Concepção artística de Isaac Asimov por Rowena Morrill
Asimov foi membro e vice-presidente por muito tempo da
Mensa, ainda que com falta: ele os descrevia como "intelectualmente combalidos". Exercia, com mais frequência e assiduidade, a
presidência da
American Humanist Association (Associação Humanista Americana).
Em
1981, um
asteróide recebeu seu
nome em sua
homenagem, o
5020 Asimov. O
robô humanóide "ASIMO" da
Honda,
também pode ser considerada uma homenagem indireta a Asimov, pois o
nome do robô significa, em inglês, Advanced Step in Innovative Mobility,
além de também significar, em
japonês, "também com pernas" (
ashi mo), em um trocadilho linguístico em relação à propriedade inovadora de movimentação deste robô.
Asimov nasceu em
Petrovichi shtetl ou
Oblast de Smolensk,
RSFSR (antiga
Província de Mahilou,
Bielorrússia), filho de Anna Rachel Berman Asimov e Judah Asimov, um moleiro de uma família de
judeus. Em virtude das diferenças entre o
Calendário hebraico e o
Calendário Juliano (à época ainda em uso na região pela
Igreja Ortodoxa), bem como pela falta de registos, sua data de nascimento não pode ser precisada, situando-se entre
4 de outubro de
1919 e
2 de janeiro de
1920, sendo esta última considerada como a correta por Asimov, que sempre celebrou seu aniversário a
2 de janeiro. A família deriva seu nome de озимые (
ozimiye), uma palavra da
língua Russa que é o nome dos cereais de inverno que o seu bisavô negociava, ao qual o
sufixo paterno foi adicionado. Sua família emigrou para os
EUA quando ele tinha só três anos de idade. Como seus pais falavam sempre
iídiche e
inglês com ele, ele nunca aprendeu
russo. Enquanto crescia em
Brooklyn,
New York, Asimov aprendeu a ler, por si próprio, quando tinha cinco anos e permaneceu fluente em
iídiche,
bem como em inglês. Seus pais tinham uma loja de doces, e toda a gente
da família tinha de lá trabalhar. Revistas baratas de papel de polpa,
chamadas
pulp sobre
ficção científica
eram vendidas em lojas, e ele começou a lê-las. Por volta dos onze
anos, começou a escrever histórias próprias e, por volta dos dezanove
anos, tendo-se tornado fã de ficção científica, começou a vender suas
histórias a revistas.
John W. Campbell, o editor de
Astounding Science Fiction,, para quem ele vendeu suas primeiras histórias, foi uma forte influência formativa e tornou-se um amigo.
Asimov foi aluno das
New York City Public Schools, inclusive a Boys' High School, de Brooklyn, New York. A partir daí, ele foi para a
Universidade de Columbia, onde se graduou em 1939, depois tirando um
Ph.D. em bioquímica, em 1948. Entretanto, passou três anos, durante a
Segunda Guerra Mundial, a trabalhar como civil na
Naval Air Experimental Station, do porto da Marinha em
Philadelphia. Quando a guerra acabou, ele foi destacado para o
Exército Americano, tendo só servido nove meses antes de ser honrosamente reformado. Durante sua breve carreira militar, ele ascendeu ao posto de
cabo, baseado na sua habilidade para escrever à máquina, e escapou por pouco de participar nos testes da
bomba atómica, em
1946, no
atol de Bikini.
Depois de completar o seu doutoramento, Asimov entrou para a Faculdade de Medicina da Universidade de
Boston, com a qual permaneceu associado a partir daí; depois de
1958,
sem ensinar, já que se dedicou à escrita a tempo integral
(suas receitas da escrita já excediam as do salário académico).
Pertencer ao quadro permanente significou que ele manteve o título de
professor associado e, em
1979, a universidade honrou sua escrita promovendo-o a
professor catedrático de bioquímica. Os arquivos pessoais de Asimov, a partir de
1965, estão arquivados na
Mugar Memorial Library da universidade, doados por ele a pedido do
curador, Howard Gottlieb. A colecção preenche 464 caixas em setenta e um
metros de prateleira.
Asimov casou-se com Gertrude Blugerman (1917, Canadá–1990, Boston), em
26 de julho de
1942. Tiveram duas crianças, David (n. 1951) e
Robyn Joan (n. 1955). Depois da separação, em 1970 (ele e Gertrude divorciaram-se em 1973) Asimov casou-se com
Janet O. Jeppson mais tarde, no mesmo ano.
Asimov era um
claustrofilo;
ele gostava de espaços pequenos fechados. No primeiro volume da sua
autobiografia, ele conta um desejo infantil de possuir uma banca de
jornais numa estação de metro no
New York City Subway, dentro da qual ele se fecharia e escutaria o ruído dos carros enquanto lia.
Asimov tinha
medo de voar,
só o tendo feito duas vezes na vida inteira (uma vez, durante seu
trabalho na
Naval Air Experimental Station, e outra, na volta para casa
da base militar de
Oahu, em
1946).
Ele raramente viajava grandes distâncias, em parte por causa de sua
aversão a voar, adicionada às dificuldades logísticas de viajar longas
distâncias. Esta fobia influenciou várias das suas obras de ficção, como
as histórias de mistério de
Wendell Urth e as novelas sobre robôs de
Elijah Baley. Nos seus últimos anos, ele gostava de viajar em navios de
cruzeiro e, em várias ocasiões, ele fez parte do "entretenimento" no cruzeiro, dando palestras baseadas em ciência, em navios, como os
RMS Queen Elizabeth 2.
Asimov sabia entreter muitíssimo bem, era prolífico e procurado como
discursador. Seu sentido de tempo era fantástico; ele nunca olhava para
um relógio, mas, invariavelmente, falava precisamente o tempo combinado.
Asimov era um participante habitual em convenções de ficção
científica, onde ficava amável e disponível para conversa. Ele respondia
pacientemente a dezenas de milhares de perguntas e outro tipo de
correio com postais, e gostava de dar autógrafos. Embora gostasse de
mostrar seu talento, raramente parecia levar-se a si próprio
demasiadamente a sério.
Ele era de altura mediana, forte, com bigode e um óbvio sotaque de
judeus do Brooklyn. Sua motricidade física era bastante limitada. Ele
nunca aprendeu a nadar ou andar de
bicicleta; no entanto, aprendeu a conduzir um carro, depois de se mudar para
Boston. No seu livro de humor,
Asimov Laughs Again, ele descreve a condução em Boston como "anarquia sobre rodas".
Ele demonstrou seu amor por conduzir, em seu conto de ficção científica,
Sally, sobre carros-robôs. Um leitor atento reparará que ele faz uma descrição detalhada de um dos carros a que chama 'Giuseppe',
de Milão - o que significa que Giuseppe era um
Alfa Romeo.
Asimov não especificou nenhum outro tipo de veículo em nenhuma das suas
histórias, o que levou muitos fãs a considerarem que ele foi contratado
por aquela marca de automóvel.
Os interesses variados de Asimov incluíram, nos seus anos tardios, sua participação em organizações devotadas à
opereta de
Gilbert and Sullivan e em
The Wolfe Pack, um grupo de seguidores dos mistérios de
Nero Wolfe, escritos por
Rex Stout. Ele era um membro proeminente da
Baker Street Irregulars, a mais importante sociedade sobre
Sherlock Holmes. De
1985 até sua morte em
1992, ele foi presidente da
American Humanist Association; seu sucessor foi o amigo e congénere escritor,
Kurt Vonnegut. Ele também era um amigo próximo do criador de
Star Trek,
Gene Roddenberry, e foram-lhe dados créditos em
Star Trek: The Motion Picture, pelos conselhos que deu durante a produção.
Asimov morreu em
6 de abril de
1992 em
Nova Iorque,
foi cremado e suas cinzas foram espalhadas. Ele deixou sua segunda
mulher, Janet, e as crianças do primeiro casamento. Dez anos depois da
sua morte, a edição da autobiografia de Asimov,
It's Been a Good Life, revelou que sua morte foi causada por
SIDA; ele contraiu o vírus
HIV através de uma transfusão de sangue recebida durante a operação de bypass em Dezembro de 1983. A causa específica da morte foi falha cardíaca e renal, como complicações da infecção com o vírus da SIDA.
Janet Asimov escreveu no epílogo de
It's Been a Good Life que Asimov o teria querido tornar público, mas seus médicos convenceram-no a permanecer em silêncio, avisando que o
preconceito
anti-SIDA estender-se-ia a seus familiares. A família de Asimov
considerou divulgar sua doença antes de ele morrer, mas a controvérsia
que ocorreu, quando
Arthur Ashe
divulgou que tinha SIDA, convenceu-os do contrário. Dez anos mais
tarde, depois da morte dos médicos de Asimov, Janet e Robyn concordaram
que a situação em relação à SIDA podia ser levada a público.
Asimov pretendia escrever 500 livros e, por pouco, não atingiu essa
marca; escreveu 463 obras. Mas, somando todos os livros, desenhos e
coleções editadas, totalizam-se 509 itens em sua bibliografia completa.
Asimov pode ter escrito
Opus 400, que seria uma comemoração de 400 publicações; contudo, a lista de comemorativos da bibliografia vai apenas até o
Opus 300.