Rudolf Walter Richard Hess (
Alexandria, Egito, 26 de abril de 1894 –
Berlim, 17 de agosto de 1987), foi um político de destaque da
Alemanha nazi, nomeado Delegado do Führer (
Stellvertreter des Führers em alemão) por
Adolfo Hitler em 1933, e nesse cargo até 1941, quando viajou de avião, sozinho, para a
Escócia, numa tentativa de negociar a paz com o Reino Unido durante a
Segunda Guerra Mundial. Foi detido e, posteriormente, julgado por crimes de guerra, sendo condenado a prisão perpétua.
Hess alistou-se no 7.º Regimento de Artilharia Terrestre da Baviera no início da
Primeira Guerra Mundial. Foi ferido por diversas vezes e recebeu a
Cruz de Ferro
de segunda classe, em 1915. Pouco antes da guerra terminar, Hess
matriculou-se na força aérea como piloto-aviador, mas não chegou a
combater. Deixou as forças armadas em dezembro de 1918 com a patente de
Leutnant der Reserve (Tenente de Reserva).
No outono de 1919, Hess entrou para a
Universidade de Munique, onde estudou
geopolítica com
Karl Haushofer, um proponente do conceito de
Lebensraum ("espaço vivo "), que mais tarde se tornaria um dos pilares da ideologia do
Partido Nazi. Hess juntou-se ao NSDAP em 1 de julho de 1920, e esteve ao lado de Hitler a 8 de novembro de 1923 no
Putsch da Cervejaria,
uma tentativa falhada dos nazis de tomarem o controlo do governo
alemão. Durante o tempo de prisão devido ao golpe, Hess ajudou Hitler a
escrever a sua obra,
Mein Kampf, que se tornou numa das fundações da plataforma política do NSDAP.
Depois da
tomada de poder nazi
em 1933, Hess foi designado para Delegado do Führer do NSDAP, e recebeu
um cargo no gabinete de Hitler. Passou a ser o terceiro homem mais
poderoso da Alemanha, atrás de Hitler e
Hermann Göring. Para além de aparecer em manifestações e palestras em nome de Hitler, Hess redigiu grande parte da legislação, incluindo as
Leis de Nuremberga de 1935, as quais retiravam os direitos dos judeus na Alemanha, e que estiveram na origem do
Holocausto.
Hess continuou o seu interesse na aviação, e aprendeu a pilotar os
mais modernos aviões que estavam a ser desenvolvidos no início da
Segunda Guerra Mundial. A 10 de maio de 1941, voou sozinho para a
Escócia, onde esperava reunir-se com Douglas-Hamilton,
o qual ele pensava fazer parte da oposição ao governo britânico, para
falar sobre acordos de paz. Hess foi preso de imediato à sua chegada, e
detido, sob custódia britânica, até ao final da guerra, voltando à
Alemanha para ser julgado nos Julgamentos de Nuremberga,
em 1946. Durante uma grande parte do julgamento, alegou sofrer de
amnésia, mas, mais tarde, admitiu tratar-se de um estratagema. Hess foi
condenado contra crimes contra a paz e conspiração com outros líderes
alemães para cometer crimes, e foi transferido para a Prisão de Spandau
em 1947, após ser condenado a prisão perpétua. A sua família e
destacados políticos, tentaram que fosse libertado mais cedo, mas foram
impedidos pela União Soviética.
(...)
Morte
Hess morreu em
1987, ainda prisioneiro em
Spandau, e a sua morte foi qualificada de
suicídio.
Hess, então com 93 anos, estava quase cego e movia-se com extrema
dificuldade. Segundo a versão oficial, ele foi até à casa do jardim,
colocou um cabo elétrico ao redor do pescoço e cometeu
suicídio.
Entretanto, as declarações da sua enfermeira pessoal também colocam em
xeque a versão oficial. Ela encontrou Hess sem sinal de vida no interior
da casa do jardim. Tentando reanimá-lo pediu o saco de primeiros
socorros, que, segundo ela, "foi entregue com uma grande demora,
exageradamente longa" e que lhe chegou às mãos já aberto, com os
instrumentos cirúrgicos destruídos e a garrafa de
oxigénio vazia.
Esta enfermeira que acompanhou os últimos 5 anos da vida de Rudolf
Hess afirma que "Hess tinha muita artrite nas mãos e já estava bastante
fraco para se manter de pé sem apoio. Ele não conseguia atar os seus
sapatos
nem levantar os seus braços a uma altura suficiente para colocar um
cabo no seu pescoço - o que derrubaria a tese de suicídio por
enforcamento.
Uma segunda autópsia foi efetuada a pedido do seu filho, Wolf Hess, que contratou o
patologista Dr. Spann, do Hospital de
Munique.
A sua conclusão refuta a opinião do médico britânico, James Malcom
Cameron: "Muito provavelmente Rudolf Hess foi estrangulado por trás, por
outra pessoa".
Após a sua morte, as autoridades tentaram sepultá-lo num lugar secreto.
Mais uma vez, o seu filho interveio e conseguiu levar o corpo para o
cemitério da família. A cerimónia só pôde ser realizada de madrugada,
com familiares mais próximos, não podendo exceder os 2 minutos, tudo sob
controle das autoridades.
Após a morte de Hess,
neonazis da Alemanha e de toda a
Europa encontraram-se em
Wunsiedel,
onde ele foi enterrado, para uma certa "marcha pela memória". Essas
manifestações repetem-se a cada ano, no dia da morte de Hess, apesar de
proibidas de
1991 a
2000
(anos durante os quais as marchas ocorreram em diversas cidades das
redondezas). As marchas de 2002 e 2003 (novamente autorizadas) reuniram
2.500 neonazis.
Em julho de 2011 os responsáveis pela comunidade de
Wunsiedel
exumaram os restos mortais de Rudolf Hess e destruíram o seu túmulo, com
a intenção de acabar com os manifestos e atos em torno da figura
símbolo de Rudolf, pois tais manifestações perturbavam a
ordem e a paz da pequena cidade.