quinta-feira, fevereiro 14, 2008

Cupid's Day

À minha namorada e esposa, com amor...

UN DÍA


A tí, amor, este día
a tí te lo consagro.
Nació azul, con un ala
blanca en mitad del cielo.
Llegó la luz
a la inmovilidad de los cipreses.
Los seres diminutos
salieron a la orilla del sol en una piedra.
Y el día sigue azul
hasta que entre en la noche como un río
y haga temblar la sombra con sus aguas azules.
A tí, amor, este día.

Apenas, desde lejos, desde el sueño,
lo presentí y apenas
me tocó su tejido
de red incalculable
yo pensé: es para ella.
Fue un latido de plata,
fue sobre el mar volando un pez azul,
fue un contacto de arenas deslumbrantes,
fue el vuelo de una flecha
que entre el cielo y la tierra
atravesó mi sangre
y como un rayo recogí en mi cuerpo
la desbordada claridad del día.

Es para tí, amor mío.

Yo dije: es para ella.
Este vestido es suyo.
El relámpago azul que se detuvo
sobre el agua y la tierra
a tí te lo consagro.

A tí, amor, este día.

Como una copa eléctrica
o una corola de agua temblorosa,
levántalo en tus manos,
bébelo con los ojos y la boca,
derrámalo en tus venas para que arda
la misma luz en tu sangre y en la mía.

Yo te doy este día
con todo lo que traiga:
las transparentes uvas de zafiro
y la ráfaga rota
que acerque a tu ventana
los dolores del mundo.

Yo te doy todo el día.
De claridad y de dolor haremos
el pan de nuestra vida,
sin rechazar lo que nos traiga el viento
ni recoger sólo la luz del cielo,
sino las cifras ásperas
de la sombra en la tierra.

Todo te pertenece.
Todo este día con su azul racimo
y la secreta lágrima de sangre
que tú encontrarás en la tierra.

Y no te cegará la oscuridad
ni la luz deslumbrante:
de este amasijo humano
están hechas las vidas
y de este pan del hombre comeremos.

Y nuestro amor hecho de luz oscura
y de sombra radiante
será como este día vencedor
que entrará como un río
de claridad en medio de la noche.

Toma este díá, amada.
Todo este día es tuyo.

Se lo doy a tus ojos, amor mío,
se lo doy a tu pecho,
te lo dejo en las manos y en el pelo,
como un ramo celeste.
Te lo doy para que hagas un vestido
de plata azul y de agua.
Cuando llegue
la noche que este día inundará
con su red temblorosa,
tiéndete junto a mí,
tócame y cúbreme
con todos los tejidos estrellados
de la luz y la sombra
y cierra tus ojos entonces
para que yo me duerma.

in Las uvas y el viento, Pablo Neruda

quarta-feira, fevereiro 13, 2008

Não esquecer - 6ª-feira há Reunião de professores em Leiria

6ª feira, 15/2, 18 horas, nova reunião do Movimento...



REUNIÃO IMPORTANTE


6ª feira, 15/2, 18 horas,

nova reunião

Movimento de Escolas e de professores de Leiria

Em defesa da Escola Pública


na Escola Secundária de Francisco Rodrigues Lobo


Participação aberta a todos os professores de todos os graus de ensino

e a representantes de Escolas


Passa a palavra! Traz outro amigo também!

NOTA: Post conjunto com o Blog Em defesa da Escola Pública.

terça-feira, fevereiro 12, 2008

Charles Darwin nasceu há 199 anos

Charles Robert Darwin (Shrewsbury, 12 de Fevereiro de 1809Downe, Kent, 19 de Abril de 1882) foi um naturalista britânico que alcançou fama ao convencer a comunidade científica da ocorrência da evolução e propor uma teoria para explicar como ela se dá por meio da selecção natural e sexual. Esta teoria se desenvolveu no que é agora considerado o paradigma central para explicação de diversos fenómenos na Biologia. Foi laureado com a medalha Wollaston concedida pela Sociedade Geológica de Londres, em 1859.

Darwin começou a se interessar por história natural na universidade enquanto era estudante de Medicina e, depois, Teologia. A sua viagem de cinco anos a bordo do Beagle e textos posteriores trouxeram-lhe reconhecimento como geólogo e fama como escritor. As suas observações da natureza levaram-no ao estudo da diversificação das espécies e, em 1838, ao desenvolvimento da teoria da Selecção Natural. Consciente de que outros antes dele tinham sido severamente punidos por sugerir ideias como aquela, ele confiou-as apenas a amigos próximos e continuou a sua pesquisa tentando antecipar possíveis objecções. Contudo, a informação de que Alfred Russel Wallace tinha desenvolvido uma ideia similar forçou a publicação conjunta da teoria em 1858.

No seu livro de 1859, "A Origem das Espécies" (do original, em inglês, On the Origin of Species by Means of Natural Selection, or The Preservation of Favoured Races in the Struggle for Life), ele introduziu a ideia de evolução a partir de um ancestral comum, por meio de selecção natural. Esta se tornou a explicação científica dominante para a diversidade de espécies na natureza. Ele ingressou na Royal Society e continuou a sua pesquisa, escrevendo uma série de livros sobre plantas e animais, incluindo a espécie humana, v.g. "A descendência do Homem e Seleção em relação ao Sexo" (The Descent of Man, and Selection in Relation to Sex, 1871) e "A Expressão da Emoção em Homens e Animais" (The Expression of the Emotions in Man and Animals, 1872).

Como reconhecimento do seu trabalho, Darwin foi enterrado na Abadia de Westminster, próximo das sepulturas de Charles Lyell, William Herschel e Isaac Newton.

Adaptado do artigo sobre Charles Darwin da Wikipédia

Ministério da Educação forçado a suspender Avaliação dos Professores

0528a.jpg

Cartoon do Antero - Blog Anterozóide

Comunicado da FENPROF:


M.E. FOI OBRIGADO A SUSPENDER PRAZOS DA AVALIAÇÃO E TERÁ, AGORA, DE CUMPRIR REQUISITOS EM FALTA!

O Ministério da Educação conheceu um sério revés na sua intenção de impor prazos apertados e ilegais para que as escolas aprovassem os instrumentos de registo e os indicadores de medida no âmbito da avaliação de desempenho dos docentes (até 25 de Fevereiro) e se fixassem os objectivos individuais de avaliação (até 10 de Março). É que, na sequência da interposição de 5 providências cautelares (4 das quais interpostas pela FENPROF), foi suspensa a aplicação do despacho que atribuía à presidente do CCAP as funções de todo o conselho científico (e que, em anexo, divulgava recomendações que não foram elaboradas pelo CCAP), bem como do que estabelecia os novos prazos intermédios a respeitar pelas escolas.

Mantém, contudo, os prazos finais, já previstos na lei, para a classificação dos docentes com base nas fichas de avaliação: final deste ano lectivo para os contratados; final do próximo ano lectivo para os docentes dos quadros.

Informou o ME, agora, que a utilização de prazos mais largos do que os que, entretanto, foram suspensos, exigirá uma justificação por parte das escolas. Ora, essas justificações são, para os professores, as que constam das inúmeras posições aprovadas pelas escolas e assumidas pela FENPROF nesta batalha jurídica em curso.

De facto, para que os procedimentos de avaliação, a aprovar em cada escola, tivessem lugar seria necessário que:

- o conselho científico para a avaliação dos professores tivesse sido constituído;

- este conselho tivesse elaborado, aprovado e divulgado as recomendações referidas no Decreto Regulamentar n.º 2/2008, de 10 de Janeiro;

- as escolas tivessem podido alterar aspectos relevantes dos seus Projectos Educativos e Regulamentos Internos;

- fossem conhecidas as fichas de avaliação e as ponderações dos parâmetros classificativos, sabendo-se que estas ainda se encontram em fase de negociação, não sendo sequer conhecidos os projectos de algumas delas;

- tivessem sido testadas as fichas de avaliação para que se conhecessem eventuais perversões e erros, alguns dos quais já detectados e denunciados pela FENPROF;

- fosse conhecida a forma de avaliação de todos os docentes, designadamente dos presidentes dos órgãos de gestão, dos directores dos centros de formação, dos coordenadores de departamento (desconhece-se, ainda, os termos da avaliação que é da responsabilidade da IGE), dos docentes em situação de mobilidade…

- estivessem definidos os moldes de implementação e acompanhamento de todo o processo, que é da responsabilidade do CCAP em articulação com a IGE.

É neste quadro que a FENPROF exige o adiamento do processo de avaliação, por não estarem reunidas as condições para que este avance.

Depois de o ME ter anunciado a suspensão dos prazos intermédios da avaliação, nada se alterou, por não se terem reunido as condições que faltavam.

Em suma, após começar a ser notificado, na sequência das providências cautelares apresentadas, o ME fez o inevitável e sacode agora as responsabilidades para as escolas. Ao mesmo tempo, faz chantagem, passando a ideia de que, sem avaliação no final do ano, os professores contratados poderão perder tempo de serviço. O que o ME não diz é que tal só acontecerá se for essa a intenção política dos responsáveis ministeriais.

A FENPROF reitera a posição já tornada pública:

1. O novo regime de avaliação não deverá ser aplicado este ano;

2. O ME deverá tornar claros todos os quadros legais e instrumentos de avaliação, indispensáveis para o trabalho das escolas;

3. As escolas deverão ter o tempo necessário para, no quadro de um amplo debate a realizar pelos seus órgãos, serem tomadas as medidas de carácter organizacional que são indispensáveis;

4. As fichas de avaliação deverão continuar a ser negociadas com os Sindicatos, devendo ser conhecidos, também, os termos em que serão avaliados todos os docentes;

5. Até final do ano lectivo deverão ser testadas as fichas, para que possam ser corrigidas em função do resultado desse teste;

6. Ao ME caberá garantir que, por razões que são da sua exclusiva responsabilidade, não haverá qualquer perda de tempo de serviço para os docentes. Na R. A. Açores, onde as novas fichas regionais de avaliação estão a ser testadas, aplica-se, provisoriamente, o regime de avaliação que vigorou até à entrada em vigor do novo ECD.

Ao contrário do que tem sido referido por responsáveis ministeriais, a FENPROF já formalizou estas propostas, no dia 8 de Fevereiro, junto da Ministra da Educação, aguardando uma resposta da tutela. A FENPROF está disponível para negociar estas medidas de carácter transitório, mas reafirma que o Conselho das Escolas, com quem o ME tem reunido sobre esta matéria, não representa professores, não substitui as organizações sindicais, nem a sua natureza lhe atribui qualquer competência negocial.

Por fim, a FENPROF exorta as escolas a prosseguirem na aprovação de posições que reforcem as que, justamente, têm vindo a ser aprovadas e apela a que nenhuma escola incorra em procedimentos ilegais, por exemplo, aprovando instrumentos internos de avaliação que, por força das providências cautelares interpostas, seriam de validade nula.


Lisboa, 11 de Fevereiro de 2008

O Secretariado Nacional

Tribunal trava avaliação de professores

Em Leiria os professores estão a organizar-se para defender a Escola Pública e a dignidade de uma profissão que amam... Dentro da comunidade de docentes foi decidido que nos iremos reunir na próxima 6ª-feira, às 18.00 horas na Escola Secundária Francisco Rodrigues Lobo, para debater livremente a maneira de obstar à tentativa de destruição da Escola Pública e da sanidade mental dos que nela diariamente labutam. Eis o texto, retirado do Blog Em defesa da Escola Pública, que mostra a nossa revolta e a nossa esperança:


Só a união nos dará força
Só a união de todos os professores pode combater este indigno e inexequível processo. Os tribunais suspenderam-no totalmente. Curiosamente, só a Ministra pensa estar acima dos tribunais, "legislando" nos media.

Por isso, dentro de toda a legalidade, os professores devem dar o seu contributo para este modelo de avaliação, isto é, dizendo que não serve para os Professores, para a Educação, nem para o ambiente de tranquilidade das Escolas.

Como? Aprovando em reuniões de departamento as moções que manifestem o seu repúdio pela actual proposta ministerial e a vontade de ter uma avaliação diferente, desburocratizada, exequível e formativa.

O Conselho de Escolas (um órgão consultivo do Ministério da Educação, constituído com o objectivo de contribuir para uma participação mais efectiva das escolas na definição da política educativa) já tinha manifestado a sua convicção de que este modelo de avaliação não era exequível e que continha inúmeras ilegalidades. O que fez a Ministra? Não lhe deu ouvidos!

Os Tribunais, finalmente, puseram um ponto de ordem a esta insane e pérfida tentativa de humilhar os Professores.

Os professores estão, sempre estiveram, dentro da legalidade. Fora dela, tentando sobreviver, estão a Ministra da Educação e seus Secretários.

Formação em Astronomia em Leiria - 16 e 17 de Fevereiro


Vamos fazer, no próximo fim-de-semana (dias 16 e 17 de Fevereiro de 2008), conforme nós aqui anteriormente anunciámos, na Escola Secundária Francisco Rodrigues Lobo, em Leiria, uma Acção de Formação, não-creditada, para professores, na área da Astronomia. Esta será dada pela astrónoma Maria Luísa Almeida, do PT-HOU (http://www.pt.euhou.net/) e NUCLIO-Núcleo Interactivo de Astronomia(http://www.nuclio.pt/) e é especialmente dirigida a professores de Físico-Química, Biologia/Geologia, Geografia, Matemática e/ou de outros grupos de docência, desde que interessados em Astronomia, observações astronómicas, controlo remoto de telescópios e astrofotografia.

Recorda-se que se aceitam inscrições (no máximo 20 professores) até à véspera (15.02.2008) às 16.00 horas, para o e-mail (fernando.oliveira.martins@gmail.com) ou Fax (244 854 019), indicando Nome, Grupo Disciplinar, e-mail e Escola onde leccionam.

O Programa (ainda provisório, dependendo das características e área de ensino dos participantes) será o seguinte:

Sábado, 16 de Fevereiro de 2008
09.45 – 10.00: Recepção e apresentação dos participantes;
10.00 – 10.15: Apresentação do projecto Hands-On Universe: EU-HOU e G-HOU
10.15 – 11.30: Software de manuseamento de imagens astronómicas SalsaJ;
11.30 – 11.45: Intervalo para café;
11.45 – 13.15: Telescópios ópticos operados remotamente: planeamento e observação;
13.15 – 14.45: Intervalo para almoço;
14.45 – 16.15: Exercício “Distâncias no Universo” (Cefeidas);
16.15 – 16.30: Intervalo para café;
16.30 – 18.00: Exercício “A vida das estrelas e os seus espectros” (SpectraJ).

Domingo, 17 de Fevereiro de 2008
10.00 – 11.30: Exercício “A massa de uma galáxia”;
11.30 – 11.45: Intervalo para café;
11.45 – 13.15: Exercício “Detecção de planetas extra-solares”;
13.15 – 14.45: Intervalo para almoço;
14.45 – 16.15: Exercício “Os braços espirais da nossa galáxia”;
16.15 – 16.30: Intervalo para café;
16.30 – 17.30: Projectos: supernovas e descoberta de asteróides
17.30 – 18.00: Propostas de projectos de investigação científica nas Escolas;
18.00 – 18.15: Encerramento.

Pede-se às pessoas que divulguem a actividade e se inscrevam...

LINKS:
NOTA: Post em estereofonia com o Blog AstroLeiria.

segunda-feira, fevereiro 11, 2008

Movimento de Professores Revoltados

Mais um grupo decidido a actuar em defesa da escola pública


COLEGAS PROFESSORES!

De uma vez por todas VAMO-NOS UNIR!

O FUTURO não será cor-de-rosa e 'estranhamente' temos consciência disso ... e estamos a ser coniventes. Sempre concordamos que os Sindicatos nada fazem ... e nós? Somos o MPR - Movimento Professores Revoltados, formado inicialmente por um pequeno grupo de professores INCONFORMADOS e a espalhar-se POR TODO O PAÍS com uma ENORME e galopante adesão.

REENVIEM para TODOS os vossos contactos de professores os endereços do E-MAIL (movimentoprofesoresrevoltados@gmail.com) e do BLOG (http://movimentoprofessoresrevoltados.blogspot.com) com o propósito de mobilizar TODO O CORPO DOCENTE para as iniciativas que nos propomos desenvolver.

Consultem com regularidade o BLOG, comentem e/ou enviem artigos vossos para o nosso e-mail.

Este BLOG pretende ser uma FORÇA ACTIVA!

REENVIEM este e-mail, comentem com os vossos colegas na escola, COLABOREM por um OBJECTIVO ÚNICO!

VAMOS LUTAR!


Atenciosamente,
Movimento Professores Revoltados.

27 ano do Departamento de Geologia da Universidade de Lisboa

Via mailing-list da GEOPOR, com os nossos parabéns à Instituição e as pessoas que a constituem:

Estimados Colegas, Funcionários Não Docentes, Colaboradores e Estudantes:

Como é do vosso conhecimento, o Departamento de Geologia cumpre 27 anos de existência no próximo dia 4 de Fevereiro. Atendendo a que, este ano, a data em causa coincide com a pausa lectiva (Férias de Carnaval - 3 a 9 de Fevereiro) a Comissão Executiva decidiu adiar o evento comemorativo para o dia 12 (3ªfeira). Assim, temos a honra de convidá-lo(a) a participar nas comemorações do aniversário do GeoFCUL, dia 12 de Fevereiro, com o seguinte programa:

1) 10h30-11h30 (Sala 6.1.36) - Conferência proferida pelo Professor Doutor António Ribeiro, subordinada ao tema "Evolução Geodinâmica Ante-Mesozóica do SW Europeu".

2) 11h45-12h30 (Sala 6.1.36) - Entrega de Menções Honrosas aos Licenciados em Geologia no ano 2006/07 com melhor classificação.

3) 13h00- Almoço de confraternização (espaço bar do C6).

Solicita-se a todos os interessados em participar no almoço que manifestem a sua intenção junto da Sr.ª D. Cleta Melo até ao próximo dia 6 de Fevereiro.

O custo do almoço por pessoa é de EUR 20,00.


Com os melhores cumprimentos,

A Comissão Executiva do Departamento
António Mateus

Dep. Geologia da Faculdade de Ciências de Lisboa
Edificio C6, Piso 4
Campo Grande
1749-016 Lisboa
Portugal

Tel: 351-217.500.066 (ext 26449); 351-217.500.373
Fax: 351-217.500.064

Mais informações AQUI.

Pegadas de dinossáurio ibéricas candidatadas a Património Mundial

Portugal e Espanha apresentaram, no dia 31.01.2008, candidatura conjunta de jazidas com pegadas de dinossáurio ibéricas a Património Mundial da UNESCO

Icnofóssil de pegada de dinossauro terópode
Vale de Meios. Jurássico
CMS/2007
 
A candidatura:

As jazidas fossilíferas com pegadas de dinossauros encontradas na Península Ibérica foram apresentadas à UNESCO para classificação como Património da Humanidade.

A candidatura das jazidas portuguesas foi coordenada pelo Ministério do Meio Ambiente com base na investigação paleoicnológica desenvolvida pela paleontóloga Vanda Santos, do Museu Nacional de História Natural da Universidade de Lisboa (e diplomada do GeoFCUL).

As jazidas portuguesas incluidas na candidatura são: Pedreira do Galinha e Vale de Meios (ver foto da manchete), ambas no Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros, e Pedra da Mua, no Parque Natural da Arrábida, toda elas de idade jurássica.

"As jazidas com pegadas de dinossauros constituem locais de excepcional interesse geológico e paleontológico e têm valor universal do ponto de vista científico, didático e patrimonial, pois constituem relevantes vestígios de locomoção de dinossauros", afirmou a Comissão Nacional da Unesco de Portugal.

"Outros trilhos, que por razões de ordem técnica não puderam nesta fase ser incluídos na candidatura, oportunamente serão objeto de uma adenda à presente proposta", acrescentou, ainda, a comissão.

A candidatura, apresentada no dia 31 de Janeiro, deve ser analisada na sessão de 2009 do Comité do Património Mundial, que decidirá sobre a sua integração na Lista do Património Mundial da UNESCO.

 
O GeoFCUL e as jazidas de pegadas de dinossáurios:

Várias actividades desenvolvidas pelo GeoFCUL envolvem as jazidas de pegadas de dinossáurios agora apresentadas para classificação como património mundial:
 
  
Para saber mais sobre este tema:
 


CMS/06.02.2008
  
in site GeoFCUL - ver notícia

domingo, fevereiro 10, 2008

Fizemos Asneira, Vocês Que Se Desenrasquem

Do Blog A Educação do meu Umbigo publicamos o seguinte post, de autoria de Paulo Guinote (um professor de esquerda moderada, que um dia destes há-de explicar a frase do final do post...), recomendando a leitura dos comentários:

Ontem já não andei por aqui a tempo para conhecer a tardia decisão do ME (reuniões ao sábado? isto é que é produtividade!), em aparente consenso com o Conselho de Escolas, para lançar borda fora os prazos que, Maria de Lurdes e Jorge o diziam, seriam para cumprir, porque tudo estava a correr bem e as escolas não precisavam mesmo nada de saber mais do que aquilo que o ME ia conseguindo produzir a conta-gotas e contra os prazos que o próprio definira.

Hoje pela manhã o Público confirma que:

Ministério da Educação alarga margem de manobra para avaliação de professores

As datas para que as classificações dos professores sejam expressas mantêm-se, mas a maneira como cada escola irá organizar-se para cumprir essa avaliação poderá ser mais flexível e não obedecer aos prazos intermédios previstos. A decisão foi ontem anunciada pelo Ministério da Educação (ME).
“Vamos dar às escolas liberdade de se organizar, desde que respeitem os objectivos decisivos”, disse ao PÚBLICO o secretário de Estado adjunto da Educação, Jorge Pedreira, depois de uma reunião com a direcção do Conselho das Escolas (órgão consultivo do ME que representa todos os estabelecimentos de ensino).
Nas datas das classificações - o final deste ano lectivo para os professores contratados e o do próximo para os outros - “não há qualquer adiamento”, mantém Jorge Pedreira. Pelo meio é que será possível gerir etapas, sempre que as escolas “fundamentarem a impossibilidade que têm de cumprir” metas calendarizadas.

Esta decisão, o modo como é apresentada e a metodologia usada para lá chegar merecem variadíssimos comentários que certamente não se esgotam num post.

  • Antes de mais o facto do ME usar o Conselho de Escolas como o seu interlocutor para esta matéria visa anular o efeito do parecer negativo deste órgão sobre o processo de avaliação e, por outro lado, co-responsabilizá-lo pela decisão em curso, como se o único problema fossem os prazos e não a metodologia a seguir no processo de avaliação e o CE validasse tudo o resto. Se calhar até valida (por iso é que não gosto de pareceres demasiado abrangente e indefinidos).
  • Em seguida, usa-se novamente o sistema de fazer letra morta do que foi legislado em decreto-lei, ficando eu na expectativa da forma como o ME verterá em diploma a decisão agora tomada.
  • Para além disso, repara-se como o Governo passou a enveredar pelo «recuo, não recuando», expresso nas lamentáveis declarações que sucessivamente Jorge Pedreira vai fazendo sobre todos os assuntos em agenda, começando a ultrapassar Mário Lino em ziguezagues retóricos. Afinidades, respeitinhos, obediências à parte, Jorge Pedreira já deveria ter-se ido embora depois do lamentável desempenho, tanto por ocasião do ECD, como pela chantagem implícita sobre o processo de avaliação e culminando agora neste exuberante flik-flak à retaguarda, quando confrontado com as suas firmes afirmações em contrário proferidas ainda esta semana. Como sempre, continuo a ter dificuldade em distinguir uma mentira política de outro tipo de mentiras. Sei que é feitio ou defeito meu, mas assumo-o. Mas verdade seja dita que Valter lemos também ainda lá está de pedra e C.a, depois de ter assinado despachos sucessivamente desautorizados pelos Tribunais.
  • Entretanto, é óbvio que a medida actual visa apenas ganhar tempo, um pouco de fôlego e apagar a contestação em algumas instâncias das escolas, nomeadamente os seus órgãos de gestão que o Conselho de Escolas representará. Claro que este recuo é um recuo. Mas também é verdade que é um mero recuo táctico que não implica uma mudança de estratégia. O Ministério falhou fragorosamente na implementação no novo modelo de avaliação dos professores (começando desde logo pela admissão da incapacidade de avaliar os avaliadores, seguindo-se depois a incapacidade para colocar em funcionamento o CCAP e agora admitindo que definiu prazos sem sentido para todo o processo). Mas o objectivo é que em 2009 os professores estejam todos manietados pela avaliação, a qual estará dependente da avaliação dos seus alunos e, dessa forma, condicionando os resultados finais no ano lectivo de 2008-09, que são aqueles que se pretendem apresentar em cima das eleições.
  • Para tudo isto usou-se o método chico-esperto do tuga desenrascado: fizemos isto mal, errámos em grande, mas afinal está tudo bem, vocês que se desenrasquem, porque os vossos representantes acham que isto é apenas uma questão de prazos.

Agora fica a questão essencial: o Conselho de Escolas concorda com isto? Acha que só os prazos estão errados? Que tudo o mais está certo e assenta numa metodologia correcta? Se assim for, penso que o Conselho de Escolas representa realmente a minoria dos adesivos que apenas receia não ter tempo para desenhar as grelhas com todos os requintes, com o bold certo nos títulos e os destaques a cor nos sítios certos. Certamente não representa as “Escolas” e está apenas tenta diminuir a tensão causada pelas posições demasiado “autónomas” dos últimos tempos. Porque a questão não está apenas nos prazos, a questão está na forma como este processo pesadamente burocrático tolhe o normal funcionamento do trabalho pedagógico dos docentes. A questão está na necessidade de repensar o modelo e os critérios usados para a avaliação. Enquanto o CE não tiver coragem - ou não achar necessidade nisso - para apontar os erros do modelo, discutir prazos não passa de peanuts, porque tudo dará no mesmo.

Entretanto, acredito «sem a mínima dúvida» que mesmo tendo sido ao sábado, a Presidência da República tenha «acompanhado» mais esta evolução na área da Educação.

(volta Santana, porque afinal…)

Posted by Paulo Guinote under (In)Competência, Avaliação, Coerências, Docentes, Educação, Inversões de Marcha, Truques

De vitória em vitória - é bom ver um SE assumir os erros

Decisão depois de reunião com Conselho das Escolas
Ministério da Educação alarga margem de manobra para avaliação de professores
10.02.2008 - 09h09 Bárbara Simões

As datas para que as classificações dos professores sejam expressas mantêm-se, mas a maneira como cada escola irá organizar-se para cumprir essa avaliação poderá ser mais flexível e não obedecer aos prazos intermédios previstos. A decisão foi ontem anunciada pelo Ministério da Educação (ME).

"Vamos dar às escolas liberdade de se organizar, desde que respeitem os objectivos decisivos", disse ao PÚBLICO o secretário de Estado adjunto da Educação, Jorge Pedreira, depois de uma reunião com a direcção do Conselho das Escolas (órgão consultivo do ME que representa todos os estabelecimentos de ensino).

Nas datas das classificações - o final deste ano lectivo para os professores contratados e o do próximo para os outros - "não há qualquer adiamento", mantém Jorge Pedreira. Pelo meio é que será possível gerir etapas, sempre que as escolas "fundamentarem a impossibilidade que têm de cumprir" metas calendarizadas.

Para o próximo dia 25, por exemplo, estava marcado o fim do prazo para os estabelecimentos de ensino aprovarem as grelhas de avaliação e definirem o que será mais valorizado em cada parâmetro.

Para os docentes, a esperança na suspensão dos procedimentos em curso nas escolas, no âmbito deste modelo de avaliação dos professores, foi reforçada, na sexta-feira, pelo Tribunal Administrativo de Lisboa, que aceitou a providência cautelar, interposta por um sindicato (o Sindep), para adiamento da avaliação do desempenho dos professores. Os sindicatos têm defendido que não há condições para avançar com a avaliação no ano lectivo em curso.

A suspeita de ilegalidade que motivou a acção do Sindicato Independente e Democrático dos Professores (Sindep) tem a ver com um despacho do secretário de Estado Jorge Pedreira. Na antiga inspectora-geral da Educação, Conceição Castro Ramos, foram delegadas competências para emitir recomendações atribuídas por lei ao Conselho Científico para a Avaliação dos Professores, ainda por constituir.

A decisão do tribunal "é importantíssima", considera o secretário-geral do Sindep, Carlos Chagas. A suspensão do que está a ser feito "vai ser um facto e só acabará quando todo o processo de acabamento legislativo sobre a avaliação estiver terminado", diz.

A providência cautelar do Sindep é suspensiva e o Ministério da Educação tem 10 dias para responder. Falta agora conhecer o destino das quatro providências cautelares também já entregues - em Coimbra, Lisboa, Porto e Beja - pelos sindicatos da Federação Nacional dos Professores (Fenprof).

O secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira, espera boas notícias para breve: "Na segunda-feira [amanhã] provavelmente teremos informações do que se passou relativamente à de Coimbra", a primeira das quatro a ser entregue. "E tudo indicia que, se tivesse sido indeferida, já teríamos sido informados." A federação contesta a legalidade de três despachos relativos à avaliação do desempenho.

Nogueira vê na decisão do Tribunal Administrativo de Lisboa "um óptimo sinal para os professores e para as escolas". E lembra que "a eficácia do despacho é suspensa assim que o ME é notificado", pelo que todos os actos entretanto executados, nesse âmbito, nas escolas "são de validade nula".

Já o secretário de Estado Jorge Pedreira desvaloriza a providência cautelar, argumentando que "não trava o processo" em curso. Até porque, defende, "no limite, as recomendações em causa não são um elemento indispensável cuja inexistência implicasse a suspensão do processo de avaliação". O Ministério da Educação responderá ao tribunal no prazo previsto.

in Público - ler notícia

sábado, fevereiro 09, 2008

Autonomia e Gestão: CNE recomenda Acção Sensata ao Governo

Do excelente Blog terrear publicamos o seguinte post:

O Conselho Nacional de Educação aprovou hoje, apenas com dois votos contra, o projecto de parecer noticiado há dias pelo DN.

O parecer hoje aprovado pelo CNE torna evidente:
a) que esta iniciativa de alterar o regime de autonomia e gestão das escolas é inoportuna e infundamentada;
b) que o Ministério da Educação deveria avaliar o modelo em vigor e aproveitar as potencialidades que contém (nomeadamente através dos paralisados contratos de autonomia);
c) que muitas das soluções propostas são contraditórias com os propósitos declarados (nomeadamente no referente à autonomia das escolas, que acaba por ser restringida, numa lógica de acção hipócrita em que se diz uma coisa e faz outra);
d) que a ilusão da concentração do poder pode sair cara à eficácia da acção educativa;
e) que a lógica da desconfiança nos professores não pode continuar a prevalecer nas iniciativas políticas;
f) que praticamente o único ponto positivo é reforço da participação (e da responsabilidade) comunitária.

Em síntese e conclusão: depois da generalidade dos pareceres críticos, do parecer muito negativo do Conselho das Escolas, o CNE propõe uma acção sensata ao Ministério: que deixe na gaveta esta proposta, melhore o actual regime de autonomia e gestão aproveitando todas as suas potencialidades depois de uma avaliação participada.

Depois do sr. Primeiro Ministro ter ido ao CNE, em sinal de valorização do papel deste órgão, e tendo expressamente referido que aguardaria e valorizaria as recomendações do Conselho, será interessante saber qual vai ser a posição do Governo e em particular do ME que parece ter uma agenda e um calendário mais ou menos oculto e que legisla contra tudo e contra todos.

Para já ficam as declaração do Presidente no final da sessão plenária. O parecer segue dentro de pouco tempo.

Científico ou político?

Do Blog WEHAVEKAOSINTHEGARDEN publicamos o seguinte post (sem a figura inicial, que podem ver indo ao post original e que favorece nitidamente a Ministra da Educação...):

«A Federação Nacional dos Sindicatos da Educação (FNE) considerou esta quarta-feira que a possibilidade de a ministra da Educação presidir ao Conselho Científico para a Avaliação de Professores (CCAP) retira a este órgão o carácter científico, conferindo-lhe «mero carácter político», escreve a Lusa. "Trata-se, no entender desta Federação, de uma clara menorização do conselho científico, reforçada pelo facto de o próprio ministro da Educação de turno poder presidir às suas reuniões, retirando-lhe o carácter cientifico e conferindo-lhe mero carácter político», afirma a estrutura sindical, em comunicado". »

in [Portugal Diário]

«O Ministério da Educação garantiu hoje que nenhum membro do Governo participará nas deliberações do Conselho Científico para a Avaliação dos Professores (CCAP), apesar da possibilidade de a ministra poder presidir àquele órgão com direito a voto de qualidade.
"O membro do Governo poderá, por sua iniciativa ou convite, dirigir-se aos membros do Conselho com a dignidade do cargo que ocupa. Não há nenhuma intenção de que este órgão consultivo seja direccionado do ponto de vista da tomada de deliberações pelo membro do Governo. Não é isso que se pretende", reiterou o secretário de Estado adjunto e da Educação, Jorge Pedreira.»
inSol


O Sr. Secretário diz que não é isso que se pretende, mas então o que se pretende realmente?

Porque se criou uma lei possibilitando aquilo que dizem não pretender?

É que aquilo que não se pretende hoje não quer dizer que seja aquilo que se pretende amanhã. Se não há a vontade de controlar politicamente o dito Conselho Cientifico porque se permite que um político presida às reuniões e tenha voto de qualidade?

Que me desculpem os senhores do Ministério da Educação, mas com as provas que têm dado ao longo deste mandato, não posso deixar de não acreditar muito nas suas palavras.

sexta-feira, fevereiro 08, 2008

Avaliação dos Professores - Mais Três Tomadas de Posição

Na sequência do texto anterior, aqui fica um post do Blog A Educação do Meu Umbigo, de Paulo Guinote:

Agradecendo à colega Sandra C., aqui ficam os documentos produzidos em mais três escolas/agrupamentos sobre este tema: no Agrupamento Vertical de Escolas Luisa Todi (Setúbal); na Escola Emídio Navarro de Almada (emidio-navarro.pdf) e no Agrupamento de Escolas de Lousada Oeste (lousada.pdf).

A divulgação destas posições é tanto mais importante, quanto a política actual do ME visa atomizar o sistema público de ensino, de forma a quebrar-lhe laços de solidariedade horizontal e a fomentar a sensação de isolamento de cada unidade (sejam agrupamentos, escolas, órgãos de gestão, departamentos ou docentes) de modo a fazer-lhes sentir que a sua posição de contestação e resistência é inútil e vulnerável, porque desenquadrada de um movimento global.

E exactamente porque algumas posições resultam meramente do bom-senso mais básico e não de uma oposição declarada e desenfreada, maisse torna estranho que o ME insista na sua posição de irredutibilidade e, no seu caso sim, isolamento.

Avaliação dos Professores - Cartas à Ministra da Educação

Publicamos hoje uma carta dirigida pelos seus autores à Ministra da Educação e uma tomada de posição do Conselho Pedagógico de uma Escola:

1. CARTA

Ex.mª Senhora Ministra da Educação

POR UMA AVALIAÇÃO SÉRIA, JUSTA E CREDÍVEL!

1 – Considerando:

· Toda a legislação que chegou às escolas no mês de Janeiro – Decreto Regulamentar n2/2008, Lei nº 3/2008, Decreto-Lei nº 3/2008;

· Todas as reformulações que são necessárias introduzir no PE, no RI e no Plano Anual de Actividades;

· Toda a informação que é indispensável preparar, adaptar (porque os ciclos de ensino e as escolas não são todas iguais) para que chegue a todos os docentes;

· A falta de aspectos formais da responsabilidade do Ministério da Educação que lança as maiores dúvidas e incertezas nas escolas;

· A falta de orientações e de "recomendações" do Conselho Científico para a Avaliação de Docentes;

· A impossibilidade do CP da escola em aprovar os "instrumentos de registo" para se processar à referida avaliação;

· A falta do despacho de expressão das ponderações dos parâmetros de avaliação, previsto no nº2 do art.º20 do Diário da República nº2/2008; a falta do Despacho conjunto do estabelecimento de quotas, previsto no nº4 do art.º21; a falta da Portaria que define os parâmetros classificativos a realizar pela Inspecção, previsto no nº4 do art.º29; a falta do Diploma que rege a avaliação dos membros das direcções executivas que não exercem funções lectivas, previsto no nº1 do art.º31, e a falta do Despacho que aprova as fichas de avaliação, previsto no art.º35.



2 – Considerando ainda:

· A insensibilidade do Ministério para a complexidade e especificidade de cada escola, nomeadamente, da Escola Secundária de Avelar Brotero, em que se verifica uma grande incongruência na composição dos departamentos, concretamente, no que ao Departamento com o código 530 diz respeito;

· As dimensões desta Escola com a introdução do Ensino Profissional e a sucessiva contratação de docentes ao longo do ano lectivo;

3 – Perante o exposto, contradições, orientações contrárias a legislação em vigor (a extensão dos Departamentos criados para o Concurso de Professor Titular), incongruências, lacunas e complexidades, torna-se humanamente impossível cumprir prazos e elaborar um trabalho ponderado e sério. Consideramos um erro grave exigir tanto em tão pouco tempo, quando as culpas do estado em que se encontra o Ensino Público em Portugal se devem mais às políticas das várias equipas que passaram pelo Ministério da Educação do que à responsabilidade dos docentes, ideia com que se tem pretendido passar para a opinião pública. Não basta lançar reformas. Mais importante é prepará-las e dar formação a quem as vai implementar para que tenham êxito.

Neste sentido, o Conselho Executivo e o Conselho Pedagógico da ESAB, reunido ordinariamente a 23 de Janeiro de 2008,(representativo dos 240 professores que integram o corpo docente da escola), propõem:

1. Que seja dada formação científica e pedagógica aos Coordenadores / Avaliadores de Departamento, tal como está previsto para os Inspectores, antes de se iniciar qualquer processo de Avaliação de Desempenho, para que o processo, no futuro, seja considerado sério, justo e credível.

2. Que o Ministério da Educação adie o referido processo e prepare com coerência todos os aspectos formais em falta, repondo, deste modo, o respeito pelo trabalho docente.

A Presidente do Conselho Executivo da Escola Secundária de Avelar Brotero


2. TOMADA DE POSIÇÃO

Posição do Conselho Pedagógico da Escola Secundária Martins Sarmento relativa ao Decreto-Regulamentar n.º 2/2008, de 10 de Janeiro de 2008.



O Conselho Pedagógico da Escola Secundária Martins Sarmento, após análise atenta do novo regime de avaliação do desempenho do pessoal docente, consignado no Decreto-Regulamentar n.º 2/2008, de 10 de Janeiro, considera que este diploma prevê prazos de execução que não podem ser cumpridos, informações complementares a todo este processo omissas e aspectos que devem ser revistos, quer porque comportam injustiças quer porque são inexequíveis:


Primeiro, pela inexistência dos suportes documentais e legais imprescindíveis à sua aplicabibilidade. Cite-se a título de exemplo:

. Inexistência de despacho de delegação de competências previsto no n.º 2 do art.º 12.º;

. Inexistência de despacho de expressão das ponderações dos parâmetros de classificação previsto no n.º 2 do art.º 20.º;

. Inexistência do despacho conjunto de estabelecimento de quotas previsto no n.º 4 do art.º 21.º;

.Inexistência de Portaria que defina os parâmetros classificativos a realizar pela inspecção, prevista no n.º 4 do art.º 29.º;

. Inexistência de um Conselho Científico a quem competirá a formulação de recomendações para a avaliação dos professores;

. Inexistência de informação sobre o posicionamento dos professores na carreira docente, em virtude da aplicação do novo Estatuto da Carreira Docente e do Decreto-‑Lei n.º 200/2007, mormente a situação dos docentes situados nos últimos escalões da carreira de professor titular.


Segundo, porque o referido diploma contem disposições que carecem de imprescindíveis esclarecimentos, que ainda não foram prestados às escolas, nomeadamente:

. A impossibilidade de as escolas estabelecerem indicadores de progresso dos resultados esperados e do abandono, quando a informação oficial disponível mais recente diz respeito a 2004-2005;

. A impossibilidade de estabelecer indicadores sobre abandono escolar, quando o próprio conceito carece de uma definição rigorosa;

. A impossibilidade de avaliar e definir o conceito de contexto socioeducativo, muito diverso e fragmentário no âmbito de uma mesma escola, muito mais num agrupamento de escolas e que comporta nuances sociológicas que ultrapassam o âmbito de actuação do docente, visto que pressupõe um estudo especializado;


Terceiro, porque pressupõe a reformulação de documentos internos à escola dos quais depende a elaboração do Plano Individual de Avaliação de cada um dos docentes: Projecto Educativo, Plano Anual de Actividades e Regulamento Interno; estes documentos foram elaborados antes da publicação do diploma de avaliação do Pessoal Docente. Sublinhe-se que os mesmos não foram formulados em termos operacionais que tivessem em conta a avaliação dos professores.


Quarto, porque ignora que "a educação é uma actividade que obedece a um calendário com características próprias a que se chama 'ano lectivo'. Começa a 1 de Setembro e não a 1 de Janeiro. Cada ano lectivo necessita de planeamento e preparação atempada. As escolas e os agentes educativos ao prepararem o ano lectivo devem estar na posse dos elementos mais relevantes para fazerem uma adequada planificação do seu trabalho" (Paulo Guinote). A importância deste aspecto revela-se de particular pertinência no que diz respeito ao horário dos professores avaliadores, nomeadamente o dos coordenadores de departamento; compreende-se mal como é que um horário elaborado para cumprir as atribuições previstas no início do ano lectivo é compaginável com a actual exigência de avaliar os seus colegas — em muitos casos, numerosos. Percebe-se também que, concentrando-se todo o processo de avaliação no 3º período, ele gerará uma turbulência e desorientação na vida das escolas, que em nada será benéfico para a melhoria dos resultados escolares dos alunos e da qualidade das aprendizagens.


Quinto, porque não estão garantidos os meios e as condições necessários ao desempenho do processo de avaliação, quer no que respeita aos avaliados quer aos avaliadores, porque não basta ter nas mãos uma ficha de observação de aulas para saber avaliar, e porque não foi a eleição democrática que os investiu do saber necessário a esta actividade, por natureza complexa e polémica. No que diz respeito à avaliação dos coordenadores, feita pela Inspecção Geral de Educação, é retirada a equidade do processo de avaliação dos docentes, para além de se verificar uma mistura de funções, pois a IGE passa a acumular funções de avaliador interno e externo; porque a CCAD (Comissão de Coordenação da Avaliação do Desempenho), constituída por quatro professores titulares do CP e pelo Presidente do Conselho Pedagógico recairá, na maioria das situações, nos coordenadores de departamento, que ficarão sujeitos a uma sobrecarga de trabalho.


Sexto, dada a existência de pontos em que claramente discordamos e que desejamos ver alterados:

. As percentagens do nível de assiduidade pressupostas para a atribuição das menções de Excelente e Muito Bom negam os direitos contemplados no Estatuto da Carreira Docente no que respeita a faltas, ainda que o próprio Estatuto comporte essa contradição;

. O conceito de prestação voluntária de apoio à aprendizagem dos alunos, previsto no art.º 9.º, ponto 2, alínea c), pois o docente deve ser avaliado apenas dentro dos limites do serviço distribuído, lectivo e não lectivo;

. A avaliação do docente com base nos resultados obtidos pelos seus alunos nas provas de avaliação externa, resultados esses confrontados com a classificação interna final, uma vez que os critérios que presidem à atribuição da segunda classificação estão ausentes da primeira e, ainda, porque esta não tem em conta o contexto socioeducativo e a diversidade dos territórios pedagógicos; ainda neste ponto, consideramos que se cria discriminação ao nível das diversas disciplinas, uma vez que nem todas estão sujeitas à obrigatoriedade da avaliação externa;

. A situação dos actuais coordenadores de departamento que se vêem investidos de responsabilidades que não estavam previstas no momento em que foram eleitos;

. A desresponsabilização das famílias, no que toca a situações de insucesso e abandono escolar, centrando a responsabilidade apenas nos professores, quando o contexto socioeducativo dos alunos ultrapassa muitas vezes o âmbito pedagógico dos docentes;

. A aplicação deste decreto não prevê, na avaliação do desempenho do Pessoal Docente, um carácter essencialmente formativo e de correcção de dificuldades e insuficiências da prática lectiva.

O Conselho Pedagógico

sábado, fevereiro 02, 2008

Formação em Astronomia em Leiria - 16 e 17 de Fevereiro


Nos dias 16 e 17 de Fevereiro de 2008 iremos realizar, na Escola Secundária Francisco Rodrigues Lobo, em Leiria, uma Acção de Formação, não-creditada, para professores. Esta será dada pela astrónoma Maria Luísa Almeida, do PT-HOU (http://www.pt.euhou.net/) e NUCLIO-Núcleo Interactivo de Astronomia(http://www.nuclio.pt/). A organização da mesma está a cargo do Fernando Martins (Núcleo de Astronomia Galileu Galilei e Departamento de Ciência Físicas e Naturais do Agrupamento de Escolas Dr. Correia Mateus) e de Amélia Moura (Departamento de Ciências Físico-Químicas da Escola Secundária Francisco Rodrigues Lobo).

Aceitam-se inscrições (no máximo 20 professores) até à véspera (15.02.2008) às 16.00 horas, para o e-mail (fernando.oliveira.martins@gmail.com) ou Fax (244 854 019), indicando Nome, Grupo Disciplinar, e-mail e Escola onde lecciona.

PROGRAMA (Provisório)

Sábado, 16 de Fevereiro de 2008
09.45 – 10.00: Recepção e apresentação dos participantes;
10.00 – 10.15: Apresentação do projecto Hands-On Universe: EU-HOU e G-HOU
10.15 – 11.30: Software de manuseamento de imagens astronómicas SalsaJ;
11.30 – 11.45: Intervalo para café;
11.45 – 13.15: Telescópios ópticos operados remotamente: planeamento e observação;
13.15 – 14.45: Intervalo para almoço;
14.45 – 16.15: Exercício “Distâncias no Universo” (Cefeidas);
16.15 – 16.30: Intervalo para café;
16.30 – 18.0:0 Exercício “A vida das estrelas e os seus espectros” (SpectraJ).

Domingo, 17 de Fevereiro de 2008
10.00 – 11.30: Exercício “A massa de uma galáxia”;
11.30 – 11.45: Intervalo para café;
11.45 – 13.15: Exercício “Detecção de planetas extra-solares”;
13.15 – 14.45: Intervalo para almoço;
14.45 – 16.15: Exercício “Os braços espirais da nossa galáxia”;
16.15 – 16.30: Intervalo para café;
16.30 – 17.30: Projectos: supernovas e descoberta de asteróides
17.30 – 18.00: Propostas de projectos de investigação científica nas Escolas;
18.00 – 18.15: Encerramento.

NOTA: Post retirado do Blog AstroLeiria.

Trabalhar na área do Petróleo

GEOLOG procura licenciados em Coimbra para trabalharem em países com exploração petrolífera
2008-01-31

A empresa GEOLOG, com sede na Holanda, vai esta nos próximos dias 4 e 6 de Fevereiro no Departamento de Ciências da Terra da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) para recrutar Licenciados na área das Geociências para trabalharem em países com exploração petrolífera.

Será a terceira sessão que a GEOLOG promove na Universidade de Coimbra, nos últimos dois anos, e tem em vista a selecção de licenciados para o mercado da prospecção de hidrocarbonetos.

De acordo com Luís Vítor Duarte, Docente da FCTUC, “a empregabilidade na área das Geociências constitui um bom exemplo daquilo que é o mercado global. Nos dias de hoje, existe uma grande solicitação de recém-licenciados na área da geologia para trabalhar em companhias petrolíferas por esse mundo fora. Para além dos requisitos de uma boa formação académica, o interesse de uma empresa como a Geolog reside, curiosamente, no facto dos geocientistas portugueses se enquadrarem muito bem nesta filosofia "global".

Após a selecção, haverá uma fase de treinamento num país europeu com posterior colocação no mercado de trabalho, que poderá envolver qualquer país com exploração petrolífera.

in revista on-line Ciência Hoje - ler notícia


ADENDA: Um nosso leitor deixou o seguinte comentário, que actualiza a notícia:


"Caro Fernando Martins,
Eu ando em contactos com a Geolog há algum tempo (e tomei contacto com a empresa através do seu post há alguns meses) e soube anteontem que a sessão de recrutamento foi adiada para dias 19 e 20 deste mês.
Cumprimentos, RJ "

A Terra Debaixo do Mar - Ciclo de Conferências

Dedicado ao Integrated Ocean Drilling Program (IODP), a versão actual do consórcio internacional que mais tem contribuído para o conhecimento dos fundos oceânicos, sobretudo na terceira dimensão.

1ª Sessão

Yoshiyuki Tatsumi – Drilling into the memory of Earth
Susana Lebreiro - Environmental Significance of the Mediterranean Outflow Water and its Global Implications: A Leg to be!

Academia das Ciências (Salão Nobre), 8 de Fevereiro, pelas 17.00 horas, em Lisboa.


Programa detalhado do Ciclo em:

sexta-feira, fevereiro 01, 2008

Actividade no Carsoscópio - Olhos de Água do Alviela

Actividades no Carso

Sábado, 2 de Fevereiro de 2008
Centro Ciência Viva do Alviela - CARSOSCÓPIO


Estando a Nascente do Alviela integrada numa zona húmida de grande importância internacional, constituída pelo Polje de Minde-Mira e nascentes associadas - Sítio RAMSAR 1616, o Centro Ciência Viva do Alviela - CARSOSCÓPIO vai organizar, no próximo dia 2 de Fevereiro, sábado, com o apoio do Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros - PNSAC, uma Saída de Campo para assinalar o Dia Mundial das Zonas Húmidas.

Além do enquadramento fornecido por técnicos do PNSAC, esta iniciativa contará ainda com a presença da Mestre Sofia Reboleira, que apresentará uma nova espécie cavernícola, recentemente descoberta, seguindo-se a visita ao Sítio RAMSAR.


As inscrições, limitadas a 20 participantes, poderão ser efectuadas até ao dia 31 de Janeiro, sendo cobrada uma taxa de inscrição no valor de 2,50€ por pessoa (em caso de visita ao Centro Ciência Viva do Alviela - CARSOSCÓPIO, a saída de campo terá o custo de apenas 1,00€).

Para mais informações, contacte o Centro Ciência Viva do Alviela - CARSOSCÓPIO, através do telefone 249 881 805, ou do e-mail info@alviela.cienciaviva.pt.

Consulte aqui o Programa.

Dia Mundial das Zonas Húmidas – 2 de Fevereiro

O que é a Convenção de Ramsar sobre Zonas Húmidas?

A Convenção sobre Zonas Húmidas constitui um tratado inter-governamental adoptado a 2 de Fevereiro de 1971, na cidade iraniana de Ramsar, relativo à conservação e ao uso racional das Zonas Húmidas. Desde então, e até hoje, já assinaram esta Convenção cerca de 150 países, entre os quais Portugal, que contribui com 17 sítios Ramsar para os cerca de 1430 existentes nos cinco continentes. Site oficial da Convenção de Ramsar: http://www.ramsar.org/

O Governo Português assinou e ratificou esta convenção em 1980 (Dec. Lei n.º 101/80, de 9 de Outubro), tendo proposto até ao momento dezassete zonas húmidas de Portugal como Sítios Ramsar, de importância internacional. Destas, cinco estão ainda em processo de classificação internacional.

Breve historial da Convenção

Na década de 60, na Europa, grandes extensões de Zonas Húmidas estavam a ser drenadas ou destruídas, começando a observar-se o seu rápido desaparecimento. Alguns países, sensíveis à importância destes ecossistemas para as aves aquáticas, especialmente como locais de reprodução, de alimentação e de repouso nas rotas de migração, e conscientes da importância de uma abordagem global a esta problemática, propuseram a criação de uma Convenção internacional sobre Zonas Húmidas. Em Março de 1970, após um longo período de reuniões técnicas internacionais, um grupo de especialistas reuniu-se em Espoo (Finlândia) para discutir uma primeira versão da Convenção. Esse texto foi mais tarde submetido a uma conferência na cidade iraniana de Ramsar, onde seria adoptado, dando origem ao tratado inter-governamental assinado por 18 países, a Convenção sobre Zonas Húmidas de Importância Internacional especialmente como Habitat de Aves Aquáticas. O primeiro Estado a depositar um instrumento de adesão na Convenção foi a Austrália. A Convenção só entrou em vigor a 21 de Dezembro de 1975, quatro meses depois da sétima adesão, a da Grécia.


O que são Zonas Húmidas?

Existem muitas definições para o termo «Zonas Húmidas», algumas baseadas em critérios principalmente ecológicos e outras orientadas para questões associadas à sua gestão. A Convenção sobre Zonas Húmidas adoptou uma definição extremamente ampla: «áreas de sapal, Paúl, turfeira ou água, sejam naturais ou artificiais, permanentes ou temporários, com água que está estagnada ou corrente, doce, salobra ou salgada, incluindo águas marinhas cuja profundidade na maré baixa não exceda os seis metros», à qual se acrescenta, com a última revisão, que as Zonas Húmidas «podem incluir zonas ribeirinhas ou costeiras a elas adjacentes, assim como ilhéus ou massas de água marinha com uma profundidade superior a seis metros em maré baixa, integradas dentro dos limites da zona húmida». Esta definição inclui, assim, todos os ambientes aquáticos do interior e a zona costeira marinha.
Sítios Ramsar em Portugal
O Governo Português assinou a Convenção sobre Zonas Húmidas em 9 de Outubro de 1980 (Dec. Lei n.º 101/80, de 9 de Outubro) e ratificou-a em 24 de Novembro de 1980.
A fim de tornar efectiva a aplicação da Convenção no nosso país foram incluídas, numa primeira fase, nesse ano, duas Zonas Húmidas na Lista de Sítios Ramsar: Estuário do Tejo e Ria Formosa.
Para Portugal, a data de entrada em vigor na Convenção é atribuída a 24 de Março de 1981. Em 1996, durante a realização da 6.ª COP, em Brisbane (Austrália), Portugal designa oito novos Sítios: Paúl de Arzila, Paúl da Madriz, Paúl do Boquilobo, Lagoa de Albufeira, Estuário do Sado, Lagoas de Santo André e Sancha, Ria de Alvor, e Sapais de Castro Marim.
Posteriormente, em 2001, mais dois Sítios foram designados: o Paúl da Tornada e o Paúl do Taipal.
Mais recentemente, em 2005, foram propostos outros cinco, alargando o número de Sítios Ramsar a 17: Planalto superior da Serra da Estrela e parte superior do rio Zêzere, Polje de Mira Minde e Nascentes relacionadas, Lagoas de Bertiandos e de S. Pedro dos Arcos, Estuário do Mondego e Fajãs das lagoas da Caldeira de Santo Cristo e de Cubres.

Quase todos os sítios designados estão actualmente sujeitos a algum regime legal de protecção, quer por se incluírem na Rede Nacional de Áreas Protegidas, por terem sido designados como Zonas de Protecção Especial no âmbito da Directiva Aves ou por constarem da Lista Nacional de Sítios definidos no âmbito da Directiva Habitats.

(in: Portal do Governo)