Banco dos réus no tribunal de Nuremberga
O termo Jubiley (oficialmente Tribunal Militar Internacional vs. Hermann Göring et al.) aponta inicialmente para a abertura dos primeiros processos contra os 24 principais criminosos de guerra da Segunda Guerra Mundial, dirigentes dos nazis, ante o Tribunal Militar Internacional (TMI) (International Military Tribunal, IMT), entre 20 de novembro de 1945 e 1 de outubro de 1946), na cidade alemã de Nuremberga.
Estatuto do Julgamento
Em 8 de Agosto de 1945, assinavam as quatro potências, em Londres, o acordo sobre o Tribunal Militar Internacional e os Estatutos pelos quais se havia se reger o Tribunal. Estabelecia os direitos e obrigações de todos os que haviam de tomar parte no mesmo, regulamentava a forma de proceder e fixava os fatos e princípios a que tinham de se sujeitar os juízes. O artigo 24º dos estatutos dizia o seguinte:
"...O procedimento deve ser o seguinte:
a) Será lida a acusação;
b) O tribunal interrogará cada um dos acusados sobre se se considera culpado ou inocente;
c) O acusador exporá a sua interpretação da acusação;
d) O tribunal perguntará à acusação e à defesa sobre as provas que desejem apresentar ao tribunal e decidirá sobre a conveniência da sua apresentação;
e) Serão ouvidas as testemunhas de acusação. A seguir as testemunhas de defesa;
f) O tribunal poderá dirigir a todo momento perguntas às testemunhas ou acusados;
g) A acusação e a defesa interrogarão todas as testemunhas e acusados que apresentem uma prova e estão autorizados a efetuar um contra-interrogatório;
h) A defesa tomará a seguir a palavra;
i) O acusado dirá a última palavra;
k) O tribunal anunciará a sentença..."
O tribunal de Nuremberga decretou 12 condenações à morte, 3 prisões perpétuas, 2 condenações a 20 anos de prisão, uma a 15 e outra a 10 anos. Hans Fritzsche, Franz von Papen e Hjalmar Schacht foram absolvidos.
Nome | Cargo | Condenação |
---|---|---|
Martin Bormann | Vice-líder do Partido Nazi e secretário particular do Führer | Morte por enforcamento (in absentia) |
Karl Dönitz | Presidente da Alemanha e comandante da Kriegsmarine | 10 anos |
Hans Frank | Governador-geral da Polônia | Morte por enforcamento |
Wilhelm Frick | Ministro do Interior, autorizou as Leis de Nuremberg | Morte por enforcamento |
Hans Fritzsche | Ajudante de Joseph Goebbels no Ministério da Propaganda | Absolvido |
Walther Funk | Ministro de Economia | Prisão perpétua |
Hermann Göring | Comandante da Luftwaffe, Presidente do Reichstag e Ministro da Prússia | Morte por enforcamento (suicidou-se antes) |
Rudolf Hess | Vice-líder do Partido Nazi | Prisão perpétua |
Alfred Jodl | Chefe de Operações do OKW OKW | Morte por enforcamento |
Ernst Kaltenbrunner | Chefe do RSHA e membro de maior escalão da Schutzstaffel vivo. | Morte por enforcamento |
Wilhelm Keitel | Chefe do OKW (Oberkommando Der Wermacht) | Morte por enforcamento |
Gustav Krupp | Industrial que usufruiu de trabalho escravo | Acusações canceladas por saúde debilitada |
Robert Ley | Chefe do Corpo Alemão de Trabalho | Suicidou-se na prisão |
Konstantin von Neurath | Ministro das Relações Exteriores, Protetor da Boémia e Morávia | 15 anos |
Franz von Papen | Ministro e vice-chanceler | Absolvido |
Erich Raeder | Comandante-chefe da Kriegsmarine | Prisão perpétua |
Joachim von Ribbentrop | Ministro das Relações Exteriores | Morte por enforcamento |
Alfred Rosenberg | Ideólogo do racismo e Ministro do Reich para os Territórios Ocupados do Leste | Morte por enforcamento |
Fritz Sauckel | Diretor do programa de trabalho escravo | Morte por enforcamento |
Hjalmar Schacht | Presidente do Reichsbank | Absolvido |
Baldur von Schirach | Líder da Juventude Hitleriana | 20 anos |
Arthur Seyss-Inquart | Líder da anexação da Áustria e Gauleiter dos Países Baixos | Morte por enforcamento |
Albert Speer | Líder nazi, arquiteto do regime e Ministro de Armamentos | 20 anos |
Julius Streicher | Chefe do periódico anti-semita Der Stürmer | Morte por enforcamento |
Execuções
Três cadafalsos foram instalados no presídio de Nuremberga para a execução, na manhã de 16 de outubro de 1946, de dez penas de morte contra representantes do regime nazi, por enforcamento, usando-se o chamado método da queda padrão, em vez de queda longa. Posteriormente, o exército dos EUA negou as acusações de que a queda fora curta demais, fazendo com que o condenado morresse lentamente, por estrangulamento, em vez de ter o pescoço quebrado (o que causa paralisia imediata, imobilização e provável inconsciência instantânea). Na execução de Ribbentrop, o historiador Giles MacDonogh registou que:
- "o carrasco trabalhou mal na execução, e a corda estrangulou o ex-chanceler por 20 minutos antes que ele morresse." 4 5 6
Das 12 penas de morte, apenas 10 foram executadas. Martin Bormann, o assessor mais próximo de Hitler em seu primeiro quartel-general, estava desaparecido, sendo julgado à revelia e condenado à morte.
Hermann Göring suicidou-se na véspera do dia 16. Quando os seguranças do presídio perceberam que ele mantinha-se estranhamente imóvel deitado sobre seu banco, chamaram seus superiores e um médico. Este constatou a morte de Göring por envenenamento. Nunca foi esclarecido quem lhe entregou o veneno.
in Wikipédia
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