domingo, outubro 27, 2019

John Cleese faz hoje oitenta anos!

John Marwood Cleese (Weston-super-Mare, Somerset, 27 de outubro de 1939) é um comediante e actor britânico nascido na Inglaterra.
   
Biografia
John Marwood Cleese nasceu em Weston-super-Mare, Somerset, Inglaterra, filho de Muriel, uma acrobata, e Reginald Francis Cleese, um vendedor de seguros. O seu pai mudou o nome da família de Cheese para Cleese em 1915, antes de ir combater para a Primeira Guerra Mundial.
Apesar dos seus rendimentos modestos, o pai de Cleese ofereceu uma educação privilegiada ao seu filho. John completou o ensino primário na St. Peter’s Preparatory School, onde esteve sempre entre os melhores alunos, chegou mesmo a receber um prémio por Inglês. Aos 13 anos recebeu uma ajuda monetária que lhe permitiu entrar na Clifton College, escola pública em Bristol. Quando chegou à escola, Cleese já tinha ultrapassado a altura de 1,90 m, algo que o tornou num alvo fácil para os bullies. Aqui jogou Cricket na equipe principal e apesar da indiferença inicial, acabou por terminar os estudos secundários com notas excelentes a Matemática, Física e Química.
Depois de deixar a Clifton College, Cleese voltou à sua primeira escola para ensinar Ciências antes de entrar no Downing College em Cambridge onde estudou Direito e se juntou aos Footlights Revue. Foi aqui que conheceu o futuro parceiro de escrita, Graham Chapman. Foi nos Footlights que Cleese começou a levar a sério a possibilidade de se dedicar à comédia. Ele escreveu material extra para alguns dos espectáculos do grupo como I Thought I Saw It Move, integrou o elenco de Double Taker e, no ano em que se formou, 1963, fez parte do elenco do Cambridge Footlights Revue. O último teve um grande sucesso e resultou numa digressão que levou o grupo à Broadway. Foi enquanto estava a trabalhar no espectáculo que Cleese conheceu Terry Gilliam e a sua futura mulher, a actriz norte-americana Connie Booth.
Quando regressou à Inglaterra, Cleese foi contratado para a equipa de escritores do The Frost Report (com outros 4 futuros membros dos Monty Python), e juntou-se de imediato ao seu colega do Footlights, Graham Chapman. Cleese também apareceu numa série de sketches. Ao mesmo tempo estava a escrever para o programa de rádio I’m Sorry, I’ll Read That Again. Depois do The Frost Report, John e Graham juntaram-se ao elenco e equipa de argumentistas de At Last the 1948 Show. Cleese também participou em séries como Doctor in the House e Marty de Marty Feldman.
Em 1968, Cleese estreou-se com um programa da sua autoria. How To Irritate People contou com os futuros membros dos Monty Python Graham Chapman e Michael Palin e também com a sua mulher Connie Booth. O programa teve sucesso e abriu a porta para um contrato para mais um projecto que, mais tarde resultou nos Monty Python.
 
Monty Python
Várias circunstâncias juntaram em 1969 John Cleese a Graham Chapman, Eric Idle, Michael Palin, Terry Gilliam e Terry Jones para formarem o grupo Monty Python e o seu programa de humor, Monty Python Flying Circus que teve 4 temporadas. No programa, Cleese representava maioritariamente personagens sérias e autoritárias como anunciadores, apresentadores de TV e oficiais do governo. As suas personagens mais memoráveis são talvez o homem queixoso no sketche do Dead Parrot e o ministro dos andares tolos. A partir da segunda temporada, era sempre a personagem do anunciador da BBC de Cleese que dava inicio ao programa com a frase lendária, “And now for something completly different.”
Em conjunto com as animações de Gilliam, o trabalho de Cleese com Graham Chapman davam ao programa os seus momentos mais negros e irados.
Ao contrário de Michael Palin e Terry Jones, Cleese e Chapman escreviam juntos, na mesma sala. John afirma que o seu processo de escrita consistia nele próprio com um papel e caneta a fazer a maioria do trabalho sozinho, com Graham sentado sem falar durante muito tempo e depois, subitamente, surgir com uma ideia que levava os sketches para outro nível. O exemplo mais citado é o do sketch do Dead Parrot, originalmente o homem reclamava de uma torradeira avariada, mas foi Chapman que deu a ideia de um papagaio morto.
O seu humor envolvia frequentemente pessoas normais, em ambientes comuns, a comportarem-se forma absurda sem qualquer razão aparente. O aspecto de Cleese com a sua altura considerável e o seu sotaque de classe média faziam-no convincente quando representava papéis autoritários, que depois rebaixava. Muitas das suas personagens tinham uma espécie de loucura armazenada, mas mantinham-se inabaláveis enquanto se comportavam de forma incomum.
Chapman e Cleese também se especializaram em sketches onde as personagens têm uma discussão com argumentos bastante articulados sobre assuntos comuns, como em “Cheese Shop”, “Dead Parrot” ou “The Argument Sketch”. Todos estes sketches foram feitos com Michael Palin (que Cleese considera ser o seu Python preferido para trabalhar) o que evidencia um contraste com as personagens comuns e inofensivas que este representava.
Apesar de o programa ter durado 4 temporadas, no principio da terceira, Cleese estava a ficar farto de lidar com os problemas de alcoolismo de Chapman. John também começou a sentir que a escrita do programa tinha perdido qualidade e se estava a começar a repetir. Assim, decidiu abandonar o grupo e seguir em frente com projectos individuais. Apesar de ainda ter ficado para a terceira temporada, a quarta já não contou com ele. No entanto ele continuou a sua amizade com o grupo e voltou a juntar-se aos Monty Python várias vezes, incluindo os filmes Monty Python and the Holy Grail, Life of Brian e The Meaning Of Life, para além de vários programas ao vivo e especiais do grupo.
 
Carreira
Quando abandonou os Monty Python, John Cleese começou a trabalhar num projecto próprio com a sua esposa na altura, Connie Booth. Juntos criaram a série Fawlty Towers, que estreou em 1975. Na série, Cleese faz o papel de Basil Fawlty, o rabugento dono de um hotel. Fawlty é baseado num gerente que atormentou os membros dos Monty Python quando estes estiveram hospedados no seu hotel. Apesar de ter apenas 12 episódios, Fawlty Towers teve uma grande influência em sitcoms britânicas posteriores e o seu sucesso fez com que Cleese tivesse de viver com a sombra da imagem de Basil.
Após Fawlty Towers, Cleese entrou em projectos bastante variados tais como o western Silverado (para o qual teve de aprender a andar de cavalo), Privates on Parade e Clockwise. Mais tarde entrou no filme realizado por Terry Gilliam Time Bandits (onde fez de Robin dos Bosques) e Yellowbeard (escrito e protagonizado por Graham Chapman - Cleese já afirmou que só entrou no filme para fazer um favor a Chapman e que o guião foi um dos piores que já leu).
Apesar da variedade dos projectos em que se envolveu, a imagem de Basil Fawlty continuava a persegui-lo, só em 1988 Cleese conseguiu afastar-se de Fawlty com o sucesso do filme Um Peixe Chamado Wanda. O filme valeu-lhe um BAFTA de Melhor Actor Principal e uma nomeação para os Óscares na categoria de Melhor Argumento. O elenco de Um Peixe Chamado Wanda voltou a juntar-se quase 10 anos mais tarde, em 1997, em Fierce Creatures, mas desta vez o filme foi um fracasso entre os críticos e na bilheteira.
Cleese também escreveu dois livros de auto-ajuda, Families and How to Survive Them e Life and How to Survive It.
Os papéis mais recentes de John Cleese incluem o de Nick-Quase-Sem-Cabeça nos  filmes da saga Harry Potter e o de Q no filme de 007, Die Another Day. Em 2009 atuou no papel de Inspector Dreyfus na sequela de Pantera Cor-de-Rosa.
Recentemente, Cleese tem emprestado a sua voz em vários filmes animados de sucesso. A mais conhecida é a voz do Rei, pai de Fiona em Shrek, mas ele também fez vozes em Valliant e Charlotte’s Webb e a voz de Deus no musical Spamalot, criado por Eric Idle.
Mais recentemente, John tem feito digressões de comédia por vários países. Em 2013 apresentou a digressão John Cleese: Last Time to See Me Before I Die no Canadá. Em 2014 reuniu-se com os restantes Monty Python para uma série de espetáculos ao vivo na O2 Arena em Londres intitulados Monty Python Live (mostly)
 
Vida pessoal
Em 1968, Cleese casou-se com a sua primeira mulher, Connie Booth. Os dois tiveram uma filha, Cynthia em 1971. Esta entrou em Um Peixe Chamado Wanda, onde faz o papel de Portia, a filha mimada da personagem de John Cleese, e também em Fierce Creatures. Ela casou-se em 1995 com o cineasta Ed Solomon, de quem tem dois filhos. Em 1978, Cleese e Booth divorciaram-se, mas dizem que continuam a ser amigos próximos.
Em 1981, Cleese voltou a casar-se, desta vez com a actriz americana Barbara Trentham. A segunda filha de John e primeira do casal nasceu em 1984. O casamento começou a desfazer-se após o sucesso de Um Peixe Chamado Wanda e, em 1990, o casal divorciou-se. Foi nesta altura que Cleese se mudou do Reino Unido para a Califórnia.
Em 1992, John casou-se com a sua terceira mulher, a psicóloga americana Alyce Faye Eichelberger. Em janeiro de 2008, o casal anunciou a sua separação. O divórcio tornou-se público quando começaram a haver desentendimentos em relação ao dinheiro. Em tribunal, Faye disse não ter dinheiro próprio e portanto exigia 900.000 libras anuais, metade dos rendimentos de Cleese desde 1992 e metade das suas propriedades. Apesar das complicações, o divórcio ficou resolvido. Mais tarde Cleese disse sobre o divórcio: “Vai ser muito, muito caro, mais vai valer cada cêntimo.” John regressou ao Reino Unido menos de um ano depois do divórcio.
Em agosto de 2012, casou-se com a designer de jóias britânica Jennifer Wade numa cerimónia nas Caraíbas.
Em termos políticos, John Cleese anunciou o seu apoio a Barack Obama a quem doou 2,300 dólares para a campanha e ofereceu-se para escrever os seus discursos.
  
  

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