sábado, setembro 25, 2010

Um suicídio em grande

(imagem daqui)

A voz da razão
Todos reféns

Guterres bateu com a porta. Sócrates não tem a mesma vocação de mártir: ele quer bater com a porta, sim, mas um suicídio é coisa solitária.

Melhor juntar--lhe um homicídio também, ou seja, levar a Oposição, o Presidente da República e o país atrás. Eis, em resumo, a mensagem funesta do funesto Silva Pereira: se o PSD não permitir despesas sem controlo e assaltos continuados ao bolso dos contribuintes, Portugal deixa de ter governo e o FMI que aterre entre nós.

Não vale a pena explicar que a vinda do FMI, festejada pelo fanatismo corrente, condenaria o país a uma vida de cortes duríssimos e, como lembrou Luciano Amaral, potencialmente inúteis: sem a possibilidade de desvalorizar moeda, a competitividade da nossa economia, já de si anémica, entraria em coma irreversível.

Interessa apenas lembrar que a chantagem do PS não é apenas uma arma apontada à cabeça do PSD; é uma ameaça sobre um país inteiro, que ficou refém do seu próprio governo. Em trinta e seis anos de democracia, já houve de tudo. Mas o sequestro em curso é uma absoluta originalidade.

in Opinião - texto de João Pereira Coutinho no CM

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