composta
por treze embarcações e mais de mil homens. Com exceção dos nomes de
duas naus e de uma caravela, não se sabe como se chamavam os navios
comandados por Cabral. Estima-se que a armada levasse mantimentos para
cerca de dezoito meses.
Aquela era a maior esquadra até então enviada para singrar o Atlântico:
dez naus, três caravelas e uma naveta de mantimentos. Embora não se
saiba o nome da nau capitânia, a nau sota-capitânia, capitaneada pelo
vice-comandante da armada, Sancho de Tovar, chamava-se El Rei. A outra cujo nome permaneceu é a Anunciada, comandada por Nuno Leitão da Cunha.
Esta última pertencia a D. Álvaro de Bragança, filho do duque de
Bragança, e fora equipada com os recursos de Bartolomeu Marchionni e
Girolamo (ou Jerónimo) Sernige, banqueiros florentinos que residiam em
Lisboa e investiam no comércio de especiarias. As cartas que eles
trocaram com seus sócios e acionistas italianos preservaram o nome do
navio.
Conservou-se ainda o nome da caravela capitaneada por Pero de Ataíde, a São Pedro. A outra caravela, comandada por Bartolomeu Dias, teve o seu nome perdido. A armada era completada por uma naveta de mantimentos, comandada por Gaspar de Lemos. Coube a ela retornar a Portugal com as notícias sobre a descoberta do Brasil.
Baseado em documento incompleto que localizou na Torre do Tombo, em Lisboa, Francisco Adolfo de Varnhagen identificou cinco das dez naus que compunham a frota cabralina. Seriam elas Santa Cruz, Vitória, Flor de la Mar, Espírito Santo e Espera.
A fonte citada por Varnhagen nunca foi reencontrada, portanto a
maioria dos historiadores prefere não adotar os nomes por ele listados.
A armada, assim, continua quase anónima.
Outros historiadores do século XIX declararam que a nau capitânia de Cabral era a lendária São Gabriel,
a mesma comandada por Vasco da Gama na histórica viagem em que se
descobriu o caminho marítimo para as Índias, três anos antes.
Entretanto, não existem documentos para comprovar a tese.
Pouco antes da partida, El-Rei mandou rezar uma missa, no Mosteiro de Belém, presidida pelo bispo de Ceuta, D. Diogo de Ortiz,
em pessoa, onde benzeu uma bandeira com as armas do Reino e entregou-a
em mãos a Cabral, despedindo-se o rei do fidalgo e dos restantes
capitães.
Vasco da Gama teria tecido considerações e recomendações para a longa
viagem que se chegava: a coordenação entre os navios era crucial para
que não se perdessem uns dos outros. Recomendou então ao capitão-mor
disparar os canhões duas vezes e esperar pela mesma resposta de todos os
outros navios antes de mudar o curso ou velocidade (método de contagem
ainda atualmente utilizado em campo de batalha terrestre), dentre
outros códigos de comunicação semelhantes.
Rota seguida por Cabral para a Índia em 1500 (a vermelho) e a rota de retorno (a azul)
in Wikipédia
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