Lina Medina, com o médico e o filho
Lina Vanessa Medina (Pauranga, 27 de setembro de 1933) é uma peruana e a mãe mais jovem já confirmada na história da medicina.
Teve um filho aos cinco anos de idade, sete meses e 21 dias. Além do
feito, a menina ficou conhecida por também nunca revelar o nome do pai
da criança e também por passar a sua vida em pobreza, sem qualquer
assistência do governo peruano. Casou-se em 1972 e chegou a ter outro filho aos 38 anos de idade. Hoje vive em um bairro pobre em Lima. Era uma de entre nove filhos.
Existem algumas controvérsias quanto o local e a data exata de
nascimento de Lina. Alguns afirmam ter sido em Antacancha ou Ticrapo,
além de Pauranga. Porém, todas essas cidades se localizam na Região de
Huancavelica. Quanto à data, alguns afirmam que poderia ter sido em 23 de setembro.
Lina exibindo a gestação
Gestação
Ao perceber o aumento anormal do tamanho do abdómen de sua filha, Tiburcio Medina recorreu a curandeiros da vila local para resolver o problema. Porém, os xamãs da vila descartaram que este tivesse a ver com superstições da localidade (como uma em que uma cobra, Apu, vai crescendo dentro da pessoa até matá-la), então recomendaram aos pais que a levassem para o hospital da cidade de Pisco. Na época, os pais pensaram que se tratava de um tumor, mas os médicos determinaram que se tratava de uma gravidez de sete meses. Dr. Gerardo Lozada levou-a para Lima, capital do Peru, para que outros especialistas confirmassem a gravidez antes da cirurgia. Um mês e meio depois, em 14 de maio de 1939 (quando era comemorado o Dia da Mãe no Peru), ela deu a luz um menino, por cesariana, feita necessariamente, já que a sua abertura pélvica era muito pequena. A cirurgia foi feita pelo Dr. Lozada e pelo Dr. Busalleu, com o Dr. Colretta como anestesista.
Esse caso foi publicado em detalhe pelo Dr. Edmundo Escomel na revista La Presse Medicale, juntamente com detalhes adicionais, como que a sua menarca teria ocorrido aos 8 meses de idade e os seus seios
proeminentes começarem a desenvolver-se aos 4 anos. Aos 5 anos, a sua
aparência demonstrava alargamento pélvico e maturação óssea avançada.
O seu filho nasceu com 2,7 quilogramas e recebeu o nome de Gerardo, em homenagem ao médico que realizou a operação. Apesar de fisicamente amadurecida, Lina preferia brincar com bonecas
do que cuidar do seu filho, que recebia alimentação de uma enfermeira.
Gerardo foi criado pelo irmão de Lina e levado a acreditar que Lina era
sua irmã, mas aos dez anos descobriu que na verdade se tratava de sua
mãe, depois de ser ridicularizado na escola. Ele cresceu saudavelmente e morreu em 1979 aos 40 anos de uma doença na medula óssea. Nunca foi confirmada qualquer relação entre a doença e o seu nascimento de uma mãe tão precoce.
O mistério da história não se trata na precocidade de Lina, já que
isso pode ser explicado como desequilíbrio hormonal, mas sim quem seria o
pai da criança, pois a peruana nunca revelou o segredo e se nega a
falar do assunto até hoje, chegando a recusar uma entrevista com a Reuters em 2002. O seu pai chegou a ser preso após o nascimento do filho, acusado de incesto,
mas foi libertado após alguns dias, por ausência de provas para
incriminá-lo. As suspeitas recaíram então em um irmão de Lina, que era
deficiente mental.
No Peru, muitas vezes a garota era associada com a Virgem Maria, que havia concebido um filho sem o pecado original, por obra do Espírito Santo. Algumas pessoas da região acreditam até hoje que Gerardo é filho do deus Sol.
Pobreza
Após o nascimento, policiais, doutores e uma equipe de filmagem
chegaram à vila para reportar o ocorrido. Muitas pessoas quiseram
auxiliá-la, chegando a existir uma oferta de 5 mil dólares de um empresário norte-americano. Uma oferta mais ousada veio de Nova Iorque,
propondo mil dólares por semana, mais despesas, para que Lina e o filho
fossem colocados em exposição na Feira Mundial da cidade. A única
proposta aceita pela família foi a de um empresário norteamericano que a
mãe e o bebé fossem aos EUA para que cientistas analisassem o caso. A oferta incluía o apoio financeiro vitalício aos aois.
Em poucos dias, o Estado
peruano proibiu todas as ofertas anteriores, alegando que Lina e o
filho estavam em ‘‘perigo moral’’, e chegou a criar uma comissão para
protegê-los. Mas após seis meses o governo os abandonou.
Lina permaneceu no hospital por onze meses e só pôde voltar para a
família após o início de procedimentos legais que levaram a Corte
Suprema a permitir a sua convivência com os pais. Alguns anos depois, o
Estado expropriou Lina e destruiu a sua casa, onde hoje existe uma estrada.
Hoje ela espera que o governo lhe dê o equivalente a uma propriedade,
para compensar a casa já perdida. Segundo o atual marido de Lina, o
imóvel valia cerca de 25 mil dólares. Caso conseguisse a moradia, Lina encerraria uma longa batalha judicial.
Em 1972,
a mãe mais jovem do mundo casa-se, pela primeira vez, com Raúl Jurado e,
no mesmo ano, aos 38 anos, tem o seu segundo filho, que vive no México.
Atualmente vive no caminho de um beco escuro, parcialmente interditado
por placas de madeira, num bairro pobre e com alto índice de criminalidade, na capital peruana de Lima, conhecido na localidade como o ‘‘paraíso dos ladrões’’ e "Chicago Chico" (‘‘Pequena Chicago’’), em alusão à cidade dos Estados Unidos Chicago.
Alguns consideram que a falta de ajuda do governo peruano possa ser
explicada por puro preconceito, já que em outros países Lina receberia
total apoio do Estado. O obstetra José Sandoval, autor de Mãe aos Cinco
Anos, luta desde os seus tempos de estudante para uma pensão vitalícia
para Lina. Desde 2002 ele já conseguiu acelerar os processos e já chegou a levar o caso para a primeira-dama Eliane Karp.
in Wikipédia
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