terça-feira, dezembro 20, 2011

Léopold Senghor morreu há dez anos

Léopold Sédar Senghor (Joal-Fadiout, 9 de outubro de 1906 - Verson, 20 de dezembro de 2001) foi um político e escritor senegalês. Governou o país como presidente de 1960 a 1980.
Foi, entre as duas Guerras Mundiais, juntamente ao poeta antilhano Aimé Césaire, ideólogo do conceito de negritude.

Senghor nasceu em 1906 na cidade costeira de Joal. Seu pai, Basile Diogoye Senghor, era um comerciante católico da etnia serer, minoritária no Senegal. Sua mãe, Gnilane Ndiémé Bakhou, era muçulmana de etnia peul. O sobrenome de seu pai, Senghor deriva da palavra portuguesa "senhor".
Em 1928 foi estudar em Paris, onde entrou para a Sorbonne, lá permanecendo entre 1935 e 1939, tornando-se o primeiro africano a completar uma licenciatura nesta universidade parisiense.
Como escritor, desenvolveu a Négritude (movimento literário que exaltava a identidade negra, lamentando o impacto negativo que a cultura europeia teve junto das tradições africanas). Nas suas obras, as mais engrandecidas são Chants d'ombre(1945), Hosties noires (1948), Ethiopiques (1956), Nocturnes (1961) e Elegies majeures (1979),. Sua obra tem como tema principal a cultura africana, que tanto ajudou a difundir, e o seu estilo como escritor se aproxima com a literatura francesa.
Durante a Segunda Guerra Mundial esteve preso por dois anos num campo de concentração nazi e só depois é que os seus ensaios e poemas seriam publicados.
Entre 1948 e 1958 foi deputado senegalês na Assembleia Nacional Francesa, sendo o primeiro negro a ocupar o cargo de deputado nessa Assembleia.
Quando o Senegal foi proclamado independente, em 1960 - por conta de um apelo feito por Léopold ao então presidente da França Charles de Gaulle - Senghor foi eleito por uma unanimidade presidente da nova República, vindo a desempenhar o cargo ate final de 1980, graças a reeleições sucessivas.
Defensor do socialismo aplicado à realidade africana, tentou desenvolver a agricultura, combater a corrupção e manter uma política de cooperação com a França.



Femme noire

Femme nue, femme noire
Vétue de ta couleur qui est vie, de ta forme qui est beauté
J'ai grandi à ton ombre; la douceur de tes mains bandait mes yeux
Et voilà qu'au coeur de l'Eté et de Midi,
Je te découvre, Terre promise, du haut d'un haut col calciné
Et ta beauté me foudroie en plein coeur, comme l'éclair d'un aigle

Femme nue, femme obscure
Fruit mûr à la chair ferme, sombres extases du vin noir, bouche qui fais lyrique ma bouche
Savane aux horizons purs, savane qui frémis aux caresses ferventes du Vent d'Est
Tamtam sculpté, tamtam tendu qui gronde sous les doigts du vainqueur
Ta voix grave de contralto est le chant spirituel de l'Aimée

Femme noire, femme obscure
Huile que ne ride nul souffle, huile calme aux flancs de l'athlète, aux flancs des princes du Mali
Gazelle aux attaches célestes, les perles sont étoiles sur la nuit de ta peau.

Délices des jeux de l'Esprit, les reflets de l'or ronge ta peau qui se moire

A l'ombre de ta chevelure, s'éclaire mon angoisse aux soleils prochains de tes yeux.

Femme nue, femme noire
Je chante ta beauté qui passe, forme que je fixe dans l'Eternel
Avant que le destin jaloux ne te réduise en cendres pour nourrir les racines de la vie.


Léopold Senghor

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