A data do surgimento das primeiras ilhas dos Açores é ainda uma questão em aberto e a génese daquele arquipélago é complexa. A datação das formações vulcânicas seria um excelente contributo para o avanço da previsão vulcanológica bem como para o conhecimento das potencialidades geoeléctricas das diversas ilhas - eis algumas das conclusões do vulcanólogo Victor Hugo Forjaz apresentadas na ultima reunião da Classe de Ciências da Academia das Ciências de Lisboa, tema que mereceu pedidos de esclarecimentos da maioria dos académicos presentes. Apresentando os últimos resultados conhecidos sobre a geocronologia açoriana (idades de um pouco mais de 400 amostras) bem como uma cartografia de falhas geológicas estruturada em moderna cartografia insular, aquele especialista da Universidade dos Açores considerou que as partes mais antigas e os sectores mais recentes de cada ilha são os de menores capacidades geotérmicas. Victor Hugo Forjaz foi o iniciador do programa geotérmico dos Açores e durante 15 anos liderou aquele original programa de produção de electricidade aproveitando o calor dos vulcões. A comunicação à Academia das Ciências de Lisboa é o culminar de estudos altamente especializados de vulcanologia aplicada.
Segundo o vulcanólogo da Universidade dos Açores, em Santa Maria não existe calor endógeno economicamente rentável e as formações geológicas mais antigas e expostas devem ter cerca de 11 milhões de anos de idade. A ilha mais jovem é o Pico e a gigantesca montanha constituiu-se em apenas 250 mil anos, segundo teses de doutoramento de assistentes daquele especialista. Apenas existem 3 pequenos locais geotermicamente viáveis no Pico. Embora a exploração geotérmica da ilha de S. Miguel seja estrategicamente útil mas economicamente problemática (devido a 2 poços recentes secos) Victor Forjaz discorda da concentração de extracções de calor terrestre no mesmo vulcão. Para ele trata-se de uma opção perigosa sendo erro ainda maior sair da dependência do petróleo árabe e optar-se por maquinas geradoras de origem israelita, ignorando-se a competitividade europeia e japonesa
10-04-2007, Infopress do OVGA
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