Termas da ilha Graciosa querem ser primeiras do mundo a funcionar com três águas
As Termas do Carapacho, na ilha Graciosa, nos Açores, que reabriram ao público, vão continuar a receber obras para que possam ser as primeiras do mundo a funcionar com três águas distintas, revelou a concessionária.
A exploração do complexo termal foi concedida em fevereiro pelo Governo
dos Açores (PSD/CDS-PP/PPM) à empresa Verde Similar Termas.
A empresa realizou obras de 400 mil euros e reabriu hoje o espaço, com instalações de saúde e bem-estar e um restaurante/bar.
Segundo
Luísa Pereira, sócia-gerente da concessionária, as obras vão continuar
por duas fases, a próxima das quais deverá começar em outubro e acabar
em fevereiro de 2026, incluirá a criação de uma piscina lúdica com água
ferruginosa e uma área de talassoterapia (uso de água do mar para
terapia).
A nascente tradicional do Carapacho será mantida “para a
valência da saúde e, pelo seu reconhecimento histórico e empírico, para
a reabilitação física”, disse.
Deste modo, a responsável adiantou à agência Lusa que será criada uma oferta única a nível mundial.
“Há
alguns balneários [termais] em termos mundiais, que utilizam duas águas
e que têm várias águas em oferta. O que acontece aqui? A
particularidade do balneário do Carapacho é que nós temos uma valência
termal diferente da tradicional, que é a da talassoterapia, que
constitui a utilização de água do mar também para tratamento”, disse
Luísa Pereira.
E prosseguiu: “Ora, isso aliado à nascente
tradicional e à nascente ferruginosa, portanto, a água ferruginosa,
essas captações permitirão que esse balneário funcione com três águas
distintas e que seja um balneário único no mundo em funcionamento, com
estas características de água”.
A ambição da concessionária é
fazer da estância termal da ilha Graciosa uma referência “não só do
arquipélago, mas do país, da Europa e do mundo”.
“Porque nós
consideramos que o termalismo regional tem um potencial extraordinário.
(…) Há ainda um caminho a ser feito, mas o caminho faz-se andando e
vamos encontrar, certamente, ao longo dos anos, mais e mais por onde
explorar, porque o termalismo é um dos setores mais transversais a
diversas atividades, ao turismo, à saúde, ao lazer. E, portanto, temos
muito, muito por onde explorar e esse pode ser um dos maiores setores
desta região”, afirmou.
Após a segunda fase das obras, a empresa
pretende executar uma terceira que inclui a criação da valência de
balneoterapia termal exterior, com água da nascente tradicional.
O
investimento total, a realizar três anos, será superior a 1,5 milhões
de euros, adiantou a sócia-gerente da empresa que também explora as
termas das Caldeiras, no concelho da Ribeira Grande, na ilha de São
Miguel.
Com a reabertura das Termas do Carapacho foram criados nove postos de trabalho diretos.
“Hoje,
nós celebramos não só a reabertura das termas, mas também o compromisso
com a valorização daquilo que é o nosso património natural e cultural”,
disse.
Para Luísa Pereira, o complexo termal é “um dos maiores ativos da região em termos turísticos e também de saúde”.
As Termas do Carapacho, situadas na freguesia da Luz, na ilha Graciosa, são conhecidas pelas suas águas desde 1750.
As
águas termais são especialmente indicadas “na prevenção e tratamento de
patologias do foro reumatológico, sendo utilizada em serviços termais
num conceito de saúde, lazer e bem-estar”, segundo o portal VisitAzores.
Em
fevereiro deste ano, o executivo açoriano revelou que adjudicou “a
concessão de exploração do recurso hidromineral e geotérmico do
Carapacho e do direito de utilização do edifício das Termas do Carapacho
à proposta apresentada pela Verde Similar Termas”.
O caderno de
encargos fixa um prazo de concessão de 20 anos que poderá ser prorrogado
por “cinco anos até ao limite de 30 anos, desde que o concessionário
cumpra as obrigações legais”.




