segunda-feira, setembro 11, 2017

Peter Tosh foi assassinado há 30 anos...

Winston Hubert McIntosh, mais conhecido como Peter Tosh (Grange Hill, 19 de outubro de 1944 - Westmoreland, 11 de setembro de 1987), foi um músico pioneiro de reggae/ska, conhecido pela sua militância em prol dos direitos humanos e da legalização da canabis. Foi assassinado a 11 de setembro de 1987, vítima de uma tentativa de assalto.

Biografia
Peter Tosh nasceu em Grange Hill, na Jamaica. Aos quinze anos de idade, a sua tia morreu e Tosh mudou-se para Trenchtown, em Kingston. O jovem McIntosh começou a cantar e a tocar guitarra bem cedo, inspirado pelas estações americanas que ele conseguia sintonizar no seu rádio. No começo dos anos 60, ele conheceu Bob Marley e Bunny Livingston, formando o grupo Wailing Wailers. Depois que Marley regressou dos Estados Unidos, em 1966, os três aderiram à religião rastafári, mudando o nome da banda para The Wailers.
Eles conseguiram um contrato com a Island Records, lançando os álbuns Catch a Fire, em 1972, e Burnin', em 1973. Neste mesmo ano, Tosh viu-se envolvido num sério acidente automobilístico. O seu carro caiu de uma ponte, matando a sua namorada e deixando Tosh com uma fratura grave no crânio. Ele sobreviveu, mas tornou-se uma pessoa ainda mais difícil de se lidar. Depois que o presidente da Island Records, Chris Blackwell, se recusou a lançar o seu disco a solo em 1974, Tosh e Bunny deixaram os Wailers, citando o tratamento injusto que recebiam de Blackwell, que Tosh chamava de "pior que os brancos".
Ele lançou o seu disco a solo em 1976 pela CBS, Legalize It: a faixa-título logo tornaria-se o hino do movimento pró-canabis, além da favorita nos shows de Tosh. Também se tornou o single mais vendido do país, a despeito da proibição de que tocasse nas rádios. Sempre mostrando o seu lado militante, ele lançou o álbum Equal Rights, em 1977, tentando ao mesmo tempo obter o reconhecimento das massas e manter o seu ponto de vista militante, mas não foi muito bem sucedido, se se comparasse com o sucesso obtido pelo seu ex-parceiro Bob Marley.
No final dos anos 70, lançou os discos Bush Doctor e Mystic Man e, em 1981, lançou Wanted Dread And Alive, álbuns que não foram muito aclamados pelo público. Os três álbuns foram lançados pela gravadora dos Rolling Stones, a Rolling Stones Records. Mick Jagger e Keith Richards, dos Rolling Stones, participaram das gravações de Bush Doctor, incluindo o dueto de Jagger com Tosh Don't look back, uma regravação de um sucesso de 1965 do grupo vocal norte-americano The Temptations. Em 1981, Tosh atuou no videoclipe da música Waiting on a friend, dos Rolling Stones. Depois do lançamento de Mama Africa em 1983 (onde está incluído o seu maior sucesso, a regravação da canção clássica do músico de rock norte-americano Chuck Berry, Johnny B. Goode), entrou num autoimposto exílio, procurando auxílio espiritual de curandeiros africanos enquanto tentava livrar-se de um contrato de distribuição dos seus discos na África do Sul.
 
Morte
Em 1987, Peter Tosh parecia estar voltando ao sucesso; naquele ano, recebeu um Grammy por "Melhor Performance de Reggae" naquele ano, pelo álbum No Nuclear War. No entanto, no dia 11 de setembro, logo após Tosh regressar à Jamaica, um gang de três homens invadiu a sua casa exigindo dinheiro. Tosh disse que não tinha, mas os três homens não acreditaram nele e permaneceram várias horas em casa, torturando Tosh. Quando os amigos de Tosh começaram a chegar a casa para cumprimentá-lo pelo seu regresso, estes ficaram ainda mais nervosos e acabaram por disparar, matando Tosh e os disc jockeys Doc Brown e Jeff "Free I" Dixon. O líder da quadrilha era Dennis "Leppo" Lobban, um homem de quem Peter Tosh havia ficado amigo e ajudado até mesmo a encontrar um emprego, depois de cumprir uma longa sentença na prisão. Leppo entregou-se para as autoridades, foi julgado e condenado, na mais curta deliberação de jurados da história da Jamaica: onze minutos. Foi condenado à morte, porém a sua sentença foi alterada para prisão perpétua em 1995 e ele continua até hoje na cadeia. Nenhum dos seus dois cúmplices foi jamais identificado.


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